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domingo, 22 de julho de 2018

O declínio do império americano

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22/07/2018 by j. manuel cordeiro

O filme a que roubei o título do post é uma comédia sobre a moral mas o vídeo que aqui trago tem no enredo a tragédia da queda de uma potência. Problema lá deles e, talvez, daqueles que são (eram?) os seus aliados.

O discurso de Trump, com palavras de tal rudeza, construído com a mesma visão maniqueísta plasmada nas suas declarações domésticas, vai progressivamente quebrando a áurea de parceiro que tem mantido os EUA numa posição dominante no mundo.

Na sua visão de merceeiro, rico mas não mais que isso, dividir para reinar torná-lo-á mais forte. Por isso, entrou em confronto com o Canadá, com a China, com a Alemanha, com a Inglaterra, com a União Europeia e com mais um bom leque de outros países. Onde vai, Trump espalha a discórdia, rasteia aqueles com quem fala, tal como fez com Merkel e May, sempre com o objectivo de os fragilizar antes da reunião.

Não faz o mesmo com a Rússia, afirmando, pelo contrário, que é mais fácil lidar com Putin do que com os restantes líderes mundiais. Nem com a Coreia do Norte, que agora tem, segundo Trump, um líder amado pelo povo. Nem com a ditadura da Turquia. É estranha, dado o passado recente de caça aos vermelhos, esta nova relação da América com a Rússia e ficamos sempre na dúvida sobre o que motiva estes passos. Para o perceber, será bom recordar que Trump é um egocêntrico e narcisista, pelo que o que faz será no seu próprio interesse, seja financeiro, seja de inflação do ego.

A estratégia de Trump consiste em destabilizar. Assistimos à forja de uma nova relação de forças no mundo, com a América cada vez mais a se isolar e a encostar-se ao seu anterior inimigo, o qual, por acaso, não é propriamente flor que se cheire. Trump acha que isso o tornará mais forte, mas depende muito como aqueles que eram os seus parceiros se organizarem.

Um elefante na sala de chá, com o quintal bem armado. Já agora, por se falar em armas, ao procurar que a NATO aumente o orçamento da defesa, quem sai a ganhar?

Fonte: World’s Largest Weapons Exporters

Quanto ao mercado interno das armas nos EUA, os horizontes têm sido dourados para os associados da NRA.

Fonte: WP. A tendência pós-2015 foi de aumento de produção e de vendas.

Agora, é só seguir as pegadas: política- mais procura de armas – financiamento partidário. A destabilização é só um meio para o fim egocêntrico da reeleição.

Em termos de lobby, a NRA gasta oficialmente cerca de US $ 3 milhões por ano para influenciar a política de armas. Fonte: BBC

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