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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Levantamento hidrográfico da bacia de Bissau revela cinco navios naufragados

Por Lusa
26 Outubro, 2017

Rodrigo Pacheco-Ruiz / Southampton University

Os levantamentos hidrográficos na bacia do porto de Bissau no rio Geba revelaram “dados incríveis”, nomeadamente poucas alterações desde 1960 e cinco navios naufragados, revelou hoje a Marinha portuguesa.
“Descobrimos algumas coisas incríveis, nomeadamente que os levantamentos anteriores que rondavam a 1960, ainda se mantinham bastante atuais em algumas zonas. Algo que nunca pensamos. Outra coisa foi alguns navios afundados e que estão completamente retratados nos nossos levantamentos”, afirmou o primeiro-tenente.
O navio D. Carlos I da Marinha portuguesa chegou a Bissau a 12 de outubro para fazer um levantamento hidrográfico da bacia de Bissau no rio Geba para fazer uma nova carta de navegação, que permita aos navios decidirem um percurso mais seguro para chegar ao porto da capital guineense. O último levantamento hidrográfico tinha sido feito em 1967.
A necessidade de se fazer uma nova carta de navegação para Bissau prende-se também com o facto de o sistema de coordenadas mundiais ter mudado.
“Antigamente cada país tinha o seu próprio sistema de coordenadas. Neste momento, é utilizado um sistema de coordenadas que é global e as cartas que estão a ser utilizadas são antigas e têm o sistema de Bissau o que obriga os navios a calcular sempre um desvio de cerca de 200 metros”, disse.
A Marinha portuguesa está também a estudar as alterações das marés e descobriu uma diferença de 50 centímetros entre a maré prevista e a real e 50 minutos de desfasamento.
“Pensamos que temos uma praia-mar às 11:00 e ela só vem às 11:50, o que pode ser crítico para a segurança dos navios”, afirmou, sublinhando que o último estudo das marés foi feito nos anos 50 do século XX. A nova informação vai ficar disponível para a navegação apenas em 2019.
“São trabalhos muito sensíveis e demorados e não pode haver erros, porque temos a segurança dos navios nas nossas mãos”, explicou o primeiro-tenente António Tavares.
O levantamento hidrográfico decorreu no âmbito da missão “Mar Aberto” e que trouxe à capital guineense o navio D. Carlos I, especialmente construído e equipado para a execução de trabalhos hidrográficos ou oceanográficos.
O navio vai permanecer na Guiné-Bissau até sexta-feira.
A bordo do navio seguem 50 militares, incluindo uma guarnição de 37 militares, uma equipa da Brigada Hidrográfica, uma equipa de fuzileiros do pelotão de abordagem, uma equipa de mergulhadores e um médico naval.
A missão enquadra-se no âmbito da cooperação técnico-militar e de ações de apoio à diplomacia, em particular com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O navio vai realizar também missões em Cabo Verde, Senegal, Mauritânia e Marrocos, tendo chegada prevista a Portugal a 22 de dezembro.
ZAP // Lusa

Coreia do Norte vai mesmo testar bomba de hidrogénio sobre o Pacífico

Por ZAP

26 Outubro, 2017


(dv) KCNA / YONHAP
Míssil balístico intercontinental norte-coreano Hwasong-14 lançado em local não divulgado na Coreia do Norte
Em entrevista à CNN, um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang disse que o mundo devia levar muito a sério este ensaio.
Numa entrevista à CNN, um diplomata do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte coreano deixa um aviso à comunidade internacional: um teste nuclear atmosférico sobre o Pacifico deve ser levado muito a sério.
Ri Yong Pil pronunciou-se sobre as declarações de Ri Yong Ho, Ministro dos Negócios Estangeiros, quando disse que Pyongyang estava a considerar realizar “a mais poderosa detonação” de uma bomba de hidrogénio sobre o Pacífico.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros está bem a par das intenções do nosso líder supremo, por isso acho que devem levar a sério o que ele disse”, advertiu o diplomata.
Depois das declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Donald Trump disse que os EUA “destruiriam completamente” a Coreia do Norte, se estes continuassem a ameaçar os Estados Unidos.
Também na semana passada o diretor da CIA disse que a Coreia do Norte podia estar prestes a conseguir atingir os EUA com uma arma nuclear. Depois dessas declarações, Mike Pompeo acrescentou que caso o líder da Coreia do Norte morresse de repente, não deveriam fazer perguntas à CIA, deixando assim implícita uma ameaça.
Segundo o Observador, Donald Trump deverá exercer uma pressão acrescida sobre Kim Yong Un, para que este abdique do seu programa nuclear, quando visitar a Ásia na próxima semana. No entanto, ainda não é certo que Trump visite a zona desmilitarizada da península coreana.
ZAP //

Ficheiros sobre a morte de Kennedy: strippers, Fidel Castro e conspirações

Por ZAP

27 Outubro, 2017



A agência de espionagem norte-americana CIA garantiu na quinta-feira que já foram tornados públicos, na íntegra, mais de 69 mil dos 87 mil documentos relacionados com o assassínio do presidente John F. Kennedy.
A CIA assegura que nenhum dos 18 mil registos vai ser mantido secreto na totalidade e que as partes editadas – ou escurecidas – destes documentos representam menos de 1% da informação total da CIA contida nesta documentação.
A agência justificou as edições da informação com a necessidade de proteger informação que, se fosse divulgada, prejudicaria a segurança dos EUA.
As edições, ainda segundo a agência, esconderam os nomes de ativos da CIA e de atuais e antigos agentes, bem como métodos da sua atuação e parcerias, que continuam a ser úteis para proteger a segurança dos EUA.
Pedidos para manter secretos centenas de documentos relacionados com o assassínio do presidente norte-americano John F. Kennedy, na sua maioria da CIA e do FBI, limitaram a 2.800 os que foram divulgados na quinta-feira.
A informação foi adiantada por dirigentes do governo norte-americano que mencionaram apelos de última hora da agência de espionagem e da polícia federal dos EUA atendidos pelo presidente, Donald Trump.
Esta coleção de documentos, que deveria ter sido divulgada integralmente agora, inclui mais de 3.100 documentos, que compreendem centenas de milhares de páginas, que nunca foram vistos pelo público. Os documentos que não foram revelados agora vão estar sob apreciação durante mais seis meses.

O que revelam os ficheiros

Durante a noite, o Washington Post teve uma equipa a analisar os documentos para revelar as primeiras conclusões dos ficheiros que foram mantidos secretos durante mais de 50 anos.
Segundo o jornal, os documentos registam o depoimento de Richard Helms, na altura diretor da CIA, recolhido em 1975 numa comissão de inquérito, e abordam o alegado envolvimento da CIA numa conspiração para matar o presidente americano.
A certa altura do interrogatório, e após uma breve troca de impressões sobre a guerra do Vietname, um dos procuradores nessa mesma comissão, David Belin, começa a perguntar a Helms: “Há alguma informação relacionada com o assassinato do Presidente Kennedy que, de alguma maneira, revele que Lee Harvey Oswald seria de alguma forma um agente da CIA ou um agente…“.
É precisamente neste ponto que o documento é cortado, segundo realçam os repórteres do Washington Post.
Lee Harvey Oswald terá sido o autor do assassinato de John F. Kennedy a 22 de novembro de 1963. Oswald viria a morrer dois dias depois, às mãos de Jack Ruby, gerente de casas de prostituição com ligações com a máfia, que o terá assassinado para ser visto como um herói nacional.
Num dos documentos, com data de 24 de novembro de 1963, o diretor do FBI, Edgar J. Hoover, diz, num dos documentos, existirem provas de comunicações intercetadas entre Oswald, Cuba e a União Soviética.
Os mesmos documentos sobre a morte do então presidente dos Estados Unidos falam ainda numa conspiração para assassinar Fidel Castro, à data, presidente de Cuba.
De acordo com esses ficheiros, houve reuniões com exilados cubanos que tentaram fixar um preço “pelas cabeças” de Fidel, do seu irmão Raul e ainda de Che Guevara. Os preços ficariam, depois de alguma negociação, nos 100 mil dólares pela cabeça de Fidel, 20 mil pela de Raul e outros 20 mil pela de Che.
Um outro ficheiro descreve a operação Bounty, que pretendia derrubar o governo cubano da altura e lançar um sistema de recompensas financeiras para cubanos que eliminassem ou denunciassem comunistas.
Neste esquema, os valores variavam entre 57 mil e 100 mil dólares, sendo que Castro, “talvez por razões simbólicas”, poderia ser eliminado a troco de apenas dois cêntimos.
A CNN relata também os detalhes de um documento da Comissão Rockefeller, de 1975, sobre o papel da CIA num plano para eliminar Fidel nos primeiros dias da administração Kennedy. Na altura, o seu irmão Robert Kennedy, que era Procurador-Geral, terá contado ao FBI que a CIA estava a contactar um intermediário com o propósito de contratar um atirador para matar o ditador cubano por 150 mil dólares.
Outros documentos descrevem planos para matar Fidel através de meios mais subtis, como envenenamento por comprimidos com botulismo.
Os documentos agora revelados também falam em festas de sexo e strippers, envolvendo o nome de personalidades famosas.
Um memorando do FBI revela que uma acompanhante de luxo de Hollywood terá sido abordada por um detetive privado sobre festas de sexo em que teriam participado John Kennedy, mas também o seu cunhado, Peter Lawford, e os cantores Frank Sinatra ou Sammy Davis Jr. Na altura, a mulher terá negado qualquer uma das “indiscrições” com que foi confrontada.
Os documentos falam também na suspeita, descrita num memorando do FBI de 1964, de que o presidente Lyndon B. Johnson teria sido membro do Klu Klux Klan no Texas nos primeiros anos da sua carreira política.
A “ameaça comunista” nos EUA é mais um dos temas frequentes nos ficheiros já conhecidos. Além da existência de uma “lista negra de Hollywood”, que incluía nomes de suspeitos de pertencerem clandestinamente ao Partido Comunista, há ainda registo de vários tipos de vigilância que passavam, por exemplo, pela instalação de escutas em escritórios e zonas de trabalho.
ZAP // Lusa

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Ana Moreno

TRP - Acórdão

Hoje, sexta-feira, às 18h, na Praça Amor de Perdição no Porto (Cordoaria, em frente à antiga Cadeia da Relação Porto) e à mesma hora na Praça da Figueira, em Lisboa, tem oportunidade de protestar de forma mais consequente contra a inconstitucionalidade do acórdão que justifica a violência com obsoletas evocações: “o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou (são as mulher honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras), e por isso vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher”.  Neste caso, a exigência é simples: processo disciplinar e demissão. Juízes ou juízas a legitimar a violência por adultério, seja ela perpetrada por homem ou por mulher, seja ela praticada contra homem ou contra mulher, não. A lei da mocada terá sido legal desde a idade da pedra, até, digamos, à Constituição de 1976. E que se saiba, mesmo formas brandíssimas de Xaria não estão em vigor em Portugal.

Esta vergonha foi também já largamente noticiada além-fronteiras.XXX

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Os pórticos da auto-estrada 25


por Autor Convidado

A25

João Coutinhas
Ontem percorri muitos quilómetros de desolação da A25, mandatado pela solidariedade de muitos amigos. De ambos os lados, terra queimada a perder de vista. Percebe-se bem que as pessoas não tiveram meios para salvar mais nada que as suas casas. E destas, nem todas. De incólume, só mesmo o asfalto e os pórticos do sugadouro automático.
Mas é quando se troca a estrada grande pelas pequenas vias (essas que de quatro em quatro anos beneficiam da oportunista manutenção) que "bate" em pleno a dimensão da tragédia. Sente-se a tristeza, não o desânimo!
As pessoas não precisam que lhes digam que têm que ser resilientes.
Nem conhecem este figurado. Mas conhecem bem o significado de abandono, que trespassa todas as conversas.
Por todo o lado, cada um tenta limpar e reconstruir o que pode. Aqui e ali os madeireiros em actividade. Das "autoridades"... nada. As operadoras de comunicações móveis foram rapidíssimas a reparar as antenas. Rede fixa, continua avariada. Aquele vizinho ouviu falar de apoios a fundo perdido, mas não sabe como se candidatar. O primo foi à Junta declarar que ficou sem casa: pediram-lhe os "papéis" que arderam.
O fogo pôs à mostra também a debilidade das estruturas locais. Os slogans de alguns cartazes de campanha sobreviventes, que falam de futuro e de competência, parecem agora obscenos.