Depois do grande golpe dado na União Europeia pelos
Britânicos, quando votaram a favor do Brexit, outros acontecimentos aparecem-nos
à velocidade da luz. Vejamos:
- O anterior presidente da Comissão Europeia, Durão
Barroso, sem um pingo de vergonha,
aceita o convite para presidir ao banco
Goldman Sachs, ouvindo discursos de Comissários Europeus que o deveriam fazer
corar de vergonha, que é coisa que parece não ter;
- Este banco mascarou as contas da Grécia, em 2000,
para que esta pudesse entrar no Euro;
- Na Holanda o apoio à saída da UE já está nos
48%;
- Na Hungria vai realizar-se um referendo, no início
de Outubro, em que o foco é a questão dos migrantes (refugiados). A este
referendo irão, certamente, seguir-se outros na Eslováquia, Eslovénia e
Croácia;
- Na Áustria as eleições presidenciais irão ser
repetidas e poderão dar a vitória ao partido de extrema-direita, o
FPO;
- Na Espanha ninguém se entende para que forme um
governo, por teimosia do senhor Rajoy com quem nenhum partido quer governar, mas
ele não admite que já está a mais na política do seu país;
- No próximo ano há eleições na Holanda, na França e
na Alemanha. Ninguém esta seguro da vitória e, na França, poderá acontecer uma
vitória da extrema-direita, da Marine Le Pen, que advoga a saída da União
Europeia;
- A guerra do Iraque está causar danos nos políticos
que contribuíram para ela. Tony Blair é duramente atingido pelo seu papel, no
processo conduzido pelo senhor Chillot e em Portugal já foi aprovada a audição
parlamentar ao “mestre de cerimónias” da cimeira dos Açores, Durão Barroso.
Penso que isto não vai ficar por aqui, porque o TPI estará atento à
situação;
- Ontem, o Ecofin aprovou a recomendação da Comissão
Europeia para que Portugal e a Espanha sejam castigados por défices excessivos,
mas isso não é aplicado à França, porque, segundo Juncker, é a França e a
Alemanha não é penalizada por superávit excessivo. Esta é a primeira vez que se
aplicam sanções, apesar de as regras por défices excessivos ultrapassaram mais
de 100, mas não houve sanções.
É por tudo isto que o povo já não acredita nos
políticos, o que pode conduzir a uma tragédia como a que se verificou no início
dos anos 30 do século passado. As condições estão lá, o rastilho, também, só
falta quem o acenda.
O mundo está cada vez mais perigoso, mas parece que
ninguém entende, ou quer entender, isso.
Ovar, 13 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira