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quinta-feira, 1 de junho de 2017

O clube secreto onde se discute o rumo do mundo

As reuniões do Bilderbeg começam hoje. Donald Trump é um dos principais temas de conversa para a fina flor que reúne os maiores empresários do mundo e vários governantes. Este ano, Durão Barroso convidou José Luís Arnaut e António Mexia
Dizem que é uma convenção privada, mas o secretismo à volta das reuniões do Bilderberg dão-lhe aquela aura de clube, onde só entra quem a direção convidar. O que é verdade.
De hoje, 1 de junho, até dia 4, 131 participantes de 21 países vão discutir o que se passa no mundo. Nada do que vai acontecer no hotel The Westfields Marriott, em Washington, nos EUA, pode ser revelado. Não são feitos relatórios escritos, não há resoluções nem votações. Há conversa, debate e, depois, cada um reflete para si próprio.
Mas o que faz do Bilderberg assunto internacional? É que é ali que vão estar vários governantes, a fina flor da academia, os presidentes das maiores empresas do mundo, especialistas em economia finanças e patrões dos media.
Este ano, e como não poderia deixar de ser, Donald Trump é assunto. O primeiro ponto em contenda será sobre a nova administração norte-americana. “The Trump Administration: A progress report” vai ser falado a poucos quarteirões da Casa Branca e Trump tem lá a sua “guarda pretoriana” para o defender, como McCaster (conselheiro nacional de segurança), Wilbur Ross (secretário do Comércio) e Chris Liddell (um dos seus estrategas).
O clube secreto onde se discute o rumo do mundo© Sean Gallup / GettyImages O clube secreto onde se discute o rumo do mundo

Mas se Trump está na agenda, também a Rússia e a China fazem parte do “cardápio” de assuntos. Do lado chinês estará presente o próprio embaixador da China nos EUA, o que parece transformar o debate numa reunião institucional, já que este tema será tratado entre o secretário americano do Comércio, os maiores investidores americanos na China, incluindo a Google, e dirigentes de topo da CIA (a agência de informações de segurança).
E há mais. O rumo da União Europeia, o crescimento do populismo, a guerra da informação, o nuclear ou as alianças de defesa são outros pontos na ordem de trabalhos.

Reis e governantes

Se a Holanda marca presença com o ministro da Defesa e o próprio rei, Guilherme Alexandre, a Alemanha tem, por exemplo, o presidente da Airbus e da Bayer, assim como o do Deutsch Bank.
De Portugal estarão lá Durão Barroso que, no ano passado, substituiu Francisco Pinto Balsemão no Comité Diretor de Bilderberg (quem faz os convites), José Luís Arnaut, ministro nos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, atualmente advogado e conselheiro da Goldman Sachs, e António Mexia, presidente da EDP.
Em 2015, o jornalista Rui Pedro Antunes escreveu o livro “Os planos de Bilderberg para Portugal”. A investigação levou-o a concluir: “Dos 73 portugueses nos encontros, 43 foram (ou são) ministros, oito desempenharam funções como secretários de Estado, 12 foram líderes dos três partidos do 'arco da governação', cinco foram primeiros-ministros e um foi Presidente da República [Jorge Sampaio]” . Agora já são dois Presidentes, já que Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na reunião de 1998, quando era presidente do PSD.
O jornalista acentua que estas reuniões estão vocacionadas para o chamado bloco central. "Em Portugal o limite será o PS, não é convidado ninguém do PCP ou do Bloco de Esquerda”
Recorde-se que Bilderberg é o nome do hotel holandês onde, pela primeira vez, em 1954, se reuniu este grupo.

Fonte: MSN

sábado, 9 de julho de 2016

"Vergonhoso". O novo cargo de Durão Barroso que só a direita não comentou.




Do lado esquerdo da política não faltaram descrições para o novo cargo do antigo governante português, tema sobre o qual a Direita ainda não se pronunciou.
Terminados dois mandatos na presidência da Comissão Europeia, o futuro de Durão Barroso conheceu ontem destino: será, a partir do próximo mês, presidente do Conselho de Administração de um dos maiores e mais polémicos bancos de investimento do mundo, a Goldman Sachs.

A notícia caiu que nem uma ‘bomba’ e, como seria de esperar, as reações não tardaram em surgir, mas apenas de um dos lados da política: a Esquerda. Do Bloco choveram críticas, desde o Parlamento a Bruxelas - Pedro Filipe Soares e Marisa Martins falaram em “falta de vergonha”, enquanto Catarina Martins disse que assim se explicava, “num movimento, a natureza da governação europeia”. José Soeiro, por seu lado, ironizou sobre o assunto e disse que o novo cargo de Durão Barroso, além de “sabujo”, é uma “recompensa justa pelos serviços prestados”.

Do maior partido que constituiu o Governo, o Partido Socialista, também não faltaram observações ao novo destino do antigo presidente da Comissão Europeia. Isabel Moreira disse serem nomeações como esta que “matam a política” e que “gera o desprezo cheio de generalizações injustas pelos políticos”. Carlos César veio, mais tarde, atribuir as habituais culpas ao PSD e CDS e dizer ser “extraordinário que aqueles que, simultaneamente, em nome de décimas do défice fixaram um autêntico martírio aos portugueses sejam agora os responsáveis pela possibilidade do nosso país vir a ser alvo de sanções".

Não foi apenas do Parlamento que chegaram reações. Nomes que já fizeram parte da política portuguesa e que entretanto a deixaram, como Francisco Louçã e Vital Moreira, também não ficaram indiferentes ao novo cargo de Durão. O antigo líder do Bloco classificou a nomeação como “uma machadada para a vida política de Durão Barroso”, ao passo que o jurista que militou no PCP falou num desrespeito pelos “limites políticos e morais”.

Dos partidos mais à direita, nomeadamente PSD e CDS, não houve, para já, qualquer comentário sobre o tema.
 
De “Notícias ao Minuto” de 09/07/2016
 
Ovar, 9 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira