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sábado, 3 de junho de 2017

Kennedy foi “morto pela máfia sob supervisão da CIA e o FBI sabia-o”

Por ZAP 3 de junho de 2017

John F. Kennedy, em Dallas, em 1963
John F. Kennedy, em Dallas, em 1963, ao lado da mulher Jackie, poucos minutos antes de ser assassinado.
Uma nova investigação em torno do assassinato de John F. Kennedy avança com a ideia de que o 35.º presidente dos EUA foi morto por atiradores contratados pela máfia, sob supervisão da CIA e com o conhecimento do FBI.
Esta teoria é avançada pelo escritor e jornalista espanhol Javier García Sánchez que lançou um ensaio, intitulado “Teoria da conspiração. Desconstruindo um magnicídio: Dallas 22/11/63”, que aborda várias investigações efectuadas em torno da morte de Kennedy.
Numa entrevista ao site RT, Sánchez explica que analisou “toda a literatura que existe” sobre o assassinato e critica os escritores que diz que, ao longo dos anos, veicularam uma “mentira”, ajudando a afirmar a ideia de que foi Lee Harvey Oswald quem matou Kennedy.
“É como contar a história do III Reich e da II Guerra Mundial omitindo por completo o holocausto”, considera o jornalista espanhol.
“Kennedy foi morto por uma rede de gente muito preparada. Falo de atiradores da máfia”, relata via telefone, ao RT, considerando que eram “atiradores de elite” que trabalhavam para “quem melhor lhes pagasse”. “E quem melhor lhes pagava, normalmente, era a CIA”, acrescenta, notando que a agência de inteligência norte-americana os compensou com heroína porque “pagar-lhes em dinheiro era muito perigoso”.
“Naquele dia, estavam ali contratados pela máfia, numa operação totalmente supervisionada pela CIA – porque a máfia, por si só, jamais poderia ter feito tudo o que fez”, refere Sánchez sobre o assassinato de Kennedy.
“E nas altas instâncias do FBI sabiam-no. Refiro-me ao próprio J. Edgar Hoover e aos seus dois ou três sub-chefes. Sabiam tudo semanas antes”, acrescenta.
Quanto às razões para este alegado conluio para matar o presidente dos EUA, o jornalista aponta no RT que Kennedy estava a “incomodá-los a todos”.
Estava a meter mafiosos na cadeia“, contra aquilo que “os Kennedy tinham concordado com os chefes da máfia”, nota, realçando ainda que “ia retirar os EUA da guerra do Vietname, com o descrédito militar que isso significava e com o negócio arqui-milionário que se perdia”.
Também “ia subir os impostos em quase 30% aos magnatas do petróleo e do aço (que era como tocar em Jesus e na Virgem Maria)” e “tinha acabado de convidar Martin Luther King para a Casa Oval”, o que, no sul dos EUA, era “praticamente, condenar-se à morte”, aponta Sánchez.
O jornalista conclui também que o assassinato de Kennedy acabou por despoletar uma verdadeira “matança”, com várias testemunhas e pessoas próximas dos factos a serem mortas. Ele fala em “meia centena de mortes misteriosas” relacionadas com o caso, incluindo a do próprio Oswald que foi morto aquando da sua detenção.
Para Sánchez é ainda evidente que os EUA “nunca vão admitir o que aconteceu” porque “houve uma participação massiva de instituições norte-americanas, como o Pentágono, a CIA, o FBI, e gente muito “respeitável” e com muito dinheiro, grandes accionistas de Wall Street, e o povo americano nunca poderia aceitar isso”.
“Admitir que as supostas “forças do bem”, quer dizer, o Governo, as instituições, o Senado, estavam entre a máfia e a CIA é muito duro para eles”, constata, sublinhando que “preferem fazer de conta que não se sabe nada e deixam dormir o fantasma” de Oswald.
ZAP //

sábado, 11 de março de 2017

Quando os denunciantes dizem a verdade são traidores. Quando o governo mente é política (estatuadesal)

 

(Carey Wedler, in Theantimedia.org, 08/03,2017, Tradução de Estátua de Sal)
cia
Imediatamente após o Wikileaks ter libertado milhares de documentos revelando a extensão da vigilância da CIA e das práticas de hackers, o governo pediu uma investigação - não sobre a razão porque a CIA acumulou tanto poder, mas sim sobre quem expôs as suas políticas de intrusão.
"Uma investigação criminal federal está sendo aberta sobre a publicação pelo WikiLeaks de documentos que detalham supostas operações de hacking da CIA, segundo vários funcionários dos EUA", informou a CNN.
De acordo com o Usa Today:
"O inquérito, de acordo com fonte governamental, procurará determinar se a divulgação representou uma violação do exterior ou um vazamento do interior da organização. Uma revisão separada tentará avaliar os danos causados por tal divulgação, disse o oficial. "
Mesmo o representante democrata, Ted Lieu, que tem exortado a que denunciantes surjam para denunciar irregularidades do governo Trump, afastou o foco daquilo que os documentos expuseram e deu toda a importância a questionar como tal poderia ter acontecido.
"Estou profundamente perturbado com a alegação de que a CIA perdeu o seu arsenal de ferramentas de hacking", disse ele ao pedir uma investigação. "As consequências podem ser devastadoras. Peço uma investigação imediata no Congresso. Precisamos saber se a CIA perdeu o controle das suas ferramentas de hacking, quem pode ter essas ferramentas e como podemos agora proteger a privacidade dos americanos ".
De acordo com as declarações de Lieu, o problema não é necessariamente que a CIA esteja a espiar os americanos e  a invadir através da tecnologia a vida de pessoas inocentes sem o seu consentimento. É que a CIA tem utilizado mal as suas ferramentas de espionagem e, ao fazê-lo, colocou em risco a privacidade dos americanos colocando as ferramentas supostamente ao alcance  de "atores maus". O problema então não é a agência ter sido corrupta ao violar os direitos básicos de privacidade dos cidadãos, mas não ter sido suficientemente competente para manter a sua corrupção em segredo.
É neste estado que se encontra a narrativa acerca dos denunciantes nos Estados Unidos. Os denunciantes dão um passo em frente para denunciar atos ilegais por parte do governo - algo que o governo alega apoiar - e, imediatamente, as instituições e os meios de comunicação afastam o debate sobre o delito denunciado, e concentram a sua atenção na libertação ilícita de segredos.
Pondo de lado o fato que, de acordo com a popular mitologia americana, violar a lei é um dever patriótico, as reações do governo e dos políticos são hipócritas como é habitual.
Quando Chelsea Manning revelou a evidência dos condenáveis crimes dos EUA na guerra do Iraque,  que levaram soldados a atacar diretamente a equipa de jornalistas da Reuters, a resposta não foi investigar quem permitiu esses crimes (de fato, um manual do Pentágono posterior descrevia casos em que seria permissível matar jornalistas; esta versão do manual só foi retirada depois de protestos de repórteres). Em vez disso, Manning foi submetido a um tribunal militar que emitiu várias sentenças de prisão perpétua, uma punição cruel e inusitada revertida somente nos últimos dias de governo do presidente Obama, no meio das suas tentativas de salvar a sua pecaminosa governação do seu record de ataque aos direitos humanos, à transparência e ao registo de denunciantes.
Quando Edward Snowden revelou a extensão da vigilância em massa, sem mandato, da NSA a cidadãos americanos e milhões de outros em todo o mundo, a resposta do governo não foi investigar em primeiro lugar a razão desses programas existirem. Em vez disso, os EUA fizeram uma perseguição mundial ao denunciante, e ordenaram que o avião do presidente boliviano, Evo Morales, fosse forçado a aterrar, na esperança de apanhar o denunciante. E o Congresso aprovou de seguida a decepcionante lei "EUA Freedom Act", que legalizou a vigilância contínua.
Edward Snowden permanece no exílio, e os políticos do establishment apelidam-no repetidamente de traidor por ter exposto os crimes do seu governo. Alguns, incluindo o diretor da CIA de Trump, Mike Pompeo, pediram sua execução. A vigilância em massa continua, e o próprio presidente Trump está a tentar conter esses poderes, ao mesmo tempo que acusa o ex-presidente Obama por supostamente o ter espiado.
E assim por diante. O mesmo aconteceu com John Kiriakou, Thomas Drake, William Binney e Jeffrey Sterling. O governo é denunciado por transgressões  e abusos e os governantes, ao invés de tentarem provar serem representantes do povo e remediarem essas transgressões, apontam o dedo às denúncias e desviam-se do essencial, ao mesmo tempo em que se recusam a pôr em causa ao poder injusto que é revelado as agência de informações possuírem.
Muitas pessoas já estão conscientes de que o governo faz pouco por elas, e de facto não trabalha para as servir, (a confiança dos americanos nos líderes políticos  e no governo, em geral, é assustadoramente baixa). Em vez disso, agentes e agências governamentais operam para aumentar e concentrar os seus próprios interesses e poder. É por isso que as penas previstas na lei contra a morte de funcionários do governo são mais rigorosas do que contra a morte de civis. É por isso que roubar o governo é considerado mais escandaloso para o Estado do que roubar um civil. O governo considera os "crimes" cometidos contra si próprio merecedores da maior sanção, mas muitas vezes não consegue levar a justiça aos assuntos da sociedade civil, satisfazendo as pretensões das pessoas que materializam o seu suporte financeiro através dos impostos que pagam.
Desse modo, o Estado nem sequer tenta mostrar arrependimento pelas suas políticas violadoras, mesmo quando elas são expostas e espalhadas pelos meios de comunicação social para que o mundo veja. Em vez disso, com a ajuda da corporação dos media, o debate é deslocado para saber se a WikiLeaks é uma organização criminosa, ou se Edward Snowden é ou não um traidor.
Como disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, sobre os vazamentos:
"Esse é o tipo de divulgação que mina nosso país, a nossa segurança. Este alegado vazamento deve preocupar todos os americanos pelo seu impacto na segurança nacional. ... Qualquer pessoa que revele informações classificadas será responsabilizada e punida de acordo com as sanções máximas previstas  na lei. "
Enquanto isso, é suposto que temos que aceitar as investigações que o governo faz sobre si próprio e sobre as suas próprias acções, que (surpresa!). Normalmente tais investigações  encontram pouco ou nenhum desvio no comportamento das agências governamentais, o que, muitas vezes, consolida e amplia os poderes e actos clandestinos postos a nu pelos denunciantes.
 
Ovar, 11 de Março de 2017
Álvaro Teixeira