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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Balbúrdia no Oeste

André  Veríssimo
André Veríssimo | averissimo@negocios.pt 30 de julho de 2017 às 23:00

É cada vez mais difícil levar a sério esta administração norte-americana. O Presidente é incapaz de levar adiante a sua agenda política. O partido que é suposto apoiá-lo está fracturado. Para compor o ramalhete, vive-se uma guerra aberta e desbragada na Ala Oeste da Casa Branca.
Donald Trump foi buscar Anthony Scaramucci – um italo­-americano formado em Harvard, estrela em ascensão no mundo financeiro, ex-Goldman Sachs e gestor do seu próprio "hedge fund" – para ser o próximo director de comunicação. Na realidade, para ser algo mais do que isso.
Scaramucci é um tipo espalhafatoso e ultraconfiante, ao estilo Trump. A colagem chega a ter contornos algo sinistros, como usar os mesmos gestos de mãos do patrão, o mesmo recurso a superlativos, referir-se a si próprio na terceira pessoa e fazer do Twitter um jogo de setas de tiro ao alvo. O novo director é uma extensão do Presidente e, segundo o próprio, só a ele responde. A estratégia de comunicação, feita de meias e pós-verdades, tudo indica que é para manter.
A primeira missão entregue a Scaramucci foi correr com o seu suposto superior hierárquico, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus. Em vez de ser o próprio Presidente a dizer que perdera a confiança em Priebus, enviou o novo director para o escorraçar com a acusação pública de era ele o chefe das toupeiras na Casa Branca. No dia seguinte era anunciado que Priebus, escolhido mais para agradar ao Partido Republicano do que por convicção própria de Trump, daria o lugar ao general John Kelly. Steve Bannon, o ideólogo e conselheiro principal de Trump, que já teve melhores dias no número 1600 da Pennsylvania Avenue, também já foi visado por Scaramucci.
Trump tem fama de fomentar relações de conflito no seu séquito. Desde que tomou posse que as quezílias na sua equipa têm feito notícia e provocado baixas. A lista de despedimentos e demissões já vai longa e inclui alguns cargos centrais na Casa Branca. O próximo pode ser o procurador-geral, Jeff Sessions. A estrela de "O Aprendiz" já se arrependeu da nomeação e poderá em breve soltar um "you’re fired" se Sessions não sair pelo seu pé.
A Casa Branca mais parece um faroeste e tem sido um festim para os humoristas. Noutros tempos, Mel Brooks não resistira a fazer desta balbúrdia uma comédia.
Trump não consegue pôr em ordem a sua própria casa – veremos se um general o conseguirá. Seis meses depois, o Obamacare continua por revogar. Assistiu à aprovação de novas sanções à Rússia, às quais se opunha. As reformas fiscais e económicas prometidas continuam sem sair do programa eleitoral. A investigação às relações entre a sua campanha e a Rússia colocam-lhe uma espada sobre a cabeça. É um Presidente a tentar sobreviver e não a governar.
Um Donald Trump sem força e autoridade, consumido em intrigas palacianas, pode até ser um alívio para muitos americanos e para o mundo. Ter um Presidente dos Estados Unidos nessas circunstâncias pode revelar-se um barril de pólvora.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Os “governantes” da União Europeia e o caminho estreito que lhes resta

Os “governantes” da União Europeia, que não foram eleitos para exercerem os cargos que desempenham, estão a comportar-se como um grupo de internados num manicómio e, de repente, colocados num recreio ao mesmo tempo.

Jean Claude Juncker

A União Europeia ainda não tomou consciência das consequências do Brexit, há malucos à solta a cometerem as maiores barbaridades e o DAESH continua a exercer a sua influência e a reivindicar atentados. Na Turquia está à vista de todos a forma como o Erdogan vai eliminando os seus adversários e nos Estados Unidos da América os escândalos da campanha da senhora Clinton só estão a dar mais força àquela figura sinistra, chamada Donald Trump. Os atentados do Daesh no Iraque não param e a guerra na Síria esta para durar.

Vladimir Putin

Perante tudo isto, o “czar” Putin vai esfregando as mãos de contente, porque já não se fala na guerra civil na Ucrânia nem da anexação da Crimeia e o seu poder vai-se estendendo às antigas repúblicas que integravam a antiga URSS.

Enquanto tudo isto se passa, os “governantes” não eleitos da União Europeia vão discutindo, entre si, quais as sanções a aplicar a um país (Portugal) que ultrapassou em duas décimas o défice previsto no Tratado Orçamental com as políticas que esses mesmos senhores “não eleitos” aplicaram ao País.

No mínimo, deveriam ter vergonha por aquilo que estão a fazer e reconhecerem que erraram grosseiramente.

Os portugueses devem orgulhar-se de terem um Primeiro Ministro que não vira as costas às dificuldades e que encara, de frente, os problemas.

Dr. António Costa - PM de Portugal

Os senhores “não eleitos” não aceitam isso, porque o Dr. António Costa foi eleito pelo voto popular e essa “gentinha” não se sujeitou a qualquer veredicto popular.

Vamos ver se os “senhores” que mandam na União Europeia ainda irão a tempo de emendar a mão, mas o caminho começa a ser muito estreito.


Ovar, 25 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A Europa está a virar do avesso


Depois do grande golpe dado na União Europeia pelos Britânicos, quando votaram a favor do Brexit, outros acontecimentos aparecem-nos à velocidade da luz. Vejamos:

- O anterior presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sem um pingo de vergonha,
 aceita o convite para presidir ao banco Goldman Sachs, ouvindo discursos de Comissários Europeus que o deveriam fazer corar de vergonha, que é coisa que parece não ter;
- Este banco mascarou as contas da Grécia, em 2000, para que esta pudesse entrar no Euro;
- Na Holanda o apoio à saída da UE já está nos 48%;
- Na Hungria vai realizar-se um referendo, no início de Outubro, em que o foco é a questão dos migrantes (refugiados). A este referendo irão, certamente, seguir-se outros na Eslováquia, Eslovénia e Croácia;
- Na Áustria as eleições presidenciais irão ser repetidas e poderão dar a vitória ao partido de extrema-direita, o FPO;

- Na Espanha ninguém se entende para que forme um governo, por teimosia do senhor Rajoy com quem nenhum partido quer governar, mas ele não admite que já está a mais na política do seu país;





- No próximo ano há eleições na Holanda, na França e na Alemanha. Ninguém esta seguro da vitória e, na França, poderá acontecer uma vitória da extrema-direita, da Marine Le Pen, que advoga a saída da União Europeia;



- A guerra do Iraque está causar danos nos políticos que contribuíram para ela. Tony Blair é duramente atingido pelo seu papel, no processo conduzido pelo senhor Chillot e em Portugal já foi aprovada a audição parlamentar ao “mestre de cerimónias” da cimeira dos Açores, Durão Barroso. Penso que isto não vai ficar por aqui, porque o TPI estará atento à situação;
- Ontem, o Ecofin aprovou a recomendação da Comissão Europeia para que Portugal e a Espanha sejam castigados por défices excessivos, mas isso não é aplicado à França, porque, segundo Juncker, é a França e a Alemanha não é penalizada por superávit excessivo. Esta é a primeira vez que se aplicam sanções, apesar de as regras por défices excessivos ultrapassaram mais de 100, mas não houve sanções.

É por tudo isto que o povo já não acredita nos políticos, o que pode conduzir a uma tragédia como a que se verificou no início dos anos 30 do século passado. As condições estão lá, o rastilho, também, só falta quem o acenda.

O mundo está cada vez mais perigoso, mas parece que ninguém entende, ou quer entender, isso.

Ovar, 13 de Julho de 2016

Álvaro Teixeira