O ator e antigo governador da Califórnia gravou um vídeo com uma mensagem para o presidente a propósito da decisão de sair do Acordo de Paris sobre o clima
"Um homem não pode destruir o nosso progresso. Um homem não pode parar a nossa revolução de energia limpa. Um homem não pode voltar atrás no tempo. Só eu posso fazer isso". Arnold Schwarzenegger começa a brincar e a recordar a personagem T-800 que interpretou no sucesso cinematográfico "Exterminador Implacável" para dar início ao discurso contundente que enviou a Donald Trump, depois de este ter anunciado, ontem, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. Mas a mensagem é bastante séria: pede que olhe para o futuro, lembra que para a memória só ficam os grandes líderes e alerta para uma possível revolta ambiental por parte da população.
O ator e antigo governador da Califórnia gravou um vídeo em que dirige palavras duras ao presidente dos Estados Unidos. "A minha mensagem para si, sr. Trump, é que, enquanto funcionário público e especialmente enquanto presidente, a sua primeira e mais importante responsabilidade é proteger as pessoas", diz, passando a relatar algumas consequências das alterações climáticas: as 200 mil pessoas que morreram anualmente nos Estados Unidos devido à poluição e o facto de metade dos rios norte-americanos estarem demasiado poluídos.
"Não nos podemos sentar e simplesmente não fazer nada enquanto as pessoas estão a ficar doentes e a morrer, sobretudo quando se sabe que há alternativa", defende Schwarzenegger, acrescentando que é "mais fácil e mais confortável olhar para o passado". "E para muitas pessoas o passado que conhecemos é menos assustador que o futuro que desconhecemos. Mas muitos de nós sabemos o que um futuro com energia limpa significa. E isso não é assustador", afirma, alertando que a asma, o cancro e outras doenças são muito mais assustadores.
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"Por isso, por favor, senhor presidente, escolha o futuro", apela. "Ninguém se lembra das pessoas que disseram ao presidente Kennedy que não se deveria ir à Lua. Lembramo-nos dos grandes líderes. Dos grandes líderes que não recuaram ao passado, mas de grandes líderes que avançaram em direção ao futuro", realça, garantindo que o povo e os governos locais e estaduais irão erguer-se e contestar esta decisão.
Schwarzenegger diz a Trump que 70% das emissões poluentes podem ser controladas e que cabe a cada um dos cidadãos fazê-lo. E lembra que enquanto governador da Califórnia aprovou um pacote de medidas de defesa do ambiente bastante rigorosas e que agora aquele Estado está a crescer. "Proteger o ambiente não destruirá a nossa economia. A questão central é que boas políticas ambientais fazem o oposto. Dão força à economia", remata.
Fonte: Diário de Notícias