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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Expresso patrocina conteúdos do Correio da Manhã sobre André Ventura

06/09/2017 por João Mendes


O Correio da Manha encomendou uma sondagem à Aximage para sentir o pulso aos portugueses, a propósito das declarações xenófobas de André Ventura sobre os ciganos. Para grande alegria da alt-right tuga, porque já não se aguenta tanta sondagem da Aximage em que o PSD não pára de se enterrar nas intenções de voto, – a última, apresentada no final de Agosto, após o Verão horribilis do governo, mantém Costa como o líder mais popular e Passos no fundo da tabela, paralelamente a uma queda de apenas 1% do PS nas intenções de voto (43%), ao passo que PSD continua em mínimos históricos (22,9%) – a maioria dos eleitores, da esquerda à direita, assina por baixo das polémicas declarações do candidato
do PNRdo PSD. Vale a pena, por inúmeros motivos, olhar de forma atenta para estes resultados.
Curiosamente, ou talvez não, o Expresso decidiu fazer a sua própria notícia sobre um conteúdo que não é seu e patrociná-la no Facebook. O que levará um jornal, que não patrocina todos os conteúdos originais que publica, a patrocinar uma peça que se resume a fazer eco de um estudo encomendado por um concorrente directo? Qual será o critério de uma empresa a braços com uma situação financeira delicada, a mandar fechar revistas e a preparar-se para cortar postos de trabalho, para investir uns quanto euros a promover uma peça destas? Só pode ser obra da furiosa censura orquestrada pela revolução socialista. Deve ser isso.

Fonte: Aventar
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sábado, 8 de julho de 2017

Já nem as desgraças salvam os profetas



A 16 de Junho de 2017, um dia antes da tragédia de Pedrógão Grande, a Aximage publicou uma sondagem encomendada pelo Negócios e Correio da Manhã. Long story short: PSD e CDS-PP em mínimos históricos (24,6% e 4,6% respectivamente, conquistando apenas 29,2% dos inquiridos), PS a subir em flecha, à custa, essencialmente, de eleitorado perdido pela direita, BE e PCP ligeiramente abaixo dos resultados das Legislativas. Segundo este estudo, à data acima, a Geringonça consegue 61,2% da amostra analisada. É uma sondagem, vale o que vale, mas não deixa de ser esmagadora.
Veio a calamidade de Pedrógão, o roubo de material militar em Tancos, muito mal explicado, e as cativações. O grito de revolta da oposição foi feroz, como há muito não se ouvia, e até o impasse entre a ministra da Justiça e o Sindicato de Magistrados do Ministério Público serviu para o que sobrou da Pàf pedir cabeças. Era o fim do estado de graça do governo, o início do fim de Costa, a Geringonça que finalmente se desmembraria. O êxtase foi tal que se aventaram suicídios que nunca aconteceram, confirmados por familiares e testemunhas que nada viram, causando embaraço e vergonha alheia.
Mas uma nova sondagem, efectuada no início deste mês pela Eurosondagem para Expresso e SIC, já depois dos incidentes em Pedrógão e Tancos, revela que o PS continua a subir nas intenções de voto dos inquiridos, acompanhado pelo PCP. Os restantes partidos, bem como a popularidade de todos os líderes, à excepção do inevitável Marcelo, registam resultados inferiores aos obtidos no estudo anterior. É de uma ironia finíssima. É que nem com desgraças reais (não confundir com palermices como a ameaça soviética ou a vinda do diabo), instrumentalizadas até ao tutano, a direita conseguiu descolar. Pior: apesar da quebra de popularidade de Costa, o PS consegue subir. Os profetas profetizaram, quase sempre ao poste, e agora, perante desgraças reais de gravidade extrema, que colocam em causa ministros e outras figuras de topo da hierarquia, conseguem perder ainda mais terreno.
Passos Coelho já não tem créditos e a barra de energia está no vermelho. Há focos de rebelião interna, o CDS é uma sombra do PP de Portas, e os indicadores económicos não ajudam, apesar das cativações. Apesar da manipulação da opinião pública, dos anúncios de resgates e programas cautelares, das conspirações soviéticas. Os profetas vivem a sua própria desgraça e nem as verdadeiras desgraças lhes valem. Um vazio constrangedor e uma oposição incapaz de cumprir o seu papel, sem rumo, perdida nos seus próprios demónios. E tantas tempestades por colher.

Fonte: Aventar