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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Corridas para o fundo

Blasfémias

Posted: 08 Nov 2017 06:08 AM PST

Depois de a Síria ter anunciado a sua adesão ao Acordo de Paris, os EUA de Donald Trump passam a ser o único país a ficar fora do compromisso para conter o aquecimento global. Para os defensores da concorrência sem regras nem limites, este isolamento poderá ser encarado como uma vantagem competitiva. É a lógica da corrida para o fundo. A mesma lógica em que assenta, num outro plano, a competitividade através de baixos salários, da desregulação das relações laborais, da destruição do Estado Social e do desprezo pelas pessoas e pela sua dignidade e bem-estar.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A evasão fiscal de Isabel II, a Caloteira

Aventar

por João Mendes

O mundo ficou por estes dias a conhecer um novo conjunto de papéis, 13 milhões de conjuntos, para ser mais preciso, sobre malta empreendedora que faz uso dos chamados paraísos fiscais para levar o seu dinheiro de férias e evitar a maçada dos impostos.

Entre as vítimas deste violento atentado à privacidade contam-se antigos e actuais colaboradores de Donald Trump e Justin Trudeau, oligarcas ligados a Putin, gente simpática da Líbia, da Rússia e do Irão, que chumbou em auditorias governamentais que colocam em causa os seus procedimentos de prevenção de branqueamento de capitais, tipos que faziam negócios de armamento com o saudoso Saddam e mais uma série de indivíduos recomendáveis onde se incluem fundos de capital de risco e bancos, que como sabemos é malta que prima pela transparência e pelas melhores práticas.  Ler mais deste artigo

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Trump promete guerra "para ganhar" no Afeganistão

Carlos Santos Neves - RTP22 Ago, 2017, 08:40 / atualizado em 22 Ago, 2017, 13:51 | Mundo

Trump promete guerra para ganhar no Afeganistão
“Não vamos fazer construção de nações outra vez. Estamos a matar terroristas” | Joshua Roberts - Reuters

Num discurso marcadamente bélico, mas opaco em detalhes, Donald Trump comprometeu na última noite os Estados Unidos com uma guerra sem fim à vista contra grupos extremistas no Afeganistão, admitindo mesmo destacar mais tropas para este país. Os taliban já responderam ao Presidente norte-americano. Prometem “um cemitério”.

“Não vamos fazer construção de nações (nation-building) outra vez. Estamos a matar terroristas”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos num discurso transmitido pelas televisões, a partir de uma base militar próxima de Washington.
Os inimigos da América no Afeganistão, afirmou Trump, “têm de saber que não têm onde se esconder, que nenhum lugar está para lá do alcance dos braços americanos”.
É uma clara inversão de marcha num dos bordões que Trump empregou na campanha eleitoral. Enquanto candidato, defendia uma rápida retirada da máquina de guerra norte-americana do Afeganistão. E na noite de segunda-feira Trump Presidente admitiu que está a caminhar em rota de colisão com as próprias convicções, ao carimbar o que descreveu como uma nova estratégia dos conselheiros militares da Casa Branca.
“As consequências de uma saída rápida são ao mesmo tempo previsíveis e inaceitáveis. Uma retirada apressada criaria um vácuo que seria instantaneamente preenchido por terroristas, incluindo o ISIS e a Al Qaeda”, justificou-se, sem se comprometer com qualquer tipo de calendário para esta campanha renovada em solo afegão.
Também não se comprometeu com números. Todavia, altos responsáveis norte-americanos, citados pela agência Reuters, adiantam que o Presidente anuiu a planos do secretário da Defesa, James Mattis, que passam pelo envio de mais quatro mil operacionais para o Afeganistão, onde estão atualmente posicionados cerca de 8400.
Outra das passagens sonoras da intervenção do Presidente dos Estados Unidos teve por destinatário o cada vez mais enfraquecido Governo de Cabul. Trump quis deixar claro que o agora mais do que expectável reforço de tropas “não é um cheque em branco”. O dedo do sucessor de Barack Obama designou, concretamente, o Executivo afegão, o vizinho Paquistão, a Índia e os aliados da NATO.
A Islamabad reservou as palavras mais duras: “Não podemos continuar em silêncio sobre os santuários no Paquistão. O Paquistão tem muito a ganhar ao fazer uma parceria com o nosso esforço no Afeganistão. Tem muito a perder ao continuar a dar abrigo a terroristas”.
“Combater para ganhar”
O discurso presidencial foi o culminar de vários meses de um processo de revisão da estratégia da Casa Branca e do Pentágono para o Afeganistão, onde não está afastado um cenário de derrota dos atuais poderes instituídos, encabeçados pelo Presidente Ashraf Ghani, às mãos dos taliban. O que, na ótica os estrategas de Washington, daria a redes terroristas como a Al Qaeda e o Estado Islâmico a oportunidade de estabelecerem novas bases.“O meu instinto original era retirar”, reconheceu Trump.
“As nossas tropas vão combater para ganhar”, afiançou Trump, sempre a reforçar a ideia de que não há outra solução que não passe pelo uso da força num teatro de guerra que perdura desde outubro de 2001, quando a Administração de George W. Bush atacou o regime taliban em resposta ao 11 de Setembro.
O Presidente norte-americano não fechou por completo a porta a eventuais conversações de paz. E admitiu mesmo a possibilidade de um diálogo com determinadas porções da guerrilha islamita. Para de imediato acrescentar: “Mas ninguém sabe quando ou se isso vai alguma vez acontecer”.
“Um cemitério”
Os taliban não demoraram a responder à intervenção de Donald Trump, prometendo um “novo cemitério” para as tropas norte-americanas no Afeganistão.
“Enquanto houver um só soldado americano no nosso solo e eles continuarem a impor-nos a guerra, nós continuaremos a nossa jihad”, replicou a guerrilha.
O discurso do 45.º Presidente, que durou menos de meia hora, não foi alheio ao contexto de recrudescimento dos conflitos raciais nos Estados Unidos. A dado momento, o Presidente aludiu à vaga de violência que recentemente varreu Charlottesville, no Estado da Virgínia, onde marcharam grupos de supremacistas brancos e neonazis, enfrentados por uma contramanifestação.
“Não podemos continuar a ser uma força para a paz no mundo se não estivermos em paz uns com os outros”, disse.
Em 16 anos de intervenção militar no Afeganistão morreram 2400 soldados norte-americanos. Mais de 20 mil sofreram ferimentos. A ajuda à reconstrução do país custou mais de 110 mil milhões de dólares aos cofres de Washington.

c/ agências internacionais

sábado, 19 de agosto de 2017

Entretanto, pela imprensa estrangeira e arredores…

por j. manuel cordeiro






Alguma comunicação social retratou Trump como ele é. Um merdas da extrema-direita, cheio de cautelas para não perder o apoio desses grupos. Pelo ritmo de demissões, não faltará muito para que apenas lhe sobrem esses.
Este é um bom momento para recordar as investidas que alguns opinadores realizaram, na comunicação social, em blogs e no Facebook,  com o intuito de suavizar e racionalizar esse doido que ocupa o lugar de presidente dos EUA. E acho engraçadas algumas reacções do comentadorismo nacional face a esta inequívoca colagem de Trump à extrema-direita. Alguns exemplos: o discurso de ódio na América não é novo; nazismo e comunismo são a mesma coisa; falam da América mas calam-se sobre a Venezuela. A técnica é muito simples. Dado que não podem negar a realidade, procuram relativizá-la para a diminuir.
Mas a realidade é clara. Apenas algumas décadas passadas sobre a loucura do nacionalismo que conduziu à Segunda Guerra Mundial, os extremistas chegaram de novo ao poder de mais uma potência económica e militar. Maus augúrios se anunciam. Quem tiver dificuldade em ler o actual contexto a partir da História pode sempre optar por uma versão romanceada, como a de Ken Follet.


Fonte: Aventar

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Fábula

por José Gabriel



De asas estendidas, a águia pairava, livre, magnífica, como que abraçando o vento. Feliz, deleitava-se na sua incomparável capacidade de desenhar linhas mágicas no ar. Ensaiando um voo picado, desceu, vertiginosamente, em direcção ao solo - era um prazer muito seu. Beleza e velocidade puras animavam o céu.
O caçador, bronco de gozo, apontou. Para ele, era só um troféu. Matar por matar. Era o seu modo de felicidade. Atingida no peito, a ave deixou escapar como que um último grito, um lamento, e caiu pesadamente no chão. Nada restava da sua magnificência, da sua graça. O caçador olhou o corpo disforme e sem vida da ave e sentiu-se mais homem, mais exclusiva e intensamente homem.
- Convidado a comentar o acontecido, o presidente Trump explicou que ambos os protagonistas destes eventos eram culpados. Pois quem mandou a águia voar, provocante, frente ao caçador, interrompendo até, com o peito, a livre trajectória da bala?

Fonte: Aventar

A história tem um lado certo

Celso  Filipe
Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt16 de agosto de 2017 às 23:00

A história tem um lado certo

Charlottesville "é uma história com dois lados", declarou o Presidente dos Estados Unidos referindo-se aos confrontos entre supremacistas brancos e nazis e defensores dos direitos humanos, alegadamente conotados com a extrema-esquerda. Primeiro, Trump desvalorizou os acontecimentos, num segundo momento, condenou os supremacistas brancos e, por fim, partilhou as responsabilidades.
Donald Trump tem razão em afirmar que se trata de uma história com dois lados. Mas faltou-lhe a segunda parte da narrativa. Há um deles que está decididamente do lado errado da história e não merece complacência na avaliação. Defender o princípio da supremacia de uma raça sobre as outras é claramente um pensamento estuporado e antidemocrático, seja a democracia de direita, de esquerda, ou do centro. O nazismo já nos mostrou o quão odiosa pode ser a tese da supremacia racial.
Trump quis ser salomónico, distribuindo as culpas, de forma a satisfazer até muitos daqueles que votaram em si e encontram acolhimento na plataforma "alt-right", do seu ex-conselheiro Steve Bannon. Fez mal, porque há uma responsabilidade inicial, a de quem apregoa princípios que ofendem a natureza humana.
Donald Trump deixou de ter rumo e lidera ao sabor dos seus caprichos. Por isso, Douglas McMillion, CEO da Walmart, saiu do comité de aconselhamento do Presidente, argumentando que este perdeu uma oportunidade de unir o país "rejeitando as acções chocantes dos supremacistas brancos". Já antes, pelas mesmas razões, Kenneth Frazier, director executivo da farmacêutica Merck, e os CEO da Under Armour e Intel haviam tomado idêntica opção.
O Presidente dos EUA começa assim a perder apoios significativos entre empresas que julgava serem o seu respaldo para dar corpo ao lema do "Make American Great Again". Até porque no plano económico existem muitas dúvidas de que a economia norte-americana possa crescer este ano 3%, pressuposto no qual a Casa Branca baseia o seu Orçamento. "É profundamente enganador" e, se houver uma redução de impostos, "resultará num défice orçamental significativamente maior, o que aumentará a dívida nacional para níveis sem precedentes", avisa Simon Johnson, professor no MIT, num artigo publicado na edição de ontem do Negócios.
E a conjugação destes factores, como já se disse, pode impelir Trump a procurar inimigos externos (Coreia do Norte, Venezuela e Irão) para reconstruir um clima de coesão interna que as suas acções têm vindo a erodir. O perigo é esse.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

No PSD de Passos tudo como dantes (ou talvez não)

Posted: 15 Aug 2017 04:57 PM PDT

Duas notas sobressaem no discurso de Passos Coelho no Pontal. Por um lado, o regresso ao passado em termos de narrativa: o ex-primeiro ministro volta a assumir as reformas estruturais como linha política do partido, acusando a atual maioria de imobilismo e o Governo de «não ter um espírito reformista», correndo-se o risco de «ter perdido uma legislatura a viver à conta do que se fez no passado e da conjuntura e nada a preparar o futuro». Para o Passos Coelho, era agora necessário «prosseguir algumas reformas lançadas pelo seu executivo com o CDS», para que o país pudesse «ter “fôlego” no futuro». Contudo, para o ex-primeiro ministro, a preferência da atual maioria de esquerda «pela estatização e pela coletivização» está a impedir o avanço de reformas na área do Estado, na Saúde, na Segurança Social e no emprego.
Desta forma, e ao arrepio de tudo o que foi dito durante o último ano sobre supostos cortes nos serviços públicos e a deterioração do Estado Social, ou sobre a excessiva rapidez na reposição de rendimentos, Passos Coelho volta a falar no seu projeto político para o país, fazendo-nos recordar de imediato o Guião para a Reforma do Estado de Paulo Portas, a ideia de que os cortes em salários e pensões deveriam tornar-se permanentes ou, recuando um pouco mais no tempo, a proposta radical de revisão da Constituição discutida em 2010, que entre outras medidas propunha a total liberalização dos despedimentos. E de pouco serve sugerir, de novo, que os bons resultados alcançados pela atual maioria e pelo atual Governo, na economia e no emprego, são mérito das «reformas» empreendidas pela anterior maioria de direita. Como já demonstrámos aqui, o «empobrecimento competitivo» e a «austeridade expansionista» terminaram em 2013, por força do travão do Tribunal Constitucional a uma nova dose de cortes nos salários e nas pensões e pela aproximação das eleições de 2015, que levou o Governo de direita a suspender a fúria austeritária.
Passos pode e deve voltar a assumir publicamente as suas ideias para o país. É politicamente mais honesto e claramente preferível ao vazio de propostas em que o seu partido mergulhou nos últimos dois anos. Mas como o ex-primeiro ministro tem hoje noção de que essas ideias perderam apoio eleitoral (não só pelo seu comprovado fracasso mas também pela demonstração de que afinal havia alternativa), vale tudo para tentar conquistar votos. E é nesse contexto que surge a segunda nota digna de registo no discurso do Pontal: a deriva populista e xenófoba que a frase da noite proferida por Passos encerra, e cuja análise - no seu significado e demagogia - é feita de modo certeiro aqui e aqui. Sim, há algo de novo no PSD para lá da ideia de regresso ao empobrecimento e à austeridade: o apoio a André Ventura em Loures não foi uma coisa circunstancial, foi mesmo o primeiro passo para «testar Trump» no nosso país.

Fonte: Ladrões de Bicicletas

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Casa Bronca

por José Gabriel





Então estamos assim: Rex Tillerson, Secretário de Estado dos EUA, diz que devem iniciar-se negociações com a Coreia do Norte sobre a questão nuclear sem por em causa o regime. O manda-chuva da CIA, pelo seu lado, diz que a questão do regime tem de estar em cima da mesa. Trump, com a habitual subtileza estratégica, está-se nas tintas para complicações e diz que põe aquilo tudo a ferro e fogo. Às vezes - cada vez mais vezes...- não têm alguma saudade dos tempos em que o imperialismo tinha alguma racionalidade - uma racionalidade cruel, criminosa, sim, mas inteligível ?...


Fonte: Aventar

domingo, 13 de agosto de 2017

Trump e a extrema-direita

13/08/2017 por j. manuel cordeiro



Recorte: The Guardian
O presidente disse que condenou o “ódio, fanatismo e violência em muitos lados” no sábado. E repetiu a frase “em muitos lados” para enfatizar. Um porta-voz da Casa Branca amplificou mais tarde as declarações do presidente, dizendo ao The Guardian: “O presidente estava condenando o ódio, fanatismo e violência de todas as fontes e de todos os lados. Houve violência entre manifestantes e contra-manifestantes hoje “.
Mas houve uma forte reacção à recusa de Trump em denunciar os radicais de extrema-direita que atravessaram as ruas carregando tochas flamejantes, gritando epítetos raciais e atacando os seus oponentes.
Os confrontos começaram depois dos nacionalistas brancos terem organizado uma reunião em torno de uma estátua do general confederado Robert E Lee, a ser futuramente removida, e culminou com um carro sendo deliberadamente conduzido contra um grupo de pessoas que protestavam pacificamente contra a manifestação da extrema-direita, matando uma pessoa e ferindo pelo menos 19. [The Guardian]

Um carro é conduzido contra aqueles que “protestavam pacificamente” e Trump vem falar, com enfatização, de violência vinda de muitos lados. Evidenciando que foi uma mensagem pensada para assim ser dita, um porta-voz da Casa Branca repetiu o argumento do “ódio, fanatismo e violência de todas as fontes e de todos os lados”. Que não sobrem dúvidas. A presidência norte-americana, ao procurar igualar ambos os lados em termos de violência, optou conscientemente por desvalorizar os actos da extrema-direita.
Tal como escreveu J. K. Rowling, foi um grande dia para Trump se ter esquecido de usar o Twitter.
Hoje Trump esqueceu-se do Twitter
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Percurso de James Alex Fields contra os manifestantes
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Fonte: Aventar










sábado, 12 de agosto de 2017

Donald e Kim





por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 11/08/2017)
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Enquanto estamos todos, ou quase todos, na praia a gozar o Agosto, os EUA e a Coreia do Norte andam a brincar à WWIII. Ninguém faz uma guerra nuclear em Agosto. É estúpido. As grandes capitais estão vazias, é desperdiçar munições.
Sei que o caro leitor está mais preocupado com o raio do vento e com a água fria do que com a situação mundial. Não quero incomodá-lo. Aliás, provavelmente, uma guerra mundial duraria menos do que as suas férias, por isso é bem provável que já esteja acabada quando voltar de Albufeira.
Sem lhe querer estragar o dia, não sei se sabe, mas o Trump ameaçou a Coreia do Norte com: "Fúria e fogo nunca vistos." Sinto que o leitor encolhe os ombros, tira a areia da toalha e diz: "Vê-se que não conhece o SIRESP."
Não o comovo, não é? E se lhe disser que, depois de Trump ter ameaçado responder à Coreia do Norte com "fúria e fogo", Pyongyang avisou que está a estudar um plano para atacar com mísseis o território norte-americano de Guam, no Pacífico. Pois, não lhe diz nada. Está na República Dominicana? Compreendo, Guam não tem descontos para famílias.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Península coreana: está-se a armar um belo sarilho



por estatuadesal

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 11/08/2017)
nicolau
O confronto verbal entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos subiu tanto de tom que se está muito perto de subir um degrau, ou seja, passar à agressão militar. Esperemos que haja bom senso para o evitar, embora o líder norte-coreano seja completamente imprevisível e o presidente norte-americano não tenha nenhuma experiência neste tipo de crises.
Para que não haja dúvidas, todos sabemos de que lado estaremos em caso de conflito entre os dois países. É que, para todos os efeitos, a Coreia do Norte é uma ditadura familiar; e os Estados Unidos, com quem partilhamos os mesmos valores, são um farol da democracia, mesmo que um homem de negócios tão impreparado como Donald Trump tenha sido eleito para liderar a nação.
Dito isto, Kim Jong-un tem andado a testar de forma completamente provocatória a paciência de Washington, com a realização de exercícios militares utilizando milhares de homens e o sucessivo lançamento de mísseis, ao mesmo tempo que a agência noticiosa oficial afirma que Pyongyang tem capacidade para alvejar o solo norte-americano a partir do seu território.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Confusão no Paralelo

08/08/2017 por João Mendes



O Kim anda para lá maluco, a disparar mísseis para o mar, atreveu-se mesmo a disparar um que atingiu águas japonesas, e a malta fica toda extasiada, a ver se é desta. Mas ainda não foi. Provavelmente nunca será e, a ser, será muito provavelmente interceptado pelo sistema de defesa norte-americano. O Kim é uma besta, todos sabemos, mas não quererá perder a sua casa dos horrores, para poder continuar a brincar aos ditadores lá dentro, uma vez que cá fora não é ninguém. Atacar o vizinho do sul, o Japão ou os EUA colocará um ponto final na brincadeira, e o Kim não quer apodrecer numa prisão ou ter o mesmo destino de Saddam ou Khadafi. São tiros de pólvora seca, para incendiar as multidões em comícios do partido do Kim e dos amigos dele.
Então porque será que a China está tão preocupada em retomar as negociações a 6 (China, EUA, Rússia, Japão e as duas Coreias)? Estará preocupada com o aliado norte-coreano, com o que ele possa estar a tramar? Ou estará, tal como a Coreia do Sul, preocupada com o cowboy americano? É que a China agora tem muito dinheiro, uma vasta rede de oligarcas internacionais, preparados para adquirir boas empresas a estados falidos e fulminados pelo capitalismo selvagem, e a última coisa que precisa é de uma guerra no seu quintal. Estão a imaginar os milhões de refugiados norte-coreanos a fugir pela fronteira com a China? O Partido Comunista Chinês também. Not gonna happen.
Mas uma coisa é controlar o Kim. O Kim é maluco mas não tem amigos, até o Rodman só o quer pelo dinheiro, e a China é o mais próximo de um aliado que ele tem. Sempre dá margem para alguma “diplomacia”. Outra coisa é existir um Trump do outro lado do ringue. Podia ser um Obama, podia até ser um Bush, e a incerteza seria menos creepy. Mas o que temos agora a mandar é mesmo um Trump, pelo que todo o cuidado é pouco. Porque quando a China tem esta postura, e até a Coreia do Sul, o némesis do regime do norte, pede contenção ao presidente norte-americano, talvez seja caso para ficar preocupado. Começam a ser malucos a mais.

Fonte: Aventar

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Balbúrdia no Oeste

André  Veríssimo
André Veríssimo | averissimo@negocios.pt 30 de julho de 2017 às 23:00

É cada vez mais difícil levar a sério esta administração norte-americana. O Presidente é incapaz de levar adiante a sua agenda política. O partido que é suposto apoiá-lo está fracturado. Para compor o ramalhete, vive-se uma guerra aberta e desbragada na Ala Oeste da Casa Branca.
Donald Trump foi buscar Anthony Scaramucci – um italo­-americano formado em Harvard, estrela em ascensão no mundo financeiro, ex-Goldman Sachs e gestor do seu próprio "hedge fund" – para ser o próximo director de comunicação. Na realidade, para ser algo mais do que isso.
Scaramucci é um tipo espalhafatoso e ultraconfiante, ao estilo Trump. A colagem chega a ter contornos algo sinistros, como usar os mesmos gestos de mãos do patrão, o mesmo recurso a superlativos, referir-se a si próprio na terceira pessoa e fazer do Twitter um jogo de setas de tiro ao alvo. O novo director é uma extensão do Presidente e, segundo o próprio, só a ele responde. A estratégia de comunicação, feita de meias e pós-verdades, tudo indica que é para manter.
A primeira missão entregue a Scaramucci foi correr com o seu suposto superior hierárquico, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus. Em vez de ser o próprio Presidente a dizer que perdera a confiança em Priebus, enviou o novo director para o escorraçar com a acusação pública de era ele o chefe das toupeiras na Casa Branca. No dia seguinte era anunciado que Priebus, escolhido mais para agradar ao Partido Republicano do que por convicção própria de Trump, daria o lugar ao general John Kelly. Steve Bannon, o ideólogo e conselheiro principal de Trump, que já teve melhores dias no número 1600 da Pennsylvania Avenue, também já foi visado por Scaramucci.
Trump tem fama de fomentar relações de conflito no seu séquito. Desde que tomou posse que as quezílias na sua equipa têm feito notícia e provocado baixas. A lista de despedimentos e demissões já vai longa e inclui alguns cargos centrais na Casa Branca. O próximo pode ser o procurador-geral, Jeff Sessions. A estrela de "O Aprendiz" já se arrependeu da nomeação e poderá em breve soltar um "you’re fired" se Sessions não sair pelo seu pé.
A Casa Branca mais parece um faroeste e tem sido um festim para os humoristas. Noutros tempos, Mel Brooks não resistira a fazer desta balbúrdia uma comédia.
Trump não consegue pôr em ordem a sua própria casa – veremos se um general o conseguirá. Seis meses depois, o Obamacare continua por revogar. Assistiu à aprovação de novas sanções à Rússia, às quais se opunha. As reformas fiscais e económicas prometidas continuam sem sair do programa eleitoral. A investigação às relações entre a sua campanha e a Rússia colocam-lhe uma espada sobre a cabeça. É um Presidente a tentar sobreviver e não a governar.
Um Donald Trump sem força e autoridade, consumido em intrigas palacianas, pode até ser um alívio para muitos americanos e para o mundo. Ter um Presidente dos Estados Unidos nessas circunstâncias pode revelar-se um barril de pólvora.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Parrachita à presidência!

07/07/2017 por João Mendes



Maria Vieira, actriz portuguesa de créditos firmados que dispensa apresentações, decidiu recentemente envolver-se em profundas discussões politico-filosóficas nas redes sociais, causando um imenso frenesim entre as massas, o que é revelador do seu impacto na sociedade portuguesa. Ficamos a saber, entre outras coisas, que se posiciona ideologicamente na fronteira entre o conservadorismo radical e a extrema-direita e que admira fervorosamente o ícone maior do nacional-socialismo moderno mais populista, fanático e estupidificante de que há memória, Donald Trump. Como é seu direito.
O cartaz em cima não existe. É uma montagem da Uma Página Numa Rede Social de um cartaz de Teresa Leal Coelho na Praça de Espanha, onde nada mais que o seu nome e a sua cara photoshopada lá estão. Não há slogan, não há propostas, nada. Só uma cara e um nome, o que para muitas pessoas neste país ainda é mais que suficiente para entregar alegremente o seu voto. Sim, temos os políticos que merecemos.
Mas a escolha da Uma Página não podia ser mais oportuna. Uma activista pró-extrema-direita norte-americana em coligação com uma alta oficial do PSD mais radical e à direita de que há memória faz todo o sentido. Aliás, tal como Maria Vieira, também o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, parece empenhar-se no branqueamento da ameaça que o troglodita americano representa. Já Teresa Leal Coelho não estará muito longe deste paradigma. Basta ver a forma como tratou a concelhia de Lisboa, por altura da sua nomeação para a disputa da capital, para perceber que o respeito pela democracia à moda de Trump está lá.
Sugestão: ainda vão a tempo de retirar Teresa Leal Coelho da corrida, até porque ninguém deu por ela, tal como ninguém deu por ela na vereação e nas assembleias municipais de Lisboa. É substituir a senhora por Maria Vieira, que sempre granjeia mais simpatia que a sétima escolha de Passos Coelho para a CM de Lisboa, e pode ser que, coligada pós-eleitoralmente com Assunção Cristas e com aquele macho latino do PPM, cujo nome desconheço e não perderei tempo a googlar, ainda dê para derrotar Fernando Medina. And everything’s gonna be Al(t)right!

Fonte: Aventar

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Fim da lua de mel entre Trump e a China

A relação entre Estados Unidos e China está complicada. A alegada amizade entre o presidente norte-americano Donald Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, já teve melhores dias. Pequim não viu com bons olhos as últimas movimentações em Washington. No espaço de uma semana, a administração de Donald Trump impôs sanções a um banco chinês devido às relações que esta entidade financeira mantém com a Coreia do Norte, referiu-se à China como um dos piores países em matéria de tráfico de seres humanos e concluiu um negócio de venda de armas a Taiwan no valor de 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros). O The Guardian e a CNN falam no fim da lua de mel entre os dois líderes.
Xi Jinping e Donald Trump em Mar-a-Lago a 6 de abril© REUTERS/Carlos Barria Xi Jinping e Donald Trump em Mar-a-Lago a 6 de abril

O timing escolhido para o anúncio das sanções e do negócio de armamento também parece não ter sido inocente, ao coincidir com a chegada de Xi a Hong Kong para as celebrações do vigésimo aniversário do regresso território a administração chinesa. "É simbólico e funciona como um balde de água fria para as cerimónias de Xi", refere ao The Guardian Bill Bishop, um especialista em questões relacionadas com a China.
Depois de na campanha eleitoral ter feito várias declarações que irritaram Pequim, Donald Trump e Xi Jinping aproximaram-se em abril, quando os dois estiveram juntos para um encontro bilateral no resort de Mar-a-Lago, na Flórida . O líder norte-americano disse então que o seu homólogo era um "grande amigo" e que havia química entre os dois.
Desde então, no entanto, a Coreia do Norte tem sido uma espinha atravessada na relação entre os dois países. Washington parece estar a perder a paciência com a inação chinesa para com Pyongyang. O Mar do Sul da China também tem contribuído para arrefecer a "química". A Trump não lhe agrada que Pequim continue a militarizar a zona.
A venda de armas a Tawain pode agora gerar um complicado conflito diplomático entre as duas superpotências, uma vez que a China considera a ilha uma província secessionista. Já depois de ter sido eleito mas ainda antes de tomar posse, Donald Trump irritou Pequim ao ter aceitado uma chamada telefónica de Tsai Ing-wen, a presidente de Taiwan, tendo dado a entender que Washington não fecharia a porta a reconhecer uma eventual declaração de independência da ilha em relação a Pequim. Mais tarde, o presidente dos EUA acabou por retroceder, afirmando que Washington continuava a defender a política de "uma só China".
"A venda de armas, proposta pelo nosso país no ano passado, vai melhorar em larga medida a nossa capacidade de combate por ar e por terra", pode ler-se num comunicado do ministério da Defesa de Taiwan, emitido depois da conclusão do negócio. Quem não ficou agradado foi Cui Tiankai, o embaixador chinês nos EUA. "A China apresentou o seu veemente protesto aos EUA e reserva-se o direito de tomar outras medidas", terá afirmado o diplomata segundo a imprensa de Pequim.
Na próxima semana, a 7 e 8 de julho, Trump e Xi voltarão a estar juntos durante a cimeira do G20 que irá ter lugar em Hamburgo, na Alemanha.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 6 de junho de 2017

Apoio à destituição de Trump já é superior à sua taxa de popularidade

Decisão de retirar EUA do Acordo de Paris sobre o Clima explica nova queda na popularidade de Donald Trump.
A recente primeira viagem de Donald Trump ao estrangeiro elevara os seus níveis de popularidade para os 42%. Um recorde. Mas no fim de semana regressou aos 35% e o apoio dos norte-americanos à sua destituição ronda os 43%.
Este é o resultado das últimas sondagens publicadas nos EUA, nomeadamente esta segunda-feira pela Gallup e que se segue ao anúncio de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o Clima - tendo ainda em pano de fundo a investigação sobre as eventuais ligações da sua campanha eleitoral à Rússia.
Segundo a publicação Newsweek, mesmo empresas de sondagens conotadas com a direita norte-americana como a Rasmussen Reports revelam uma quebra no apoio ao desempenho de Donald Trump como presidente dos EUA: 54% dos norte-americanos criticam a sua atuação.

© EPA/MICHAEL REYNOLDS

Embora os resultados difiram entre as várias sondagens, todas elas revelam uma tendência de queda significativa na popularidade de Trump durante o fim de semana e na sequência da decisão sobre o acordo climático.
O crescente apoio à abertura do processo de destituição de Donald Trump coincide com a defesa pública dessa medida por vários congressistas democratas.

Fonte: DN

Detida alegada autora de fuga de informação sobre eleições nos EUA

Donald Trump

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou na segunda-feira que deteve e acusou uma analista de revelar informação classificada de um serviço de informações, sobre um eventual envolvimento da espionagem russa nas eleições presidenciais.
Em comunicado, o Departamento adiantou que a contratada Reality L. Winner, de 25 anos, foi detida este fim de semana no Estado da Geórgia e acusada de um delito contra a segurança nacional.
Winner trabalhava para a consultora Pluribus International e tinha autorização para manipular informação classificada como "muito secreta".
Ainda segundo o Departamento de Justiça, a acusada imprimiu, em 09 de maio, informação classificada e retirou-a das instalações para a entregar a um meio de comunicação.
Distribuir material classificado sem autorização ameaça a segurança da nossa nação e mina a confiança pública no governo", assegurou, em comunicado, o número dois do Departamento, Rod Rosenstein.
O meio digital The Intercept publicou na segunda-feira documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) em que se detalham as intenções do governo russo de atacar informaticamente atores envolvidos no sistema de votação nos EUA, bem como para se infiltrar nas comunicações de funcionários relacionados com o sistema eleitoral.
Estas informações constam de um documento "muito secreto" da NSA, com cinco páginas, em que se explicam as técnicas de infiltração e 'phishing' (correio eletrónico malicioso) utilizadas pela Rússia.
No relatório da NSA, datado de 05 de maio, afirma-se que a espionagem militar russa atacou uma empresa de programas informáticos ('software') para eleições e enviou mensagens de correio eletrónico malicioso para mais de 100 dirigentes locais envolvidos no processo eleitoral, no fim de outubro ou início de novembro.

Fonte: JN

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Schwarzenegger dá lição a Trump. E é das boas!



O ator e antigo governador da Califórnia gravou um vídeo com uma mensagem para o presidente a propósito da decisão de sair do Acordo de Paris sobre o clima
"Um homem não pode destruir o nosso progresso. Um homem não pode parar a nossa revolução de energia limpa. Um homem não pode voltar atrás no tempo. Só eu posso fazer isso". Arnold Schwarzenegger começa a brincar e a recordar a personagem T-800 que interpretou no sucesso cinematográfico "Exterminador Implacável" para dar início ao discurso contundente que enviou a Donald Trump, depois de este ter anunciado, ontem, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. Mas a mensagem é bastante séria: pede que olhe para o futuro, lembra que para a memória só ficam os grandes líderes e alerta para uma possível revolta ambiental por parte da população.
O ator e antigo governador da Califórnia gravou um vídeo em que dirige palavras duras ao presidente dos Estados Unidos. "A minha mensagem para si, sr. Trump, é que, enquanto funcionário público e especialmente enquanto presidente, a sua primeira e mais importante responsabilidade é proteger as pessoas", diz, passando a relatar algumas consequências das alterações climáticas: as 200 mil pessoas que morreram anualmente nos Estados Unidos devido à poluição e o facto de metade dos rios norte-americanos estarem demasiado poluídos.
"Não nos podemos sentar e simplesmente não fazer nada enquanto as pessoas estão a ficar doentes e a morrer, sobretudo quando se sabe que há alternativa", defende Schwarzenegger, acrescentando que é "mais fácil e mais confortável olhar para o passado". "E para muitas pessoas o passado que conhecemos é menos assustador que o futuro que desconhecemos. Mas muitos de nós sabemos o que um futuro com energia limpa significa. E isso não é assustador", afirma, alertando que a asma, o cancro e outras doenças são muito mais assustadores.
© REUTERS/Jean-Paul Pelissier
"Por isso, por favor, senhor presidente, escolha o futuro", apela. "Ninguém se lembra das pessoas que disseram ao presidente Kennedy que não se deveria ir à Lua. Lembramo-nos dos grandes líderes. Dos grandes líderes que não recuaram ao passado, mas de grandes líderes que avançaram em direção ao futuro", realça, garantindo que o povo e os governos locais e estaduais irão erguer-se e contestar esta decisão.
Schwarzenegger diz a Trump que 70% das emissões poluentes podem ser controladas e que cabe a cada um dos cidadãos fazê-lo. E lembra que enquanto governador da Califórnia aprovou um pacote de medidas de defesa do ambiente bastante rigorosas e que agora aquele Estado está a crescer. "Proteger o ambiente não destruirá a nossa economia. A questão central é que boas políticas ambientais fazem o oposto. Dão força à economia", remata.
Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O clube secreto onde se discute o rumo do mundo

As reuniões do Bilderbeg começam hoje. Donald Trump é um dos principais temas de conversa para a fina flor que reúne os maiores empresários do mundo e vários governantes. Este ano, Durão Barroso convidou José Luís Arnaut e António Mexia
Dizem que é uma convenção privada, mas o secretismo à volta das reuniões do Bilderberg dão-lhe aquela aura de clube, onde só entra quem a direção convidar. O que é verdade.
De hoje, 1 de junho, até dia 4, 131 participantes de 21 países vão discutir o que se passa no mundo. Nada do que vai acontecer no hotel The Westfields Marriott, em Washington, nos EUA, pode ser revelado. Não são feitos relatórios escritos, não há resoluções nem votações. Há conversa, debate e, depois, cada um reflete para si próprio.
Mas o que faz do Bilderberg assunto internacional? É que é ali que vão estar vários governantes, a fina flor da academia, os presidentes das maiores empresas do mundo, especialistas em economia finanças e patrões dos media.
Este ano, e como não poderia deixar de ser, Donald Trump é assunto. O primeiro ponto em contenda será sobre a nova administração norte-americana. “The Trump Administration: A progress report” vai ser falado a poucos quarteirões da Casa Branca e Trump tem lá a sua “guarda pretoriana” para o defender, como McCaster (conselheiro nacional de segurança), Wilbur Ross (secretário do Comércio) e Chris Liddell (um dos seus estrategas).
O clube secreto onde se discute o rumo do mundo© Sean Gallup / GettyImages O clube secreto onde se discute o rumo do mundo

Mas se Trump está na agenda, também a Rússia e a China fazem parte do “cardápio” de assuntos. Do lado chinês estará presente o próprio embaixador da China nos EUA, o que parece transformar o debate numa reunião institucional, já que este tema será tratado entre o secretário americano do Comércio, os maiores investidores americanos na China, incluindo a Google, e dirigentes de topo da CIA (a agência de informações de segurança).
E há mais. O rumo da União Europeia, o crescimento do populismo, a guerra da informação, o nuclear ou as alianças de defesa são outros pontos na ordem de trabalhos.

Reis e governantes

Se a Holanda marca presença com o ministro da Defesa e o próprio rei, Guilherme Alexandre, a Alemanha tem, por exemplo, o presidente da Airbus e da Bayer, assim como o do Deutsch Bank.
De Portugal estarão lá Durão Barroso que, no ano passado, substituiu Francisco Pinto Balsemão no Comité Diretor de Bilderberg (quem faz os convites), José Luís Arnaut, ministro nos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, atualmente advogado e conselheiro da Goldman Sachs, e António Mexia, presidente da EDP.
Em 2015, o jornalista Rui Pedro Antunes escreveu o livro “Os planos de Bilderberg para Portugal”. A investigação levou-o a concluir: “Dos 73 portugueses nos encontros, 43 foram (ou são) ministros, oito desempenharam funções como secretários de Estado, 12 foram líderes dos três partidos do 'arco da governação', cinco foram primeiros-ministros e um foi Presidente da República [Jorge Sampaio]” . Agora já são dois Presidentes, já que Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na reunião de 1998, quando era presidente do PSD.
O jornalista acentua que estas reuniões estão vocacionadas para o chamado bloco central. "Em Portugal o limite será o PS, não é convidado ninguém do PCP ou do Bloco de Esquerda”
Recorde-se que Bilderberg é o nome do hotel holandês onde, pela primeira vez, em 1954, se reuniu este grupo.

Fonte: MSN