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segunda-feira, 7 de julho de 2025

 

A Ucrânia a colapsar

By estatuadesal on Julho 4, 2025

(Estátua de Sal, 04/07/2025)


Não há coincidências, acha a Estátua. Consumidora dos canais televisivos de notícias sempre que está acordada e vigilante, a Estátua tem vindo a notar um certo realinhamento opinativo na CNN sobre as guerras na Ucrânia e em Gaza

Para começar o general Isidro - que devia ter um beliche para pernoitar nos estúdios da estação -, nunca mais apareceu e deixou de nos vender banha da cobra, desde o dia em que publicamente se assumiu como protocandidato à Presidência da República, não desdenhando nessa condição o apoio do Chega. Boa viagem, avança ó Isidro, que tens todo o meu apoio! Se é para roubar votos ao Almirante, a Estátua até te publica aqui um cartaz de propaganda, quando chegar a campanha eleitoral... 🙂

Desse modo, as manhãs e inícios de tarde, como hoje, ficaram muito mais apelativos. Começou por intervir o Major-general Agostinho Costa e seguiu-se o Major-general Carlos Branco, o que também é inédito: nunca opinavam os dois em sequência e a solo, não estando sujeitos ao contraditório da Soller, da Ferro Gouveia ou do Serronha e quejandos.

Já estou a imaginar os comentários dos direitolas e dos belicistas da bandeirinha azul e amarela, a vomitarem raiva por entredentes: "A CNN transformou-se num antro de putinistas!" 🙂

Meus caros direitolas, nada disso. Business is business e a CNN, que deve saber mais do que aquilo que nos mostra, provavelmente só está a antecipar a mudança do vento. Trump retirou uma parte importante do apoio à Ucrânia, sobretudo em termos de defesa aérea, e os mísseis e drones russos penetram cada vez incólumes no território ucraniano. Agostinho Costa, no vídeo abaixo, explica tudo.

Trump quer uma solução política para o conflito e quer que Zelensky se sente - não à mesa das negociações mas num banquinho das negociações para não fazer muitas exigências - ou então que se afaste e convoque novas eleições que, constitucionalmente, já há muito deviam ter ocorrido.

Sem o apoio dos EUA a Ucrânia irá colapsar num prazo breve, e essa é a força de Trump para impor uma solução política.

Tempos estranhos estes, em que a paz se faz pela força das ameaças, e pela retirada das armas aos contendores e não pela razoabilidade dos argumentos. Seja na Ucrânia, seja em Gaza, a técnica de pressão de Trump sobre os belicistas ocidentais é idêntica.

A ser bem-sucedido num caso e noutro, por ironia do destino, Trump caminhará a passos largos em direção ao Nobel da Paz. Obterá o galardão pelo seu amor à humanidade a transbordar do seu vulto imponente de grande estadista? Não. Será apenas porque, para ele, business is business as usual.

Mas que querem vocês? Nestes percursos labirínticos para a paz, como em muitos outros percursos, atenho-me ao antigo provérbio popular, manda quem pode, obedece quem deve.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

 

Ambiente “Mossad” em Israel onde a guerra das sombras se torna apocalipse público!

By estatuadesal on Junho 17, 2025

(Por Phil Broq, in Blog de l'éveillé, 16/06/2025, Tradução Isabel Conde, Revisão Estátua)


Israel invocou tanto o inferno que está a arder nele...


Houve um tempo, não muito longínquo, em que Israel se arrogava o monopólio da violência no Médio Oriente, pavoneando-se por trás da sua Cúpula de Ferro, das suas armas americanas e das suas armas nucleares não declaradas, ditando as suas vontades aos meios de comunicação corruptos e subsidiados, com a bênção silenciosa de um Ocidente cúmplice. Impunha a sua lei pelos ares, semeava bombas nas ruas de Damasco, Teerão e Beirute, eliminava os seus inimigos sem julgamento e ousou depois falar sem tremer do seu “direito de se defender”, enquanto atacava todos os seus vizinhos. Mas essa época está a desmoronar-se sob os escombros fumegantes de Haifa e as chamas que devoram Telavive, no mesmo momento em que escrevo estas linhas.

A arrogância militar israelita, alimentada por décadas de impunidade, acaba de se deparar com uma realidade que não tinha previsto, com um adversário que já não recua, que ataca metodicamente, massivamente e com precisão. O Irão, há muito fechado numa postura defensiva face a uma campanha de sabotagem, de assassinatos seletivos e de provocações contínuas, escolheu a hora da réplica em 15 de junho de 2025. E esta réplica nada tem de retórica fanfarrona, visto que se mede actualmente em centenas de mísseis, em drones suicidas e em ataques cirúrgicos contra numerosas infraestruturas estratégicas israelita.

Telavive, a arrogante montra da modernidade israelita, arde. Haifa, bastião industrial e militar, está em ruínas. O porto está crivado de crateras, as fábricas de Rafael estão esventradas e até o Instituto Weizmann foi transformado em carcaça fumegante. A Cúpula de Ferro, há muito apregoada como um escudo implacável contra os rockets palestinianos, na realidade revela-se uma peneira tecnológica obsoleta. Os mísseis balísticos, hipersónicos e inteligentes iranianos penetraram nas camadas da defesa israelitas como se elas não existissem. O que outrora era uma demonstração de domínio tecnológico transformou-se num parque de diversões a céu aberto livre para os drones kamikaze de Teerão. Até as instalações mais sensíveis, como as centrais eléctricas, as bases militares e as residências de altos funcionários foram atingidas com uma precisão arrepiante. Israel, que ainda ontem dava lições em matéria de segurança, esconde-se agora em abrigos subterrâneos, incapaz de garantir a sua própria defesa face a uma chuva de projécteis de alta tecnologia que são um reflexo exato dos seus próprios métodos.

O que vemos não é apenas de uma resposta militar do Irão, mas um pôr a nu. Uma humilhação estratégica e uma advertência brutal de que a ordem internacional não pode tolerar eternamente o unilateralismo armado. O que estamos a testemunhar hoje é o colapso de um mito de longa data da invulnerabilidade israelita. O Irão já não é o joguete dos ataques israelitas, mas tornou-se o espelho trágico e implacável da sua política externa. A consequência tão lógica quanto direta de décadas de provocações não sancionadas. Israel quis esta guerra, mas já não controla o cenário. E a história, essa, está em vias de mudar de rumo.

Desde 2023 que Israel multiplica os ataques contra alvos iranianos no território da República Islâmica, sem declaração de guerra, sem mandato do Conselho de Segurança da ONU e, sobretudo, sem a mínima justificação legal reconhecida pelo direito internacional. Estas operações militares são o que parecem ser. Violações flagrantes da Carta das Nações Unidas (artigo 2§4), que proíbe explicitamente o recurso à força contra a integridade territorial ou a independência política de um Estado membro.

Israel não estava em guerra com o Irão. Não tinha sido atacado por Teerão. Nunca nenhum míssil tinha atravessado a fronteira israelita antes de 2025. No entanto, o Tsahal arrogou-se o direito de proceder a assassinatos selectivos em solo iraniano, de sabotar infraestruturas civis e nucleares, de fazer explodir cientistas nas ruas de Teerão à maneira dos mafiosos e de fazer explodir comboios humanitários na Síria sob o pretexto de serem “pró-iranianos”. Tudo isso com a aprovação tácita, se não explícita, dos Estados Unidos e dos seus satélites europeus. Uma verdadeira licença para matar, de geometria variável, cujo objectivo é criar o “Grande Israel”, um programa imobiliário oculto sob mofos messiânicos.

E quando Israel é confrontado com a questão da legalidade das suas acções, foge. No entanto, Telavive nunca levou a sua paranoia sobre o programa nuclear do Irão aos tribunais internacionais. Nunca apresentou uma queixa ao Tribunal Internacional de Justiça. Muito simplesmente porque uma análise séria, por parte de organismos independentes como a AIEA, desmontou sistematicamente as suas alegações. O Irão cumpre, ou pelo menos cumpria, até ao bombardeamento das suas instalações, as regras do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Não há provas tangíveis do fabrico de uma arma atómica. Até uma fatwa religiosa suprema proibiu explicitamente o Irão de construir uma bomba nuclear. Um compromisso moral que poucos países com armas nucleares, incluindo Israel, poderiam aspirar a igualar.

Mas Israel assenta no direito internacional como num banco velho. O seu objectivo não é a segurança, é o domínio. Ao perpetuar o mito de um Irão nuclear ameaçador, está a justificar o seu próprio programa atómico ilegal, cuidadosamente não reconhecido, nunca inspeccionado e, no entanto, o mais perigoso da região. E, sobretudo, usa esta ficção para justificar um estado de guerra permanente, no qual pode fazer-se de eterna vítima enquanto age como o principal agressor.

Não se trata de um conflito pontual ou de um mal-entendido diplomático. Trata-se de um sistema de provocação deliberada, mantido metodicamente durante décadas. Israel provoca, viola o direito, assassina em silêncio e depois grita agressão assim que um contra-ataque ameaça o seu monopólio da violência. É a política do fogo sem fumo, da guerra sem guerra, da impunidade como doutrina. Mas a História pode estar a mudar. Desta vez, o Irão não apresentou queixa em Haia. Respondeu com fogo. E Telavive saboreia pela primeira vez o que significa, concretamente, viver sob a ameaça de um céu hostil.

É preciso voltar a dizê-lo com clareza! Israel é a única potência nuclear do Médio Oriente. É um facto, mesmo que Israel se esforce por nunca o confirmar publicamente. Esta “ambiguidade estratégica” não passa de uma hipocrisia diplomática tolerada e até protegida pelos seus aliados ocidentais. Enquanto as centrifugadoras iranianas são acossadas diante das câmaras, desvia-se o olhar das ogivas israelitas armazenadas em Dimona, à sombra do deserto do Negev. Até hoje, nenhum inspetor da AIEA pôs os pés no local. E com razão, porque Israel recusa-se simplesmente a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) que, no entanto, exige, insistente e ruidosamente, que o Irão respeite até ao mais ínfimo pormenor.

Ironia geopolítica, pensarão. Eu diria antes um cinismo nuclear! Porque, há anos que Israel, com a cumplicidade estridente dos Estados Unidos e a submissão muda da União Europeia, acusa o Irão de querer fabricar uma arma atómica, apesar de nunca ter havido nem provas, nem confissões, nem testes, nem declaração oficial que sustentassem essa acusação. Pelo contrário, dezenas de relatórios da AIEA, disponíveis para consulta pública, confirmaram que o Irão respeita os seus compromissos. O Irão foi mesmo ao ponto de propor, com insistência, a criação de uma zona desnuclearizada no Médio Oriente, ideia imediatamente rejeitada por Israel.

Porque aceitar esta iniciativa significaria abrir a porta às inspecções internacionais do seu próprio arsenal, aderir ao TNP e revelar aquilo de que todos suspeitam. A saber, que Israel possui armas nucleares e não tem qualquer intenção de as abandonar. Por outras palavras, Israel não quer eliminar a ameaça nuclear na região, quer continuar a ser A ÚNICA ameaça nuclear.

Assim se constrói a dualidade de critérios, porque aquilo que Telavive se permite em segredo, demoniza-o no outro; o que as suas ogivas encarnam nos silos, censura-o nas centrifugadoras de enriquecimento para uso civil do programa iraniano. A propaganda fez o resto, transformando o Irão num “Estado pária” com ambições atómicas demoníacas, enquanto Israel, embora detentor clandestino da arma suprema, se pavoneia como o autoproclamado guardião da paz.

Mas esta ficção desmorona-se agora. A estratégia israelita, assente no bluff, na intimidação e no silêncio nuclear, já não resiste ao teste da realidade. São os mísseis iranianos que agora caiem sobre as suas centrais elétricas, as suas bases militares e os seus centros de investigação. São os alvos israelitas, outrora a salvo de represálias, que explodem uns atrás dos outros.

Já não é uma questão de dissuasão, é uma lição de reciprocidade. E esta lição começa a quebrar a aura de invencibilidade de Israel, cuja arrogância nuclear está agora a ser exposta, visada e virada contra si. Porque, durante décadas, Israel teve a audácia, ou o desplante, de se apresentar como uma vítima perpétua, um David cercado por Golias bárbaros, justificando em nome da sua “sobrevivência” uma diplomacia baseada no assassínio, na sabotagem, na intimidação e na chantagem militar.

Mas o que acontece quando os serviços secretos deste “povo autoeleito” se comportam exatamente como o inimigo que dizem combater? Acontece que o mundo começa finalmente a ver que Israel industrializou o terrorismo de Estado, com a sofisticação de um cirurgião e a selvajaria de um esquadrão da morte.

Quanto ao Mossad, não é um serviço de informações. É uma organização de eliminação sistemática. Um grupo de terroristas internacionais. O seu modus operandi, com uma assinatura única, usa carros-bomba, agentes adormecidos, explosões selectivas, ciber ataques e liquidação física de qualquer pessoa considerada uma “ameaça” pela superioridade israelita. Se o Daesh e a Al-Qaeda (aliás, financiados pelos EUA) colocassem bombas, as pessoas gritariam jihad. Se Israel rebenta com um cientista nuclear iraniano nas ruas de Teerão, há apenas um silêncio educado, ou mesmo uma admiração abafada, declarando-se nas televisões subsidiadas e sionistas: “que eficácia dos serviços secretos”. O mesmo método, a mesma cobardia, mas uma narrativa completamente diferente.

E, desde abril de 2025, o verniz estala. Explosões sacodem Teerão, carros explodem em bairros civis e crianças iranianas morrem a brincar na rua. O culpado é oficiosamente o Mossad. Mas oficialmente... ninguém. Estas tácticas, outrora camufladas em narrativas de defesa preventiva, são agora recicladas no horror nu do terrorismo urbano, como se o exército israelita tivesse finalmente decidido imitar os seus inimigos em vez de os combater. Reconhecem-se os mesmos métodos que os usados pelos grupos terroristas, o que poderia levar-nos a pensar que são as mesmas pessoas que assim agem.

Na verdade, a guerra limpa não existe, mas Israel sempre gostou de sujar as mãos com luvas brancas. No fim de contas, o “exército mais moral do mundo” não passa de um amontoado de terroristas protegidos pelos meios de comunicação e pelas armas do Tio Sam.

Só que, desta vez, a opinião pública internacional, saturada de imagens, de vídeos, de provas, começa a fazer a ligação entre estes métodos que são tão idênticos aos das organizações terroristas que se tornam assinaturas de sangue. O único elemento que muda é a nacionalidade do assassino anunciado pelos meios de comunicação social.

Este terrorismo de Estado atingiu um clímax grotesco quando fontes iranianas afirmaram que o Mossad planeava um falso ataque a bases americanas para desencadear uma guerra total contra o Irão. Uma manipulação tão vil como uma falsa bandeira, digna de um thriller paranoico... salvo que, no cenário do Médio Oriente, este tipo de intriga é banal. É a política externa israelita em ação que persiste em acender um rastilho e depois acusar os outros do incêndio.

E quando o Irão contra-ataca, metodicamente, visando os centros de informação escondidos no coração dos colonatos israelitas – o que, não esqueçamos, faz dos civis israelitas, de facto, escudos humanos em torno de instalações militares -, redescobrem-se então as grandes lágrimas de crocodilo de Telavive. O Mossad mata na sombra, Israel ataca à luz do dia e depois clama ser mártir assim que um míssil cai sobre Haifa ou Telavive.

Mas, desta vez, a encenação não funciona. O cenário perdeu originalidade. E os drones “Shahed” filmam os seus alvos antes de os destruírem. Os vídeos espalham-se mais depressa do que os desmentidos oficiais. A propaganda israelita vacila, o mito sucumbe. Até a santa aliança mediática ocidental tem dificuldade em acompanhar, porque há demasiados corpos, demasiadas chamas, demasiados mísseis para que isto possa ser disfarçado de operação “defensiva”. E este Estado ilegal, que fazia reinar o medo nas ruas dos seus vizinhos, prova agora as suas próprias receitas. O Mossad, orgulhosa encarnação da “precisão cirúrgica”, acaba de descobrir que a guerra, a verdadeira, não se limita a colocar bombas debaixo dos bancos dos carros dos outros. Acaba sempre por regressar a casa.

Perante esta chuva de fogo, as elites israelitas fogem para os bunkers, os soldados desertam e os chefes dos serviços secretos demitem-se. O Shin Bet vacila, o Mossad perde o controlo e Netanyahu, saído dos seus túneis para inspecionar as ruínas, só tem cinzas como horizonte político. Enquanto o Ocidente fecha frouxamente os olhos, Israel descobre, estupefacto, o que significa sofrer o que há muito infligia aos outros. O choque não é apenas militar, é um colapso moral. Um povo habituado a atacar sem ser punido apercebe-se agora e com terror que a guerra, a verdadeira, já não distingue nada entre o carrasco e a sua própria fachada de vítima.

Além disso, depois de ter armado a Ucrânia até aos dentes, como um gladiador sacrificado no altar da NATO, Washington faz agora vista grossa, cansado de um conflito que não rendeu nada a não ser stocks de munições a repor e milhares de milhões evaporados no nada. Zelensky, agora uma silhueta trágica, pedincha obuses, enquanto os grupos de reflexão de Washington preparam já os próximos funerais geopolíticos de Israel. Porque, nos bastidores, os Estados Unidos desobrigam-se cobarde, mas metodicamente. O fiel aliado é agora um fardo estratégico, bom para acenar nos discursos, mas demasiado arriscado para defender quando os mísseis chovem.

A mensagem de Mac Gregor é clara para todos: “Se desencadearem um inferno regional, não contem connosco para o extinguir com o nosso sangue e o nosso dinheiro”. Israel, tal como a Ucrânia, são agora dois peões sacrificados no tabuleiro de xadrez imperial. Dois aliados demasiado fanfarrões, agora deixados à sua própria sorte, enquanto a América, embriagada pela dívida e pelo fentanil, se retira por trás do seu slogan “America First”. Uma tradução contemporânea do “cada um por si”!

Assim, pela primeira vez em décadas, Israel, esse colosso com pés de barro, é obrigado a rever a sua pretensa invencibilidade, uma vez que deixou de ser apoiado pelos EUA. O Irão, até agora visto como um Estado “pária”, submetido a um embargo permanente e a uma guerra-sombra, acaba de romper o monopólio da força unilateral no Médio Oriente. Com os seus ataques massivos, precisos e implacáveis, Teerão arrasa a narrativa ocidental de um agressor perpétuo transformado em vítima legítima. Mas esta mudança não diz respeito apenas a Israel, visto que abala também todas as alianças e equilíbrios e incita as potências mundiais a reavaliarem os seus cálculos estratégicos.

A arrogância com que Israel perpetrou o seu genocídio em Gaza, massacrando civis sob o pretexto de uma “legítima defesa”, terá sido, finalmente, a sepultura que o país cavou para si próprio, com a sua arrogância, ao atacar frontalmente o Irão. Uma coisa é reduzir a nada uma população sob embargo há 40 anos, faminta, sedenta e martirizada; outra coisa é atacar um país como o Irão!

Esta política de ultra agressão, baseada na impunidade e na brutalidade descomplexada, despertou um adversário determinado, pronto a redefinir definitivamente as regras do jogo militar e diplomático. Hoje, é Israel que aprende, a um preço elevado, o que é o terror que impôs aos seus vizinhos. E, neste jogo sangrento de lorpas, é a lógica implacável da justiça histórica, dolorosa, lenta, mas inexorável, que vem bater à porta de Telavive. Mas esta estratégia baseada na força bruta e na injustiça só podia voltar-se contra ele. E já não era sem tempo...!

A partir de agora, o Irão já não se contentará em ser a vítima silenciosa de provocações e ataques ilegais. O que o mundo vê hoje já não é simplesmente uma guerra regional, mas o regresso brutal da justiça histórica. Quer queira quer não, Israel está prestes a ser colocado no seu devido lugar, e não pela diplomacia ou pelos tribunais internacionais, mas pela força implacável de um Estado que se recusa a deixar-se humilhar ainda mais e aniquilar sem reagir.

O Irão demonstra que a resistência e a soberania podem prevalecer perante as potências dominantes, enviando assim uma forte mensagem à comunidade internacional sobre a necessidade de respeitar os direitos e as aspirações dos povos. A narrativa da vítima desmorona-se, as máscaras caiem e uma nova era pode muito bem começar para o mundo inteiro, cansado de viver diariamente os horrores e as injustiças. Uma era em que a arrogância de ontem se torna a retribuição de hoje.

Israel invocou tanto o inferno que está a arder nele...

 

Os sionistas estão a gritar: “Tio Sam, ajuda-nos”

By estatuadesal on Junho 17, 2025

(Por Larry C. Johnson, in Observatorio Crisis, 15/06/2025, Revisão Estátua)


A Rússia enviou um aviso claro a Israel e aos Estados Unidos: a Rússia apoia o Irão.


A euforia inicial de Israel com os ataques da manhã de sexta-feira contra alvos iranianos se esvai à medida que os moradores israelenses experimentam o próprio veneno. O tão alardeado Domo de Ferro de Israel é um fracasso completo. Postei alguns vídeos abaixo mostrando como os mísseis iranianos chegam sem impedimentos.

Em seu último vídeo, BORZZIKMAN relata que o ataque iraniano de ontem à versão do Pentágono das FDI destruiu um sistema de defesa aérea THAAD que foi implantado para "proteger" o prédio.

Pepe Escobar foi entrevistado hoje pela Nima e forneceu notícias importantes de suas impecáveis ​​fontes russas. Israel, com a ajuda do Ocidente, atacou o Irão com um ataque cibernético na manhã de sexta-feira (horário de Teerão), desativando o sistema de defesa aérea iraniano. Israel e o Ocidente previram que isso desativaria a capacidade do Irão de rastrear e atacar mísseis inimigos por vários dias. Segundo Pepe, técnicos iranianos colocaram o sistema em funcionamento em 10 horas.

A propaganda da Vila Potemkin , gerada por Israel e disseminada pela mídia ocidental, está se desintegrando. Enquanto muitos no Ocidente ainda acreditam que Israel desferiu um golpe fatal no Irão e que o país está a poucos dias do colapso, a força de mísseis iraniana continua a avançar, bombardeando Israel exaustivamente. 

Suspeito que o Irão esteja empregando táticas Houthi com seus mísseis balísticos, disparados de lançadores móveis; ou seja, em vez de depender de pontos fixos, o Irão está posicionando seus mísseis por todo o país em lançadores móveis, que são virtualmente impossíveis de detectar e destruir a tempo. 

Enquanto escrevo isto, o Irão teria lançado uma oitava onda de mísseis. O Irão se envolverá em uma batalha de retaliação contra Israel até que Israel cesse seus ataques ao Irão.

Outra realidade que Israel enfrenta é que os Estados Unidos não têm suprimentos ilimitados de mísseis de defesa aérea ou outras armas para enviar a Israel. Por exemplo, considere as limitações dos sistemas de mísseis antibalísticos THAAD e SM-3... Os EUA só conseguem fabricar de 50 a 75 THAAD e de 60 a 84 interceptores SM-3 por ano! Hoje li outra reportagem — que não consigo encontrar agora — afirmando que os EUA estão enviando armas para Israel com destino à Ucrânia. 

Tenho certeza de que Zelensky ficará encantado com a notícia. Se esta reportagem for verdadeira, os dias da Ucrânia estão contados. Sem o apoio militar e de inteligência dos EUA, a Ucrânia não conseguirá sustentar suas operações militares durante o verão.

Gostaria de relembrar o Acordo de Parceria Estratégica que a Rússia e o Irão assinaram em 17 de janeiro. Abaixo estão as seções críticas relacionadas à atual guerra com Israel:

Artigo 3

No caso de uma das Partes Contratantes ser submetida a uma agressão, a outra Parte Contratante não fornecerá ao agressor qualquer assistência militar ou de outro tipo que contribua para a continuação da agressão e ajudará a garantir que quaisquer diferenças que tenham surgido sejam resolvidas com base na Carta das Nações Unidas e outras regras aplicáveis ​​do direito internacional.

O que isso significa? O direito à legítima defesa é reconhecido no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que permite aos países se defenderem em caso de ataque armado. Essa legítima defesa deve ser:

  1. Em resposta a um ataque armado real
  2. Imediato e necessário
  3. Proporcional à ameaça

O ataque de Israel às instalações nucleares do Irã, nos termos deste acordo, significa que o Irã, com o apoio da Rússia, terá plenos direitos de resposta militar. A Rússia enviou a Israel e aos Estados Unidos um aviso claro: a Rússia apoia o Irã.

O Artigo 4 é particularmente revelador porque admite que a Rússia e o Irão têm acordos separados que regem a cooperação entre suas respectivas agências de inteligência e segurança:

Artigo 4

Os serviços de inteligência e segurança das Partes Contratantes cooperarão no âmbito de acordos separados.

O Artigo 5 revela que a Rússia e o Irão concordaram com um nível abrangente de cooperação militar, abrangendo tudo, desde treinamento a exercícios militares e resposta a ataques:

Artigo 5

1. A fim de desenvolver a cooperação militar entre suas agências relevantes, as Partes Contratantes realizarão a preparação e a implementação dos respectivos acordos no âmbito do Grupo de Trabalho sobre Cooperação Militar.

2. A cooperação militar entre as Partes Contratantes abrangerá uma ampla gama de questões, incluindo o intercâmbio de delegações e especialistas militares, escalas em navios e embarcações militares das Partes Contratantes, treinamento de pessoal militar, intercâmbio de cadetes e instrutores, participação, mediante acordo prévio entre as Partes Contratantes, em exposições internacionais de defesa organizadas pelas Partes Contratantes, realização de competições esportivas conjuntas, eventos culturais e outros, operações conjuntas de socorro e salvamento marítimo, bem como o combate à pirataria e ao roubo à mão armada no mar.

3. As Partes Contratantes interagirão estreitamente na condução de exercícios militares conjuntos dentro do território de ambas as Partes Contratantes e além dele, por consentimento mútuo e levando em conta as regras geralmente reconhecidas do direito internacional aplicável.

4. As Partes Contratantes consultar-se-ão e cooperarão entre si para combater ameaças militares e de segurança comuns de natureza bilateral e regional.

Donald Trump chegou ao poder com o apoio de milhões de eleitores que acreditaram em sua promessa de não envolver os Estados Unidos em guerras estrangeiras desnecessárias. Parece que ele está quebrando essa promessa. 

Aparentemente, ele não aprendeu nada com George H.W. Bush, que prometeu "nada de novos impostos" e depois quebrou a promessa. Os eleitores não o perdoaram. Se Trump intervir em nome de Israel, provavelmente sofrerá um destino político semelhante; só que, em vez de não ser reeleito, verá o apoio político de um segmento-chave de sua base ruir.

Nota: O autor é ex-oficial da inteligência dos EUA.

 

A escumalha assassina

By estatuadesal on Junho 15, 2025

(Joseph Praetorius, in Facebook, 15/06/2025, Revisão da Estátua)

Ataques sobre Telavive. Afinal a Cúpula de Ferro tem buracos...

É importante notar que todos os membros da equipe negocial iraniana com os EUA foram assassinados pela escumalha khazar, que atacou, não o esqueçamos, ao abrigo dessas negociações cuja utilidade foi, afinal, a de fazer os iranianos baixarem a guarda.

Os EUA terão agora mais trabalho na reconstituição da sua credibilidade negocial, seja com quem for.

Sendo evidente que os russos tomaram boa nota, sobretudo no que à defesa dos membros da sua própria equipa negocial diz respeito.

A obstinação na técnica do assassinato de quadros e dirigentes, acabará, mais tarde ou mais cedo, por exigir dos próprios iranianos, como dos russos, medidas em conforme reciprocidade - e preferencialmente maior eficácia - sendo evidente que, a atual fase de isolamento político interno das cliques dirigentes khazares, tanto na Ucrânia, como na Palestina, oferece a esta solução um êxito de amplitude até agora não admitida, mas a partir de agora evidente.

O golpe mal pensado no território iraniano, coloca o dito "ocidente global" diante do terror do eventual encerramento do estreito de Ormuz e do plausível ataque às bases (e unidades navais) dos ditos "ocidentais" na região. O barril de petróleo a 300 dólares liquida a Weuropa num paar de meses. A China talvez não, por ser plausível a proteção pelos (leais) fornecimentos russos. A lealdade define a política externa russa.

A chegada das primeiras armas chinesas ao Irão, a disponibilização pública para o combate ao inimigo comum pela Coreia do Norte, o cerrar de fileiras das opiniões públicas dos países islâmicos, a unidade política óbvia em suporte da direção política, militar e religiosa do Irão, tudo isto, não permite vaticínios favoráveis à escumalha genocida. O processo adquire dinâmica própria, resistente a qualquer eventual êxito "ocidental".

A tomada de posição de Erdogan junto do Príncipe Real Saudita foi muito expressiva. O atacante e seus cúmplices não têm apoios.

Os apelos a "negociações" fazem rir. A escumalha não notou ter perdido a cara. Quarenta anos de recrutamento criterioso dos pseudo dirigentes europeus no mais asqueroso lúmpen dos funcionalismos bancários, deu nisto. E ainda não vimos o pior.

As versões oficiais perderam credibilidade, se alguma vez as tiveram. O Irão não tem, porque não quis ter, armas nucleares.

O Irão não poderia usar armas nucleares sobre o território ocupado pelo khazar, sem ferir os xiitas do Líbano, da Síria, do Iraque, do Iémen, da Arábia e da Turquia, coisa que, evidentemente, nunca faria e, atrevo-me a dizer, nunca fará. Só o monstruoso khazar pode, em pulsão suicidária, matar-se a si próprio para matar o inimigo que elegeu.

É preciso fixar isto. É verdade para o Médio Oriente e para a Ucrânia.

É preciso erradicá-los antes que a tentação de nos levar com eles tome proporções visíveis.

Talvez os sefarditas possam ajudar, quem sabe?

sexta-feira, 13 de junho de 2025

 

O partido da guerra à beira de um ataque de nervos

By estatuadesal on Junho 10, 2025

(Major-General Carlos Branco, in Diário de Notícias, 09/06/2025)


No rescaldo dos recentes ataques ucranianos às bases aéreas russas, várias personalidades próximas de Trump vieram a terreiro manifestar a sua opinião sobre o perigoso momento em que se encontra a humanidade como, por exemplo, o ex-mentor de Trump Stephen Bannon e o ex-conselheiro de segurança nacional Mike Flynn, refletindo ambos pensamentos muito próximos.

Numa recente mensagem colocada no “X”, Flynn alerta para a atuação de quem se encontra por detrás dos acontecimentos em curso e que empurram os EUA para uma confrontação militar de larga escala, com a Rússia. Dos vários aspetos abordados na referida mensagem, um merece particular atenção.

Flynn alerta para o facto de a maior parte da América permanecer alegremente desinformada pela comunicação social (CS), enquanto “as duas maiores superpotências do mundo são manipuladas pelas Forças das Trevas, dentro e fora do nosso governo [Administração Trump], para um grande confronto militar que nenhum país quer, e que nenhuma pessoa sã jamais desejaria.” O mesmo sucede na Europa, onde proliferam os idiotas úteis. Tal como a antiga presidente da Lituânia Dalia Grybauskaite que dizia “as armas nucleares já não amedrontam ninguém”, também nós temos cá criaturas semelhantes.

Flynn reitera algo que já sabíamos, mas que dito por alguém com a sua idoneidade ganha uma força e um sentido redobrado.

“O 'Estado Profundo' (Deep State) americano é composto por pessoas com um ódio profundo, visceral e irracional à Rússia, que conspiraram para interferir na tomada de decisões do Presidente Trump através do [conhecido] Russiagate Hoax.”

Flynn recorda-nos o óbvio, mas que causa incómodo a muita gente, na maior parte das vezes, por pura ignorância: “A Rússia não é a União Soviética e Putin não é Estaline”. “A CS oficiosa, profundamente influenciada e por vezes controlada pelo 'Estado Profundo', rotulou o Presidente Trump e aqueles que trabalham para ele de 'marionetas de Putin', para o incitar a tomar medidas injustificadas e agressivas contra a Rússia.”

“Estas vozes da CS do establishment refletem os pontos de vista do 'Estado Profundo', não do povo americano, não do movimento MAGA, e devem ser completamente ignoradas, se não mesmo ridicularizadas.” “Durante quase todo o período do pós-Segunda Guerra Mundial e certamente desde a criação da CIA, em 1947, essas forças obscuras do establishment, não eleitas, têm atuado para desestabilizar o mundo, trazendo morte, fome, assassinatos, violência, golpes de estado, motins, revoluções e destruição no nosso planeta.”

“Atualmente, estas forças estão a trabalhar para provocar a Rússia para um grande – talvez o último – conflito militar com o Ocidente.” Estas provocações têm assumido muitas formas: destruição do Nordstream, ataque aos radares de aviso prévio associados ao sistema nuclear russo, etc. e, mais recentemente, o ataque de drones ao arsenal estratégico da Federação Russa. Como salientou Flynn, “os bombardeiros estratégicos russos e americanos são obrigados, por acordo, a encontrarem-se visíveis à vigilância satelitária”. “Nunca ninguém atacou esses alvos. Se os bombardeiros russos podem ser atacados impunemente, o mesmo acontece com os bombardeiros americanos. Com esta ação, o Governo ucraniano não só enfraqueceu a Rússia como pôs em risco a América. Assim, os membros do Governo ucraniano que ordenaram estes ataques tornaram-se inimigos não só da Rússia, mas também dos Estados Unidos.”

Flynn não acredita que “a recente escalada contra a frota de bombardeiros estratégicos da Rússia tenha sido autorizada ou coordenada com o Presidente Trump. Pelo contrário, pensa que o 'Estado Profundo' está a agir fora do seu controlo. O 'Estado Profundo' está envolvido num esforço deliberado para provocar a Rússia para um grande confronto com o Ocidente, incluindo os Estados Unidos.”

Segundo ele, “chegou o momento de tomar medidas agressivas contra aqueles que abusam da sua autoridade como funcionários do Governo, para manipular a liderança eleita da nossa nação [EUA]. O 'Estado Profundo' americano não é apenas uma ameaça à paz, mas também uma ameaça ao Presidente”. Por isso, exorta “Trump a tomar medidas para purgar os inimigos da nossa nação [EUA] dentro das nossas agências e departamentos. Retirar essas pessoas do poder é absolutamente necessário para alcançar o tipo de paz que ele descreveu durante a sua campanha e no início da sua Administração.”

Flynn estabelece uma analogia com o presidente John Kennedy, quando este se apercebeu de que estava a ser manipulado, e afastou Allen Dulles do cargo de Diretor dos Serviços Centrais de Informações, bem como vários dos seus assistentes, que se opunham a quem procurava a paz. Nessa linha, exorta “o Presidente Trump a limpar imediatamente a casa de todos os membros do Governo que tiveram conhecimento prévio ou participaram de alguma forma no ataque ucraniano aos bombardeiros estratégicos da Federação Russa e a ir mais longe, declarando imediatamente o fim de qualquer apoio à Guerra da Ucrânia.” “Todos os americanos que ajudaram e foram cúmplices dos ataques da Ucrânia devem ser investigados por violação da lei americana e processados na medida do necessário.”

Aconselha, ainda, o presidente Trump a distanciar-se de certos líderes ocidentais, como o Chanceler alemão Friedrich Merz, que atuaram e falaram de forma irresponsável em relação à guerra na Ucrânia. “Se há países na Europa que desejam prestar assistência militar à Ucrânia, isso é da conta deles, e não devem ficar surpreendidos depois com a resposta do presidente Putin às suas ações contra a Rússia. Se esses dirigentes quiserem conduzir as suas nações para guerra, persistindo num comportamento irresponsável, deverão fazê-lo sozinhos.” “Este procedimento deve aplicar-se igualmente aos belicistas instalados no Governo norte-americano, entre os quais o Senador Lindsay Graham. Aqueles que adoram as guerras travadas por outros não são amigos da América e não têm o direito de ser amigos do presidente.”

Por último, Flynn “exorta o povo americano a apoiar, em espírito de oração e determinação, o presidente Trump, enquanto ele limpa a casa e atua em busca da paz que o Presidente Kennedy abraçou. A paz não é o estado normal do homem. A liberdade exige um preço a ser pago por cada geração. É altura de voltar a comprometer a nossa nação com ambos.”

Está, pois, na altura dos povos europeus abrirem os olhos e não se deixarem embalar pelo canto das sereias que atrai, seduz e cativa, mas que poderá conduzir ao naufrágio.