(In Blog O Jumento, 28/06/2017)
Perante a calamidade nacional o líder do PSD foi incapaz de conter a sua ansiedade e acabou por não esconder o desejo de ver mais vítimas para que as pudesse atribuir ao Estado. Foi um comportamento vergonhoso, irresponsável e indigno de um candidato a primeiro-ministro. Passos queria que os incêndios fizessem mais vítimas e conseguiu-o, ele é a 65ª vítima.
Quando se esperava contenção e disponibilidade para servir o país, postura que só traria benefícios eleitorais, Passos teve mais olhos do que barriga e num passe de mágica proporcionou ao país o seu próprio suicídio, em direto, nas televisões. O partido que poderia sair incólume dos incêndios acabou por não lhes resistir.
Foram três dias dramáticos, primeiro foi a detenção de altos dirigentes do PSD ligados às autarquias, uma notícia que quase passou despercebida, mas já há quem diga que se os eucaliptos são uma espécie florestal que queima as nossas florestas, os loureiros estão a incendiar o PSD, depois do major, de Dias Loureiro, eis que este partido volta a arder devido a outro Loureiro, desta vez o Hermínio.
Se o caso de Hermínio Loureiro quase passou despercebido, o mesmo não se pode dizer da mentira dos suicídios e as consequências ainda estão por avaliar em toda a sua extensão. Mas o PSD não se podia ficar por aqui, tinha de encontrar motivos para lançar uma guerrilha, quando se esperava disponibilidade para discutir um tema tão sensível como o da reforma das florestas.
Revelando grande falta de inteligência Passos disse aos jornalistas que não tinha sido contactado pelo primeiro-ministro para discutir o tema, fez o mesmo que já tinha feito no passado com o PEC IV. Só que desta vez deu mau resultado, todos os partidos reuniram com o primeiro-ministro e o PSD ficou a tentar inventar um motivo para guerrilha, pensando que assim seriam esquecidos os suicídios de Pedrogão. Poderia ter havido um equívoco, nada que não se resolvesse com um telefonema, mas Passos achou que um contacto por mensagem poderia ser ignorado de má fé.
Quando está na hora de encontrar soluções o líder do PSD comporta-se como se fosse candidato à associação de estudantes de uma escola do ensino básico. Não percebe que não se brinca com a vida de cidadãos em dificuldades, que o interesse nacional está acima de pequenas guerrilhas. Passos revela-se um gaiato irresponsável que não está à altura da liderança do PSD. Passos talvez não tenha percebido, como político já morreu só que o seu partido anda de tal forma desorientado que se esqueceram de lhe fazer o funeral.
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