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sexta-feira, 6 de abril de 2018

As contas públicas e o garrote fiscal

06/04/2018 by João Mendes

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Via Diário de Notícias

O governo reviu em baixa os valores do défice para 2018, que passa de 1% para 0,7% do PIB, sendo que a mais recente projecção para o crescimento económico deste ano cresce uma décima face ao previsto no Orçamento de Estado, com o PIB a avançar 2,3%.

Perante esta sucessão de números animadores, os mais animadores em muitos anos, seria expectável uma maior folga orçamental para a população portuguesa. Seria expectável uma diminuição mais acentuada da carga fiscal e uma melhoria dos serviços públicos, que cada vez menos se distinguem dos tempos da Troika, nomeadamente em áreas como a Saúde e a Educação.

É importante ter contas públicas saudáveis (e aparentemente elas são possíveis com qualquer geometria partidária no poder), até porque dívida já temos de sobra. Mas é igualmente importante que o país real sinta também o efeito da saúde financeira que vem sendo apregoada, e que deixe de viver neste sufoco fiscal que não parece tem fim. Se podemos continuar a sacrificar as contas públicas para alimentar parcerias de prejuízo público e lucro privado, ou injectar milhões em fraudes bancárias que herdamos de cidadãos acima da lei, estou certo que haverá por aí mais algum para aliviar este garrote. O que vale é que 2019 é ano de eleições.

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