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domingo, 5 de novembro de 2017

QUAL O PREFERIDO DE MARCELO? COSTA, SANTANA OU RIO?

Estátua de Sal

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 03/11/2017)

Costa_santana_rio

A escolha do futuro líder do PSD não é indiferente a Marcelo Rebelo de Sousa; o almoço com Santana Lopes, cuja notícia alguém deixou escapar para os jornais de forma intencional, representou para o ex-primeiro-ministro desastrado uma espécie de bênção. Para muitos militantes do PSD a ascensão ao poder implica que sejam feitas as pazes entre Marcelo e o partido, pelo que o almoço foi entendido por muitos eleitores internos do partido como um sinal, o Presidente prefere Santana.

Mas quererá Marcelo coabitar com Pedro Santana Lopes? O país entraria num novo PREC, o PREC dos abracinhos e beijinhos, com o primeiro-ministro e o Presidente da República a participarem numa corrida aos afetos, o próprio Santana lançou a sua candidatura dizendo que ia dar muitos beijinhos, tal como Marcelo. Os afetos estão na moda, a própria Assunção Cristas já se tinha antecipado a Santana, durante as autárquicas.

Teríamos o país das maravilhas, com o Presidente a ir ao Porto servir refeições aos velhinhos e o Marcelo a reunir o conselho de ministros no meio das gaivotas das Berlengas.

Marcelo é um dos políticos portugueses que melhor conhece Santana Lopes e só se não estivesse no seu pleno juízo desejaria coabitar com ele no poder. Se conhece Santana, melhor conhece Rui Rio e dificilmente gostaria de ter como primeiro-ministro alguém que lhe bateu com a porta.

Rui Rio ocuparia melhor o espaço do centro direita que Marcelo considera ser agora seu, uma liderança do PSD por Rui Rio tiraria este partido da quase extrema-direita onde se encontra com a liderança de Passos e dos seus jovens tigres. Se um governo de Santana Lopes acabaria por ser uma paródia que acabaria por se virar contra Marcelo, um governo do bloco central reduziria Marcelo ao estatuto de reformado de Belém.

Com um governo de bloco central Marcelo perderia espaço político, não teria margem para criar fatos políticos, nem mesmo se ardesse o resto do país. Marcelo perderia todo o protagonismo e a sua presidência arrastar-se-ia sem grande chama.

O melhor primeiro-ministro para Marcelo é António Costa, com ou sem Geringonça. Desta forma os partidos à direita continuariam a apoiar Marcelo na esperança de receber uma ajuda, enquanto o Presidente ia gerindo a sua imagem à custa do governo. No caso de desgraça Marcelo supende a agenda e vai dar muitos abracinhos e beijinhos. Quando houver sucessos para festejar Marcelo antecipa-se e é ele a dar as boas notícias.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Maldita retoma



ladroes de bicicletas

Posted: 03 Nov 2017 02:15 AM PDT

Retoma

Fonte: INE, contas feitas a partir das Estatísticas das Empresas

Leia-se as duas declarações seguintes:  

"A estabilidade das políticas publicas é crucial para a recuperação da confiança. A recuperação da confiança é determinante para a recuperação do investimento. A recuperação o investimento é essencial ao crescimento e à criação de emprego. E só com crescimento e emprego é possível recuperar o rendimento e consolidar de forma sustentada as nossas finanças públicas. À convicção deste virar de página que era não só necessário como possível, juntamos agora os resultados produzidos por esta mudança de política."

Ou seja:
Cumprir as metas orçamentais -->  recupera a confiança --> recupera o investimento -->  crescimento e aumento do emprego. Uma ideia que seria facilmente defendida pelas bancadas à direita do Parlamento.

"Alcançámos porque soubemos conduzir com equilíbrio virtuoso os diferentes objectivos orçamentais. Só foi possível cumprir os compromissos orçamentais da União Economia e Monetária porque a economia respondeu positivamente às novas políticas com mais crescimento e mais emprego. E é também claro que a recuperação económica só foi possível ao provarmos que eram elas que conduziam à estabilidade orçamental, à estabilidade do sector financeiro e à recuperação da confiança na economia portuguesa"

Resumo:
Novas políticas --> crescimento e mais emprego --> cumprimentos das metas orçamentais e estabilidade do sector financeiro, recuperação da confiança. Uma ideia que está mais de acordo com as críticas à esquerda.
Se olharmos para estas duas sequências causais, elas aparentam ser não antagónicas, dada a natureza em espiral dos efeitos virtuosos. Mas na realidade, depende de onde se comece o raciocício. Elas têm, na verdade, diferentes pressupostos de teoria económica e, com eles, uma forma diversa de olhar para a economia e para o país e pressupõem panóplias de políticas distintas.
Aliás, essas duas visões distintas ficaram patentes em Portugal, desde 2010 até agora (desembocando nas eleições legislativas de 2015) e tiveram até mais um episódio de confronto, ontem, na discussão na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2018. O PSD assentou a sua posição com uma declaração política de ... Maria Luís Albuquerque, que foi aplaudida no fim durante um minuto por toda a bancada social-democrata, como se fosse ainda ministra das Finanças! 
Mas voltemos às duas citações.
O interessante é que ambas foram ditas pela mesma pessoa. E são do primeiro-ministro António Costa, ontem proferidas na sua declaração de apresentação da mesma proposta de OE.
A poítica seguida até agora tem, de facto, gerado uma subida do crescimento e do emprego, mas em que o emprego gerado é pouco qualificado, mal remunerado (abaixo da média global da economia), influenciado por uma conjuntura favorável e, pior que tudo, baseados maioritáriamente em formas diversas de contratos precários, em que os salários médios praticados têm vindo a decrescer, apesar da retoma. O gráfico acima é prova disso.
Por razões diversas, a que não é alheio a existência de cerca se um milhão de desempregados (em sentido lato), os ganhos da retoma não têm sido distribuídos com justiça e esse aspecto deriva muito da ausência de políticas que relativizem a componente conjuntural e de políticas relativa ao mercado de trabalho. O Governo - por razões diversas, nomeadamente europeias - pouco quis alterar o enquadramento legal deixado pela direita, criado para embaratecer a mão-de-obra e fragilizar o papel dos sindicatos, o que marca muito a política seguida pelo governo.
Este foi um dos aspectos ausente do debate orçamental de ontem. Algo que permitiu ao primeiro-ministro fazer a quadratura do círculo, na defesa o mesmo tempo de todas as ideias económicas.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

A traição de Jean-Claude Juncker

Aventar

por João Mendes

“Quero aqui homenagear o Governo de António [Costa] por ter endireitado e restaurado a situação das finanças públicas portuguesas”, disse Juncker em declarações aos jornalistas à chegada a Belém, onde teve a seu lado Marcelo Rebelo de Sousa.

Na terça-feira segue para Coimbra na companhia do primeiro-ministro. “Iremos falar do Orçamento [do Estado] português que não coloca grandes problemas”

[via Expresso]

Belzebus. Belzebus everywhere...



segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Ai Marcelo




por estatuadesal

(Por Penélope, in Blog Aspirina B, 30/10/2017)

ACentrevista

"Entrevista a Costa vista em Belém como mais uma oportunidade perdida"

(Por muito que negue, Marcelo continua a atacar o Governo. Agora "soprou" para o Público (ver aqui ), o seu desagrado com a entrevista de António Costa à TVI. Quer dizer, como o Presidente-Comentador está afastado do seu púlpito dominical,  manda dizer para os comentadores dos jornais, que o Presidente-Presidente, não gostou do que viu. Eis Marcelo investido num clandestino papel de chefe da oposição. Não é bonito, e os portugueses não gostam. O país merecia melhor oposição e a oposição merecia ter uma liderança às claras e sem ser clandestina. Por muitos beijos que dê e abraços que distribua, aposto que a popularidade de Marcelo vai começar a cair. E ainda bem.

Estátua de Sal, 30/10/2017)

Não me espantaria se o jornal Público se dedicasse por estes dias a acirrar os ânimos entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. Havendo um fundamento sério no mal-estar entre os dois, noticiado pelo jornal há uns dias (e as razões estão muito longe de ser todas favoráveis a Marcelo), é também evidente que ao jornal e aos interesses que representa convém explorar este desentendimento – porque aumenta as vendas e “morde” nos socialistas por razões bem conhecidas – e dar com isso uma mãozinha a uma direita que entrou em desespero pela não chegada do diabo nem vislumbre do mesmo. Com a situação económica do país a melhorar a olhos vistos e a Geringonça a não dar sinais de quebrar no essencial, os incêndios e Marcelo oferecem subitamente uma boa tábua de salvação a quem se vê a afundar e sem maneira de chegar ao poder. O David Dinis pode estar numa de ajudar. É que estas notícias, por muito verdadeiras e objectivas que sejam, associadas a uma tragédia nacional, transformam-se, na restante comunicação social, esmagadoramente controlada pela direita, numa guerra do Bem contra o Mal, num contraponto entre “os afectos” de Marcelo e “a frieza” de Costa. Num populismo sem pudor.

É fácil omitir que a função de um não é a função do outro. Que o que se espera de um não é o que se espera do outro. Que as responsabilidades de um não são as do outro. Que Marcelo não foi eleito para governar. Que para isso teria que ter sido eleito para a chefia do PSD, coisa que não foi nem quis. Omitir tudo isto é fácil.

Ora, interesses político-jornaleiros à parte, acontece que Marcelo dá mostras de não se estar a importar nada de participar neste jogo/brincadeira irresponsável e calculista. Mais: não é de excluir que tenha sido o próprio a começá-lo. Num pequeno vídeo passado no sábado no Eixo do Mal (em que se vê Marcelo a discursar na entrega de um prémio a Wim Wenders), Marcelo mostra-se claramente desagradado com a Geringonça pelo facto de a mesma obrigar a negociações constantes com partidos anti-europeus, cujas consequências não são, a seu ver, as melhores para o país. É um escolho, de facto. Mas daí até o Presidente pôr em prática um plano de ataque a Costa e de desestabilização política deveria ir um passo muito grande. E maduramente ponderado.

E no entanto, o que vemos é a presidência da República a alegar e a aproveitar as diferenças na exteriorização da “compaixão” pelas vítimas para reforçar a aura de «comandante do povo» de Marcelo e a ideia de incompetência do Governo. Muito mau. Mau de mesquinho. O que é que fez o Costa? Não chorou? Mas, mas, mas … o que é isto? O socorro está a chegar às populações como previsto! Os habitantes locais não atribuem ao Governo nenhuma das culpas que o Presidente deixa subentendidas. Nenhuma.

Convém, pois, lembrar ao actual Presidente que 1) é preciso muito mais do que beijinhos, abraços e selfies para resolver os problemas das pessoas atingidas por uma catástrofe – tarefa exigente e criteriosa que não incumbe ao Presidente; 2) nem toda a gente tem feitio para “santo” curandeiro, neste caso de “feridas psicológicas”, como Marcelo parece querer ser; 3) Marcelo não tem o direito de expor a sua personalidade (que crê impecável, mas que muitos vêem como calculista) por contraponto à de outros, que não andam aos beijos e eventualmente encaram as suas funções de forma diferente, colocando o objectivo de eficácia a outro nível.

Esta afirmação (referente à entrevista a António Costa, ontem, na TVI), se verdadeira, vinda de Marcelo, é inaceitável : “Primeiro-ministro falhou a reconstrução da sua imagem junto dos portugueses“.  O que queria o Presidente? Que Costa se ajoelhasse, lhe pedisse perdão, pedisse perdão aos portugueses e chorasse?

A que ponto de irracionalidade estamos a chegar?

Um presidente simpático poderia ter mais juízo. A sério que é a visão de Santana Lopes no poder que o move?? Se é, é ridículo.




António Costa anunciou que o dinheiro para reconstruir as casas já está disponível

António Costa anunciou que o dinheiro para reconstruir as casas já está disponível


PUBLICADO EM:

2017-10-30

POR:

Rui Pedro Nascimento

António Costa anunciou ontem, durante a visita de ontem à Pampilhosa da Serra que que já estão definidos os apoios à reconstrução. As obras até 5.000€ vão ser apoiadas diretamente pelos municípios após candidaturas dos lesados.

As Câmaras Municipais ficarão também responsáveis pela atribuição dos subsídios entre 5.000€ e 25.000€, sendo necessários nestes casos um parecer prévio das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Para obras superiores a 25.000€, as mesmas serão englobadas em empreitadas que serão realizadas a nível intermunicipal.

O Primeiro-ministro aproveitou para esclarecer que independentemente do valor da recuperação todos os assuntos serão tratados nas Câmaras Municipais.

António Costa anunciou na mesma visita que o governo está a estudar e irá apoiar, também, a reconstrução de casas de segunda habitação uma vez que estas habitações são o vínculo das pessoas e famílias às suas raízes.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Costa pediu desculpas. E Cristas e Passos, não pedem?


Estátua de Sal

por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 18/10/2017)

Chuva Cristas

O São Pedro ainda leva com uma moção de censura - Imagem in Blog 77 Colinas

Estive a ver o debate parlamentar na Assembleia da República sobre a questão dos fogos. Devo dizer que as intervenções do palhaço Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, e da deputada Assunção Cristas, sobretudo desta me enojou.

O Hugo caceteiro quer que o Governo se demita. Diz que é "em nome das vítimas", e que o Governo já não tem legitimidade para governar, e se não se quer demitir deve apresentar uma moção de confiança que lhe reforce (ou retire o apoio). Pois bem, ó meu pateta, se é em nome de vítimas de políticas, vamos a contas.

Quantos morreram devido aos cortes de salários e pensões, de perda dos empregos, de casas e famílias destruídas, de suicídios por desespero, de mortes prematuras por os serviços de saúde estarem à míngua, devido às políticas de ladroagem aos pobres, empreendidas pelo governo pafioso? Quantos choraram lágrimas de raiva, quantos abandonaram o país e caíram nas ruas da amargura? A direita fala das cem vítimas dos incêndios, mas como consequência das políticas de saque da direita não terá havido muito mais mortes? Não terá havido muito mais desgraças e desespero? Perante isto, só me apeteceu vomitar na cara do rapazola.

Depois veio a Cristas. Outro nojo, lamento dizê-lo. Ela que mais patrocinou o descalabro da floresta com a sua liberalização do eucalipto, ela que cortou nas verbas destinadas ao ordenamento e à defesa das florestas, ela que fez parte de um governo que até acabou com a isenção das taxas moderadoras na saúde de que os bombeiros gozavam - como bem lembrou Jerónimo de Sousa durante o debate parlamentar -, veio pedir responsabilidades ao Governo e a António Costa. Um perfeito exercício de fariseu de saias, um despudor que - apesar de o assunto ser grave e sério -, é de um ridículo burlesco e de mau gosto.

Estranhamente, não vi a direita questionar nunca quais as causas dos incêndios, as causas estruturais determinadas por anos de incúria e de más opções de sucessivos governos apoiados pelos partidos da direita. Não acha a Dona Cristas que também deveria PEDIR DESCULPAS ao país? Costa pediu desculpa. Cristas, Coelho, o rapazola Hugo e toda a bancada pafiosa, esses, quais justiceiros de pacotilha - tendo em conta do seu perfil de salafrários -, brindaram-nos com uma farsa vergonhosa, colocando os mortos e as vítimas ao serviço da sua gula pelo poder.

Também não vi a direita questionar a hipotética causalidade terrorista que poderá estar por detrás da vaga de fogos. Há especialistas que avançam que, as causas naturais, só por si não podem explicar, quer a intensidade dos fogos, quer a sua simultaneidade temporal. Pediu a direita que se investigue? Pediu a direita responsabilidades ao Governo por nada ter ainda avançado no esclarecimento cabal dessas dúvidas? Não. A direita não quer que não haja fogos. O fogo, os mortos, o alarme social, a destruição do país é a sua praia.

Não digo que os archotes dos incendiários tenham sido autografados directamente pela Dona Cristas, ou pela caneta do Passos. Mas que devem estar a esfregar as mãos de contentamento pelo facto de as chamas lhes permitirem brindar o governo com uma chuva de críticas e dificuldades de percurso, disso não tenho qualquer dúvida. De tal forma que até estou com pena do Passos: soubesse ele da dimensão desta tragédia e seguramente não se teria demitido. Ou estarei errado, e tudo isto aconteceu, de facto, porque Passos se demitiu? Responda quem souber.

Será que António Costa aceitará a prenda?

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por Carlos Araújo Alves

Marcelo Rebelo de Sousa disse o que tinha e havia para dizer sobre o descalabro deste governo face ao tratamento, ou melhor, ao abandono, que o Estado dispensou aos cidadãos que tiveram de enfrentar, sós, o avanço dos fogos.
Falou bem, mas ter-se-á apercebido que, ao anunciar um novo ciclo, que deverá sair da Assembleia da República, ofereceu a Costa o melhor motivo para se demitir e provocar eleições, aproveitando o estado calamitoso em que Passos deixa o PSD?
Não sei se António Costa optará por aceitar esta prenda desde já, mas que não lhe bastará uma vitória contra a moção de censura do CDS, isso parece claro, uma vez que o Presidente da República mostrou bem que só lhe dará mais uma oportunidade. Este governo precisa de maior legitimação parlamentar para responder a Marcelo Rebelo de Sousa, seja através do pedido de um voto de confiança, seja através de eleições legislativas.

Portugal's PM Costa reacts during a biweekly debate at the parliament in Lisbon

Do orçamento já ninguém fala, afinal parece agradar à direita e à esquerda (coisa esquisita, não?), embora nada lá se encontre que consubstancie a tal nova política florestal, nem uma reformulação dos nossos sistemas de prevenção, de combate e de comunicação em casos de catástrofes.
O que poderá travar António Costa a aceitar tamanha oferta? Apenas o receio de esvaziar os partidos à sua esquerda, porque precisa deles para legitimar a imagem de que se trata de uma governação de esquerda e aproveitar a boa imagem que a "geringonça" goza junto dos apoiantes dos partidos que a sustentam.
A ver vamos, mas não coloco nem um cêntimo no resultado deste jogo!

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

“NÃO DAR UM PASSO MAIOR QUE A PERNA…”



por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 08/09/2017)
passo
(Este texto reflecte apenas a opinião do seu autor, sobretudo no que toca à sua declaração negativa de voto eleitoral. Esta página não faz declarações de voto explícitas, nem a favor nem contra, até porque as Estátuas não votam.
Estátua de Sal, 08/09/2017)

Lentamente começo a actualizar-me e, agora que terminou o período estival e recomeça a disputa política, também eu vou retomando os meus velhos hábitos e vendo alguma TV.
E ouvi hoje esta lapidar frase de António Costa, que releva da sabedoria popular e do bom senso, não admitindo, por isso, qualquer relevante contraditório, e verifiquei de imediatos três tipos de reacções: Por um lado o ar estupefacto de Passos Coelho, que desejava realmente que Costa aceitasse, por pressão dos seus aliados, dar “um passo maior que a perna”, a de Catarina Martins, também estupefacta e dando uma resposta leviana e inconsequente e, por fim, a posição sempre sensata do PCP que prefere esperar para ver, mas sempre disposto a lutar pelo possível.
“Lutar pelo possível” disse eu e conscientemente o disse. Porque é disso mesmo que se trata.
Pois vejamos: Se os resultados da Economia têm sido francamente bons; se os valores das principais variáveis económicas e sociais têm tido um comportamento francamente positivo ( a confiança, o investimento, o consumo privado, as exportações etc e etc.), tudo isso tem por sustentação dois aspectos nitidamente relevantes: por um lado a sensação de que o Governo tudo tem feito para inverter o ciclo da austeridade e reverter rendimentos, mesmo que faseadamente e, por outro lado, a certeza de que tudo isso tem sido feito observando e respeitando integralmente as condicionantes que nos são impostas pelo controle do défice e pelo rating da dívida.
Assim sendo, constituindo esta notável melhoria da situação económica e global um desafio a uma estabilidade sustentável, não só desejável como imprescindível, ela não pode ser desperdiçada por desejos de um aproveitamento pontual que se poderá tornar malévolo num futuro próximo.
As posições do Bloco de Esquerda, imediatistas , não digo irresponsáveis mas no mínimo aéreas, não condizem minimamente com a aceitação da realidade nem com as suas exigência e mais me parecem a daquelas famílias que, tendo conseguido uma momentânea melhoria da sua situação orçamental, desatam logo a gastar sem cuidar de poupar ou antever uma crise futura.
Reivindicar, como faz o BE, para que depois o sucesso das medidas sejam obra sua, é o caso de uma política pouco responsável e até oportunista, que nada aporta nem ao bom senso nem à estabilidade.
Contrário é, como disse, o comportamento do PCP. O PCP elege temas comportáveis e realizáveis. Estuda-os e, movimentando-se na sombra, sabe perfeitamente da exequibilidade e de todos os contornos mas, sabendo serem medidas possíveis e compagináveis, não prescinde delas. É consequente e responsável.
O BE apenas quer louros e apresenta uma Catarina sempre mal disposta. Não é bem o Passos Coelho, embora às vezes pareça, mas coloca-se muitas vezes a jeito!
É que Passos Coelho logo veio dizer do seu desejo: que os Partidos de Esquerda que apoiam esta solução parlamentar se desentendam e deixem o PS a falar sozinho!
Isto é o que ele sonha, já que todos os seus sonhos se têm perdido no anedotário do tempo, a não ser que a Catarina ajude…
De modo que eu reafirmo, corroborando energicamente a frase de Costa, que “ Não dar um passo maior que a perna”´ é o que impõe o bom senso e a razoabilidade!
O BE quer derrubar o Governo? Pois que derrube! Vai-se arrepender eternamente…
Não tenho nada contra o Bloco, mas nunca nele votaria!
É a minha opinião! Apenas minha!
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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Hay gobierno, há rentrée

Raul Vaz
Raul Vaz | raulvaz@negocios.pt28 de agosto de 2017 às 23:06

E quando é que António Costa pensa e quer abrir um novo ciclo? "Passadas as eleições autárquicas", que previsivelmente vai ganhar e que o parceiro do grande consenso vai perder. Eis o quadro ideal para o político produzir
Reli, com lupa. O Expresso voltou à carga (bem sei que o online tem os seus truques) com a entrevista de António Costa "originalmente publicada a 20 de Agosto", o momento que "marcou a rentrée". Isto com um título de suporte: "A actual solução governativa não depende de haver ou não maioria absoluta." Et voilà, Costa deu uma entrevista. Mais uma.
Se formos benevolentes depois de uma nova leitura, encontramos uma razão para a coisa, dita pelo protagonista: "Não deve haver ninguém em Portugal que há mais anos exerça consecutivamente funções executivas do que eu." Se António Costa fez contas, tem razão. Facto que pode, como este mundo mostra, ter interpretações diferentes. Mas Costa é, em betão, um democrata.
O pouco que fica da entrevista não marca nada. Muito menos uma rentrée. Claro que o politicão estende a pergunta convencional: "O que será prioritário na rentrée?" A deixa para um recomeço de Costa: "(…) Vamos abrir a grande negociação para um grande consenso sobre o que deve ser a estratégia nacional para o pós-2020." Consenso com quem? Seguindo o plano do primeiro-ministro, com quem "permita que o programa de grandes investimentos em obras públicas seja aprovado por dois terços na Assembleia da República".
E quando é que António Costa pensa e quer abrir um novo ciclo? "Passadas as eleições autárquicas", que previsivelmente vai ganhar e que o parceiro do grande consenso vai perder. Eis o quadro ideal para o político produzir política. Costa sabe que a seguir às autárquicas o PSD entra num processo de convulsão interna, com cabeça para tudo menos para um acordo suicidário com quem fez reversões em áreas do universo em que agora pede um consenso nacional alargado. O novo ciclo de Costa pretende apenas apagar, ou amaciar, o ciclo terrível do estio.
Há um outro pormenor que desmonta o circo. No seu número menos conseguido - desde que "há 20 anos tem funções executivas" -, António Costa despe-se e desilude nas vestes do pragmatismo: "Relativamente ao Brasil, como Angola, Moçambique, Guiné ou qualquer país lusófono, temos a regra contrária à do anarquista: hay gobierno, somos amigos."
A entrevista do primeiro-ministro ao Expresso é um acto falhado. Outras se seguirão para corrigir o tiro. O problema de Costa é que, neste Verão, perdeu o controlo da agenda. Claro que vai recuperar nas eleições de Outubro. Será suficiente? Pedrógão foi um murro com espessura e fractura social. Também é verdade que ontem começaram a cair uns pingos de chuva...
política.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A ponta do golpe em curso


Posted: 16 Aug 2017 07:59 AM PDT


O discurso do Pontal de Passos Coelho foi uma defesa encapotada de um Bloco Central com um PS de direita. Foi uma chamada às armas para dentro de um certo PS e uma manobra de envolvimento de um certo PSD que habitualmente faz frente a Passos Coelho, como o próprio Presidente da República, e que trabalha arduamente na criação de um novo Bloco Central entre PS e PSD.
Uma jogada de antecipação - antes que as eleições autárquicas de Outubro de 2017 levem Passos Coelho - e de esvaziamento dessa ala do PSD que deverá se afirmar pós-eleições, em 2018. Mas foi uma tentativa sem muito jeito.
Daí as críticas à direita: para a próxima, Passos Coelho devia trazer um discurso escrito, o que é o mesmo que dizer que Passos nunca poderá ser a cara desse projecto de isolar a esquerda do PS e a esquerda à esquerda do PS. Mas o programa desconchavado desse envolvimento foi traçado.


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O proselitismo da direita

(Carlos Matos Gomes – Facebook 03/08/2017)

O Observador e os profetas que por lá pregam a sua fé confiam o êxito do seu proselitismo ao mesmo factor dos apóstolos que expandiram todas as religiões: a ignorância dos povos a converter. Os pregadores do neoliberalismo, de que o Observador é a folha paroquial, sabem que o sistema de crédito público, isto é da dívida do Estado, tem uma origem muito antiga – nas repúblicas de Génova e de Veneza, segundo alguns historiadores, daí o sistema passou para a Holanda colonial, com o seu comércio marítimo e tornou-se dominante na Europa logo a partir do início da industrialização. A dívida pública é um processo muito antigo e de manhas conhecidas, que se resume, no essencial, à alienação do poder soberano do Estado aos financeiros, seus credores. A única parte da riqueza dos Estados que resta como propriedade dos cidadãos é, precisamente, a divida do Estado. A dívida do Estado é a corda que o condenado transporta para ser enforcado.
Os pregadores, os comentadores económicos do neoliberalismo, sabem muito bem que a divida pública é o motor do capitalismo. É a dívida pública que transforma o dinheiro improdutivo dos especuladores financeiros em capital e riqueza, sem as canseiras e os riscos da sua aplicação na indústria ou noutras actividades produtoras de bens e serviços reais. Os comentadores como os que no Observador difundem a ideologia do neoliberalismo, estão simplesmente a praticar tiro político contra este governo fazendo de conta que comentam cientificamente assuntos de finanças. Ameaçam com o Inferno, mas vivem da venda das suas brasas, como os pastores das igrejas.
A Helena Garrido e os seus colegas catequistas sabem muito bem que os credores do Estado não fazem nenhum favor em emprestar dinheiro ao Estado, pois a soma emprestada é convertida em títulos de dívida, facilmente transferíveis, que funcionam nas suas mãos como se fossem dinheiro sonante. A dívida do Estado permite aos financeiros criar dinheiro. Como o Estado Português é de confiança, nunca ameaçou nem sequer discutir a renegociação da dívida, nem sequer de prazos e juros, a dívida portuguesa é uma mina.
Os alertas de Helena Garrido contra os perigos da dívida pública são pura hipocrisia política, são apenas ferroadas contra o governo de António Costa por preconceito ideológico e por desejo de colocar os seus homens a gerir o pote, como explicou num momento de franqueza o grande Marco António Costa. O Observador prefere um governo com os seus amigos e os do Marco António Costa e a Helena Garrido escreve por conta desse objectivo. A dívida pública é apenas um pretexto.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Assunção Cristas, ombro a ombro com Hugo Soares no ranking da falta de noção do ridículo

por João Mendes


Recorte: TSF via Uma Página Numa Rede Social
Enquanto milhares sofrem e lutam contra o flagelo dos fogos florestais, um bando de oportunistas sem vergonha na cara ou noção do ridículo continua a instrumentalizar a tragédia com vista à obtenção de mais-valias político-partidárias e eleitorais. Hoje foi a vez de Assunção Cristas, que acusou o governo de "não saber lidar com situações sérias, difíceis e onde é preciso ter comando e autoridade". Sim, esta pérola tem como autora a mesma senhora que assinou de cruz a resolução do BES. A mesma que, perante a seca de 2012, tranquilizava o país com a sua fé inabalável de que a chuva estaria para chegar. Que se calou bem caladinha quando o seu irrevogável líder lançou o país e a governação no caos, ao apresentar uma demissão de ocasião, apenas para colher dividendos para si e para o CDS-PP, à custa de uma subida de juros como não há memória desde que este executivo assumiu funções. Que atulhou a Parque Expo com as suas clientelas partidárias. Eis como Assunção Cristas lida com situações sérias, difíceis e onde é preciso ter comando e autoridade. Só ao alcance de quem não tem noção do ridículo.

Fonte: Aventar


sexta-feira, 21 de julho de 2017

O poder que voltou

André  Veríssimo
André Veríssimo | averissimo@negocios.pt 21 de julho de 2017 às 00:0´

Antes de a banca cair do pedestal do poder em Portugal já ele se tinha esvaído. Nos tempos que correm só o dinheiro garante a autonomia e quando deixou de o haver entregámo-la. Partiu para outras geografias, Berlim, Frankfurt, Washington, Bruxelas. Mas está a voltar.
Não todo o poder, porque o fomos cedendo em nome de um projecto europeu sobre o qual crescem dúvidas, mas que soube atravessar aquela que foi a sua maior provação. A soberania sobre o sistema financeiro foi a última a partir.
Não todo, porque há fragilidades que ainda nos tolhem e independências por firmar – vivemos ainda no aconchego do BCE.
Não todo, porque na míngua de dinheiro português venderam-se a capital estrangeiro valiosos anéis empresariais e vários dedos dessa mão poderosa da economia que é a banca .
Há, ainda assim, um regresso, construído à força do cumprimento de metas orçamentais, da recuperação do acesso aos mercados, de um crescimento económico mais robusto. Um esforço colectivo, sofrido, teimosia de vários anos, seguindo obedientemente as regras do jogo que outros desenharam. Mas emergimos.
A maior confiança, esse sentimento que os matemáticos aprenderam a medir e as estatísticas colocam agora nos píncaros, bebe também dessa maior autonomia. Está na auto-estima. Está na capacidade para tomar opções.
Liberdade é poder. Lisboa tem mais poder. E quem diz Lisboa, diz São Bento, diz Belém. Os actores políticos são hoje mais protagonistas e menos intérpretes de um papel secundário. Podem escrever um argumento mais original. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa têm mais poder do que teve Pedro Passos Coelho ou Cavaco Silva. Também por espessura própria, deve reconhecer-se.
Há também novos protagonistas, uns saídos da destruição criativa da crise, outros da retoma. A convulsão trouxe um maior equilíbrio. O Estado é menos imponente, a banca menos influente, o poder judiciário está mais presente. Eminências pardas ainda as há, mas o poder é mais difuso, há mais matizes. O que é até mais saudável, pode é ser passageiro.
São os rostos desta nova ordem, mestiça ainda da antiga, que o Negócios vai dar a conhecer nas próximas semanas em mais uma edição de "Os mais poderosos".

Fonte: Jornal de Negócios

Nota do Blogue: As nossas Televisões, incluindo a RTP que todos nós pagamos, não falam deste assunto, enfeudadas que estão ao serviço da Direita que nos martirizou durante quatro e meio.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O Debate do Estado da Nação–12/07/2017

O Debate do Estado da Nação (2017)

Acompanhei o debate sobre o Estado da Nação realizado, hoje, na Assembleia da República e, do que ouvi, fiz a seguinte análise:
1 – O Primeiro Ministro, Dr. António Costa, mostrou-se desinibido, bem seguro de si e fez um discurso verdadeiro e elucidou bem o estado em que se encontra a Nação. Referiu os sucessos económicos, a redução do desemprego, o aumento do número de empregos criados, o que melhorou nas diversas áreas, tais como no ensino, na saúde, no aumento das pensões de reforma mais baixas, nos apoios sociais, a subida do investimento e do crescimento económico. Em suma, foi a inversão total da política seguida pelo anterior Governo do PSD/CDS que conduziu a estes resultados. Reafirmou a sua confiança na Ministra da Administração Interna, Constança Urbano Sousa, e no Ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
2 – Da oposição, a primeira intervenção ficou a cargo do deputado do PSD, Luís Montenegro, que fez um discurso próprio de uma direita radical e extremista, como nunca se viu em democracia. Só veio confirmar que já não existe centro-direita, mas existe uma extrema-direita, confirmação que veio na intervenção da deputada do CDS, Assunção Cristas, também ela numa posição de direita extremista, pedindo ao Dr. António Costa a demissão dos ministros acima referidos e que o Governo estava com falta de liderança.
3 – Do que ouvi da oposição, as intervenções resumiram-se aos factos ocorridos na segunda quinzena de junho, o incêndio e as mortes ocorridas em Pedrógão Grande e o assalto!? aos paióis de Tancos. Para a oposição, o ano resumiu-se a apenas duas semanas.
4 – O deputado Passos Coelho tentou fazer um discurso de estadista, mas caiu na demagogia, afirmando que os êxitos se devem ao Governo que liderou e que, se ainda fosse primeiro ministro, Portugal estaria em melhor.
5 – Dos partidos que que apoiam o Governo BE, PCP e PEV saíram diversos e incisivos ataques à Oposição, confirmando o seu apoio ao Governo do Partido Socialista.
Em conclusão, o Primeiro Ministro levou a Oposição ao tapete. Do meu ponto de vista, o governo já não tem Oposição, mas dois agrupamentos de franco-atiradores.

Ovar, 12 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

Clique para ler:
O Discurso do Dr. António Costa na íntegra

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Inquietação, inquietação. Três demissões. Remodelação à vista.



por estatuadesal
(Nicolau Santos, in Expresso Curto, 10/07/2017)
nicolau
Em 2008, José Mário Branco lançava um novo álbum. Um dos temas tinha por título “Inquietação”. O refrão era assim: “Cá dentro inquietação, inquietação / É só inquietação, inquietação / Porquê, não sei / Porquê, não sei / Porquê, não sei ainda / Há sempre qualquer coisa que está prá acontecer / Qualquer coisa que eu devia perceber / Porquê, não sei / Porquê, não sei / Porquê, não sei ainda (…)”
Talvez a música tenha vindo à memória de António Costa quando foi confrontado ontem com a demissão de três secretários de Estado: o da Inovação (João Vasconcelos), o dos Assuntos Fiscais (Fernando Rocha Andrade) e o da Internacionalização (Jorge Costa Oliveira). Motivo: a suspeita de que iriam ser constituídos arguidos no âmbito do inquérito aberto pelo Ministério Público a propósito das viagens que fizeram para assistirem ao Euro 2016 em França a convite da Galp, patrocinador oficial da selecção portuguesa desde 1999 (e que durante todos estes anos convidou muitos e variados políticos, empresários, gestores, jornalistas e pessoas de várias outras profissões para assistirem aos jogos de Ronaldo & Companhia).
Os três governantes, que ontem se reuniram com o primeiro-ministro, que aceitou os pedidos de demissão (“Não podia negar-lhes esse direito”, disse ao Público), divulgaram uma nota na qual afirmam que decidiram “exercer o seu direito de requerer ao Ministério Público a sua constituição como arguidos”, depois de terem tido conhecimento de que “várias pessoas foram ouvidas pelo Ministério Público e constituídas como arguidas no âmbito de um processo inquérito relativo às viagens organizadas pelo patrocinador oficial da seleção portuguesa de futebol, durante o campeonato da Europa de 2016”. (Curiosamente, hoje passa um ano que a selecção portuguesa venceu o Euro 2016, ganhando no final à anfitriã França por 1-0, com um golo no prolongamento do improvável Éder).
Jorge Costa Oliveira, Fernando Rocha Andrade e João Vasconcelos afirmam que foram “sempre transparentes” sobre esta questão e “reafirmam a sua firme convicção de que os seus comportamentos não configuram qualquer ilícito”, o que dizem querer “provar no decorrer do referido inquérito”.
“Todavia, nas atuais circunstâncias, entendem que não poderão continuar a dar o seu melhor contributo ao Governo e pretendem que o executivo não seja prejudicado, na sua ação, por esta circunstância”, justificando assim o seu pedido de exoneração.
Segundo o Observador, os três secretários de Estado são suspeitos de recebimento indevido de vantagem e é este o crime pelo qual serão indiciados.

sábado, 8 de julho de 2017

Já nem as desgraças salvam os profetas



A 16 de Junho de 2017, um dia antes da tragédia de Pedrógão Grande, a Aximage publicou uma sondagem encomendada pelo Negócios e Correio da Manhã. Long story short: PSD e CDS-PP em mínimos históricos (24,6% e 4,6% respectivamente, conquistando apenas 29,2% dos inquiridos), PS a subir em flecha, à custa, essencialmente, de eleitorado perdido pela direita, BE e PCP ligeiramente abaixo dos resultados das Legislativas. Segundo este estudo, à data acima, a Geringonça consegue 61,2% da amostra analisada. É uma sondagem, vale o que vale, mas não deixa de ser esmagadora.
Veio a calamidade de Pedrógão, o roubo de material militar em Tancos, muito mal explicado, e as cativações. O grito de revolta da oposição foi feroz, como há muito não se ouvia, e até o impasse entre a ministra da Justiça e o Sindicato de Magistrados do Ministério Público serviu para o que sobrou da Pàf pedir cabeças. Era o fim do estado de graça do governo, o início do fim de Costa, a Geringonça que finalmente se desmembraria. O êxtase foi tal que se aventaram suicídios que nunca aconteceram, confirmados por familiares e testemunhas que nada viram, causando embaraço e vergonha alheia.
Mas uma nova sondagem, efectuada no início deste mês pela Eurosondagem para Expresso e SIC, já depois dos incidentes em Pedrógão e Tancos, revela que o PS continua a subir nas intenções de voto dos inquiridos, acompanhado pelo PCP. Os restantes partidos, bem como a popularidade de todos os líderes, à excepção do inevitável Marcelo, registam resultados inferiores aos obtidos no estudo anterior. É de uma ironia finíssima. É que nem com desgraças reais (não confundir com palermices como a ameaça soviética ou a vinda do diabo), instrumentalizadas até ao tutano, a direita conseguiu descolar. Pior: apesar da quebra de popularidade de Costa, o PS consegue subir. Os profetas profetizaram, quase sempre ao poste, e agora, perante desgraças reais de gravidade extrema, que colocam em causa ministros e outras figuras de topo da hierarquia, conseguem perder ainda mais terreno.
Passos Coelho já não tem créditos e a barra de energia está no vermelho. Há focos de rebelião interna, o CDS é uma sombra do PP de Portas, e os indicadores económicos não ajudam, apesar das cativações. Apesar da manipulação da opinião pública, dos anúncios de resgates e programas cautelares, das conspirações soviéticas. Os profetas vivem a sua própria desgraça e nem as verdadeiras desgraças lhes valem. Um vazio constrangedor e uma oposição incapaz de cumprir o seu papel, sem rumo, perdida nos seus próprios demónios. E tantas tempestades por colher.

Fonte: Aventar

sexta-feira, 7 de julho de 2017

PS sobe, Costa desce


por estatuadesal

(Raquel Albuquerque, in Expresso Diário, 07/07/2017)
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António Costa vê a sua popularidade e a do Governo descerem no mês de julho, já depois da tragédia de Pedrógão Grande e do assalto em Tancos.
Além dos socialistas, só a CDU sobe no barómetro de julho da Eurosondagem. A popularidade de todos os líderes partidários e órgãos de soberania desce, exceto a do Presidente da República. Inquérito da sondagem já foi feito depois dos incêndios em Pedrógão Grande e do assalto em Tancos.

Naquele que é definido pelo próprio Governo como o momento “mais difícil” que já enfrentou, face à tragédia dos incêndios em Pedrógão Grande e ao roubo de armas em Tancos, o barómetro de julho da Eurosondagem para o Expresso e a SIC mostra que o PS conseguiu ver subir as intenções de voto, embora o primeiro-ministro veja a sua popularidade descer.
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A sondagem deste mês revela que as intenções de voto no PS estão agora nos 40,4%, representando uma subida de 0,4 pontos percentuais em relação ao mês passado. Pelo contrário, o PSD, que tinha estabilizado no mês passado, registou em julho uma descida de 0,4 pontos, ficando agora com 28,6% das intenções de voto.
Além do PS, só a CDU conseguiu subir este mês (+0,3 pontos). Todos os restantes partidos (CDS, BE e PAN) registaram descidas nas intenções de voto. Note-se que as entrevistas para esta sondagem foram feitas entre os dias 28 de junho e 5 de julho, um período que já apanha a tragédia dos incêndios e o roubo aos paióis em Tancos.
Só Marcelo escapa
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Quanto à popularidade, só o Presidente da República é que volta a subir, sem alterar assim a tendência que tem registado. Marcelo Rebelo de Sousa chega em julho a um saldo positivo de 60,9% (mais 0,3 pontos que no mês passado).
Contudo, é caso único. Todos os líderes partidários, assim como o Governo, o Parlamento, os juízes e o Ministério Público veem a sua popularidade descer no início de julho, a uma semana de se debater o Estado da Nação na Assembleia da República.
Apesar da queda, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, continua a ser o segundo líder com mais popularidade, seguido do líder do PSD, Pedro Passos Coelho. Já entre os órgãos de soberania, a queda de popularidade mais acentuada este mês é a do Parlamento (-2,9 pontos).

FICHA TÉCNICA
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 28 de junho a 5 de julho de 2017. Entrevistas telefónicas realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,3%) — A.M. do Porto (13,7%); Centro (29,4%) — A.M. de Lisboa (26,8%) e Sul (9,8%), num total de 1008 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1184 tentativas de entrevistas e, destas, 176 (14,9%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo: feminino — 51,7%; masculino — 48,3% e, no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 17,6%; dos 31 aos 59 — 49,4%; com 60 anos ou mais — 33,0%. O erro máximo da amostra é de 3,09%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Este Costa é mesmo um mafarrico



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 04/07/2017)
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Este António Costa é mesmo o diabo, enganou o FMI, conseguiu levar o ministro das Finanças alemão a dizer que o Centeno é o Ronaldo do Eurogrupo, empanturrou-nos com propaganda, fazendo passar a ideia de que o défice estava controlado, que os investidores estavam a vir, que as exportações estavam a aumentar, que se tinha estancado a fuga de quadros.
O país estava de tal forma endrominado que comentadores com uma inteligência superior, como o José Manuel Fernandes ou o João Miguel Tavares, durante meses e meses encontraram na linha amarela do Metropolitano de Lisboa a grande desgraça nacional. Mas, finalmente aconteceu algo que provou que tudo era publicidade enganosa, que o país não era o das maravilhas.
Em vez de ter andando a testar o SIRESP, a comprar aviões e a formar bombeiros, instalando um quartel por cada cem hectares de eucaliptos, o Costa andou por aí a tirar selfies com o Marcelo e quando a desgraça ocorreu na sombra do seu desleixo, foram a correr fazer festinhas no dói-dói de Pedrógão.
Mas o Costa é o diabo em pessoa; quase aposto que foi ele que encheu uma caixa de pilhas Duracell e foi para Pedrógão fazer uma faísca tão grande que se parecesse com um trovão seco, desencadeando um incêndio. Assim o país não reparava nas críticas do João Miguel Tavares à linha amarela. Quando o pessoal percebeu que o SIRESP era uma espécie de BPN das florestas porque tudo onde os banqueiros do PSD se abonaram ardeu, o Costa encomendou ao mafarrico um assalto a Tancos.
De um dia para o outro os jornalistas mudaram-se de Pedrógão para Constança, os mortos da EN286 já estão enterrados e agora o que está a dar são as granadas e as munições de 9 mm. E o mafarrico do Costa foi de férias; com os incêndios pediam-lhe a cabeça da ministra da Administração Interna, mas com a tropa o problema não é dele. O big chefe da tropa é o Presidente e a alta distinção não serve só para ver cagarras com um blusão de almirante chefe.
E enquanto o Marcelo não vai saber o que fazer a tanta espada de oficiais zangados, o Costa está nas selfies com o pessoal de mama ao léu em Palma de Maiorca!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Passos diz que há "pessoas que puseram termo à vida" por falta de apoio em Pedrógão


Foto: Arquivo
Fonte: Jornal de Notícias
26 Junho 2017
Atualizada às 13h09
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As declarações foram feitas aos jornalistas, esta segunda-feira, ao comentar a atuação do Estado na resposta ao incêndio em Pedrógão Grande.
"Não é necessária nenhuma auditoria para saber que o Estado falhou. O Estado falhou", afirmou. "Tenho conhecimento de que há vítimas indiretas, pessoas que puseram termo à vida, que em desespero se suicidaram, que não receberam apoio em tempo devido", declarou o líder do PSD, durante uma visita a Castanheira de Pêra, sem especificar onde e em que momento essas pessoas terão morrido.

Presidente da Câmara de Pedrógão  nega

Valdemar Alves garante não ter conhecimento de qualquer caso de suicídio relacionado com o incêndio de Pedrógão Grande. "Há boatos, há muito boatos",a circular, diz o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, que garante não ter tido qualquer informação nesse sentido. "Peço às pessoas que não acreditem em boateiros", acrescentou.
António Costa também reagiu às afirmações de Pedro Passos Coelho, recomendando cautela. "Devemos ser todos muito prudentes nas afirmações que fazemos", aconselha o primeiro-ministro. "Não com base em rumores, notícias avulsas e no diz-que-disse", concluiu.

sábado, 17 de junho de 2017

Grotesco



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 17/06/2017)
manuel_santos
«Luísa Salgueiro, dita a cigana e não é só pelo aspeto, paga os favores que recebe com votos alinhados com os centralistas.»

Foi nestes termos que um eurodeputado do Partido Socialista se referiu a uma deputada do seu partido no Parlamento de Portugal. Temos portanto um deputado que acha que os ciganos têm um determinado aspeto e têm comportamentos de baixo nível próprios da sua etnia. Se este deputado fosse do partido da Le Pen teria sido notícia por racismo, mas como é de um partido que desde sempre se opôs ao racismo a sua condenação é abafada pelo sentimento de vergonha.
Qualquer português que não seja racista sente vergonha de ser concidadão desta personagem, os portugueses têm razões para que o país não seja representado por este deputado no parlamento europeu, o partido Socialista tem nele uma mancha que envergonha toda a esquerda, daí a resposta pronta de António Costa.
Mas este senhor além de grotesco revela pouca inteligência, só alguém com grandes debilidades ao nível da capacidade intelectual escreveria o que ele escreveu, dito desta forma sincera são raros os casos de racismo nesta forma pura, em que se considera que uma etnia ou raça tem uma natureza maldosa. Julgo que só mesmo o nazismo se aproximava desta abordagem em relação aos judeus.
Mas o ainda e vergonhosamente deputado europeu acha que não escreveu nada condenável e agora usa a sua página de Twitter para tentar denegrir deputados como João Galamba, tenta a todo o custo colocar-se na posição de quem está a ser atacado por ter sido um aliado de José Seguro. Tenta trazer Seguro para a sua pocilga ao mesmo tempo que procura atingir António Costa enlameando o nome de João Galamba, alguém que tem mais qualidades e inteligência na ponta de um dedo do que o eurodeputado em todo o seu esponjoso volume.
Esperemos que Seguro e os seus mais íntimos não se deixem emporcalhar pelo seu velho companheiro de viagem e que o PS se mobilize para extrair este furúnculo.