Depois do irreversível BREXIT, continua a crise dos refugiados numa União Europeia que, cada vez, para mais uma Desunião Europeia.
Na Áustria, que parece estar a caminhar para um novo “Anschluss”, o candidato da extrema direita já leva uma margem confortável nas sondagens para as eleições presidenciais do próximo mês de Outubro.
Na Espanha ninguém se consegue entender para a formação de um governo. O Senhor Rajoy quer continuar a governar, mesmo contra a vontade da maioria dos espanhóis. Os outros partidos acham
que ele não é solução, mas o problema. A esquerda continua a não se entender nem a ter deputados suficientes para formar governo, porque não pode contar com o apoio dos Ciudadanos, de Albert Rivera. Enquanto isso, as movimentações na Catalunha, com vista à independência, crescem de dia para dia, porque a Espanha deixou de ser uma nação, para ser um conjunto de povos, a puxar cada um para o seu lado, porque a indefinição governamental é o gérmen para o reviver destes todos nacionalismos.
Na França assiste-se a algo que será, do meu ponto de vista, de todo impossível que é o de separar o “Islão bom” do “Islão mau”. É necessário que os “religiosos islâmicos” que passam os dias a pregar
nas suas mesquitas o ódio contra o Ocidente e a incitar os seus seguidores à revolta, devam ser expulsos do país. Mas este não é um problema de hoje, é um problema de décadas e que tem raízes na França e na Inglaterra.
Há poucos dias, o “The Guardian” publicou um artigo que terá passado despercebido a muita gente, mas cujo assunto é de uma gravidade extrema. O jornal afirma que os países de Leste e dos Balcãs terão vendido armamento a países do Médio Oriente, no valor de mil e duzentos milhões de Euros e que, uma grande parte terá ido para às mãos do DAESH. Este armamento pertenceria ao extinto Pacto de Varsóvia, mas apesar de obsoleto, era e é extramente letal. Toda a Europa fechou os olhos a esta situação.
Nos confins da Europa, na Turquia, vive-se um momento estranho, mas terrível. As imagens que vi no MSN do cemitério que está a ser preparado para os os opositores do regime autoritário do Erdogan são demasiado impressionantes, para serem verdadeiras. O muro de pedra que cerca o cemitério, construído no meio de uma mata imensa e com sepulturas já abertas prenunciam o que há de pior no espírito destes “Otomanos” que chacinaram o povo arménio.
Não quero ser pessimista, mas os factos não contribuem nada para o otimismo.
Ovar, 3 de Agosto de 2016
Álvaro Teixeira