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domingo, 2 de dezembro de 2018

Leões na mira da CMVM: Nani & companhia têm de provar investimento

O “polícia” da bolsa está a averiguar se as figuras públicas, incluindo jogadores e ex-jogadores do Sporting, que apelaram à subscrição de obrigações do Sporting, concretizaram mesmo esses investimentos, sob pena de o regulador considerar que existe manipulação de mercado.

Leões na mira da CMVM: Nani & companhia têm de provar investimento

Vítor Chi

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Negócios jng@negocios.pt01 de dezembro de 2018 às 12:16

As figuras públicas, incluindo jogadores e ex-jogadores do Sporting, que anunciaram o seu apoio e a subscrição de obrigações na Oferta Pública de Subscrição "Sporting SAD 2018-2021", vão ter de provar que concretizaram, de facto, esses investimentos, sob pena de estarem, potencialmente, a violar a lei.

Uma vez concluída a oferta, que terminou a 22 de Novembro, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a passar "a pente fino" o registo das subscrições concretizadas para verificar se existe "coerência entre o que foi publicamente anunciado e a realidade", o que, a não acontecer, poderá estar em causa o crime de manipulação de mercado, avança o semanário "Expresso" na edição deste sábado, 1 de Dezembro.

"O Código de Valores Mobiliários (CVM) explica, no seu artigo 379º, do que falamos quando o tema é manipulação do mercado: 'Quem divulgue informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas ou enganosas, realize operações de natureza fictícia ou execute outras práticas fraudulentas que sejam idóneas para alterar artificialmente o regular funcionamento do mercado de valores mobiliários ou de outros instrumentos financeiros'", lembra o "Expresso".

Infracções como estas podem, no limite, ser punidas com pena de prisão ou multa, lembra ainda o mesmo semanário.

Nani, Rui patrício e William Carvalho foram alguns dos atletas que deram conta do seu apoio público e subscrição de obrigações do clube de Alvalade, que encaixou nesta operação 25,9 milhões de euros.

Dívida externa de Portugal recua para mínimo de cinco anos

A subida do PIB permitiu compensar o efeito negativo relacionado com a valorização das cotadas portuguesas e a desvalorização da moeda angolana.

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Nuno Carregueiro

Nuno Carregueiro nc@negocios.pt21 de novembro de 2018 às 13:50

A dívida externa líquida de Portugal, um indicador que mede a diferença entre os activos e os passivos do país face ao resto do mundo, situou-se em 180,1 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste ano. Este valor representa uma descida de 3 mil milhões de euros face ao trimestre anterior, mas um aumento de mais de mil milhões de euros face ao registado no final do ano passado.

Se, em termos nominais, a tendência de evolução da dívida externa líquida não é linear, quando avaliado o peso no PIB, este indicador atingiu o nível mais baixo em mais de cinco anos.

A dívida externa líquida caiu para 90,4% do PIB no terceiro trimestre, o que compara com 92,67% em Junho e 91,75% no fecho de 2017. Segundo a base de dados do Banco de Portugal, é preciso recuar ao primeiro trimestre de 2012 para encontrar um valor mais baixo (88,56% do PIB).


"Apesar do aumento nominal, registou-se uma redução da dívida externa líquida em percentagem do PIB de 1,3 pontos percentuais entre o final de 2017 e o final de Setembro de 2018", refere o Banco de Portugal, explicando que o aumento do PIB "mais do que compensou o aumento nominal da dívida".

A dívida externa líquida é apurada através da exclusão de vários itens - instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros – ao indicador posição de investimento internacional (PII). Este também registou uma evolução positiva quando medida em peso do PIB: o saldo negativo passou de 104,9% no final de 2017 para 103,1% no final do terceiro trimestre de 2018. Já em termos nominais registou-se uma variação negativa de 1,3 mil milhões de euros em relação ao final de 2017.

Na nota publicada esta quarta-feira, o Banco de Portugal diz que este agravamento deve-se "em grande medida, ao impacto negativo das variações de preço (-2,3 mil milhões de euros) e das variações cambiais (-1,5 mil milhões de euros)".

A valorização das cotadas portuguesas teve um efeito negativo, pois aumenta o valor das posições detidas por investidores estrangeiros. A subida das acções portuguesas acaba por ter um efeito negativo na dívida externa, uma vez que a fatia desse passivo que está nas mãos de estrangeiros é valorizada. Já a perda de valor da moeda angolana penalizou o valor dos activos que os portugueses têm neste país africano.

"No caso das variações de preço, o impacto negativo sobre a PII reflectiu a valorização das acções de empresas residentes em Portugal detidas por não residentes e a desvalorização de activos em carteira do Banco Central. No caso das variações cambiais, verificou-se a depreciação do kwanza, com impacto na redução do valor em euros dos activos angolanos detidos por residentes", refere o Banco de Portugal.

Entre as brumas da memória


Depois da China, a Índia

Posted: 01 Dec 2018 01:15 PM PST

Não é só a China: vem aí uma nova Índia.

«Para lá da dimensão, e apesar das diferenças de cultura e de tradição política, a Índia e a China têm algo em comum: a ambição de serem, dentro de 20 anos, as potências mais influentes do planeta. Xi Jinping formulou a nova “grande estratégia” da China no último congresso do Partido Comunista (PCC). Mas também a Índia sonha em fazer deste século o “Século Indiano”, ultrapassando as economias dos Estados Unidos e da China — e exercendo uma influência universal. A Índia tem aspirações paralelas às da China, dos EUA e da Europa em criar uma ordem mundial que reflicta os valores da sua civilização. Depois da era dos impérios, seria a sua vez. (…)

Sinais inquietantes são a pressão que o Governo e o BJP exercem sobre a liberdade de imprensa e a independência dos tribunais, primeiros sinais de uma deriva autoritária. Será exagerado comparar Modi a Erdogan. Mas a cópia duma máxima do antigo nacionalismo europeu — “Um país, uma cultura, um povo” — significaria o fim da “Índia que nós conhecemos”.

Modi tem um grande trunfo: o crescimento económico. A oposição tenta ser agressiva mas está, de facto, na defensiva. As eleições de 2019 serão determinantes para o projecto de Modi, o de um Estado etno-religioso. O segundo mandato poderá acentuar a vocação autocrática.

Assim vai a “maior democracia do mundo”.»

Jorge Almeida Fernandes

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01.12.1955 – A recusa de Rosa Parks

Posted: 01 Dec 2018 09:54 AM PST

No dia 1 de Dezembro de 1955, em Montgomery, a parte da frente de um autocarro reservada a passageiros brancos já não tinha nenhum lugar vago e o condutor ordenou que Rosa Parks se levantasse e cedesse o seu. Recusou e foi presa. Foi um marco importante na luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos.

A história deste acontecimento e de tudo o que se seguiu está bem resumida nos 6 minutos deste vídeo.

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Maio de 68, ainda

Posted: 01 Dec 2018 06:09 AM PST

Há alguns meses, participei no Fórum Socialismo organizado pelo Bloco de Esquerda e, depois de uma sessão que partilhei com Mário Tomé, fui entrevistada.

(Texto e vídeo)

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Precisamos de uma lei de liberdade de informação

Posted: 01 Dec 2018 03:45 AM PST

José Pacheco Pereira no Público de hoje:

«Este artigo devia ter como título “Precisamos de um Freedom of Information Act (FOIA)”, uma lei semelhante à americana que tem este nome, e não as leis portuguesa e europeia que estão longe de garantir o que permite o FOIA. É uma lei que se aplica em primeiro lugar ao poder executivo e que obriga não só a desclassificar e a tornar pública muita documentação anteriormente reservada, classificada ou não divulgada, como a justificar a razão por este ou aquele documento não poder ser acessível. Basta consultar os sites FOIA do FBI, da CIA, da NSA, do Departamento de Estado, da Energia, etc., para verificar a quantidade gigantesca de documentação que está acessível, cobrindo décadas e décadas de produção documental, até aos nossos dias. Não é perfeito, mas é do melhor que há para assegurar a transparência da administração.

É, como se deve imaginar, um palco de conflito permanente entre quem quer limitar o âmbito do FOIA e quem o quer ampliar, mas cidadãos, jornalistas, académicos, investigadores fazem uma contínua pressão para a divulgação de documentos. O culto do segredo é muitas vezes mais destinado a proteger os governantes e as burocracias de revelações incómodas do que a garantir interesses que devam ser protegidos legitimamente pelo segredo de Estado, no âmbito da segurança, da defesa, das relações diplomáticas.

O caso português é paradigmático de uma cultura de ocultação e reserva e da falta de hábito de responder à obrigação de escrutínio público. Os jornalistas de investigação e os investigadores académicos que conhecem os meandros da administração central, local, civil e militar sabem bem como é difícil aceder a documentos, mesmo àqueles que a lei obriga a que sejam públicos. Existem, como é evidente, na legislação portuguesa e europeia várias leis que regulam o acesso aos documentos da administração, mas estão longe de ter a eficácia e a amplitude da lei americana. São excessivamente restritivas, burocráticas e discricionárias, usando mil e um pretextos para defender segredos que revelam compadrios, negligências e erros. Pelo contrário, onde seria preciso segredo, ele não existe, em particular, no sistema judicial que transpira por todos os poros de informações indevidas e onde há um verdadeiro comércio de dados processuais, inteiramente corrupto, que alimenta as partes e uma comunicação social que paga informações.

Há um caso em que mais uma vez vou insistir, porque ele é paradigmático do que se deveria já saber e que é ocultado: há muitos anos que defendo que é fundamental conhecer os documentos de todo o processo de negociações com a troika. É importante sabermos o que a troika propunha e o que o Governo de então propôs. Não tenho dúvidas de que haverá aí algumas surpresas com significado político, revelando que as iniciativas mais gravosas têm origem no Governo de Passos Coelho e não na troika, que acabou por servir de bode expiatório para medidas de deliberada engenharia social e económica. O mesmo em relação às privatizações feitas no mesmo mandato, e em que se foi claramente “para além da troika”. Porquê? Igualmente em relação ao que foi tentado e não foi para a frente, como a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Este processo foi no Governo Passos Coelho o equivalente às PPP e suas negociações no Governo Sócrates.

Para fazermos uma avaliação do que foi exigência e do que foi ideologia, ou cedência a interesses, é fundamental poder consultar a correspondência oficial, quer nacional, quer da troika e das suas diferentes partes, as actas das reuniões, os emails e os resumos de telefonemas, tudo material que a lei obriga a estar registado. E aqui temos um segundo problema que deve também suscitar discussão pública: ficou tudo registado, cumprindo-se a lei? Duvido, muitas comunicações electrónicas foram feitas por emails privados ou enviadas de forma promíscua dos computadores uns dos outros, sem registo no Estado. Vítor Gaspar tinha essa prática, e não deve ter sido único, o que significa que muita informação não deve sequer existir. Acresce que cada vez mais as conversas, os almoços, os encontros são considerados informais e, como tal, o que lá se diz não fica registado em lado nenhum, o que também dificulta a avaliação do que aconteceu. Os governantes não acham que tenham contas a prestar e fogem como o Diabo da cruz de terem de responder pelo rastro documental da sua actuação.

Dei o exemplo das negociações com a troika, porque é uma matéria muito relevante deixada a uma desleixada indiferença por quem devia estar mais atento à obrigação do escrutínio. Mas não penso que nada tenha sido alterado com a actual governação, que podia e devia ter um programa de colocar a público toda a informação que nada justifica ser reservada, e ir mais longe e lançar um agressivo programa de desclassificação retrospectiva. Face a esta cultura de protecção e falta de transparência, só por lei é que os governantes são obrigados a abrir o que nada justifica estar fechado.

E que tal se houvesse também aqui uma “coligação negativa” do PSD, do CDS, do BE e do PCP para termos uma verdadeira lei de liberdade de informação? Duvido — o sentimento de autoprotecção é superior ao dever do escrutínio, mas não custa tentar ser ingénuo durante o tempo que dura escrever esta frase.»

A era do Espírito Santo

Novo artigo em Aventar


por Bruno Santos

O deputado Sérgio Sousa Pinto publicou no jornal Expresso um artigo em que discorre sobre os recentes acontecimentos de Paris, envolvendo pedrada, polícia e povo. Independentemente de se concordar ou não com o que escreve, há uma conclusão que esse artigo de imediato suscita. Sousa Pinto sabe pensar e sabe escrever, coisa que se não pode dizer da quase totalidade dos actuais dirigentes socialistas. Talvez nunca, na história do PS, tenha sido tão acentuado o grau de indigência intelectual e política, transformado que está este partido num bando de Zés Pereiras, tocadores de bombo, cuja principal virtude é não terem rigorosamente virtude nenhuma, além da que os faz tocar bombo alegremente e marchar como bonecos de corda numa procissão de falidos ideológicos. O PS é hoje esta espécie de galinheiro. Uma agremiação de criados de servir e cabeleireiras, incapazes de produzir uma única reflexão válida sobre o seu país ou o mundo, que vá além da cartilha de má propaganda do chefe, ou de umas bojardas inconsequentes sobre touradas e contadores de luz. Chama-lhe civilização. É pouco para um partido estruturante do regime. É muito pouco se tivermos em conta que do outro lado do espelho político está um saco de gatos chamado PSD, cuja genial estratégia é fingir-se morto, chegando a fingir que é morte a morte que, de facto, o atingiu.

E Portugal chegou a isto. À antecâmara da era do Espírito Santo.

Cimeira G20- Ouçam as vozes que se erguem

Novo artigo em Aventar


por Ana Moreno

Ontem e hoje o clube dos 20 (os líderes das 20 mais poderosas economias do mundo) esteve na sua reunião anual, desta feita em Buenos Aires, numa Argentina em profunda crise, inflação em nível recorde de ca. de 40% e cujo governo recomendou aos habitantes da cidade que fossem passar fora o fim de semana devido aos previstos massivos protestos da sociedade civil. Os quais, ao contrário do que sucedeu o ano passado em Hamburgo, se mantiveram pacíficos mas foram significativos.

Couraçados dentro do habitual cerco de muitos milhares de polícias e soldados armados até aos dentes, lá estarão eles - Xi Jinping, Temer, Trump, Putin, Erdogan, Merkel, Macron, May, Trudeau, Juncker, Mohammed bin Salman e outras estrelas dúbias -, os supostos chefes do mundo (os donos dos mercados financeiros partem-se a rir), dedicados a discutir os temas que supostamente são os do mundo, fingindo que os resolvem, à custa dos contribuintes.

Além da “guerra comercial” e das tensões na Ucrânia a dominar as discussões, na agenda encontram-se nobres objectivos, como a luta contra as alterações climáticas e a aplicação do Acordo de Paris, ou o desenvolvimento sustentável. E coisas como o futuro do trabalho, o empoderamento das mulheres, a fiscalidade da economia digital.

A incomensurável desfaçatez desta gente, que continua a assinar centenas de acordos de comércio „livre“ e investimento que boicotam a protecção do ambiente! ou que não arrisca impor um imposto chorudo aos colossos (digitais) que praticamente não os pagam, antes agachando-se cada vez mais em competição entre si, a bem dos colossos!

Falinhas mansas de hipócritas que atiram calhaus para os olhos dos povos, enquanto se ajoelham perante o capital. Quanto a ideias verdadeiramente novas para se libertarem das correntes que se aplicaram e aplicam a si próprios, para assim mais libertarem as transnacionais, é zero.

Hoje - bom, até ver, pois no ano passado, Trump ainda no avião de volta a casa deu o dado por não dado à declaração conjunta - conseguiram amalgamar os temas do comércio, mudança climática e migração numa declaração final vaga e oca, sem qualquer efeito real, com ou sem Trump. Ler mais deste artigo