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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Pirocumulonimbo. O fenómeno que pode estar na origem dos fogos de 15 de outubro


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© Hélio Madeiras
Os incêndios mortais de Pedrógão Grande, a 17 de junho, e da zona centro, a 15 de outubro, poderão estar relacionados com um fenómeno raro, com um nome difícil de pronunciar: pirocumulonimbo. Dois elementos da Comissão Técnica Independente que investigaram os fogos do início do verão que mataram 64 pessoas acreditam que foi isso que aconteceu, segundo contaram à TSF.
"Pirocumulonimbo é uma tempestade criada por um incêndio", diz Paulo Fernandes, doutorado em Ciências Florestais e Ambientais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). De entre as imagens que viu e os relatos que ouviu acerca dos incêndios, destaca a nuvem do incêndio, que descreve como "muito desenvolvida, muito alta, que a determinada altura começou a produzir relâmpagos e trovões". "Esse é um dos sinais do pirocumulonimbo", conclui.
Este fenómeno já havia sido descrito pela Comissão Técnica Independente relativamente ao incêndio de Pedrógão. "É uma nuvem de fumo que sobe muito alto, a 10 quilómetros, 12. Quando essa nuvem sobe tão alto, além da condensação, forma-se gelo e é o atrito entre os cristais de gelo que pode provocar raios, provocados pelo próprio incêndios, e que por vezes dão origem a novas ignições", descreve o Paulo Fernandes, para quem a existência de um pirocumulonimbo "explicaria, pelo menos em parte, a devastação a que se assistiu nestes dois grandes incêndios do interior". De acordo com o que o investigador afirmou à TSF, "um incêndio florestal típico não causa aquela destruição", sendo necessário para isso acontecer "vento forte, com projeções a grande distância de materiais incandescentes".
Carlos Fonseca, outro elemento da Comissão Técnica Independente, diz à mesma rádio que aquilo que viu foi "um incêndio de uma dimensão, de uma violência, de uma rapidez como nunca tinha assistido". O investigador, que também andou no terreno a combater as chamas junto da sua propriedade, recorda as? "labaredas com mais de 30 metros, com fumos de múltiplas cores", um cenário com "toda uma dinâmica atmosférica estranha".

Sobre a disjunção entre o título e o corpo de um texto do Observador

Aventar



por j. manuel cordeiro

Observador

Façamos um exercício de adivinhação sobre a mensagem deste artigo da autoria de Edgar Caetano, começando pelo título.

"Os anos da troika. Portugal foi o único país a sair da crise com menos desigualdade"

"Os anos da troika" define o horizonte temporal como sendo o período em que a troika esteve em Portugal, ou seja, de 2011 a 2013, ou eventualmente até 2015, dada a associação popular entre o governo de Passos Coelho e a troika. O resto do título contraria a tese generalizada sobre o impacto negativo da troika. Afinal, a troika trouxe aspectos positivos, assim se depreende.

Continuemos pelo lead. Um estudo académico critica a política da austeridade, mas "destaca Portugal" por ser o único onde esta causou "menos desigualdade". Há, portanto, um reforço da tese do título e acrescenta-se credibilidade (estudo académico), ao mesmo tempo que se enquadra a vox populi quanto à percepção dos efeitos da austeridade, naturalmente desprovida da sapiência de um paper académico.

Andámos, portanto, errados. Ou será que é melhor ler o artigo?

Ler mais deste artigo




Kanal Da Ju Entrevista Ao Jornalista Jaime Froufe



Ai Marcelo




por estatuadesal

(Por Penélope, in Blog Aspirina B, 30/10/2017)

ACentrevista

"Entrevista a Costa vista em Belém como mais uma oportunidade perdida"

(Por muito que negue, Marcelo continua a atacar o Governo. Agora "soprou" para o Público (ver aqui ), o seu desagrado com a entrevista de António Costa à TVI. Quer dizer, como o Presidente-Comentador está afastado do seu púlpito dominical,  manda dizer para os comentadores dos jornais, que o Presidente-Presidente, não gostou do que viu. Eis Marcelo investido num clandestino papel de chefe da oposição. Não é bonito, e os portugueses não gostam. O país merecia melhor oposição e a oposição merecia ter uma liderança às claras e sem ser clandestina. Por muitos beijos que dê e abraços que distribua, aposto que a popularidade de Marcelo vai começar a cair. E ainda bem.

Estátua de Sal, 30/10/2017)

Não me espantaria se o jornal Público se dedicasse por estes dias a acirrar os ânimos entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. Havendo um fundamento sério no mal-estar entre os dois, noticiado pelo jornal há uns dias (e as razões estão muito longe de ser todas favoráveis a Marcelo), é também evidente que ao jornal e aos interesses que representa convém explorar este desentendimento – porque aumenta as vendas e “morde” nos socialistas por razões bem conhecidas – e dar com isso uma mãozinha a uma direita que entrou em desespero pela não chegada do diabo nem vislumbre do mesmo. Com a situação económica do país a melhorar a olhos vistos e a Geringonça a não dar sinais de quebrar no essencial, os incêndios e Marcelo oferecem subitamente uma boa tábua de salvação a quem se vê a afundar e sem maneira de chegar ao poder. O David Dinis pode estar numa de ajudar. É que estas notícias, por muito verdadeiras e objectivas que sejam, associadas a uma tragédia nacional, transformam-se, na restante comunicação social, esmagadoramente controlada pela direita, numa guerra do Bem contra o Mal, num contraponto entre “os afectos” de Marcelo e “a frieza” de Costa. Num populismo sem pudor.

É fácil omitir que a função de um não é a função do outro. Que o que se espera de um não é o que se espera do outro. Que as responsabilidades de um não são as do outro. Que Marcelo não foi eleito para governar. Que para isso teria que ter sido eleito para a chefia do PSD, coisa que não foi nem quis. Omitir tudo isto é fácil.

Ora, interesses político-jornaleiros à parte, acontece que Marcelo dá mostras de não se estar a importar nada de participar neste jogo/brincadeira irresponsável e calculista. Mais: não é de excluir que tenha sido o próprio a começá-lo. Num pequeno vídeo passado no sábado no Eixo do Mal (em que se vê Marcelo a discursar na entrega de um prémio a Wim Wenders), Marcelo mostra-se claramente desagradado com a Geringonça pelo facto de a mesma obrigar a negociações constantes com partidos anti-europeus, cujas consequências não são, a seu ver, as melhores para o país. É um escolho, de facto. Mas daí até o Presidente pôr em prática um plano de ataque a Costa e de desestabilização política deveria ir um passo muito grande. E maduramente ponderado.

E no entanto, o que vemos é a presidência da República a alegar e a aproveitar as diferenças na exteriorização da “compaixão” pelas vítimas para reforçar a aura de «comandante do povo» de Marcelo e a ideia de incompetência do Governo. Muito mau. Mau de mesquinho. O que é que fez o Costa? Não chorou? Mas, mas, mas … o que é isto? O socorro está a chegar às populações como previsto! Os habitantes locais não atribuem ao Governo nenhuma das culpas que o Presidente deixa subentendidas. Nenhuma.

Convém, pois, lembrar ao actual Presidente que 1) é preciso muito mais do que beijinhos, abraços e selfies para resolver os problemas das pessoas atingidas por uma catástrofe – tarefa exigente e criteriosa que não incumbe ao Presidente; 2) nem toda a gente tem feitio para “santo” curandeiro, neste caso de “feridas psicológicas”, como Marcelo parece querer ser; 3) Marcelo não tem o direito de expor a sua personalidade (que crê impecável, mas que muitos vêem como calculista) por contraponto à de outros, que não andam aos beijos e eventualmente encaram as suas funções de forma diferente, colocando o objectivo de eficácia a outro nível.

Esta afirmação (referente à entrevista a António Costa, ontem, na TVI), se verdadeira, vinda de Marcelo, é inaceitável : “Primeiro-ministro falhou a reconstrução da sua imagem junto dos portugueses“.  O que queria o Presidente? Que Costa se ajoelhasse, lhe pedisse perdão, pedisse perdão aos portugueses e chorasse?

A que ponto de irracionalidade estamos a chegar?

Um presidente simpático poderia ter mais juízo. A sério que é a visão de Santana Lopes no poder que o move?? Se é, é ridículo.




Missão a cometa revela “elo perdido” na compreensão da formação planetária

Por CCVAlg

28 Outubro, 2017


ESA / Rosetta / NAVCAM
Mosaico de quatro imageuns do Cometa 67P/C-G, usando imagens capturadas no dia 19 de Setembro
O elo perdido na nossa compreensão da formação planetária foi revelado pela primeira nave a orbitar e a pousar num cometa, dizem cientistas alemães.
O estudo publicado numa edição recente da revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society de uma equipa de investigação liderada por Jürgen Blum (Technische Universität Braunschweig, Alemanha) analisa dados da histórica missão Rosetta para descobrir como o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou “Chury”), surgiu há mais de 4,5 mil milhões de anos.
Compreender a evolução do Sistema Solar e dos planetas era um dos principais objetivos da missão Rosetta ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Para Jürgen Blum e para sua equipa internacional, valeu a pena, porque os resultados dos vários instrumentos da Rosetta e do “lander” Philae revelaram que apenas um dos muitos modelos propostos pode explicar as suas observações. O Cometa 67P consiste de vários “seixos de poeira” que variam entre vários milímetros e vários centímetros de tamanho.
O professor Blum explica as implicações das observações da equipa: “os nossos resultados mostram que apenas um modelo para a formação de corpos sólidos maiores no Sistema Solar jovem pode ser considerado para o Chury. Segundo este modelo de formação, os seixos de poeira são concentrados com tanta força por uma instabilidade na nebulosa solar que a sua força gravitacional conjunta leva, em última análise, a um colapso”.
Este processo forma o elo perdido entre a formação bem-estabelecida de “seixos de poeira” (blocos de construção planetária formados na nebulosa solar através da colisão de partículas de poeira e gelo) e a acreção gravitacional de planetesimais em planetas, que os cientistas ponderaram durante anos.
“Embora tudo isto pareça muito dramático, na realidade é um processo gentil no qual os aglomerados de poeira não são destruídos, mas combinados num corpo maior com uma atração gravitacional ainda mais elevada – a acumulação dos aglomerados de poeira, num corpo coerente, é virtualmente o nascimento do cometa“, explica Blum.
Devido à massa relativamente pequena do cometa 67P, os seixos sobreviveram intactos até hoje, permitindo que os cientistas confirmassem a hipótese pela primeira vez.
De facto, o modelo de formação do colapso de seixos pode explicar muitas propriedades observadas do cometa 67P, por exemplo, a alta porosidade e a quantidade de gás que escapa do interior. “Agora, todas as fases do modelo de formação planetária foram estabelecidas”, conclui Blum.
// CCVAlg