01/09/2017 por João Mendes
Houve um tempo em que ideologia falou mais alto que a realidade. Cavaco Silva, um daqueles saudosistas que, à semelhança do outro indivíduo que figura na imagem em cima, fez uso de um partido para o qual se estava nas tintas, apenas para se perpetuar no poder, defendia, no longínquo ano de 1992, que a Europa não era para toda a vida, fazendo jus à ideologia isolacionista na qual se sentia orgulhosamente integrado, e cujos sabujos condecorou como heróis de guerra. Agora, dá o ar da sua graça em Castelo de Vide, dando lições de europeísmo a quem teve pachorra para o ouvir.
O regresso do Cavaco-vivo, para fechar a silly season com chave de ouro, é sempre de saudar. Para que nunca nos esqueçamos do que a casa gasta. E assenta-lhe, que nem uma luva, ser cabeça-de-cartaz na universidade de brincar do PSD. Vá lá que agora não temos que o ouvir na TV, a apelar aos portugueses para confiar num banco falido, para uns dias depois se desmentir e fazer figura de parvo. Pena que ainda vamos pagar durante muitos anos a porcaria que este indivíduo e respectiva entourage andaram a fazer, com o alto patrocínio dos mais fraudulentos bancos deste país, que tanto contribuíram para a dívida que não pára de crescer, e que hoje gozam dos proveitos das suas aventuras no cavaquistão da Coelha. Por falar em cavaquistão da Coelha, será que Cavaco já pagou o que deve ao fisco? Ou continuará a viver a realidade ideológica de um caloteiro?
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