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quarta-feira, 25 de abril de 2018

OS AMIGUINHOS DO POVO

por estatuadesal

(José Gabriel, 24/04/2018)

capitalista1
A direita em Portugal - e todos os assumem as suas políticas -, abomina o investimento em serviços públicos de, particularmente, três áreas: saúde, educação e segurança social - por esta ou outra ordem. Como o sabemos? Pelas suas práticas reiteradas cada vez que as suas políticas hegemonizam o poder. Para a direita e quem faça as suas vezes, investimento público significa, invariavelmente, sugar com avidez os recursos do Estado, de todos nós, e pô-los ao serviço dos interesses privados que a patrocinam.

Que isto seja frequentemente acompanhado de corrupção é um desgraçado bónus que fica à nossa conta; mas, mesmo quando isso não acontece, a natureza do saque muda mais de grau que de natureza.

Daí o profundo nojo com que se assiste à direita parlamentar rasgando as vestes pelo financiamento do Serviço Nacional de Saúde, quando ela própria votou contra ele desde a sua fundação e, sempre que lhe coube governar, mais não fez que lhe desviar fundos para as organizações privadas do sector; a náusea que provoca ouvir a defesa do Ensino Público por quem o deixou à beira da exaustão enquanto uma rede de desqualificados parasitas lhe vampirizava os recursos; a raiva de ouvir preocupações sobre a Segurança Social por parte de quem sempre se dividiu entre privatizá-la ou deixá-la esgotada de meios e futuro.

E a revolta não decorre tanto do facto de a direita e correlativos defenderem os pontos de vista dos interesses que representam. Isso é natural, não seria de esperar outra coisa.

O repugnante é o modo como as figuras mais reaccionárias do regime tentam mimetizar comportamentos e argumentos geneticamente de esquerda, em tons que variam entre a indignação de pechisbeque e a piedade lacrimejante dos hipócritas. Com seguimentos conhecidos nas suas metástases televisivas e jornalísticas.

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