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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Vivemos uma era da brutalidade



por estatuadesal
(Joseph Praetorius, in Facebook, 06/08/2017)
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Joseph Praetorius
Vivemos uma era da brutalidade. Inútil ignorá-lo. A coisa choca por se seguir a décadas de esperanças assim traídas, mas muitas das traições não têm sequer utilidade.
Portugal afunda-se num regime de usura quotidiana, onde uma pobre população - cujo salário mínimo mal chega aos €500 e à qual se propõem 800 euros para a remuneração mensal de um médico - tem que haver-se, por exemplo, com a voracidade da corja nacional-católica, empregada pelo Partido Comunista da China na EDP, que arbitrariamente faz "ajustes" de facturas de molde a fazer evaporar parte importante do subsídio de Natal e de férias de quem os receba. Os cortes são um negócio em si mesmo. Concertaram o preço das religações. Valem três vezes o preço da conta da água, e duas vezes no caso do gás e metade da conta da luz. Um belo filão de negócio, este.
Um bilhete de autocarro custa quase dois euros - num sistema péssimo, feito para isolar e perder tempo, com os tempos de espera a chegarem aos 40 minutos - e onde a própria classe média, nos seus fatinhos de gimbrinhas e acreditando-se bem engravatada embora, procura uns tascos subsistentes onde possa almoçar por uns cinco euros... ao ponto de uma cadeia de supermercados ter organizado o negócio de vender refeições a esse preço, numa espécie bitoque dos pobres. Como se o bitoque alguma vez tivesse sido de ricos.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Dispensados de exame



O debate do Estado da Nação constitui um momento de balanço da situação económica e social do país, permitindo a avaliação das políticas levadas a cabo, ao longo do ano, pelo Governo em funções. É natural, portanto, que o executivo esteja no centro do debate.
Dito isto, não parece contudo haver justificação para o sossego em que é deixada a oposição de direita pela comunicação social em geral. Não é de agora, já vem de há muito. Talvez nem seja exagero dizer que é preciso recuar até à campanha eleitoral de 2015 para encontrar sinais substantivos de interesse mediático pelas ideias que o PSD e o CDS-PP têm para o país. Desde então, a curiosidade parece ser nula: que medidas concretas teriam prosseguido estes partidos se tivessem obtido maioria para formar Governo? O que entendem deveria ter sido feito em cada área de governação e que o atual Governo não fez? De que medidas, alternativas às que foram tomadas, resultaria a redução do défice, o crescimento da economia, a criação de emprego ou a melhoria dos rendimentos? Não sabemos. Não sabemos e parece não haver quem queira, nas múltiplas entrevistas, reações e conferências de imprensa destes partidos, colocar estas e outras questões.
Poderá argumentar-se que a identificação das propostas da direita para o país é desnecessária, uma vez que as mesmas estão vertidas, no essencial, em dois documentos: o famigerado «Guião para a Reforma do Estado» (aprovado pelo Conselho de Ministros em outubro de 2013), e o «Programa de Estabilidade 2015-2019», entregue em Bruxelas pelo anterior Governo, em abril de 2015. Mas, nesse caso, como conciliar as orientações políticas que estão, em ampla medida, refletidas nesses documentos (tendentes, por exemplo, a aprofundar o desmantelamento dos serviços públicos e do Estado Social e a reforçar e tornar permanentes os cortes nos salários e nas pensões), com o atual discurso da direita em torno de um suposto colapso do Estado e dos serviços públicos? Será que nem essa contradição suscita curiosidade, continuando a dispensar-se a direita de ir, também ela, a exame?

Postado por Nuno Serra em 18/072017

Fonte: Ladrões de Bicicletas

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Portugal colapsou e então vai de férias



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 12/07/2017)
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Tudo era previsível.

António Costa respondeu à crise do incêndio e prometeu uma ambiciosa reforma da floresta, anunciou que a saúde seria o seu novo tema e, num momento pouco notado, lançou a campanha eleitoral com a Carris e os STCP. Lembrou a conversa de ontem com os generais e garantiu à esquerda que negociaria. Ministros todos na formatura e continuidade para 2018.
No PSD, espreitou o velho PPD. Montenegro tentou levantar as hostes insinuando-se contra Passos Coelho, temos candidato e vai ser mais depressa do que se previa, e para isso radicalizou o discurso da catástrofe: em poucos minutos, o Estado colapsou seis vezes, se bem contei, e até a democracia colapsou de caminho. O SIRESP, contrabandeado para o banco do PSD por um governo PSD-CDS, os créditos mal contados da CGD, idem, o falhanço da videovigilância em Tancos, idem, tudo veio à baila como “colapso do Estado”.
Quanto a Cristas, tentou a pose Portas: vivemos o “falhanço mais básico” da autoridade do Estado e a insegurança é aterradora, “a confiança quebrou-se”. Telmo Correia repetiu o seu número dos oito séculos que caíram na vergonha desta plebe ter tomado o lugar de sua majestade.
Nesta escolha do PSD e CDS está a boa notícia para o governo. Os partidos da direita escolheram desprezar o Presidente (o cuidador do Estado) e abandonar o debate económico. Vão pagar pelas duas opções. Pelo caminho, ensaiam uma curiosa efabulação: o governo não cuidava das contas públicas porque gastava demais e logo com as gorduras, as pensões e salários; agora criticam o governo por gastar de menos. Em resumo, “é verdade que economia cresceu e desemprego baixou” (Montenegro) e “a economia melhorou” (Passos) e fica tudo dito, é o que importa a quem se importa com a vida da gente.
Também à esquerda tudo previsível. Catarina e Jerónimo de Sousa negociaram condições e pediram garantias, a que Costa mostrou querer aceder. Nas entrelinhas, nota-se que o desacordo sobre as leis das florestas é profundo, mas o Primeiro Ministro deu voz aos critérios da esquerda, que aparentemente desagradam ao seu ministro. Têm poucos dias para se entender, ou é melhor adiar a votação das leis para setembro, o que seria um recuo para o governo.
No mais, houve algum desplante. Cristas acha que Costa “deserta” quando vai de férias mas prefere que não lhe lembrem o que ela própria assinou quando era ministra e andava de férias. Passos ainda está zangado por não ser primeiro ministro. Tricas e ninguém se importa com isso.
Tudo resumido, depois de o Estado ter colapsado e sabermos que vivemos em estado de pânico, esperava-se uma ou duas valentes moções de censura para salvar Portugal. Mas, no fim do debate, Passos e Cristas arrumaram as pastas e só pensam em ir de férias, como aliás boa parte da população.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O Debate do Estado da Nação–12/07/2017

O Debate do Estado da Nação (2017)

Acompanhei o debate sobre o Estado da Nação realizado, hoje, na Assembleia da República e, do que ouvi, fiz a seguinte análise:
1 – O Primeiro Ministro, Dr. António Costa, mostrou-se desinibido, bem seguro de si e fez um discurso verdadeiro e elucidou bem o estado em que se encontra a Nação. Referiu os sucessos económicos, a redução do desemprego, o aumento do número de empregos criados, o que melhorou nas diversas áreas, tais como no ensino, na saúde, no aumento das pensões de reforma mais baixas, nos apoios sociais, a subida do investimento e do crescimento económico. Em suma, foi a inversão total da política seguida pelo anterior Governo do PSD/CDS que conduziu a estes resultados. Reafirmou a sua confiança na Ministra da Administração Interna, Constança Urbano Sousa, e no Ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
2 – Da oposição, a primeira intervenção ficou a cargo do deputado do PSD, Luís Montenegro, que fez um discurso próprio de uma direita radical e extremista, como nunca se viu em democracia. Só veio confirmar que já não existe centro-direita, mas existe uma extrema-direita, confirmação que veio na intervenção da deputada do CDS, Assunção Cristas, também ela numa posição de direita extremista, pedindo ao Dr. António Costa a demissão dos ministros acima referidos e que o Governo estava com falta de liderança.
3 – Do que ouvi da oposição, as intervenções resumiram-se aos factos ocorridos na segunda quinzena de junho, o incêndio e as mortes ocorridas em Pedrógão Grande e o assalto!? aos paióis de Tancos. Para a oposição, o ano resumiu-se a apenas duas semanas.
4 – O deputado Passos Coelho tentou fazer um discurso de estadista, mas caiu na demagogia, afirmando que os êxitos se devem ao Governo que liderou e que, se ainda fosse primeiro ministro, Portugal estaria em melhor.
5 – Dos partidos que que apoiam o Governo BE, PCP e PEV saíram diversos e incisivos ataques à Oposição, confirmando o seu apoio ao Governo do Partido Socialista.
Em conclusão, o Primeiro Ministro levou a Oposição ao tapete. Do meu ponto de vista, o governo já não tem Oposição, mas dois agrupamentos de franco-atiradores.

Ovar, 12 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

Clique para ler:
O Discurso do Dr. António Costa na íntegra