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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Ladrões de Bicicletas

"A cultura de compromisso"

Posted: 26 Feb 2018 02:09 PM PST

Público, 24/2/2018

A crónica de São José Almeida (SJA) é sintomática do que aí vem. A SJA que, em Maio  e Julho de 2011, criticou a agenda neoliberal do Memorando de Entendimento com a Troica e acusou o Governo PSD/CDS de ir mais além, aceita agora como benéfico para o país um negócio entre o PS e o PSD.
Nada se sabe o que pensa este "novo PSD". Aliás, já não se sabia o que pensava o "velho PSD". Sabia-se que ele defendia aquela política do Memorando que criou 1,5 milhões de desempregados, mas desde 2014, lá se foi ouvindo PSD e CDS dizer que, afinal, tinham sido obrigados a aplicar o Memorando negociado, sim, pelo PS. Por isso, quando se questiona um social-democrata sobre que reformas defende, apenas saem frases feitas. E Rui Rio não foi excepção. Ainda ontem à saída do Palácio de Belém, Rui Rio disse que "ninguém traz as reformas estruturais numa pasta".
Apesar disso, parece achar-se que "a cultura de compromisso" é positiva em si mesmo, independentemente do que se discuta. Como se houvesse vantagem na existência de uma união nacional em torno de qualquer coisa, desde que seja qualquer coisa. E arrisca-se - pelos actores em presença - a ser um "compromisso" em torno de uma aceitação ligeira e preguiçosa da pequena margem que as políticas comunitárias deixam à decisão nacional. Sem rasgo, sem imaginação, sem eficácia de fundo. Apenas uma fotografia para os telejornais.
A comunicação social alinha, aliás, muito rapidamente nesse apelo a um "compromisso", mas apenas a um certo "compromisso" vazio: durante a intervenção da Troica, repetiu-se - e repetiu-se! - a necessidade de um acordo entre os partidos do "arco-da-governação" (PS, PSD e CDS). Agora, os tempos são outros. Aqueles partidos foram despromovidos e passaram a "estes partidos do meio do sistema para não dizer outra coisa", como disse esta noite na RTP3 a Flor Pedroso. Mas a ideia é a mesma: fazer com que o PS fique preso à direita e rompa à esquerda.
Tudo deve ser feito para que o PS não tenha veleidades: nunca será permitido ao PS pensar de outra maneira que não seja este pensamento que outros definem para ele.

Homenagem a António Gama

Posted: 26 Feb 2018 07:17 AM PST

«António Gama Mendes, geógrafo, brilhante professor e investigador, faleceu prematuramente em Dezembro de 2014. A sua competência científica, a sua aptidão pedagógica, a sua vastíssima bagagem cultural e, acima de tudo, uma estatura académica muito assente na sua qualidade intelectual e numa imensa generosidade do ponto de vista humano, fizeram com que a Universidade Portuguesa e, particularmente, a Geografia tenham sofrido um forte abalo com a sua partida. Para além de deixar uma obra significativa em diferentes domínios da Geografia Social, da Geografia Política e da Geografia Cultural, deixou muitos amigos em Portugal e no estrangeiro, em diferentes áreas disciplinares que vão da Geografia à Economia e da Sociologia à Filosofia e à Literatura. Por isso, este livro, com que alguns dos seus amigos de diferentes áreas científicas pretendem homenageá-lo, revisitando alguns dos temas de investigação que lhe eram mais queridos, de modo a perpetuar a memória de um nome, de uma obra e de uma personalidade absolutamente ímpares na Universidade e na ciência portuguesas».
Da contracapa do Livro de Homenagem a António Gama Mendes, que vai ser lançado na próxima quarta-feira, 28 de Fevereiro, a partir das 18h00, na Faculdade de Letras (Anfiteatro III), em Coimbra. Apresentam a obra Fernanda Delgado Cravidão (Departamento de Geografia e Turismo, da FLUC), Nuno Serra (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) e Julio Villar Castro (Faculdade de Geografia e História da Universidade de Salamanca). Estão todos convidados, apareçam.

Uma reforma estrutural para voltarmos ao século XIX

Posted: 26 Feb 2018 03:43 AM PST

O patronato, a Comissão Europeia, a OCDE, o FMI, os analistas da TV, os economistas do 'centrão', todos reclamam por mais flexibilidade no mercado de trabalho. Uma "reforma estrutural" (léxico do neoliberalismo) que, pelos vistos, seria urgente fazer para que o país se desenvolva. Na conversa de hoje, mostramos com bons argumentos que esse discurso não só não tem fundamento em investigação séria como, na realidade, não passa de retórica ao serviço dos interesses mais retrógrados do capitalismo contemporâneo.

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