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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Coreia do Norte tem primeira-dama: a misteriosa Ri Sol-ju

Por ZAP

1 Novembro, 2017
(dv) KNS / KCNA
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un (dir), acompanhado da esposa, Ri Sol-ju (esq)
Afinal, quem é e como é a primeira-dama da Coreia do Norte? No caso deste país asiático, considerado um dos mais isolados do mundo, se não o mais isolado, esta não é uma pergunta fácil de dar resposta.
Ri Sol-ju começou a aparecer ao lado de Kim Jong-un no verão de 2012. Perante as especulações, os meios de comunicação norte-coreanos confirmaram que a norte-coreana era a esposa do líder do regime. Ainda assim, pouco se sabe sobre esta misteriosa mulher.
Segundo a BBC, há quem diga que antes de se tornar primeira-dama, Ri Sol-ju terá sido cantora, enquanto que outros dizem que foi cheerleader de uma seleção norte-coreana, o que lhe permitiu viajar várias vezes para o estrangeiro.
De acordo com Sierra Madden, colaboradora da North Korea Leadership Watch, uma página na Internet especializada na cúpula de poder norte-coreana, a mulher de Kim terá sido as duas coisas.
“Eles casaram-se em 2009, 2010 e, antes disso, era cantora e cheerleader. Viajava pelo Japão e pela Coreia do Sul”, disse a especialista.
O passado de Ri Sol-ju não é totalmente confirmado e, por isso, tal como acontece com o próprio líder norte-coreano, não se sabe sequer a idade da primeira-dama. No entanto, acredita-se que não tenha completado ainda 30 anos. Já em relação a Kim Jong-un, estima-se que tenha nascido em 1983 ou 1984.

Comparada com Michelle Obama

Nas poucas imagens divulgadas pelo regime norte-coreano, Ri Sol-ju aparece sempre sorridente e elegante, o que chegou a gerar até comparações com a ex-primeira-dama norte-americana, Michelle Obama.
“Tem uma posição parecida com a da ex-primeira dama dos EUA porque promove temas importantes relacionados com as mulheres e crianças“, afirma Madden à BBC.
Ri Sol-ju já apareceu ao lado do líder norte-coreano em espetáculos, na celebração de um lançamento de um míssil e, mais recentemente, em outubro, numa visita a uma fábrica de cosméticos.
Nos últimos anos, diferentes países romperam as exportações de bens de luxo à Coreia do Norte como parte das sanções em resposta ao avanço do programa nuclear do país. Isso fez com que os norte-coreanos desenvolvessem a sua própria indústria de cosméticospara abastecer, sobretudo, a classe alta.
A simples aparição de Ri Sol-ju em eventos quebrou a tradição do antigo líder e pai do atual, Kim Jong-il, que nunca aparecia publicamente com as suas esposas. “É algo totalmente novo. Foi colocada como a ‘mãe da Coreia do Norte’“, destaca a especialista.
(cv) Rodong Sinmun
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acompanhado da esposa, Ri Sol-ju, numa cerimónia das forças armadas do país

Herdeiros?

A família de Kim Jong-un está cercada por um nível de sigilo tão elevado que não se sabe, por exemplo, quantos filhos o casal tem.
De acordo com os serviços de inteligência da Coreia do Sul, a primeira-dama deu à luz o terceiro filho em fevereiro deste ano. Mas os agentes do país vizinho não conseguiram identificar nem o sexo nem o nome do bebé.
Ri Sol-ju deixou de aparecer nos meios de comunicação oficiais durante sete meses, uma longa ausência que gerou rumores de que estaria novamente grávida ou a enfrentar uma crise matrimonial.
Acredita-se que os outros dois herdeiros tenham nascido entre 2010 e 2013, mas ainda permanece a dúvida se Kim Jong-un já tem um sucessor definido, uma vez que não se sabe se o primogénito é menino ou menina.
O sexo do segundo filho foi divulgado acidentalmente, através do jogador da NBA Dennis Rodman, que surpreendeu tudo e todos ao revelar a sua amizade com Kim.
Em entrevista ao The Guardian, em 2013, o ex-basquetebolista revelou que o norte-coreano tem uma filha, Ju-ae, que o próprio carregou nos braços quando visitou a família norte-coreana. O jogador acrescentou ainda que Kim Jong-un é “uma pessoa incrível”.

A outra Kim

Tal como fez com a esposa, o líder norte-coreano também decidiu dar mais visibilidade à sua irmã mais nova. Kim Yo-jong participa em eventos públicos e ocupa uma posição importante no governo. Recentemente, foi eleita foi eleita membro suplente do politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Para Ankit Panda, especialista sobre a Coreia do Norte, o gesto evidencia “que o regime de Kim quer que o mundo veja que está cada vez mais poderoso” e, ao mesmo tempo, que dá prioridade à família e aos laços de sangue.
A visita à fabrica de cosméticos, onde Yo-jong também marcou presença, é vista como uma mensagem direta às elites norte-coreanas para o líder reforçar a imagem de estabilidade mesmo com as sanções, neste caso, as que afetam o mercado de luxo.
Vários analistas veem a presença de Ri Sol-ju como um sinal de modernidade num regime que é muito fechado. Outro exemplo disso é a Moranbong, a banda pop preferida de Kim Jong-un, que combina mulheres de minissaia e canções patrióticas.
ZAP // BBC

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Coreia do Norte vai mesmo testar bomba de hidrogénio sobre o Pacífico

Por ZAP

26 Outubro, 2017


(dv) KCNA / YONHAP
Míssil balístico intercontinental norte-coreano Hwasong-14 lançado em local não divulgado na Coreia do Norte
Em entrevista à CNN, um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang disse que o mundo devia levar muito a sério este ensaio.
Numa entrevista à CNN, um diplomata do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte coreano deixa um aviso à comunidade internacional: um teste nuclear atmosférico sobre o Pacifico deve ser levado muito a sério.
Ri Yong Pil pronunciou-se sobre as declarações de Ri Yong Ho, Ministro dos Negócios Estangeiros, quando disse que Pyongyang estava a considerar realizar “a mais poderosa detonação” de uma bomba de hidrogénio sobre o Pacífico.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros está bem a par das intenções do nosso líder supremo, por isso acho que devem levar a sério o que ele disse”, advertiu o diplomata.
Depois das declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Donald Trump disse que os EUA “destruiriam completamente” a Coreia do Norte, se estes continuassem a ameaçar os Estados Unidos.
Também na semana passada o diretor da CIA disse que a Coreia do Norte podia estar prestes a conseguir atingir os EUA com uma arma nuclear. Depois dessas declarações, Mike Pompeo acrescentou que caso o líder da Coreia do Norte morresse de repente, não deveriam fazer perguntas à CIA, deixando assim implícita uma ameaça.
Segundo o Observador, Donald Trump deverá exercer uma pressão acrescida sobre Kim Yong Un, para que este abdique do seu programa nuclear, quando visitar a Ásia na próxima semana. No entanto, ainda não é certo que Trump visite a zona desmilitarizada da península coreana.
ZAP //

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Um só ataque da Coreia do Norte pode matar 90% dos norte-americanos

Um só ataque da Coreia do Norte pode matar 90% dos norte-americanos

Por AJB - 14 Outubro, 2017



Uma bomba nuclear EMP, lançada por um míssil ou satélite e detonada a grande altitude, destruiria parte dos EUA
A Coreia do Norte tem a capacidade de lançar um ataque fulminante com uma bomba nuclear de pulso electromagnético de grande altitude, que destruiria a rede eléctrica do país e dizimaria a população norte-americana.
Segundo um relatório apresentado esta quinta-feria por uma comissão de peritos em assuntos militares ao Congresso dos Estados Unidos, um só ataque nuclear da Coreia do Norte pode matar 90% da população norte-americana.
Intitulado “Ameaça vazia ou perigo sério: avaliando o risco da Coreia do Norte para o território dos EUA“, o relatório foi apresentado à Comissão de Segurança Interna do Congresso por uma task force encarregada de avaliar a ameaça para os Estados Unidos de um ataque de pulso electromagnético.
Segundo o jornal The Washington Examiner, se a Coreia do Norte optar por um cenário de “Dia do Juizo Final”, pode usar uma bomba nuclear EMP, lançada por um míssil ou satélite e detonada a grande altitude, que destruiria parte dos Estados Unidos e cujo pulso electromagnético inutilizaria a rede eléctrica do país por tempo indeterminado.
Num cenário deste tipo, 9 em cada 10 americanos morreriam no espaço de um ano.
Segundo consideram os relatores da task force, citados pelo jornal conservador da capital norte-americana, “a ameaça da Coreia da Norte nunca foi tão alta”, em parte pela recente escalada de tensão e troca de ameaças entre as duas partes, mas também pela “surpreendente capacidade nuclear que os coreanos revelaram” nos últimos testes.
Os dois relatores do documento, William R. Graham e Peter Vincent Pry, salientam que os Estados Unidos estão “há anos a ignorar os sinais de aviso” e que as manobras militares norte-coreanas dos últimos meses deveriam funcionar como “toque a despertar”.
Há apenas 6 meses, dizem os dois peritos, a maior parte dos especialistas em assuntos militares norte-coreanos defendiam que o arsenal nuclear de Pyongyang seria totalmente primitivo – na pior das hipóteses consistiria em apenas 6 bombas atómicas – e que o país estaria muito longe de conseguir produzir uma bomba de hidrogénio.
Actualmente, realça William R. Graham na sua intervenção, os especialistas militares estimam que a Coreia do Norte tenha nada menos que 60 bombas nucleares, e tudo indica que tem uma sofisticada bomba H comparável às armas termonucleares americanas.
Segundo se pode concluir do relatório, aparentemente os norte-americanos poderão ter razões para estar preocupados com o facto de haver armas nucleares controladas por alguém que não lhes dá garantias de que nunca as venha a usar.
Algo que, consideram alguns analistas, deveria preocupar o resto do mundo, mas não apenas em relação às armas nucleares norte-coreanas.
AJB, ZAP //

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Mais reflexões sobre a Declaração de Guerra de Trump ao Irão e à Coreia do Norte



por estatuadesal
(Paul Craig Roberts, 19/09/2017, Tradução Estátua de Sal)
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O discurso de Trump na ONU deixou claro que a agenda que prometeu na sua campanha eleitoral - retirar Washington do papel do "policial do mundo", sair do Médio Oriente e reparar as relações danificadas com a Rússia -, acabou. A CIA e o complexo militar/securitário tem o controlo total do governo dos EUA. Trump aceitou ser um cativo na presidência, tendo-lhe sido atribuído o papel de executor da hegemonia de Washington sobre todos os outros países. Washington uber alles é a única política externa que Washington persegue.
Na ONU, Trump realmente ameaçou eliminar a Coreia do Norte da face da terra. Alargou as suas ameaças contra a Venezuela e o Irão (ver aqui) os "estados desonestos", mas é Washington que está desempenhando esse papel. Washington destruiu ao todo ou em parte oito países no jovem século 21 e tem mais 3 a 5 na mira.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A perigosa competição sino-americana pela hegemonia na Ásia-Pacífico


por estatuadesal
(José Pedro Teixeira Fernandes, in Púbico, 05/09/2017)
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A China espera um passo errado de Donald Trump na crise coreana para tirar vantagem. Um erro de cálculo poderá ser o princípio do fim da hegemonia dos EUA na Ásia-Pacífico. E trágico para o mundo.
1. Só é possível perceber a crise da Coreia do Norte no quadro mais vasto da política mundial, marcado pela competição entre a China e os EUA, e da natureza complexa das alianças. Há uma tendência de olhar para esta crise perdendo de vista o quadro da política mundial e esquecendo o que dá consistência às alianças militares: a permanência de interesses estratégicos no longo prazo. Sobrevalorizar o que são conflitos pontuais, ou desentendimentos conjunturais, entre aliados — neste caso, a China e a Coreia do Norte —, não ajuda a perceber a dimensão do problema. Subestimar a especificidade e sofisticação da cultura estratégica chinesa também não. É uma cultura estratégica não obcecada pelo sucesso de curto prazo, como os ocidentais. Contém objectivos nacionais de longo prazo, prosseguidos com determinação e habilidade, por múltiplos meios. No caso da aliança entre a China e a Coreia do Norte, é inadequado vê-la como obsoleta e apenas uma fonte de problemas para o governo chinês. É uma visão superficial do problema: focaliza nos riscos e negligência as oportunidades estratégicas. Uma comparação com outras alianças pode ser um bom ponto de partida para compreender a relação complexa entre a China e a Coreia do Norte. Olhando, por exemplo, para as alianças dos EUA com Israel, ou, talvez melhor, dos EUA com a Arábia Saudita, podemos ver o que está em causa.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Casa Bronca

por José Gabriel





Então estamos assim: Rex Tillerson, Secretário de Estado dos EUA, diz que devem iniciar-se negociações com a Coreia do Norte sobre a questão nuclear sem por em causa o regime. O manda-chuva da CIA, pelo seu lado, diz que a questão do regime tem de estar em cima da mesa. Trump, com a habitual subtileza estratégica, está-se nas tintas para complicações e diz que põe aquilo tudo a ferro e fogo. Às vezes - cada vez mais vezes...- não têm alguma saudade dos tempos em que o imperialismo tinha alguma racionalidade - uma racionalidade cruel, criminosa, sim, mas inteligível ?...


Fonte: Aventar

sábado, 12 de agosto de 2017

Donald e Kim





por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 11/08/2017)
quadros
Enquanto estamos todos, ou quase todos, na praia a gozar o Agosto, os EUA e a Coreia do Norte andam a brincar à WWIII. Ninguém faz uma guerra nuclear em Agosto. É estúpido. As grandes capitais estão vazias, é desperdiçar munições.
Sei que o caro leitor está mais preocupado com o raio do vento e com a água fria do que com a situação mundial. Não quero incomodá-lo. Aliás, provavelmente, uma guerra mundial duraria menos do que as suas férias, por isso é bem provável que já esteja acabada quando voltar de Albufeira.
Sem lhe querer estragar o dia, não sei se sabe, mas o Trump ameaçou a Coreia do Norte com: "Fúria e fogo nunca vistos." Sinto que o leitor encolhe os ombros, tira a areia da toalha e diz: "Vê-se que não conhece o SIRESP."
Não o comovo, não é? E se lhe disser que, depois de Trump ter ameaçado responder à Coreia do Norte com "fúria e fogo", Pyongyang avisou que está a estudar um plano para atacar com mísseis o território norte-americano de Guam, no Pacífico. Pois, não lhe diz nada. Está na República Dominicana? Compreendo, Guam não tem descontos para famílias.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Península coreana: está-se a armar um belo sarilho



por estatuadesal

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 11/08/2017)
nicolau
O confronto verbal entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos subiu tanto de tom que se está muito perto de subir um degrau, ou seja, passar à agressão militar. Esperemos que haja bom senso para o evitar, embora o líder norte-coreano seja completamente imprevisível e o presidente norte-americano não tenha nenhuma experiência neste tipo de crises.
Para que não haja dúvidas, todos sabemos de que lado estaremos em caso de conflito entre os dois países. É que, para todos os efeitos, a Coreia do Norte é uma ditadura familiar; e os Estados Unidos, com quem partilhamos os mesmos valores, são um farol da democracia, mesmo que um homem de negócios tão impreparado como Donald Trump tenha sido eleito para liderar a nação.
Dito isto, Kim Jong-un tem andado a testar de forma completamente provocatória a paciência de Washington, com a realização de exercícios militares utilizando milhares de homens e o sucessivo lançamento de mísseis, ao mesmo tempo que a agência noticiosa oficial afirma que Pyongyang tem capacidade para alvejar o solo norte-americano a partir do seu território.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O imprudente e o ditador



Celso  Filipe
Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt09 de agosto de 2017 às 23:00

O imprudente e o ditador

As comparações entre Donald Trump e Kim Jong-un são manifestamente exageradas e descabidas, embora a megalomania seja um traço de carácter de ambos. Entre um e outro existe uma diferença substantiva: Trump foi
O que aproxima os dois líderes é o motivo que subjaz à troca de ameaças entre os EUA e a Coreia do Norte. Trump e Kim Jong-un usam uma linguagem bélica porque a identificação de um inimigo é um factor de coesão interna e uma indisfarçável manifestação de poder.
Trump, que tem tido uma presidência errática, marcada por escândalos e excessos verbais, olha para a Coreia do Norte como um pretexto ideal para recuperar popularidade e ganhar o respeito dos norte-americanos.
Kim Jong-un eriça a crista, porque se sente encurralado e intui que a a China, até agora um silencioso aliado, se está a afastar do regime de Pyongyang, uma trajectória verificável no facto de Pequim ter votado favoravelmente o endurecimento das sanções à Coreia do Norte propostas pelo conselho de segurança.
A questão é que não se pode esperar uma mudança súbita do regime da Coreia do Norte pressionada por uma ameaça bélica. Antes pelo contrário. Os EUA têm de marcar a diferença pela via militar e não usando uma linguagem apocalíptica, a qual tem um duplo efeito negativo: encurta as possibilidade de Kim Jong-un sair bem deste braço-de-ferro e assusta os aliados dos EUA no continente asiático.
Este facto é salientado pelo Boston Globe em editorial. "O mundo – especialmente o Leste Asiático – entende perfeitamente as capacidades dos militares americanos. Mas esta retórica vaidosa ameaça a confiança, construída ao longo de décadas, de que os Estados Unidos estão empenhados em usar esse poder com sabedoria, responsabilidade e apenas como último recurso".
Por ser diferente de Kim Jong-un, Trump tem um dever acrescido: o de mostrar prudência e sensibilidade diplomática diante de um cenário grave de ameaça nuclear como o que está criado Na realidade, até agora não tem mostrado esses predicados, preferindo antes uma imprudente retórica de confronto. Para ganhar o respeito do mundo e dos aliados, o presidente dos EUA tem que ter uma actuação que o torne o aposto do Kim Jong-un. E é isso que o fará ganhar esta guerra.
eleito democraticamente, Kim Jong-un é um ditador dinástico. Nos Estados Unidos existe liberdade e pluralidade, na Coreia do Norte os cidadãos são controlados ferreamente e não têm opção de escolha.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Confusão no Paralelo

08/08/2017 por João Mendes



O Kim anda para lá maluco, a disparar mísseis para o mar, atreveu-se mesmo a disparar um que atingiu águas japonesas, e a malta fica toda extasiada, a ver se é desta. Mas ainda não foi. Provavelmente nunca será e, a ser, será muito provavelmente interceptado pelo sistema de defesa norte-americano. O Kim é uma besta, todos sabemos, mas não quererá perder a sua casa dos horrores, para poder continuar a brincar aos ditadores lá dentro, uma vez que cá fora não é ninguém. Atacar o vizinho do sul, o Japão ou os EUA colocará um ponto final na brincadeira, e o Kim não quer apodrecer numa prisão ou ter o mesmo destino de Saddam ou Khadafi. São tiros de pólvora seca, para incendiar as multidões em comícios do partido do Kim e dos amigos dele.
Então porque será que a China está tão preocupada em retomar as negociações a 6 (China, EUA, Rússia, Japão e as duas Coreias)? Estará preocupada com o aliado norte-coreano, com o que ele possa estar a tramar? Ou estará, tal como a Coreia do Sul, preocupada com o cowboy americano? É que a China agora tem muito dinheiro, uma vasta rede de oligarcas internacionais, preparados para adquirir boas empresas a estados falidos e fulminados pelo capitalismo selvagem, e a última coisa que precisa é de uma guerra no seu quintal. Estão a imaginar os milhões de refugiados norte-coreanos a fugir pela fronteira com a China? O Partido Comunista Chinês também. Not gonna happen.
Mas uma coisa é controlar o Kim. O Kim é maluco mas não tem amigos, até o Rodman só o quer pelo dinheiro, e a China é o mais próximo de um aliado que ele tem. Sempre dá margem para alguma “diplomacia”. Outra coisa é existir um Trump do outro lado do ringue. Podia ser um Obama, podia até ser um Bush, e a incerteza seria menos creepy. Mas o que temos agora a mandar é mesmo um Trump, pelo que todo o cuidado é pouco. Porque quando a China tem esta postura, e até a Coreia do Sul, o némesis do regime do norte, pede contenção ao presidente norte-americano, talvez seja caso para ficar preocupado. Começam a ser malucos a mais.

Fonte: Aventar

terça-feira, 4 de julho de 2017

Portugal pede à Coreia do Norte que abandone programas balístico e nuclear

Portugal pede à Coreia do Norte que abandone programas balístico e nuclear
© KCNA KCNA Portugal pede à Coreia do Norte que abandone programas balístico e nuclear

O Governo português condenou esta terça-feira o lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte e exortou Pyongyang a "retomar um diálogo sério com a comunidade internacional" e a abandonar os seus programas balístico e nuclear.
A Coreia do Norte anunciou hoje o lançamento do seu primeiro míssil balístico intercontinental, que lhe permitiria atacar os Estados Unidos.
"O Governo português condena o lançamento, em 4 de julho, de um míssil balístico pela República Popular Democrática da Coreia, que constitui mais uma violação flagrante das obrigações decorrentes de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e compromete a segurança regional e internacional", lê-se num comunicado divulgado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros.
Portugal exorta Pyongyang "a retomar um diálogo sério com a comunidade internacional e a abandonar os seus programas balístico e nuclear de forma completa, verificável e irreversível", acrescenta o ministério liderado por Augusto Santos Silva.
Na mesma nota, o executivo reitera o seu "empenho no rigoroso cumprimento das sanções unanimemente impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, assim como das medidas autónomas da União Europeia".
O "ensaio histórico" de um míssil Hwasong-14 foi supervisionado pelo dirigente norte-coreano Kim Jong-Un, anunciou uma apresentadora na televisão pública norte-coreana num noticiário especial.
Um analista de armas considerou que este tipo de míssil pode ser suficientemente poderoso para chegar ao Alasca, nos Estados Unidos.

Fonte: Lusa

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Fim da lua de mel entre Trump e a China

A relação entre Estados Unidos e China está complicada. A alegada amizade entre o presidente norte-americano Donald Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, já teve melhores dias. Pequim não viu com bons olhos as últimas movimentações em Washington. No espaço de uma semana, a administração de Donald Trump impôs sanções a um banco chinês devido às relações que esta entidade financeira mantém com a Coreia do Norte, referiu-se à China como um dos piores países em matéria de tráfico de seres humanos e concluiu um negócio de venda de armas a Taiwan no valor de 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros). O The Guardian e a CNN falam no fim da lua de mel entre os dois líderes.
Xi Jinping e Donald Trump em Mar-a-Lago a 6 de abril© REUTERS/Carlos Barria Xi Jinping e Donald Trump em Mar-a-Lago a 6 de abril

O timing escolhido para o anúncio das sanções e do negócio de armamento também parece não ter sido inocente, ao coincidir com a chegada de Xi a Hong Kong para as celebrações do vigésimo aniversário do regresso território a administração chinesa. "É simbólico e funciona como um balde de água fria para as cerimónias de Xi", refere ao The Guardian Bill Bishop, um especialista em questões relacionadas com a China.
Depois de na campanha eleitoral ter feito várias declarações que irritaram Pequim, Donald Trump e Xi Jinping aproximaram-se em abril, quando os dois estiveram juntos para um encontro bilateral no resort de Mar-a-Lago, na Flórida . O líder norte-americano disse então que o seu homólogo era um "grande amigo" e que havia química entre os dois.
Desde então, no entanto, a Coreia do Norte tem sido uma espinha atravessada na relação entre os dois países. Washington parece estar a perder a paciência com a inação chinesa para com Pyongyang. O Mar do Sul da China também tem contribuído para arrefecer a "química". A Trump não lhe agrada que Pequim continue a militarizar a zona.
A venda de armas a Tawain pode agora gerar um complicado conflito diplomático entre as duas superpotências, uma vez que a China considera a ilha uma província secessionista. Já depois de ter sido eleito mas ainda antes de tomar posse, Donald Trump irritou Pequim ao ter aceitado uma chamada telefónica de Tsai Ing-wen, a presidente de Taiwan, tendo dado a entender que Washington não fecharia a porta a reconhecer uma eventual declaração de independência da ilha em relação a Pequim. Mais tarde, o presidente dos EUA acabou por retroceder, afirmando que Washington continuava a defender a política de "uma só China".
"A venda de armas, proposta pelo nosso país no ano passado, vai melhorar em larga medida a nossa capacidade de combate por ar e por terra", pode ler-se num comunicado do ministério da Defesa de Taiwan, emitido depois da conclusão do negócio. Quem não ficou agradado foi Cui Tiankai, o embaixador chinês nos EUA. "A China apresentou o seu veemente protesto aos EUA e reserva-se o direito de tomar outras medidas", terá afirmado o diplomata segundo a imprensa de Pequim.
Na próxima semana, a 7 e 8 de julho, Trump e Xi voltarão a estar juntos durante a cimeira do G20 que irá ter lugar em Hamburgo, na Alemanha.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Sociopatas e assassinos com o mundo nas mãos

José Goulão

José Goulão
Dirigentes sociopatas e assassinos com o destino do mundo nas mãos estão livres e à solta, protegidos, acarinhados até como salvadores dentro da bolha mediática. Se não forem os cidadãos livres, inconformados e informados a dar o alerta quem o fará por eles?
 
Donald Trump e Wilbur Ross

Donald Trump e Wilbur Ross / Agência Lusa
O frequentador, ainda que ocasional, da bolha mediática que envolve o mundo de hoje vive sob anestesia daqueles que serão, com elevado grau de probabilidade, os derradeiros tempos da situação planetária tal como a temos conhecido. Entretido com as peripécias engendradas para instaurar a censura férrea na internet a pretexto das fake news (notícias falsas) nas redes sociais – uma campanha conduzida pelos grandes operadores mediáticos, que assim pretendem reservar para si o monopólio das fake news – o desprevenido cidadão passa ao largo da multiplicação de manobras letais conduzidas por mentes assassinas que ascenderam ao governo mundial.
É verdade que conhecemos ao pormenor as intenções do agora benquisto presidente dos Estados Unidos para castigar o atrevimento do seu congénere da Coreia do Norte, que pretende ter bombas atómicas tal como Israel, por exemplo, com a diferença de que não esconde as suas intenções.
No entanto, quem se der por informado através do conteúdo dos telejornais, das publicações sensacionalistas ou de referência, tanto faz, fica a ignorar as duas outras facetas do mesmo problema: que a ameaça de Donald Trump e dos senhores da guerra que agora ocupam por completo a sua corte se dirige verdadeiramente contra a China; e que, como um espelho de feira da sua metade Norte, ampliando e distorcendo os defeitos, a Coreia do Sul é uma colónia norte-americana infestada de armas nucleares e funcionando em ditadura maquilhada de modo a parecer uma democracia neoliberal.
A versão incompleta, logo distorcida, transformou-se em regra na abordagem dos temas de envergadura mundial que se vão sucedendo nas manchetes e gritaria mediática, através das quais se repetem as mensagens primárias e maniqueístas para cada um decorar e multiplicar. O essencial fica por explicar, para não maçar as pessoas com coisas complicadas, para não sobrecarregar a sua limitada capacidade de atenção, ou porque não há tempo e os anunciantes reclamam o seu espaço, principescamente recompensado em numerário.
Através desta estratégia censória esconde-se da generalidade dos cidadãos o abismo para o qual o mundo caminha agora apressadamente, iluminado pela tese cada vez mais ganhadora de que os avanços tecnológicos e científicos no domínio militar permitem a utilização circunscrita de bombas atómicas, sem que haja risco de uma hecatombe nuclear generalizada.
E na bolha mediática não irrompe qualquer abcesso de inquietação, ao menos para gritar uma advertência do género salve-se quem puder. Pelo contrário, se acaso o assunto é aflorado por ilustres comentadores, uma tal tese é considerada verídica, podemos então dormir descansados, a desgraça será longínqua e limitada.
O Centro de Informação Nuclear das Forças Armadas dos Estados Unidos anunciou que foram testados há pouco, com êxito absoluto, os componentes inertes da nova bomba atómica B61-12, na verdade um novo engenho com capacidade para furar bunkers de silos nucleares e dispondo de quatro opções de potências selecionáveis entre 0,3 e 50 quilotoneladas, o que permite «dimensionar» os danos pretendidos.
«Wilbur Ross, secretário do Comércio de Trump, disse esta semana, durante uma conferência na Califórnia, que o bombardeamento contra a base de Cheirat na Síria, provocando a morte de vários civis, foi "uma sobremesa", um "divertimento" (...)»
Além disso, a Boeing forneceu um novo sistema de orientação que permite ao engenho procurar o alvo, dispensando-se o lançamento na vertical, considerado menos preciso. Enfim, tudo mais controlável, com a vantagem de a nova bomba ser utilizável pelos já existentes F-16 e Tornado, evitando a espera pelos míticos F-35, já vendidos a uma série de países da NATO sem existir um único protótipo.
A recepção da nova bomba atómica começou, aliás, a ser preparada no interior da NATO através do treino de pilotos de várias nacionalidades, designadamente italianos, belgas, alemães, holandeses e, para que conste, também turcos e polacos – oriundos, portanto, de uma ditadura fundamentalista islâmica e de um regime fascizante.
Em simultâneo, decorreu em Nova Iorque uma simulação de operações de socorro no caso de um ataque nuclear. Os comentários advertindo que um exercício deste tipo só faz sentido para precaver a defesa contra uma resposta nuclear a um eventual ataque norte-americano foram qualificados, obviamente, como fruto de teorias da conspiração, talvez de fake news das não toleráveis. Sim porque existe aquele incontestável soundbite garantindo que todas as armas norte-americanas são defensivas, Washington jamais atacará primeiro.
Por isso se condena a ousadia da China ao exigir a retirada do sistema THAAD de «defesa» antimíssil que os norte-americanos instalaram na Coreia do Sul; a exemplo dos escudos «defensivos» operacionais na Polónia, na Roménia e outros países da Europa de Leste, que eram contra o «perigo iraniano» e acabaram convertidos em prevenção contra a «ameaça russa»; tal como os SCUD oferecidos a Israel enquanto a NATO destruía o Iraque, a Líbia, a Síria, o Iémen, a Somália, o Afeganistão, o que mais adiante se verá.
Do mesmo modo que no caso da China, devem condenar-se igualmente os injustificados protestos russos e de países árabes contra os engenhos «defensivos» plantados nos territórios vizinhos. Portem-se bem e nada terão que temer.
Porém, em boa verdade o melhor ataque é a defesa. Os sistemas antimísseis multiplicados pelas Forças Armadas norte-americanas em zonas de conflito e frente às potências rivais pretendem assegurar a impunidade depois de um primeiro golpe; isto é, têm como principal objectivo garantir que a resposta de um país atingido pelo primeiro ataque será sempre menos eficaz do que este. E como agora já podem dosear-se os efeitos de uma agressão atómica, eis uma situação comprovando a tese da guerra nuclear limitada.
Wilbur Ross, secretário do Comércio de Trump, disse esta semana, durante uma conferência na Califórnia, que o bombardeamento contra a base de Cheirat na Síria, provocando a morte de vários civis, foi «uma sobremesa», um «divertimento» no final do jantar que o presidente norte-americano oferecia na ocasião ao homólogo chinês. Uma mensagem servida com um drink, em jeito de brinde. Em Roma, o circo para sacrificar seres humanos era limitado ao Coliseu; agora tem dimensões planetárias.
Sabe-se, entretanto, que os últimos lugares vagos na corte de Trump deixados por nomeados que se opunham à política de confrontação militar foram ocupados por Kurt Volker e Tom Goffus, duas figuras republicanas da máxima confiança do falcão John McCain, por sinal o elo de ligação entre o establishment norte-americano e os principais grupos terroristas ditos islâmicos, entre eles o Daesh ou Estado Islâmico.
Enquanto isso, as Forças Armadas dos Estados Unidos fizeram dois testes com mísseis balísticos intercontinentais «para validar e verificar a eficácia, prontidão e precisão do sistema de armas nucleares».
Dirigentes sociopatas e assassinos com o destino do mundo nas mãos estão livres e à solta, protegidos, acarinhados até como salvadores dentro da bolha mediática. Se não forem os cidadãos livres, inconformados e informados a dar o alerta quem o fará por eles?

Coimbra, 11 de Maio de 2017
Álvaro Teixeira