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terça-feira, 17 de abril de 2018

Se não é preto, só pode ser branco

Novo artigo em Aventar


por A. Pedro Correia

A Síria está cheia de filhos-da-puta. Grandes filhos-da-puta, médios filhos-da-puta e pequenos filhos-da-puta. E está cheia de vítimas. Algumas vítimas são filhas-da-puta, outras não. Está, também, cheia de inocentes.

Os inocentes têm sido bombardeados, gaseados, espoliados, condenados, assassinados e abandonados pelos filhos-da-puta de todos os tipos. Os que escaparam estão refugiados e são ostracizados.

Perante isto, o que se vê por aí são as velhas reacções simplistas e maniqueístas.

Não importa saber qual foi o filho-da-puta que fez ou apoiou o quê. Importa é saber se se está com os americanos ou com os russos. O resto, sírios ou os curdos, o que lhes acontece ou não, conta pouco para a questão.

Bom, mesmo bom, é fazer funcionar o dualismo rasteirinho: ou estás do lado dos americanos e chamam-te imperialista, fascista, neo-liberal, etc., ou dos russos e chamam-te comunista, estalinista, esquerdalho e afins. Fora isso que se lixem uns aos outros que, mais dia menos dia, começa a estar bom para ir à praia.

Que país este!

por estatuadesal

(Dulcínia Reininho, 16/04/2018)

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Qual “segredo de justiça”? Isso é para Estados de Direito.

A SIC para desviar as atenções da investigação TVI sobre os escandalosos e intencionados incêndios ao Pinhal de Leiria e das escandalosas adoções ilegais da IURD apresentou o que devia, em qualquer país normal, estar em segredo de justiça.

“O único crime indiciado [contra José Sócrates] é o processo em si próprio. Por ser nítida - ao simples olhar da opinião pública e de acordo com os elementos que os funcionários foram abusivamente publicando - a condução contra direito.

É preciso pôr termo à continuação eternizada desta aberrante actividade indiciariamente criminosa.

E por modo de tal forma grave, continuada e insusceptível de correcção surge a organizada e indiciária conduta criminosa, que os gravíssimos indícios, escandalosamente públicos, comportando manifesto risco para a prova, justificarão, salvo mais agudo olhar, que os procuradores e juiz de instrução - a constituir como arguidos - aguardem em prisão preventiva a eliminação do risco para a prova e a acalmia do alarme social generalizado quanto à situação que as condutas em referência revelam ser a do aparelho de justiça.

O próprio Chefe do Estado deveria vir explicar em declarações formais o motivo pelo qual e como comentador televisivo - não falando já de outros comentários - deixou expressa a sua opinião (de jurista e professor de Direito Constitucional) em cujos termos José Sócrates deveria estar preso.

"Eu acho que ele deve estar preso" foi a expressão que eu próprio ouvi. E quero saber porquê, com a legitimidade de membro do colégio eleitoral sobre o qual repousam todas as dignidades e títulos, todos os poderes e todas as instituições da República”. (Joseph Praetorius)

“Isto tem tratamento processual. Se as provas se perderam, os prazos, estabelecidos em benefício do acusado, não podem ficar suspensos: o processo deve ser remetido 'qua tale' a juízo. O tribunal ajuizará. O que se está a passar ultrapassa o domínio do delírio. É preciso tratar disciplinar e mesmo criminalmente quem manipula assim o andamento de um processo. Sem hesitações”. (José Luís S. Curado)

Entre as brumas da memória

Entre as brumas da memória


O triplex de Lula

Posted: 16 Apr 2018 01:36 PM PDT

O «Movimento dos Trabalhadores Sem Teto» e do «Povo Sem Medo» ocuparam o triplex do Guarujá, atribuído a Lula por Moro: «Se é do Lula, o povo poderá ficar. Se não é, por que então ele está preso?»

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Estabilidades

Posted: 16 Apr 2018 09:32 AM PDT

«O que se está a jogar por estes dias é a escolha do Governo entre dar passos concretos no caminho desenhado pelos seus acordos parlamentares à esquerda e a hipoteca desse caminho em favor de uma gestão orçamental espartana para agradar à União Europeia e às agências de rating. A escolha é do Governo, sublinho. Manter a meta de défice de 1% para o ano corrente selada no Orçamento de Estado ou, quatro meses depois desse acordo, mandá-lo às malvas e usar a folga criada pelo bom desempenho da economia para encantar Bruxelas é uma escolha da maior importância, reveladora das prioridades do Governo. É uma escolha entre a estabilidade dos acordos à esquerda e o desprezo por eles. E é uma escolha entre a qualificação de tudo aquilo (na saúde, nas escolas, nos transportes) cuja desqualificação tem sido justificada com a falta de dinheiro e o agravamento da degradação desses serviços públicos.


É uma escolha, não é uma inevitabilidade – a meta de 1% para o défice foi acordada quer com os partidos de esquerda quer com a Comissão Europeia que, aliás, a aceitou com regozijo indisfarçado. Apertando a dimensão percentual de défice mais do que assumiu antes, o Governo escolhe não afetar mais de 500 milhões de euros à melhoria da vida das pessoas quando o podia perfeitamente fazer. Escolhe, portanto, manter a instabilidade do costume para as vítimas de sempre e favorecer a estabilidade da simpatia da Fitch ou da Moody’s.


Quando amanhã te vierem dizer que não há dinheiro para contratar gente para o teu serviço que está no osso, para apoiar o teatro da tua terra que vai acabar ou para teres finalmente o médico de família a que tens direito, lembra-te desta escolha. E não aceites que te falem de outra estabilidade que não seja a daquilo a que tens direito.»

José Manuel Pureza
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Sondagem Aximage

Posted: 16 Apr 2018 05:51 AM PDT

(Fonte)

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A missão cumprida está cada vez mais comprida

Posted: 16 Apr 2018 02:46 AM PDT

«Há 15 anos, completados em março, começou a invasão do Iraque. Esta acabou a 1 de maio - pouco mais de 40 de dias. Se isso não é uma guerra-relâmpago não sei o que é uma guerra-relâmpago... O presidente George W. Bush anunciou, então, com palavras quase tão curtas como a campanha: "Missão cumprida." Terá sido? Poderia parecer que sim, porque fizeram escola: "Missão cumprida", disse agora o presidente Donald Trump sobre o bombardeamento da Síria. Mas às vezes uma frase é uma frase, e só isso. A guerra do Iraque, como sabemos, ainda não acabou. Não acabou quando foi anunciado o seu fim, em 2003, nem acabou ainda hoje. E transformou-se numa pandemia, como prova a necessidade de se bombardear a Síria. Nas guerras daquela região, as missões cumpridas são piores do que os anúncios prematuros das mortes - não só são sempre mais do que levemente exageradas como costumam produzir intermináveis filhotes com infindáveis e falsas ilusões de que um dia acabaram. Sendo assim, sendo guerras declaradas para acabar um mal e esse mal acabar por expandir-se, fica a pergunta: porquê estas guerras? E não serve como justificação o bombardeamento da Síria ter estreado um novo míssil, o JASSM-ER. Não traduzo a sigla, porque não vale a pena memorizar o nome: ele segue-se a um outro míssil menos eficaz e precede um mais eficaz. Admito, o bombardeamento serviu para testar o JASSM-ER. Mas para que serviu o teste do JASSM-ER, já que não serviu para acabar com o mal? Sim, sim, já ouvi que é mais um passo para o míssil seguinte, um míssil mais eficaz. Mas como mais eficaz, se eles até agora só fizeram missões com anúncios falsos de cumprimento? Gostava de obter uma resposta porque também sei que há guerras necessárias.»

Ferreira Fernandes
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Alguma dúvida?

Posted: 15 Apr 2018 02:28 PM PDT

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segunda-feira, 16 de abril de 2018

A cadela fascista deu cria. E agora?

“A cadela fascista está sempre no cio”, já dizia o dramaturgo alemão Bertold Brecht. No Brasil, ela deu cria e os agressores estão por toda parte.

Dias depois, o simulacro de uma investigação republicana caiu por terra. Os processos contra o governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à presidência da República, foram enviados à Justiça Eleitoral. Sabe-se agora que a “justiça” brasileira tem lado. Defende os poderosos e aqueles que estejam dispostos a entregar as riquezas nacionais às forças do imperialismo e do capital internacional. Com isso, lá se vão pré-sal, Embraer, todas as grandes empresas nacionais e, em breve, a Petrobras. Quem ousar reclamar, em breve levará balas de borracha. Não será surpresa se, em sua próxima iniciativa, o golpe de 2016 decidir classificar como terroristas movimentos como o MST e o MTST.

A consequência desse processo está nas ruas. Os fascistas sentem-se empoderados. Se a máquina opressora do estado só funciona seu favor, e com um nítido viés contra o campo progressistas, eles se verão livres para ofender, agredir e, quem sabe, até matar, seus adversários, cientes de que estarão sempre impunes. Se até Lula, que fez com o Brasil fosse respeitado no mundo como nunca antes em sua história, foi desumanizado e privado dos mais elementares direitos consagrados na Constituição, por que razão os militantes de esquerda seriam poupados?

Nesse cenário, o Brasil poderá viver o período mais catastrófico de sua história, com uma campanha presidencial marcada por ou pela apatia ou por uma violência extrema – isto, é claro, se houver eleições. Diante desse cenário, a saída que se impõe, ao campo democrático, que hoje já não pode mais contar com figuras como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que rompeu a linha divisória ao considerar justa a prisão de Lula, é a construção de uma ampla frente antifascista, que lute pela cidadania, pela retomada da soberania e pela proteção aos direitos humanos. Além disso, é preciso que o mundo civilizado socorra o Brasil diante da ameaça fascista. Antes que seja tarde demais.

Por Leonardo Attuch, Jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas Istoé e Nordeste | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado

Putin fala em «caos» mundial se Ocidente voltar a atacar Síria

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou neste domingo que mais ataques ocidentais contra a Síria trariam o caos aos assuntos mundiais, enquanto surgiram sinais de que Moscou e Washington querem recuar da pior crise em suas relações em anos.

Um comunicado do Kremlin disse que Putin e Rouhani concordaram que as ações ocidentais prejudicaram as chances de se chegar a uma solução política para o conflito de sete anos que já matou pelo menos meio milhão de pessoas.

“Vladimir Putin, em particular, enfatizou que, se tais ações cometidas em violação à Carta da ONU continuarem, isso inevitavelmente levará ao caos nas relações internacionais”, disse-o.

Os mísseis atingiram o coração do programa de armas químicas da Síria, disse Washington, em retaliação a um suspeito ataque com gás venenoso há uma semana. Os três países insistiram que o ataques não visavam derrubar o presidente Bashar al-Assad ou intervir no conflito.

Os atentados, saudados pelo presidente dos EUA, Donald Trump como um sucesso, mas denunciados por Damasco e seus aliados como um ato de agressão, marcaram a maior intervenção dos países ocidentais contra Assad e a Rússia, cujo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, os considerou “inaceitáveis ​​e sem lei”.

Os comentários de Putin foram publicados logo após o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, ter feito uma nota mais conciliatória dizendo que Moscou faria todos os esforços para melhorar as relações políticas com o Ocidente.

Por Jack Stubbs e Laila Bassam | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial Brasil247 (Reuters) / Tornado