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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A eucaliptización de Galicia

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por Autor Convidado

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Rafa Quintía

A eucaliptización de Galicia acontecida dende os anos 50 é unha das maiores catástrofes ecolóxicas que ten sufrido Europa nos último século, comparable á desecación do Mar de Aral, á deforestación de Madagascar ou á destrución da Amazônia. A completa transformación da nosa paisaxe e xeografía, a destrución dos noso hábitats naturais e dos nosos ecosistemas é unha perda de incalculable valor para a Humanidade.

Hoxe dicía, nunha entrevista que me fixeron no programa Diario Cultural da Radio Galega, que para os aborixes australianos a súa paisaxe e os seus bosques de eucaliptos formaban parte da súa cosmovisión e dos seus mitos de creación no Tempo dos Sonos. Pero para os aborixes galegos os matos de eucaliptos pertencen ao Tempo dos Pesadelos e da destrución do noso patrimonio e dos hábitats naturais e culturais sobre os que construímos a nosa cosmovisión como pobo.

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sexta-feira, 21 de julho de 2017

O petróleo verde, assim lhe chamou Mira Amaral

Lembro-me perfeitamente do artigo plasmado nas páginas do Público no qual se defendia a tese de Mira Amaral sobre a floresta ser o nosso petróleo verde. Por floresta leia-se eucalipto, que era o que estava em alta nessa altura, nos tempos áureos de Cavaco Silva como primeiro-ministro. Infelizmente, não encontro o artigo, pois seria interessante revisitá-lo.

Não sou o único a disso me recordar. Miguel Sousa Tavares já disso tinha falado em 2003 no Público e agora retornou o tema no Expresso.
Miguel Sousa Tavares diz que o ministro da Agricultura desta altura defendeu o abandono da agricultura a “troco de indemnizações” e que o da Indústria e Energia defendeu a “eucaliptização” do país, lembrando ainda que o ministro disse que os eucaliptos eram “o nosso petróleo verde”.
O comentador aproveitou até para deixar uma mensagem a Mira Amaral: “o seu petróleo não é verde, é da cor do fogo”.
Para Miguel Sousa Tavares, estes fatores estão todos ligados, pois acredita que vamos ter cada vez mais incêndios em zonas que a agricultura foi abandonada e onde não há ninguém.

30 anos de eucaliptos, numa aposta no lucro imediato. A cada 10 anos os proprietários recebiam um dinheiro extra graças à venda da madeira, com muito pouco investimento e reduzida manutenção. Com duas nuances. Em primeiro lugar, não gastar dinheiro na manutenção da floresta, limpando-a, por exemplo, é como jogar à roleta russa. É uma questão de tempo até que aconteça a detonação que tudo lance em chamas. Em segundo lugar, como agora estão a descobrir os proprietários de um pedaço de pinhal, que na verdade é um eucaliptal, ao fim de três cortes é preciso arrancar os cepos dos eucaliptos e replantar. Nada de especial, não se se desse o caso desta operação levar o dinheiro amealhado nos anteriores cortes.
O petróleo verde é muito interessante, mas para uma parte sobretudo, a indústria do papel. Pelo caminho sobra um país que se moveu para uma estreita faixa do litoral, deixando nas suas costas um tapete de fósforos à espera de uma faísca. Obra do acaso? Nada disso. Resultou de um plano pensado e executado, desde os tempos do incontornável Cavaco Silva no papel de primeiro-ministro, que pagou para se acabar com a agricultura, ao mesmo tempo que dava subsídios à plantação do eucalipto.
Querem apontar dedos à falência do Estado? Comecem no devido tempo, ó hipócritas.

Fonte: Aventar (21/07/2017 por j. manuel cordeiro)