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sábado, 12 de agosto de 2017

Donald e Kim





por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 11/08/2017)
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Enquanto estamos todos, ou quase todos, na praia a gozar o Agosto, os EUA e a Coreia do Norte andam a brincar à WWIII. Ninguém faz uma guerra nuclear em Agosto. É estúpido. As grandes capitais estão vazias, é desperdiçar munições.
Sei que o caro leitor está mais preocupado com o raio do vento e com a água fria do que com a situação mundial. Não quero incomodá-lo. Aliás, provavelmente, uma guerra mundial duraria menos do que as suas férias, por isso é bem provável que já esteja acabada quando voltar de Albufeira.
Sem lhe querer estragar o dia, não sei se sabe, mas o Trump ameaçou a Coreia do Norte com: "Fúria e fogo nunca vistos." Sinto que o leitor encolhe os ombros, tira a areia da toalha e diz: "Vê-se que não conhece o SIRESP."
Não o comovo, não é? E se lhe disser que, depois de Trump ter ameaçado responder à Coreia do Norte com "fúria e fogo", Pyongyang avisou que está a estudar um plano para atacar com mísseis o território norte-americano de Guam, no Pacífico. Pois, não lhe diz nada. Está na República Dominicana? Compreendo, Guam não tem descontos para famílias.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Sordid season



por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 28/07/2017)
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Infelizmente, este Verão, uma pessoa tem a televisão ligada e parece que tem uma daquelas lareiras falsas. Impressionante, em termos estatísticos, é ainda não ter ardido nenhuma padaria portuguesa. Mas é triste e medonho ver cavalgar politicamente o número de mortos de Pedrógão.
Esta foi uma semana de política necrófila. Fiquei assustado. Porque uns indivíduos que acusam o Governo de esconder mortos para não perder a popularidade são capazes de tudo, incluindo usar mortos para serem populares.
Do nada, o jornal Expresso fez manchete com os mortos da tragédia de Pedrógão Grande, afirmando que seriam mais do que o que havia sido divulgado. Segundo o Expresso, havia pelo menos uma senhora que foi atropelada, um senhor que morreu passado um mês com tuberculose e um indivíduo no Feijó que saiu à pressa da banheira para ir ver o incêndio de Pedrógão, na CMTV, e escorregou no chão molhado. No Expresso, um colunista falava em 100 mortos e demissão do Governo. Até no jornal Crime diziam - "eh pá, 100, calma, isso é demasiado sensacionalista." O jornal Expresso devia usar aquela calculadora da devolução da taxa extra do IRS para contar os mortos de Pedrógão.
De imediato, Hugo Soares, como um javali numa loja de porcelanas, deu 24 horas ao Governo para divulgar a lista nominal dos mortos. O PSD ameaçava contratar uma espírita para contar os mortos de Pedrógão. Hugo Soares queria estrear-se com uma entrada a pés juntos e só faltou exigir uma lista nominal de mortos, até agora, no Game of Thrones, e dar 24 horas a Paco Bandeira para revelar o número de discos que queimou.
Depois da divulgação da lista, pela PGR, Hugo Soares disse: "Finalmente foi posto um ponto final numa especulação criada pelo Governo." Criada por quem?! Estão a confundir os Costa. Este é o irmão, o do Expresso. Eu tenho uma lista de 64 nomes, que gostava de chamar ao Hugo Soares. A esta hora, está a desgraçada da mulher do Hugo Soares a querer dormir e ele a ler a lista dos mortos - "Ao menos, vai para a sala ver o Walking Dead". "Sozinho, não consigo. Tenho medo. Vou levar o sapo de peluche que o André Ventura me ofereceu."
Esta estratégia de transformar a "silly season" numa "sordid season" começou com os suicidas de Passos e continuou com os mortos escondidos pelo Governo. Toda esta celeuma nasceu de uma lista publicada no facebook por uma empresária que tinha andando a contar campas frescas. O chamado jornalismo de investigação.
A notícia tinha por base a informação de uma empresária fixe que estava a pensar propor um monumento às vítimas de Pedrógão e tinha feito uma lista de pelo menos 73 mortos no facebook, mas afinal havia repetidos. Eu imagino o estado em que está a contabilidade da empresária de Pedrógão. No estado a que isto chegou, estamos com sorte, porque ainda nenhum jornal se lembrou de aproveitar a tragédia e fazer uma colecção da panini com as vítimas de Pedrógão.

TOP-5
Esgravatar sepulturas
1. Pedrógão Grande: Assunção Cristas não exclui moção de censura ao Governo.Caso não esteja bom na praia.
2. Passos Coelho diz que o PSD precisa "pôr todas as forças no terreno". Vão limpar matas.
3. Marques Mendes "anuncia" descida da taxa de desemprego em maio para 9,4%. Só ele tem 20 empregos.
4. Vaticano fechou as fontes devido à seca prolongada em Itália. É rezar para que chova. É o sítio indicado.
5.  A "empresária" que "conta mortos" é a dona da Dialectus, empresa que ficou a dever mais de 250 mil euros a trabalhadores. O melhor é ela fazer um memorial a quem ficou sem a massa.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Opinião: Quando os autarcas querem mandar na vontade dos cidadãos…

Isto estará na “Dimensão Oculta”? É que não encontrei isto nas “Promessas Eleitorais/Salvador Malheiro – 2013.

Joaquim Castro - Colaborador de imprensa


Parece que há câmaras que pensam estar numa qualquer ditadura do terceiro Mundo. Isto vem ao caso, porque é sabido que os recandidatos a algumas câmaras se acham no direito de proibir os dirigentes de participar em actividades dos outros candidatos à mesma autarquia.
É uma situação recorrente, mas preocupante que urge ser denunciada, por quem recebe ameaças veladas, por vezes, pelos assessores ou adjuntos dos presidentes, para não comprometerem esses mesmos candidatos ou recandidatos.
Há dias, um dirigente de uma colectividade do concelho de Ovar, tornou público um episódio, que já muita gente conhece, em que esse dirigente foi acusado de ingrato. Neste caso, pelo adjunto, na presença do presidente. Depois disso, o dirigente associativo também teve direito a mimos, por um candidato da mesma cor política, à presidência da Junta de Freguesia, onde está essa associação.
Quem se lamenta da situação, que supõe que as reprimendas se devem ao facto do clube a que preside, ter recebido, recentemente, a colocação de relva sintética no campo de futebol, por oferta do município, o que, aliás, aconteceu em outras colectividades do concelho.