Do lado esquerdo da política não
faltaram descrições para o novo cargo do antigo governante português, tema sobre
o qual a Direita ainda não se pronunciou.
Terminados dois mandatos na presidência
da Comissão Europeia, o futuro de Durão Barroso conheceu ontem destino: será, a
partir do próximo mês, presidente do Conselho de Administração de um dos maiores
e mais polémicos bancos de investimento do mundo, a Goldman Sachs.
A notícia caiu que nem uma ‘bomba’ e,
como seria de esperar, as reações não tardaram em surgir, mas apenas de um dos
lados da política: a Esquerda. Do Bloco choveram críticas, desde o Parlamento a
Bruxelas - Pedro Filipe Soares e Marisa Martins falaram em “falta de vergonha”,
enquanto Catarina Martins disse que assim se explicava, “num movimento, a
natureza da governação europeia”. José Soeiro, por seu lado, ironizou sobre o
assunto e disse que o novo cargo de Durão Barroso, além de “sabujo”, é uma
“recompensa justa pelos serviços prestados”.
Do maior partido que constituiu o
Governo, o Partido Socialista, também não faltaram observações ao novo destino
do antigo presidente da Comissão Europeia. Isabel Moreira disse serem nomeações
como esta que “matam a política” e que “gera o desprezo cheio de generalizações
injustas pelos políticos”. Carlos César veio, mais tarde, atribuir as habituais
culpas ao PSD e CDS e dizer ser “extraordinário que aqueles que,
simultaneamente, em nome de décimas do défice fixaram um autêntico martírio aos
portugueses sejam agora os responsáveis pela possibilidade do nosso país vir a
ser alvo de sanções".
Não foi apenas do Parlamento que
chegaram reações. Nomes que já fizeram parte da política portuguesa e que
entretanto a deixaram, como Francisco Louçã e Vital Moreira, também não ficaram
indiferentes ao novo cargo de Durão. O antigo líder do Bloco classificou a
nomeação como “uma machadada para a vida política de Durão Barroso”, ao passo
que o jurista que militou no PCP falou num desrespeito pelos “limites políticos
e morais”.
Dos partidos mais à direita,
nomeadamente PSD e CDS, não houve, para já, qualquer comentário sobre o
tema.
De “Notícias ao Minuto” de 09/07/2016
Ovar, 9 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira
A França está indignada com esta nomeação de Durão Barroso para chairman do Goldman Sachs. O Arnaldo diria que isto seria um "putedo", mas eu digo que poderá ser o estertor do capitalismo, porque as pessoas (o povo) começa a tomar consciência do seu papel na sociedade.
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