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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Sobre as quotas, eu, preguiçoso, encorajo

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por vitorcunha

Podemos argumentar o que quisermos sobre quotas para mulheres, que nada têm que ver com quotas para brancos ou sobre estabelecimentos nos quais só podem entrar casais de sexos diferentes. Podemos questionar o que é o género e se este tem alguma relação com sexo para podermos questionar o porquê de as quotas de sexo não serem extensíveis a género (coitada da Felisberta, que além de padecer de uma morte emocional por ter nascido com pénis, ainda é discriminada com a lei das quotas de sexo). Podemos questionar como se afere o sexo de alguém à luz das questões de género, e podemos passar o resto da vida a coçar a cabeça para perceber porque é que alguém perde tempo com isto tudo (desperdiçador de tempo me confesso). Podemos até perguntar porque é que não se aplicam as quotas a um casamento, mas seria sempre fútil.

O que importa é que fica sempre bem mais mulheres entre homens. Os críticos das quotas nem estão a contemplar todas as questões logísticas que ficam imediatamente resolvidas: por exemplo, em vez de uma administração contratar um serviço de acompanhantes à peça, pode contratar em regime permanente, com direito a seguro e 13º mês, reduzindo brutalmente as contas de hotel.

As quotas são é más para as mulheres que querem ser levadas a sério como profissionais. Para as outras, as que querem ser conhecidas pelo busto, é uma benção e, convenhamos, para os homens (que todos sabem que nasceram todos com o pecado original de serem predadores sexuais), é menos uma preocupação. No fundo, é a institucionalização democrática e republicana do tradicional bordel, o local onde, desde sempre, foi possível encontrar a equidade total (às sextas de bom movimento).

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