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quinta-feira, 15 de junho de 2017

Passos Coelho diz que 50% da TAP serve para Governo "nomear administradores"

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse ainda não ter percebido se os 50% que o Estado detém na TAP são "para mandar ou não mandar na empresa", mas servem para o Governo "nomear administradores".

Passos Coelho diz que 50% da TAP serve para Governo "nomear administradores"
Bruno Simão/Negócios
Lusa
14 de junho de 2017 às 21:28
"O PS tinha uma ideia: o Estado não podia vender a empresa, de todo. Ainda não percebi se temos os 50% para mandar na TAP ou se é para não mandar, ainda não percebi. Já percebi que se nomeiam para lá administradores, isso eu já percebi", disse esta quarta-feira o líder do PSD, em Borba (Évora).
Ao discursar na sessão de apresentação dos candidatos autárquicos do PSD no distrito de Évora às eleições autárquicas de 1 de Outubro, Pedro Passos Coelho argumentou que, se a TAP "fosse privada, não se nomeavam para lá administradores".
"Assim", com a reversão parcial da privatização da empresa, adoptada pelo actual Executivo do PS, "o Governo vai nomear para lá administradores, mas não sei se manda na empresa ou se não manda, porque ainda não percebi o que é que aqueles 50% querem dizer", ironizou o líder social-democrata.
Segundo Passos Coelho, Portugal "andou imensos anos a ver se conseguia encontrar uma forma de vender a empresa, preservando, evidentemente, a importância da empresa". "Porque nós não temos dinheiro para a sustentar sozinhos. Se tivéssemos… mas não temos", afirmou, realçando que foi o Governo PSD/CDS-PP que conseguiu privatizar a empresa.
Mas "aquilo a que chamam pressa" no processo, foi somente "a pressa" de tentar "evitar que os aviões ficassem em terra sem dinheiro para meter combustível para voarem" e para garantir que "os trabalhadores tinham salários ao fim do mês".
Com a reversão parcial da privatização, Passos Coelho disse ter ouvido "dizer" que essa "solução era melhor porque os privados investiam o mesmo e iam ficar com menos". "E eu digo: não é verdade. Porque o Estado, para ficar agora com 50%, teve de devolver uma parte do dinheiro. E mais do que isso. Antigamente, durante uns anos, ainda ia ter 34% da empresa e ia ficar com 34% dos dividendos que ela gerasse. Agora, passa a ter 50% da empresa, mas só pode receber 18% dos dividendos", referiu.
O Expresso avançou o nome de Miguel Frasquilho, ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), como um dos seis elementos indicados pelo Estado para o conselho de administração da TAP, cabendo-lhe o cargo de 'chairman' (presidente).
O jornal apontou ainda como novos membros do conselho de administração da companhia, por indicação do Estado, a presidente do conselho de administração de Serralves, Ana Pinho, e o advogado Diogo Lacerda Machado.
Tanto os partidos da oposição, PSD e CDS-PP, como aqueles que suportam o Governo socialista no parlamento, PCP e Bloco de Esquerda, contestaram os nomes indicados pelo Governo para a administração da TAP, sobretudo a escolha do antigo secretário de Estado socialista Diogo Lacerda Machado.
O primeiro-ministro, António Costa, disse sábado em Buenos Aires, que a decisão para a nomeação dos representantes do Estado no Conselho de Administração da TAP "está tomada" e que, pela sua parte, "não há polémica nenhuma".

Fonte: Negócios

terça-feira, 13 de junho de 2017

Uma vergonha e casos de (muita) pouca vergonha



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 13/06/2017)
passos_vergonha

Celebrava-se o Dia 10 de Junho, era feriado nacional, Marcelo e Costa multiplicavam-se em discursos e viagens, Assunção Cristas punha o seu ar mais sério. Todos celebravam o Dia de Portugal. Todos? Não. Passos Coelho precisa de recuperar os votos perdidos, o Expresso deu-lhe uma deixa, e mal se livrou do frete oficial acelerou rumo ao sul. Mas não foi para passar o resto do dia com a esposa e muito menos para celebrações, o tema era um petisco, um amigo de Costa tinha sido nomeado administrador da TAP, a mesma TAP que ele privatizou numa noite e que Costa devolveu ao país.
Era um escândalo entre os nomeados em representação do capital do Estado na transportadora estava quem tinha negociado, em nome do Estado, a reversão da privatização. Um escândalo, uma enorme falta de ética, quem defendera o Estado nas negociações com os privados ia agora defender os mesmos interesses do Estado como administrador não executivo.
O país parou de espanto, uma vergonha, Costa tinha inventado um novo “Catroga”, um amigo ia enriquecer na TAP. Como é sabido o cargo de administrador executivo numa empresa onde apenas os administradores nomeados pelos privados mandam na empresa, não só é um cargo altamente remunerado como tem um grande poder. Até a Catarina Martins juntou a sua à voz de Passos Coelho, estava indignada com tanta pouca vergonha.
Passos Coelho está de parabéns, o país anda há quatro dias a discutir um cargo da treta, remunerado com pouco mais do que gorjetas e sem qualquer poder. Foi este o grande problema nacional que levou Passos Coelho a ignorar tudo e todos e a esquecer que era Dia de Portugal. Depois dele anda meio mundo a perder tempo e até o CDS veio perguntar se a CRESAP tinha sido ouvida.
Passos Coelho tem mesmo razão, é uma vergonha que a sua grande preocupação no Dia de Portugal não tenham sido os problemas familiares ou proporcionar a sua companhia à família, mas sim aproveitar-se de uma notícia da treta para criar um fato político que só merece uma gargalhada e apenas serviu para percebermos as preocupações com que se ocupam os nossos partidos.
Em contraponto:
casos de (muita) pouca vergonha
Pouca vergonha é a Maria Luís ter empregado o seu marido na EDP, pouco depois de ter privatizado esta empresa.
Pouca vergonha é a EDP conseguir que Passos substituísse o secretário de Estado da Energia, gesto que Mexia terá celebrado com champanhe, para pouco tempo depois a EDP empregar o pai do novo secretário de Estado arranjar emprego na .... EDP.
Pouca vergonha é Passos Coelho se ter esquecido de pagar as contribuições `Segurança Social.
Pouca vergonha foi o Catroga ter negociado com a Troika que queria baixar as rendas da EDP e depois aparecer em presidente daquela empresa. Pouca vergonha foi o mesmo Catroga se ter oferecido a António Costa para lhe fazer fretes.
Pouca vergonha foi o último presidente do BES escolhido pela família Espírito Santo ter sido Mota Pinto?
Pouca vergonha foi a escolha de nomeação de Manuel Frexes, presidente dos autarcas sócias-democratas e da Câmara Municipal do Fundão, e Álvaro Castello-Branco, do CDS-PP e vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, para administradores da empresa “Águas de Portugal”.