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terça-feira, 7 de março de 2017

Carlos Costa tem de se demitir (estatuadesal)

 

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 06/03/2017Autor Daniel Oliveira
Apesar de conseguir dar um retrato mais completo e compreensível de todo o caso do BES e de lhe acrescentar alguns novos pormenores, a investigação de Pedro Coelho, jornalista da SIC que já fora responsável pelo trabalho sobre o BPN, não nos dá novidades em relação a todas as suspeitas que tínhamos. Dá-nos provas definitivas sobre a incúria consciente de Carlos Costa e sobre as suas responsabilidades diretas no desfecho que o caso teve. E isso faz toda a diferença.
Que Carlos Costa sabia tudo o que era necessário saber para intervir de forma pronta e determinada, não precisaríamos desta excelente reportagem para confirmar. Todos os dados são, quanto a isto, evidentes há muito tempo. O estado do Grupo Espírito Santo e o efeito que estava a ter no BES eram um segredo de polichinelo. Um segredo de tal forma público que o BPI o descreveu, preto no banco, em agosto de 2013, num documento dirigido ao regulador. Que as contas do “polvo” do Espírito Santo eram uma fraude também. Que a capitalização do GES era feita às custas da destruição do banco, contaminando a área financeira com a área não financeira, igualmente. Mas mesmo perante todos os alertas, vindos de fontes nacionais e externas, Carlos Costa ficou quieto. E enquanto observava sem agir, avisava sem impedir, muitos clientes do BES, sem qualquer experiência de investimento, eram transformados em investidores à força no buraco sem fundo da Rio Forte.
Na Comissão de Inquérito ao caso BES, Carlos Costa explicou a sua perturbante apatia: “No fim de 2013 o Banco de Portugal não dispunha de factos demonstrados que dentro do quadro então aplicável permitissem abrir um processo formal de verificação de idoneidade” de Ricardo Salgado. E o governador jurava não tinha retirado a idoneidade apenas porque “os condicionamentos legais” não o permitiam. “Se pudesse faria? Há muito tempo.” Já na altura citara pareceres de dois juízes que explicavam que ele não podia agir e foi, poucos dias depois, desmentido por um deles. Pedro Maia garantia que o parecer dizia exatamente o oposto.
Agora, através desta reportagem, sabemos que foram os próprios serviços do Banco de Portugal que lhe disseram que tinha todos os instrumentos para afastar Ricardo Salgado. Uma nota informativa dos técnicos da instituição garantia-lhe, em novembro de 2013, que ele não tinha de esperar que o banqueiro fosse condenado pela justiça ou cometesse qualquer ilícito. A reavaliação da idoneidade podia ter uma função preventiva. Ao contrário do que afirmou aos deputados, Carlos Costa tinha poderes para além da mera pressão. E sabia-o.
É provável que a razão para a inação de Carlos Costa tenha sido a apontada pela deputada Mariana Mortágua: ele via os administradores dos bancos em geral e do BES em particular como “colegas”, não como regulados. E isso criava uma cumplicidade que permitiu a Ricardo Salgado arruinar o BES para tentar salvar o seu grupo, enganar e roubar milhares de clientes e deixar uma fatura de milhares de milhões de euros para o Estado português. Tudo nas barbas do regulador.
Carlos Costa teve acesso a todos os sinais de perigo. E tinha os instrumentos para agir. Sabíamos tudo isto antes de ver “Assalto ao Castelo”. Agora sabemos que ignorou os seus próprios serviços.
Temos as provas que faltavam para saber que as suas omissões foram conscientes e premeditadas. Depois de tanta incompetência e incúria, o governo anterior decidiu agradecer a cumplicidade política que sempre demonstrou e reconduzi-lo no cargo.
É inamovível. Mas a sua permanência como governador do Banco de Portugal afeta a credibilidade do regulador, do sistema financeiro nacional e do país. Em relação ao mal que já provocou, pouco podemos fazer. Resta impedir que continue. Pressionando para que se demita.
 
Ovar, 7 de Março de 2017
Álvaro Teixeira

domingo, 5 de março de 2017

O “SALDOCE” e o “CASTELO SAGRADO”! - estatuadesal

 

(Joaquim Vassalo Abreu, 04/03/2017)
 
castelo2
 
 
A que podemos juntar também o seu sacrossanto vigia e o “Riofraco”. Mais o Santos e o Sobrinho. O afilhado e o padrinho. Também o do bigodinho. A Isabel e o maridinho. O general e um filhinho. O saca rolhas e o coelhinho. A violinha e o cavaquinho. Um leopardo mansinho e do CC um narizinho, entupidinho!
Vão-me desculpar, mas eu hoje estou deveras zangado. E zangado comigo mesmo e com vocês todos. E com o mundo todo em geral e com todas as praias ou lugares que estão fora da nossa visão ou conhecimento, longe da costa, portanto, e a que chamam de “Offshores” também. Com tudo e com todos, em suma.
É que acabei de ver o terceiro e último episódio da trilogia “Assalto ao Castelo” e já nem sequer me apetece falar de toda essa coisa começada por “M”, preferiria até que começasse por “T” mas, perdoem-me, acho que nem com esta consigo começar. Porquê? Porque é tanta a chafurdice, tanta a conivência, tanta a desonestidade e tanta a “irresponsabilidade”, essa que eu achava que era apenas privilégio dos Juízes, os únicos que não são responsabilizados pelas decisões judiciais tomadas, que apenas me posso perguntar: Como não está esta gente toda na cadeia?
Pergunta introspectiva minha, mas muito inocente, já se sabe. Porque continuamos a ter relações privilegiadas com Angola e com toda a sua “cleptocracia”? E com toda aquela oligarquia? Como é que deixamos que mandem em Bancos e em grandes empresas Portuguesas quando sabemos que todo o seu capital é advindo da sistemática corrupção e de roubo a todo o seu Povo? Eu sei que a pergunta é inocente, eu sei, mas não será legítimo fazê-la?
Mas há uma outra perplexidade me assaltou e que me continua a consumir, e que é a seguinte: Como é que é a SIC a fazer esta reportagem, quando perante a situação actual da CGD, por exemplo, vemos os seus “pontas de lança” tudo promoverem para o seu descrédito e a tudo o que isso pode levar (por exemplo privatização e “esquecimento” de cobranças de créditos cristalizados de insuspeitos devedores, como aconteceu com outros…).
Porquê a SIC, portanto? Porque é que havendo um jornaleiro que começa a ser mais que insuportável, o José Gomes Ferreira, mais os Caiados e outros que tais criados, a tudo fazerem para que este Governo falhe, é feita uma reportagem destas, elaborada por um grande e competente jornalista, sem dúvida, mas que, para tal, teve que ter o superior aval do seu presidente: o “Balsebraços”.
“Braços”, sim, porque ele não é apenas uma mera “mão”: ele tem mais extensões. E sabemos o que isso pode significar. E, assim sendo, mas delirando, é claro, como aliás sempre faço, não poderá tratar-se de um ajuste de contas com o “SALGROSSO”? Porque mesmo sendo Salgado ele fez-se sempre de “Saldoce” com o “Balsebraço” e, quem ainda tem memória, deve recordar-se daquela vez em que o Salgado, dessa vez “grosso”, ameaçou retirar todo o investimento publicitário do seu grupo no grupo Impresa. Há quem tenha memória curta mas, felizmente, a minha ainda me vai servindo,
E depois, e aí não sei mesmo, será que o “Balsebraço” não terá alguma aplicação na Rioforte, depois transformada em “Riofraco”, assim a modos que um colateral de algum empréstimo? Ninguém sabe. E eu muito menos…
Mas repito, estou muito zangado. E aqui creio que todos me acompanham na fatal pergunta: como é que aquele vigia da guarita do “Castelo”, o tal de Carlos Costa, ainda se mantém lá de sentinela e não há quem o consiga arredar de lá? Como, se ele não vigia nada? E se vigia não age?
O António Costa diz que ele é inamovível e nem o comandante em chefe o consegue de lá tirar. Só o manda chuva do tal castelo sediado em Frankfurt, um tal Draghi, o consegue fazer e eles parece que são unha com carne. Como, se ele com a anterior governo tanto colaborou a com este se calou? Colaborou calando e corroborando tanto o Coelho, como a Maria Luis e enganando um outro que nunca se deixava enganar e nunca tinha dúvidas, dizendo estar bem o que sabia que estava mal e reiterando a confiança e certeza das suas disponibilidades para ultrapassar qualquer crise? Como?
Carlos Costa? Sabia de tudo! O “Balsebraço”? De tudo sabia. O Coelho e a Maria Luis, idem idem aspas. O Cavaco? De nada sabia. Só sabia o que o da guarita lhe transmitia. O “Pata Negra” e o “Granadero”? Esses só tremiam perante uma ordem. O Sacadura? Estava fora…
Tirando o Sócrates que era o culpado de tudo e, quer-me parecer, afinal não vai ser de nada, só de não ter pago o imposto de selo dos empréstimos do amigo, mas aí também não sabemos se o Juiz Alexandre pagou o devido pelo empréstimo de um outro amigo, ele que nem amigos dizia ter, tirando, como dizia o Sócrates, quem vai ser o CDT (culpado disso tudo)?
Eu, por mim, e por isso mais zangado estou, comecei a escrever sobre o BES e sobre a “Saúde da Banca Portuguesa” (três textos), já nos idos de 2013, e outros que podem procurar no meu Blog, tais como: “BES-Aguentará Portugal um novo, mas maior, BPN?”; “Os Anjos, Os Anjinhos e os Anjolas no caso BES”; “O Sistema”; “Parecer dos 14 milhões”…etc e etc… E, portanto, acho que cumpri a minha modesta obrigação.
E mais não digo!
 
Ovar, 5 de Março 2017
Álvaro Teixeira