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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Jogos infantis: uns inúteis, outros perigosos

por estatuadesal

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 23/02/2019)

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Miguel Sousa Tavares

1  Como diz o cartaz do CDS para as eleições europeias, “A Europa é Aqui”. Comecemos então por aqui, visto que o resto não parece interessar-nos por aí além. Ora, aqui, como toda a gente concordou, a moção de censura do CDS cumpriu o seu único objectivo, que era o de embaraçar o PSD no seu putativo papel de principal partido da oposição. Não pelo brilhantismo da estratégia centrista ou, menos ainda, pela contundência dos argumentos em que se fundava a sua moção de censura, mas por uma razão bem mais embaraçosa para o PSD: porque, nos quatro dias anteriores à votação, não foi possível reunir o seu grupo parlamentar para decidir o que fazer — sábado e domingo porque era fim-de-semana e segunda e terça porque os deputados estavam a gozar as folgas das jornadas parlamentares... do PCP.

Foi assim um PSD reduzido ao mutismo que votou, cabisbaixo, uma moção de censura do vizinho da direita a um Governo de esquerda apoiado pela extrema-esquerda, moção essa que conseguiu a proeza de evitar cautelosamente qualquer razão ou fundamento que pudesse indispor o eleitorado do povo de esquerda — designadamente os funcionários públicos, que todos os dias estão em greve e que em Outubro estarão nas urnas. E a cautela chegou a tal ponto que houve mesmo um momento de ternura, quando Assunção Cristas convidou o PCP e o BE a juntarem-se à moção de censura do CDS ou, em alternativa, a apresentarem eles uma à qual o CDS se juntaria, independentemente dos respectivos considerandos! É verdade que já vimos isto antes, com o PEC 4. Mas já sabemos o que acontece quando a história se repete: ou é comédia ou é tragédia. Desta vez foi comédia.

ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

2 Exemplar entrevista de José Gomes Ferreira a Carlos Costa. Exemplar, da parte do jornalista; exemplar de desfaçatez, da parte do governador. Da sua passagem pela administração da Caixa, é simples: não participou em nenhuma reunião de concessão de crédito, a não ser para compor quórum; não se envolveu em áreas de risco; não acompanhou clientes; e, presume-se (não o disse) nunca olhou para as contas das imparidades. Que terá ele estado lá a fazer?

Uma coisa fez: comprou, por acaso através dos serviços comerciais da Caixa, um monte alentejano que, por acaso também, estava à venda através desses serviços, e que, por acaso, pertencia ao também administrador Armando Vara, mas de quem, por acaso, não é amigo. Quanto ao Novo Banco, que anunciou que começava do zero, sem uma imparidade (todas chutadas para o “banco mau”) e com 4 mil milhões dos contribuintes lá metidos, se a conta hoje já vai em 8700 milhões e não se vê o fim é porque “não é num fim-de-semana que se toma consciência de toda a situação existente”. Também não percebeu que a Caixa precisava de ser recapitalizada porque “isso era da competência do accionista” e “todos os anos todos os bancos constituem imparidades adicionais” — é assim uma espécie de imposto-surpresa e tendencialmente perpétuo para os contribuintes. Afável, sorridente, de consciência perfeitamente tranquila, terminou o governador, com esta declaração: “Conseguimos um feito enorme: evitar que houvesse uma perda de confiança no sistema bancário. Os depósitos continuaram a entrar.” Ó senhor governador, queria que puséssemos o dinheiro debaixo dos colchões?

3 Num dia, sem consultar os seus aliados europeus ou da NATO, Donald Trump denuncia unilateralmente o Tratado INF, celebrado com a Rússia em 1987, e destinado a conter a proliferação de mísseis nucleares de médio alcance (entre 300 e 3400 milhas), cujo teatro de operação por excelência é a Europa. No outro dia, declara que a exportação de BMW para os Estados Unidos é uma ameaça à segurança nacional e anuncia a subida em 40% das suas taxas de importação, apesar de a maior fábrica da BMW se situar nos Estados Unidos. Depois, na segunda-feira, convoca uma conferência sobre segurança europeia para Munique, onde envia o seu vice, Mike Pence (em si mesmo, a única razão válida para duvidar da utilidade de um impeachment de Trump). Na véspera de visitar Munique, Pence tinha estado em Auschwitz, acompanhado de Netanyahu. E, enquanto o premier israelita arranjou maneira de se meter num sarilho diplomático declarando que os polacos tinham sido cúmplices e ocultadores dos crimes nazis (por acaso, uma triste verdade), o americano, aproveitando o entusiasmo do momento, declarava por seu lado que também eram anti-sionistas os europeus que não se juntassem aos Estados Unidos na denúncia do Tratado de desarmamento nuclear do Irão (que Trump também denunciou unilateralmente sem querer saber dos protestos dos aliados europeus). E, chegado a Munique — acompanhado por uma luzidia delegação composta pela filha de Trump, Ivanka, essa sumidade de política externa, e o marido Jared Kushnner, “enviado especial para o Médio Oriente” — Mike Pence gastou toda a sua intervenção a atacar os europeus que não abandonassem o tratado que levou anos a negociar entre Europa, Estados Unidos e Rússia e que tem garantido que o Irão não se torne uma potência nuclear. Justamente a ameaça que os americanos dizem querer enfrentar com a reinstalação das armas nucleares de médio alcance na Europa, uma vez mais sem consultar os europeus. Ou seja: Trump quer ver os europeus abandonar o tratado com o Irão para depois poder dizer, sem ser contestado, que o Irão é livre de fabricar armas nucleares. E verificada essa ameaça potencial e a ameaça russa de responder ao rearmamento americano (pois consideram, e com razão, as armas de médio alcance americanas um perigo real para o seu território), Trump virar-se-á então para a Europa e dirá: “Querem as nossas armas nucleares para vos protegerem ou preferem ficar desarmados à mercê de russos e iranianos?”.

Trump virar-se-á então para a Europa e dirá: “Querem as nossas armas nucleares para vos protegerem ou preferem ficar desarmados à mercê de russos e iranianos?”

Mas o jogo do clã Trump vai mais além ainda: envolve Israel e a Arábia Saudita, cuja improvável aliança é o grande plano estratégico de Jared Kushner. Mas aqui junta-se um incendiário plano geopolítico com um ganancioso objectivo pessoal de negócios, coisa que na família Trump parece andar sempre a par. Depois de ter fechado em Riade o maior negócio de venda de armamento convencional de que há memória, “The Washington Post” conta agora como o genro de Trump, na esteira do seu antigo conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, estará a negociar a venda encapotada de capacidade nuclear à Arábia Saudita, através da cobertura clássica que é a venda de centrais nucleares (os israelitas, depois, ensinariam rapidamente como se faz o resto). Não por acaso, as centrais seriam vendidas pela Westinghouse Electric, pertencente à Brookfield Asset Management, financiadora da família de Kushner em tempos de dificuldades. Juntando tudo isto — o pacote de armas convencionais comprado por Riade (e abundantemente utilizado na Guerra do Iémen), as centrais nucleares a comprar e os novos mísseis de médio alcance para a Europa — há milhares de milhões a ganhar pela indústria militar americana, grandes aliados políticos e parceiros de negócios de Trump. Parece um pesadelo inacreditável e é.

4Em Munique, ao falar da segurança europeia e mundial, Angela Merkel expôs os dados mais recentes sobre o aquecimento global, perante a esperada indiferença do vice-presidente americano, cuja Administração também denunciou unilateralmente o Acordo de Paris, assinado por Obama, sobre o combate às alterações climáticas. Um longo editorial de “The New York Times” desta terça-feira, significativamente intitulado “Time to panic”, resumia a situação assim: “Com o planeta a aquecer de forma catastrófica, talvez o medo seja a única coisa capaz de nos salvar”. Mas será que os idiotas têm medo? No mesmo dia, “Le Monde” dava notícia de um plano europeu, reunindo já centenas de adesões de gente que vai da direita francesa à extrema-esquerda espanhola, para a criação de um banco europeu financiado com 300 mil milhões de euros, retirados dos fundos de coesão e de impostos sobre as grandes empresas, e exclusivamente dedicado à construção de uma “economia verde” na Europa. Sem passar pelo sistema financeiro e abrangendo os sectores dos transportes, habitação, indústria, energia e serviços, podendo criar até seis milhões de empregos na UE. Uma economia dirigida para salvar o ambiente e não mais deixada entregue a si mesma e às suas escolhas. Felizmente, ainda há alguém que pensa: há uma esperança, afinal a Europa não é aqui.


Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Mas que intimidade!

por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 22/02/2019)

cavaca_marceloO Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimenta bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco

Diz a última sondagem conhecida que a popularidade de Marcelo está em queda. Não é de estranhar. Marcelo está perder o sentido da pouca equidistância que ainda tinha, e para ele, a campanha eleitoral também já começou. Cada vez vai descaindo, numa rampa inclinada imparável para o lado direito do espectro político de onde, na realidade, nunca saiu.

Se a oposição é frouxa e não tem discurso credível nem projecto alternativo viável - a não ser as birras infantis da Dra. Assunção -, Marcelo passou a não se coibir de mostrar a face - indo para além das selfies politicamente inodoras -, e passando a ocupar o lugar de líder da oposição.

Assim, todos os temas que no momento são dor de cabeça para o Governo, acabam por ter na sombra o conforto mais ou menos mediático do presidente. Contudo, no que toca ao dossier da Lei de Bases da Saúde - que a ser votada com o apoio da esquerda parlamentar irá causar um rombo de milhões nos interesses privados que se movimentam na área da saúde -, a actuação de Marcelo tem sido descaradamente parcial, ficando claro que os seus amigos não são os pobres que ele beija como Judas beijou Cristo, mas sim os grupos económicos que fazem da saúde um negócio milionário.

Mas o despudor de Marcelo atingiu ontem o zénite quando em público deliberadamente fez questão de dar toda a cobertura à conduta da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros e à sua greve ilegítima e assassina (ver aqui ). Uma vergonha a adicionar ao telefonema que dirigiu ao enfermeiro que decidiu entrar em greve de fome, tentando assim manifestar a sua oposição à requisição civil decretada - e bem -,  pelo governo.

A foto acima devia fazer corar o Presidente da República. Tanto mimo, tanta meiguice, tanto langor no olhar e no sorriso de Ana Rita Cavaco, em público e em frente às câmaras, levam-me a inquirir até que ponto poderá levar o seu desvelo carinhoso se for recebida por Marcelo, a sós em audiência privada.

Marcelo diz que não fala da greve dos enfermeiros antes que o Tribunal se pronuncie sobre a contestação que os dois sindicatos responsáveis pela greve às cirurgias apresentaram. De facto, nem é preciso falar. Uma imagem vale mais que mil palavras. Depois desta imagem não é preciso dizer mais nada, tudo está dito. Marcelo está ao lado de Ana Rita Cavaco no ataque ao SNS, e estará também ao lado dos privados no ataque ao SNS no caso da contenda com a ADSE.

Como Marcelo tanto preza a sua popularidade - que devido a estas atitudes só pode cair ainda mais já que os portugueses estão (segundo sondagens) largamente ao lado do governo na sua disputa com os enfermeiros -, só estando em jogo uma parada alta é que ele terá decidido colar-se sem rebuço a estas manobras contra o SNS.

Sim, a parada é alta. É a saúde de milhares de portugueses, sobretudo dos mais desvalidos e carenciados. Mas para Marcelo, e para os seus amigos da direita, não é a saúde de milhares de cidadãos que conta, mas sim os milhares de euros que temem que deixem de entrar nas suas contas bancárias.

Pedras Parideiras - um fenómeno raro que apenas existe em Portugal e na Russia

Pedras Parideiras é o nome dado a um fenómeno de granitização, único no país e raríssimo no mundo inteiro. Para além de Portugal, apenas há conhecimento da existência deste fenómeno geológico numa zona próxima de São Petersburgo, na Rússia.
Esta “pedra-mãe”, que data de há mais de 280 milhões de anos, é um afloramento granítico onde estão incrustados pequenos nódulos em forma de discos biconvexos e que têm entre 2 e 12cm. Oscilações térmicas ou os efeitos da erosão fazem com que esses nódulos sejam libertados da rocha-mãe e se espalhem à sua volta, deixando marcado nela o seu vazio, em baixo-relevo. Estas pequenas “pedras-paridas” são compostas pelos mesmos elementos mineralógicos do granito, a camada externa é composta por biotite (mineral de aspecto escuro e brilho metálico) e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico.

Nesta região portuguesa, as Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na tradição ancestral. As populações locais crêem que o colocar de uma das pequenas pedras-filhas debaixo da almofada de dormir, pode aumentar a fertilidade.
O fenómeno não está completamente explicado cientificamente e por isso levanta grande curiosidade e até crenças locais. Na Castanheira, a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação, aberta ao público em 2012, faz a contextualização geológica e pedagógica do fenómeno, e organiza visitas ao local.

O Arouca Geopark é um território onde se chega e fica. Onde a descoberta começa com a viagem. Não muito longe de eixos viários como a A1 e a A32 (a oeste), a A4 (a norte), a A24 e a A25 (a sul), a uma hora de carro das cidades de Aveiro e do Porto, a cerca de uma hora e meia das cidades de Coimbra, Viseu e Braga, a praticamente duas horas das cidades da Guarda e de Vila Real, e a três horas de Lisboa, está um destino único, inesquecível, onde vai querer voltar para descobrir novas surpresas.
Depois de deixar as vias principais (autoestradas), as estradas nacionais EN225 e a EN326 são as melhores alternativas para chegar ao Arouca Geopark.
Sentido Norte/Sul
(A1)
Saída: Santa Maria da Feira/São João da Madeira/Vale de Cambra/Arouca
Depois de sair da A1, o tempo estimado de viagem até ao Arouca Geopark é de 40 minutos.
(A32)
Saída: Carregosa/Pindelo/Vale de Cambra/Arouca
Depois de sair da A32, o tempo estimado de viagem até ao Arouca Geopark é de 40 minutos.
Sentido Sul/Norte
(A1)
Saída: Estarreja/Oliveira de Azeméis/Vale de Cambra/Arouca
Depois de sair da A1, o tempo estimado de viagem até ao Arouca Geopark é de 45 minutos.
Sentido Este/Oeste
(A25)
Saída: Porto (A1) – Estarreja/Oliveira de Azeméis/Vale de Cambra/Arouca
Depois de sair da A25, o tempo estimado de viagem até ao Arouca Geopark é de 45 minutos.
(EN225)
Cinfães/Castro Daire/Castelo de Paiva
Dependendo do local de partida, o tempo estimado de viagem até ao Arouca Geopark pode variar entre 30 e 60 minutos.

Genealogia da moral

22/02/2019 by Bruno Santos

Abundam nas redes sociais – nestas redes inclui-se toda a comunicação social, que também é uma rede – referências críticas às últimas remodelações governamentais, designadamente a aspectos relacionados com os laços familiares que unem certos membros do Governo da República.

O próprio senhor Presidente da República fez questão de vir esclarecer a sua posição sobre o assunto, desvalorizando-o e lembrando que, acima de tudo, é o mérito de cada um que determina a atribuição de lugar à mesa do Conselho de Ministros, e não qualquer outro factor alheio a esse mérito, como por vezes parecem insinuar alguns críticos, desconhecedores, certamente, da longa tradição portuguesa em matéria de escrutínio e reconhecimento das qualidades dos seus escolhidos.

Para demonstrar a razão que assiste ao senhor Presidente da República, segue-se uma lista ordenada de portugueses de grande merecimento que, por causa dele e apenas dele, ocuparam cargos de elevada responsabilidade no governo de Portugal. A lista começa em 1604, com João IV e Luísa de Gusmão, terminando em 1999 com Dinis, Duque de Bragança. Pelo meio, toda uma genealogia do mérito.

Dinastia de Bragança. Fonte: Wikipédia.

A exótica Universidade de Coimbra e a laicidade

por estatuadesal

(Por Carlos Esperança, 22/02/2019)

UCOI

A Universidade de Coimbra não é apenas uma fonte de ciência, é a fossa onde desagua a fé, onde a liturgia a coloca como exclave de uma universidade pública e a transforma em confessional, onde o cargo máximo exige missa prévia, com genuflexões, aspersões de hissope e homilia sacra.

O Professor Decano, Professor Doutor Aníbal Traça de Carvalho Almeida, encarregado da cerimónia de posse do novo Reitor, mais preocupado com a salvação da alma do que com a separação da Igreja e do Estado, quiçá ignorante da laicidade a que está obrigada a Universidade pública, quem sabe se ungido pelo Divino, introduziu na cerimónia de posse do novo Reitor uma santa missa. A missa de 1 de março vai merecer o prémio da inovação.

No próximo 1 de março, a missa é a novidade da posse do Magnífico Reitor, Professor Doutor Amílcar Celta Falcão Ramos Ferreira, mas na posse do posterior Reitor será já uma tradição, um uso que se perpetuará para maior glória do cargo e deleite pio. Espera-se que o capelão seja experiente e não dê a comunhão ao novo Reitor e a extrema-unção ao piedoso Professor Decano ou vice-versa.

Não há coisa tão bonita como ver o corpo docente de joelhos e a Universidade pública a desfilar ao som do cantochão, com professores em vestes talares, de borla e de capelo.

Se a moda for contagiante a tomada de posse do presidente do Conselho de Reitores vai abrir com solene Lausperene e Te Deum, seguidos de procissão com o Senhor Exposto, passando sucessivamente de igreja para igreja, por entre aplausos dos profanos.

Nos Politécnicos há de ser também a missa a preceder a posse de diretores. Em escolas integradas a posse exigirá, pelo menos, uma novena e na creche o terço há de preceder a entrada em funções de cada novo diretor.

Os juramentos de fidelidade à Constituição e ao cumprimento das leis da República são obsoletos. O futuro está na Bíblia, na Tora e no Corão, e a Universidade de Coimbra na vanguarda das cerimónias pias.

Do Vale dos Caídos, onde ainda jaz Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco Bahamonde Salgado-Araujo y Pardo de Lama, doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, só não mandou felicitações pela cerimónia pia porque, felizmente, continua morto.