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domingo, 9 de dezembro de 2018

Ladrões de Bicicletas


Um dia em Paris

Posted: 08 Dec 2018 12:42 PM PST

Aqui fica uma mancheia de fotos retiradas da emissão em directa que o canal televisivo Russia Today fez da manifestação que o movimento Coletas Amarelos realizou hoje e, pela terceira vez, em Paris. Apenas para ficar assinalado. Muitos videos podem ser encontrados aqui - para compensar a publicidade que o anterior post fez ao Youtube...

Não, não são manifstantes, mas polícias à civil

Aqui um manifestante gritava: "Estão a apontar à cabeça! Veja que está a apontar à cabeça!"

Quarta-feira, em Lisboa: Colóquio Economia Social e Solidária

Posted: 08 Dec 2018 09:04 AM PST

«Nos últimos anos, as organizações da economia social e solidária sofreram o duplo impacto de uma crise económica e financeira prolongada e de alterações de quadros legais e instrumentos de actuação. Para lá das definições conceptuais, este modo de pensar e construir organização social e económica tem a uni-lo princípios e valores comuns e objectivos de sustentabilidade. Dotadas de uma já longa história e desempenhando um papel importante, mas não isento de contradições, as organizações da economia social e solidária enfrentam hoje desafios que importa debater.»
Promovido pelo Le Monde Diplomatique - edição portuguesa e pela cooperativa Outro Modo, o colóquio procura responder a três questões: «Que setor é este? História, tensões, realizações» (com Manuel Canaveira de Campos, Rogério Roque Amaro, Sílvia Ferreira e moderação de João Rodrigues); «Que evoluções teve? Leis, trabalho, mercado, experiências» (com Margarida Antunes, Pierre Marie, Sandra Lima Coelho, Stéphane Laurent e moderação de José Castro Caldas); «Que futuro pode ter? Atividades, territórios e redes» (com José Alberto Pitacas, Nuno Serra, Sandra Monteiro e moderação de João Baía).
O colóquio realiza-se no CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza, Rua Viriato), com início às 14h30 e a entrada é livre. Estão todos convidados, apareçam.

Entre as brumas da memória


A visita de Mr. Xi

Posted: 08 Dec 2018 01:08 PM PST

Expresso, 08.12.2018
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08.12.1980 – John Lennon

Posted: 08 Dec 2018 09:37 AM PST

John Lennon morreu há 38 anos, baleado à porta do edifício onde morava – o Dakota Building –, situado numa das esquinas do Central Park de Nova Iorque.

Primeiro um entre quatro, mais tarde a solo, «the smart Beatle», deixou uma marca que as três décadas e meia passadas sobre o dia em que foi estupidamente assassinado não apagaram.

Músico por excelência mas não só, activista também, ele que devolveu a medalha de Membro do Império Britânico à Rainha Isabel II, como forma de protesto pelo apoio do Reino Unido à guerra do Vietname e o envolvimento no conflito de Biafra. Já com Yoko, na década de 70, continuou a envolver-se numa série de iniciativas de luta pela paz, sobretudo e ainda por causa do Vietname. Tudo isto e o apoio explícito a organizações da extrema-esquerda, como os Panteras Negras, estiveram na origem de uma perseguição por parte do governo de Nixon com abertura de um processo para tentativa de extradição.

«Give peace a chance» (1969) e «Power to the people» (1971), entre outras, inscrevem-se expressamente nesta linha de actuação:

E «Imagine», sempre:
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Na posse de Bolsonaro

Posted: 08 Dec 2018 07:45 AM PST

Marcelo vai à posse de Jair Bolsonaro.

Claro que é normal que Portugal esteja presente, oficialmente, na tomada de posse do presidente do Brasil.

Mas o respeito pela democracia também é feito de actos simbólicos, como, por exemplo, não vermos lá o presidente da nossa República, mas um representante menos graduado. (Ou Cavaco Silva que já fez a rodagem no enterro de Bush.)

Pois, mas isso seria esperar demasiado.

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When Sócrates met Passos

Posted: 08 Dec 2018 04:03 AM PST

«Instalou-se uma narrativa para um ano que se adivinha de campanha eleitoral: a esquerda à esquerda dos socialistas voltou a mostrar que é irresponsável. A sua irresponsabilidade comprovou-se em alguns cruzamentos de votos com a direita para estourar o dinheiro dos contribuintes. Se não se puser fim à dependência do PS em relação a estes partidos, eles acabarão por destruir o equilíbrio virtuoso conseguido por Mário Centeno e levar-nos de novo para o colapso financeiro. Para a direita mediática que já percebeu que o PS vai continuar a governar, este é o argumento que sobra: deem maioria absoluta ao PS.

António Costa explicou como o BE e o PCP se estavam a aliar à direita para preparar uma “catástrofe orçamental” a que levariam as mil propostas de alteração na especialidade. Em contabilidade muito criativa, inventou a possibilidade de desvio de 5,7 mil milhões de euros. Houve votações na especialidade, o Orçamento foi aprovado e não vemos catástrofe alguma. Mas ficou dado o guião que vários comentadores agarraram com empenho.

Curiosamente, repetem-se, em novas circunstâncias, os dois argumentos que ignoraram a crise financeira internacional, o comportamento da União Europeia e a prioridade no resgate aos credores para responsabilizar Portugal pela intervenção da troika: a aliança da esquerda com o PSD no chumbo do enésimo PEC que só Sócrates ainda acredita que nos salvaria e o suposto despesismo público a que Passos atribuiu as culpas da crise interna. Para explicar os riscos da influência da esquerda no Governo para o nosso futuro financeiro e preparar o caminho para as vantagens de uma maioria absoluta do PS repetem-se os argumentos de 2011 que prepararam o caminho para a culpabilização nacional pela austeridade. Os de Sócrates e os de Passos.

Esta linha é coerente com uma estratégia de “desgeringoncização” do PS em que alguns sectores centristas e a direita inorgânica apostam. Para isso repetem todos os temores que Cavaco Silva apresentou a António Costa quando ele avançou para a liderança do Governo e que ele, num momento em que precisava do BE e do PCP para chegar ao poder, pôs de lado. Só que esta narrativa choca com um dado: como se pode ver por todas as sondagens, os portugueses gostam desta solução política e não a viram ou veem como um risco para as finanças e para economia do país. Só graças a esta satisfação geral é que António Costa pode sonhar com uma maioria absoluta. Se há prova que o PCP e o BE deram nestes três anos foi de responsabilidade política. Não será fácil, a quem queira apostar nesta conversa gasta, vender o seu peixe.»

Daniel Oliveira

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08.12.2018, Paris

Posted: 08 Dec 2018 03:36 AM PST

Cedo, esta manhã.

Um olho pequenino e outro grandalhão

Novo artigo em Aventar


por Ana Moreno

Mercosul, com a Argentina e o Brasil à cabeça, diz-se empenhado em „fechar“ acordo comercial com a UE. E vice-versa, é mais que sabido, se há coisa que está a funcionar na UE é a "política comercial e de investimento".  E aqui se vislumbra a cegueira destes governos e desta UE e a manta de retalhos esburacada que andam a produzir - porque ora abrem o olho pequenino e dão passinhos para diminuir as emissões de CO2, ora abrem o grandalhão e promovem a grande vapor exactamente o contrário.

Exemplo:

No âmbito da apresentação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica para 2050, o Ministro do Ambiente avançou a intenção de redução da produção nacional de bovinos entre 20% e 50% até 2015. Tanto a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) como a Confederação dos Agricultores (CAP) de Portugal reagiram:

Para a CAP, esta posição demonstra falta de conhecimento da realidade da agricultura portuguesa e só pode constituir uma intenção isolada do ministério do ambiente no conjunto do governo. Com efeito, a produção de bovinos em Portugal é sobretudo efetuada em regime extensivo, com uma contribuição para os gases com efeito de estufa substancialmente inferior à dos sistemas de produção intensivos praticados em outros países.

Acresce que uma redução da produção de bovinos teria um impacto muito significativo na produção de derivados de leite, queijo, iogurtes, entre outros produtos, os quais iriam também aumentar as importações nacionais e comprometer o nosso crescimento económico.

Para além de tudo isto, é naturalmente questionável, do ponto de vista ambiental, que cada país deixe de produzir o que em seguida irá importar de outros países, com uma pegada ecológica provavelmente superior. No caso da carne em concreto, os grandes produtores mundiais são o Brasil e a Argentina, o que implica um custo e uma pegada ecológica muito considerável só no que concerne ao transporte.”

Ora nem mais, aí está: O MERCOSUR abre as portas da UE a carne barata em massa. Barata? Vinda do outro lado do oceano? Pois, por um lado, devido ao uso de métodos intensivos de produção, utilização de hormonas proibidas na UE e (maior) exploração dos trabalhadores agrícolas. Nos países do Mercosul, o aumento da produção contribui também para que sejam expulsos pequenos agricultores e povos indígenas a fim de aumentar o espaço para as monoculturas do agronegócio e desmatadas áreas de floresta tropical (Bolsonaro esfrega as mãos de contente).

Por outro lado, os transportes continuam a não ter o custo que deveriam se fossem consideradas as externalidades negativas, ou seja, incluídos no preço todos os custos reais causados, como a poluição atmosférica.

Ou seja, o preço baratinho tem custos muito elevados mas os estados, em vez de impedirem ou inibirem a geração de externalidades negativas, incentivam e promovem-nas com todo o ímpeto.

Esta abominável casta de piratas com poder de decisão, quando avista negócio, já não pensa em mais nada, “comércio livre” é que é, à desenfreada.

As crianças agradecem.

P.S. – Nós, arraia miúda, também temos o nosso quinhão no contributo: comamos menos carne, compremos produtos locais - e muitas outras coisas, mas neste contexto, basta assim. E se vier agora alguém falar em politicamente correcto ou em liberdade individual, bem pode ficar a falar sozinho.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Magistrados “Bailarinos”

  por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 08/12/2018)

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A Maria José Morgado era uma defensora dos juízes justiceiros e combatentes contra a corrupção de alguns setores da política, mas não de todos, e no Brasil defendia o Moro.

Até teria razão se os juízes não quisessem fazer do seu trabalho - que devia ser sério - um espectáculo televisivo e jornalístico sem investigarem nada mesmo a sério. Não fossem pois uma espécie de "bailarinos".

Agora ficou desiludida com o Moro e acaba o seu artigo no Expresso com a seguinte frase: "Adeus Sérgio Moro, com a noite lá longe a cobrir o rio onde não resta nada, a tua partida deixa-nos vazios".

Antes escreveu que "tinha pensado que o único caminho do reforço do combate à corrupção era a verdadeira independência dos magistrados, implicando a proibição de participarem em cargos políticos, e olha também em cargos no futebol".

Claro, a Morgado sabe que se um governo da extrema direita convidar o juiz Alexandre ou o procurador Guerra para ministros, eles vão a correr e deixam a toga no chão sem a pendurarem num cabide ...

A Justiça portuguesa sofreu uma enorme DERROTA com a eleição de Tomás Correia para a Associação Mutualista proprietária do Banco Montepio 19.928 votos (42,4%), seguido pela lista C com 35,6% e lista B com 20%.

Tomás Correia é acusado vagamente de vários delitos, mas a justiça não foi capaz de atuar a tempo e horas e não goza de qualquer prestígio nem credibilidade junto do povo, pelo que ninguém quis saber de mais umas acusações no meio de tantas em que nunca mais se chega a qualquer prova concreta.

Portugal tem 3.863 magistrados e 7.762 oficiais de justiça mais 2.261 agentes da Polícia Judiciária. Enfim, são 13.886 mil pessoas a trabalharem contra o crime e para pouco mais de uma dúzia de processos complicados de corrupção sem chegarem a nada e isto sem contar com o pessoal das finanças que faz investigação financeira e abre processos administrativos como o do ex-PM Eng. J. Sócrates iniciado há uma data de anos atrás.

Até agora esse e outros processos serviram para magistrados "bailarinos" andarem a dar show, julgando os portugueses tão estúpidos que acreditam em tudo o que eles mandam para o pasquim CM/CMTV.

O Isaltino saiu da prisão e foi eleito de novo presidente da C. M. de Oeiras. Foi mais uma derrota da magistratura em que os eleitores não ligaram ao julgamento e prisão do autarca.

As últimas sondagens já não trazem a opinião dos portugueses a respeito dos procuradores e juízes, tão negativas que eram.

Os magistrados não estão sujeitos a eleições, pelo que não têm a necessidade de bailarem perante o povo. Mas, enquanto não cortarem com o Correio da Manha e a sua televisão não serão respeitados pela sociedade portuguesa.

Não devemos esquecer que o dono do pasquim foi apenas admoestado por a sua empresa, a Celtejo, ter poluído o Tejo, o que levou os contribuintes a gastarem uma pipa de massa através do Estado que teve de mandar fazer a limpeza.

Inexplicavelmente, as finanças aceitam calmamente que se mantenha a dívida de mais de 12 milhões euros do pasquim sem o penhorar.

Preocupações soberanas

Ladrões de Bicicletas


Posted: 07 Dec 2018 02:20 PM PST

No Público, de Vicente Jorge Silva a Manuel Carvalho, notou-se nos últimos dias uma surpreendente preocupação com a soberania nacional na relação dita assimétrica com a China. Trata-se de uma preocupação assaz selectiva. Afinal de contas, estamos perante apoiantes da mais significativa perda de soberania democrática, a que esteve e está associada a uma integração europeia que também fragilizou brutalmente as possibilidades de uma política externa digna de um Estado a sério num mundo felizmente mais multipolar. Basta pensar, e só para dar um exemplo, nas privatizações impostas pela troika e no reforço do controlo estrangeiro de recursos estratégicos, incluindo por parte do Estado chinês.
Entretanto, alguns intelectuais do eixo político euro-atlântico têm-se manifestado preocupados com o potencial desalinhamento com Washington e com Bruxelas que se pode gerar num contexto de ascensão da China e de aumento da sua influência. Em Portugal, uma certa reflexão sobre as relações internacionais parece ser feita a partir do que se imagina ser o centro e os seus interesses.
A multiplicação das dependências económicas, e logo políticas, externas é o melhor que as elites nacionais conseguem fazer, com alguma venalidade à mistura. Só consigo lembrar-me de uma analogia impertinente: é uma espécie de versão suave da política de porta aberta que a China desgraçadamente conheceu tão bem no seu século de humilhações, algures entre a primeira guerra do ópio e a fundação da República Popular. Diz que os comunistas chineses são nacionalistas. Pudera. Mao bem dizia que “em última análise, a luta nacional é uma questão de luta de classes”.
Enfim, no campo exclusivo do controlo nacional, ou seja, público, de sectores económicos estratégicos e de instrumentos de política económica relevantes, é caso para dizer, atirando barro à muralha: aprendamos e façamos o que o regime chinês ainda faz em domínios como o sistema financeiro ou a electricidade. Esta seria a base material, o ponto de partida popular, para a saudável reciprocidade, de que tanto se tem falado, nas necessárias relações.