Translate

terça-feira, 17 de abril de 2018

Jornais do Dia

Notícias

Capa do Correio da Manhã

Correio da Manhã  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Venezuela: Serviços secretos voltam a deter politólogo lusodescendente Vasco da Costa - Irmã
Timor-Leste com um dos índices mais elevados do mundo de doença cardíaca reumática
Batalha judicial entre Steve Wynn e ex-mulher chega ao fim depois de seis anos
Bolsa de Xangai abre com alta de 0,07%
Quase 40 nacionalidades representadas no Atlantic Music Expo em Cabo Verde
Homem baleado à porta de bar no Porto
Colégios pagam cruzeiros de luxo

Capa do Público

Público  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Um ano de Portugal In
La Lys: um gesto de reparação
Frente Cívica propõe poupança de 11 mil milhões com as PPP rodoviárias
Cartas ao director
terça-feira CUBA internet
Autoridades brasileiras apreendem 453 quilos de cocaína destinados à Europa
Cântico contra o sofrimento, a música dos prisioneiros do Holocausto chega agora ao palco

Capa do i

i  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Defesa de base aérea síria responde a ataque de mísseis
Inglaterra. Rúben Neves "melhor que Zidane" (com vídeo)
Jorge Cid. “Os políticos já perceberam que os animais dão votos”
Cinco dicas para ter uma boa noite de sono
Programar desde pequenino. Trocar os bits e o Java por miúdos
Japonês vence maratona de Boston
Procuradora recomenda ao Supremo que senador Aécio Neves seja julgado

Capa do Expresso

Expresso  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Televisão estatal síria: defesas anti-míssil responderam a ataque em Homs
“Não conheço mais ninguém como ele”: pois não, Yuki Kawauchi não é mesmo como os outros
Ministro russo diz que ataque químico na Síria foi encenado pelo Ocidente. E cita “Alice no País das Maravilhas”
Deputada do PSD promete devolver reembolso das viagens
Catalunha: Presidente do Parlamento diz que investir Puigdemont "é uma possibilidade"

Capa do Jornal Económico

Jornal Económico  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
EDP e CTT com metas de redução de emissões de gases reconhecidas internacionalmente
Veja os vencedores dos Pulitzer 2017
Afinal, a Terra é ou não plana?
Austeridade de esquerda
Operação Marquês: Abertura de instrução até 3 de setembro
PSD e Governo fecharam acordo para a descentralização
Já saiu o prémio da Lotaria Clássica

Capa do Jornal Negócios

Jornal Negócios  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Governo lança consulta às seguradoras para avançar com seguro de renda
Clima: Duas empresas portuguesas com metas reconhecidas internacionalmente
Prémios Pulitzer de 2017 distinguem cobertura de escândalos e problemas sociais
Nenhum partido se opõe, para já, a aumentos na Função Pública
Tribunal critica Estado por preferir arbitragem
As impressões e as verdades
Maior indemnização pedida ao Estado é agora de 155 milhões

Capa do Diário de Notícias

Diário de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Há mais 29 mil estrangeiros a viver em Portugal
Jorge Malheiros: Imigração "revela dinâmica económica atrativa"
Governo e PSD lançam reforma mais ampla do Estado
Deputado do Bloco demite-se e PSD pede parecer à Comissão de Ética
Os "anos inesquecíveis" para ter Internet em Portugal
José Sócrates e restantes arguidos podem abrir instrução até 03 de setembro
Felipe VI recebe Marcelo Rebelo de Sousa. Espanha e Portugal de "mãos dadas"

Capa do Jornal de Notícias

Jornal de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Bruno de Carvalho e a ausência em Alvalade: "Não tive medo de nenhum apupo"
G7 e UE responsabilizam russos por uso de agente químico
Fisco obriga Igreja a pagar IMI e família perde "casa dos pobres"
Regras de pagamento da Segurança Social levam a corrida aos tribunais
Aumentar a Função Pública custa 300 milhões por ano
Homem baleado à porta de bar no Porto
Síria denuncia ataque aéreo em Homs

Capa do Destak

Destak  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Crescimento económico da China estável nos 6,8% no primeiro trimestre do ano
Serviços secretos voltam a deter politólogo lusodescendente Vasco da Costa - Irmã
Timor-Leste com um dos índices mais elevados do mundo de doença cardíaca reumática
Batalha judicial entre Steve Wynn e ex-mulher chega ao fim depois de seis anos
Bolsa de Xangai abre com alta de 0,07%
Quase 40 nacionalidades representadas no Atlantic Music Expo em Cabo Verde
Bolsa de Tóquio recua 0,15% na abertura

Capa do Expresso Economia

Expresso Economia  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
“Pode legal+legal ser ilegal (e imoral)? Pode. É olhar para César”, por Martim Silva
“Senhor presidente, bem-vindo a sua casa”: Felipe VI falou em português para Marcelo
Já começou na SIC a reportagem “O Confronto”: Sócrates contra acusação
Jornalista russo morre após queda suspeita
Facebook bloqueia Richard Spencer, o homem do “hail, Trump” e que tem orgulho na escravatura

Capa do A Bola

A Bola  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Decisão de Iniesta tem a ver com...vinho
«Tenho muitos motivos para sair»
«Vão sair três ou quatro jogadores e outros tantos serão contratados»
Adeptos do PSG fazem campanha para que jogador excluído seja campeão
Wolverhampton quer Boly em definitivo
«Só pessoas sem escrúpulos podem dizer que estou maluco»
Leões censuram lance do golo de Bas Dost no Restelo (vídeo)

Capa do Record

Record  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Keaton Parks: «Quero ganhar títulos aqui»
Keaton Parks: «Seferovic grita muito comigo»
Humildade de Herrera no festejo deixou adeptos rendidos
Simeone também integra 'grupo de fãs' de Bruno Fernandes
Bas Dost coloca a mira na vítima que falta
Notáveis de volta ao onze mais fixo
Manuel Machado: «Herrera atingiu patamar de excelência»

Capa do O Jogo

O Jogo  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Crescimento económico da China estável nos 6,8% no primeiro trimestre do ano
Venezuela: Serviços secretos voltam a deter politólogo lusodescendente Vasco da Costa - Irmã
Timor-Leste com um dos índices mais elevados do mundo de doença cardíaca reumática
PR/Espanha: Marcelo reúne-se hoje com Rajoy e discursa nas Cortes
Secretária de Estado preside a protocolo para requalificação de esquadra da PSP na Madeira
Porto em projeto internacional para recuperar solos contaminados através de plantas
Batalha judicial entre Steve Wynn e ex-mulher chega ao fim depois de seis anos

Ladrões de Bicicletas


Notas soltas ainda a propósito do artigo de Centeno I

Posted: 17 Apr 2018 12:56 AM PDT

Ainda a propósito do artigo de opinião que Mário Centeno publicou no jornal Público no passado dia 9 de Abril, partilho com quem tiver paciência para as ler um par de notas mais ou menos avulsas.
Começo com as afirmações de Centeno segundo as quais “[o] comportamento no mercado da dívida é, sem dúvida, o resultado do rigor e da credibilidade da política económica” e que “[s]em a credibilidade da execução orçamental de 2016 e 2017, que só esta solução governativa trouxe ao país, não teríamos a redução de juros observada (...)”.
No meu entendimento, afirmações produzidas nestes termos, obscurecendo o papel do Banco Central Europeu (BCE), afastam a discussão do que é substantivamente relevante e criam, pelo menos, três tipos de problemas.
É do domínio público que o BCE compra indiretamente à banca privada (proporcionando-lhe, aliás, uma confortável margem de lucro isenta de qualquer risco, uma renda, por isso) dívida pública, em montantes capazes de influenciar o seu preço e por isso a taxa de juro, pelo menos, desde julho 2012, quando Mario Draghi anunciou que faria tudo o que fosse necessário para impedir a implosão do Euro. Não vejo como este facto possa ser desconsiderado.

As formulações que secundarizam este aspecto não servem nem a verdade, nem o país. Não serviam quando eram produzidas pela direita, não servem agora.
Por um lado, escamoteiam a responsabilidade do BCE, quando esta instituição se manteve impávida e serena enquanto os juros exigidos pelo sistema financeiro para financiar a dívida pública portuguesa iniciaram em 2010 uma trajetória estratosférica rumo ao pico de mais de 17% atingido em janeiro de 2012. E não me venham com o argumento de que o financiamento dos Estados pelo BCE está proibido pelos tratados. Estava em 2012 e continuou depois de 2012; estava antes da intervenção no mercado da dívida e depois dela. Proibição que em termos de política monetária é uma inovação institucional (nenhum grande banco central no mundo observa esta regra) sem qualquer razão de ser exceto o preconceito contra a ação pública.
Por outro lado, enfraquecem a posição negocial do país na circunstância mais do que provável do BCE diminuir a intensidade das compras de dívida pública nacional, ou de acabar com elas e, consequentemente, o país ter de enfrentar taxas de juro sabe-se lá quanto mais altas: num cenário destes, como vai um governo, que reivindica exclusivamente para si a capacidade de influenciar “o comportamento do mercado da dívida”, exigir ao BCE que assuma o seu papel de banco central?
Por fim, enquanto não se popularizarem as ideias da centralidade política do BCE no (des)arranjo institucional da zona euro e de que a sua política monetária tem consequências redistributivas relevantes e que, consequentemente, como todas as políticas, tem de estar sob escrutínio democrático, o país permanecerá enredado num simulacro de discussão das suas opções para o futuro. Enquanto não se popularizar o entendimento de que a condicionalidade que o BCE impõe significa que só é banco central dos Estados que obedecem, se obedecem e enquanto obedecem, ou seja, dos que estão disponíveis para as tais ‘reformas’ que mais não são que um cardápio de políticas neoliberais para aplicar sempre independentemente da vontade dos eleitorados nacionais; enquanto isto não acontecer, a meu ver, todas as narrativas que não tornem a chantagem clara, ou que permitam que esta passe sem escrutínio, não servem a discussão democrática.
E, para finalizar, continuo com um pequeno comentário à afirmação “E assim reforçamos o investimento. O investimento público cresceu 25% em 2017”. Qual é o meu problema? O problema é simples. Sendo a afirmação verdadeira, não deixa perceber que, pelas mãos de um governo de esquerda, 2016 e 2017, foram os anos de menor investimento em percentagem do PIB, pelo menos, desde 1995.

E, assim, também não permite perceber que a quadratura do círculo é afinal, como se sabia, impossível: não é possível governar à esquerda e cumprir o Tratado Orçamental. É possível governar melhor que a direita, é certo, contendo, ainda que parcialmente, o ataque aos direitos e rendimentos de quem trabalha, o que está longe de ser coisa pouca, mas não é possível governar à esquerda. A meu ver, este é o problema que o povo progressista vai ter que resolver. Vamos precisar de muito empenho, coragem e clareza na discussão.

Lembram-se do Filipa de Lencastre?

Posted: 16 Apr 2018 04:36 PM PDT

Apesar do título deste post, não faria sentido apresentar o Agrupamento de Escolas Filipa de Lencastre como «o caso» em questão. Isto é, a escola em que os alunos não residentes na sua área de influência recorrem a moradas falsas para aí se poderem inscrever, acabando por «expulsar» os alunos residentes para outras escolas. Na verdade, esta é não só uma prática generalizada em todo o país (sobretudo nas maiores cidades), como a sua persistência muito deve ao laxismo de sucessivos governos, que nunca se incomodaram com a diferença entre a «law in books» e a «law in action».
Não sendo novo, o problema ter-se-á contudo agravado de forma substancial nos últimos anos, sobretudo em resultado da dinâmica de crescente competição entre escolas, a que não é alheia a cultura dos «rankings». De facto, é justamente aqui que encontramos um dos principais incentivos para o acentuar de processos de segregação sócio-educativa, em termos de perfil dos alunos, e de divergência cumulativa entre estabelecimentos de ensino. Deve sublinhar-se, aliás, que ao interesse dos pais para que os filhos frequentem os estabelecimentos de ensino melhor posicionados nos «rankings» (levando-os a indicar a morada de familiares ou amigos para efeitos de matrícula), se junta da parte das escolas a vontade de poder selecionar os melhores alunos num universo mais alargado, assegurando desse modo que mantém ou melhoram a sua posição nas listas ordenadas de escolas. A expensas, evidentemente, do incumprimento da letra da lei (que sendo há muito incumprida foi, ainda por cima, flexibilizada por Nuno Crato) e dos princípios do direito ao acesso, da equidade no acesso e do fomento da igualdade de oportunidades.
São por isso excelentes as notícias que chegam do Ministério da Educação, com a publicação do despacho de matrículas para o próximo ano letivo. Mantendo o princípio da área de influência das escolas - e fazendo-o efetivamente cumprir - passa a exigir-se a demonstração de residência e de agregado familiar do aluno, assegurando-se ainda que, no que diz respeito à área de residência (ou local de trabalho do encarregado de educação), os alunos mais desfavorecidos têm prioridade. Forjar moradas passa portanto a ser mais difícil a partir de agora, graças a uma medida essencial para responder àquele que é, porventura, o desafio menos superado do nosso sistema educativo: impedir que a escola reproduza, e acentue, as desigualdades sociais de partida dos alunos.

Uma cortina de mísseis

Posted: 16 Apr 2018 07:14 AM PDT

"Há o risco de uma escalada contida. Nós não sabemos se houve ataque de armas químicas. Acho que é preciso ser-se muito prudente sobre isso. Já nos venderam a mentira há quinze anos, na cimeira das Lajes, e destruiu-se um país em nome de uma mentira. Foi uma mentira e custou centenas de milhares de mortos. É preciso investigar. Pode ter acontecido? Pode. Assad é capaz disso, as forças que se lhe opõem são absolutamente capazes disso. Pode ter acontecido mas é preciso ter a certeza. Agora, pode haver uma escalada porquê? Porque Theresa May tem o Brexit e precisa de distrair do Brexit. Trump tem o caso da interferência dos russos nas eleições e Macron tem as ruas em revolta, com mobilizações como nunca se viram em França de há muitos anos a esta parte e portanto está a cair nas sondagens. São líderes fracos que precisam ter uma guerra internacional, como tantas vezes aconteceu nos últimos vinte, trinta anos. Se há uma crise interna bombardeia-se algum país, isto é uma regra da política internacional. E portanto é preferível evitar essas precipitações. António Guterres tem razão no que disse hoje, e eu não acrescentaria nada ao que ele disse: Não façam da população síria uma vítima de violência geoestratégica e de política interna de cada um destes países."
Do comentário de Francisco Louçã no Tabu da SIC Notícias, na passada sexta-feira. Poucas horas mais tarde, Trump, May e Macron davam início ao bombardeamento da Síria.

A sombra de Schäuble

Posted: 16 Apr 2018 05:56 AM PDT

À boa maneira como são decididas as coisas que importam na Europa, Angela Merkel e Emmanuel Macron anunciaram há poucas semanas a intenção de apresentarem até junho um novo roteiro para a reforma da zona Euro. Pouco se sabe de concreto sobre em que consistirá, mas conhecemos as inclinações destes dois protagonistas. Do lado de Macron, temos a visão de um grande salto em frente federalista, incluindo um ministro das finanças europeu, um orçamento comunitário significativamente reforçado e harmonização crescente entre estados-membros em matéria fiscal e de protecção social. Já a posição alemã é bastante menos grandiosa e sobretudo mais avessa a tudo o que envolva transferências orçamentais significativas ou mutualização do risco entre estados-membros, enfatizando pelo contrário o reforço dos mecanismos punitivos e de controlo.
Uma vez que no fim de contas é mesmo a Alemanha quem manda mais, parece provável que o roteiro não se afaste muito da visão delineada por Wolfgang Schäuble no chamado non-paper com que se despediu do eurogrupo em finais de 2017. A linha programática aí definida incluía a transformação do Mecanismo de Estabilidade Europeu num Fundo Monetário Europeu com poderes reforçados de supervisão e controlo; a rejeição explícita de quaisquer mecanismos de estabilização macroeconómica à escala da zona Euro, de passos no sentido da mutualização da dívida ou de um mecanismo europeu de garantia dos depósitos bancários; e, o mais preocupante de tudo, uma nova articulação condicional entre fundos estruturais, reformas estruturais e supervisão das políticas orçamentais nacionais, no sentido de condicionar o acesso aos primeiros a uma mais estrita obediência aos ditames do eixo Bruxelas-Berlim.
Se é provável que a visão de Schäuble continue a ser preponderante meses após a sua partida, é porque não é apenas de Schäuble, mas da generalidade das elites dirigentes alemãs. Continuar-se-á sem corrigir as disfuncionalidades do Euro, mas dar-se-á mais alguns passos no sentido do aprofundamento do controlo pós-democrático e do desmantelamento do que resta de solidariedade na Europa. Para um país como Portugal, e em tempos de redução pós-Brexit do orçamento comunitário, isso pode implicar o risco de uma escolha forçada entre abdicar de boa parte dos fundos estruturais e abdicar da margem de autonomia restante em domínios como a política orçamental ou a legislação laboral. Se parece assustador, é porque é mesmo.
(publicado originalmente no Expresso de 14/04/2018)

Se não é preto, só pode ser branco

Novo artigo em Aventar


por A. Pedro Correia

A Síria está cheia de filhos-da-puta. Grandes filhos-da-puta, médios filhos-da-puta e pequenos filhos-da-puta. E está cheia de vítimas. Algumas vítimas são filhas-da-puta, outras não. Está, também, cheia de inocentes.

Os inocentes têm sido bombardeados, gaseados, espoliados, condenados, assassinados e abandonados pelos filhos-da-puta de todos os tipos. Os que escaparam estão refugiados e são ostracizados.

Perante isto, o que se vê por aí são as velhas reacções simplistas e maniqueístas.

Não importa saber qual foi o filho-da-puta que fez ou apoiou o quê. Importa é saber se se está com os americanos ou com os russos. O resto, sírios ou os curdos, o que lhes acontece ou não, conta pouco para a questão.

Bom, mesmo bom, é fazer funcionar o dualismo rasteirinho: ou estás do lado dos americanos e chamam-te imperialista, fascista, neo-liberal, etc., ou dos russos e chamam-te comunista, estalinista, esquerdalho e afins. Fora isso que se lixem uns aos outros que, mais dia menos dia, começa a estar bom para ir à praia.

Que país este!

por estatuadesal

(Dulcínia Reininho, 16/04/2018)

socrates_rec

Qual “segredo de justiça”? Isso é para Estados de Direito.

A SIC para desviar as atenções da investigação TVI sobre os escandalosos e intencionados incêndios ao Pinhal de Leiria e das escandalosas adoções ilegais da IURD apresentou o que devia, em qualquer país normal, estar em segredo de justiça.

“O único crime indiciado [contra José Sócrates] é o processo em si próprio. Por ser nítida - ao simples olhar da opinião pública e de acordo com os elementos que os funcionários foram abusivamente publicando - a condução contra direito.

É preciso pôr termo à continuação eternizada desta aberrante actividade indiciariamente criminosa.

E por modo de tal forma grave, continuada e insusceptível de correcção surge a organizada e indiciária conduta criminosa, que os gravíssimos indícios, escandalosamente públicos, comportando manifesto risco para a prova, justificarão, salvo mais agudo olhar, que os procuradores e juiz de instrução - a constituir como arguidos - aguardem em prisão preventiva a eliminação do risco para a prova e a acalmia do alarme social generalizado quanto à situação que as condutas em referência revelam ser a do aparelho de justiça.

O próprio Chefe do Estado deveria vir explicar em declarações formais o motivo pelo qual e como comentador televisivo - não falando já de outros comentários - deixou expressa a sua opinião (de jurista e professor de Direito Constitucional) em cujos termos José Sócrates deveria estar preso.

"Eu acho que ele deve estar preso" foi a expressão que eu próprio ouvi. E quero saber porquê, com a legitimidade de membro do colégio eleitoral sobre o qual repousam todas as dignidades e títulos, todos os poderes e todas as instituições da República”. (Joseph Praetorius)

“Isto tem tratamento processual. Se as provas se perderam, os prazos, estabelecidos em benefício do acusado, não podem ficar suspensos: o processo deve ser remetido 'qua tale' a juízo. O tribunal ajuizará. O que se está a passar ultrapassa o domínio do delírio. É preciso tratar disciplinar e mesmo criminalmente quem manipula assim o andamento de um processo. Sem hesitações”. (José Luís S. Curado)

Entre as brumas da memória

Entre as brumas da memória


O triplex de Lula

Posted: 16 Apr 2018 01:36 PM PDT

O «Movimento dos Trabalhadores Sem Teto» e do «Povo Sem Medo» ocuparam o triplex do Guarujá, atribuído a Lula por Moro: «Se é do Lula, o povo poderá ficar. Se não é, por que então ele está preso?»

.

Estabilidades

Posted: 16 Apr 2018 09:32 AM PDT

«O que se está a jogar por estes dias é a escolha do Governo entre dar passos concretos no caminho desenhado pelos seus acordos parlamentares à esquerda e a hipoteca desse caminho em favor de uma gestão orçamental espartana para agradar à União Europeia e às agências de rating. A escolha é do Governo, sublinho. Manter a meta de défice de 1% para o ano corrente selada no Orçamento de Estado ou, quatro meses depois desse acordo, mandá-lo às malvas e usar a folga criada pelo bom desempenho da economia para encantar Bruxelas é uma escolha da maior importância, reveladora das prioridades do Governo. É uma escolha entre a estabilidade dos acordos à esquerda e o desprezo por eles. E é uma escolha entre a qualificação de tudo aquilo (na saúde, nas escolas, nos transportes) cuja desqualificação tem sido justificada com a falta de dinheiro e o agravamento da degradação desses serviços públicos.


É uma escolha, não é uma inevitabilidade – a meta de 1% para o défice foi acordada quer com os partidos de esquerda quer com a Comissão Europeia que, aliás, a aceitou com regozijo indisfarçado. Apertando a dimensão percentual de défice mais do que assumiu antes, o Governo escolhe não afetar mais de 500 milhões de euros à melhoria da vida das pessoas quando o podia perfeitamente fazer. Escolhe, portanto, manter a instabilidade do costume para as vítimas de sempre e favorecer a estabilidade da simpatia da Fitch ou da Moody’s.


Quando amanhã te vierem dizer que não há dinheiro para contratar gente para o teu serviço que está no osso, para apoiar o teatro da tua terra que vai acabar ou para teres finalmente o médico de família a que tens direito, lembra-te desta escolha. E não aceites que te falem de outra estabilidade que não seja a daquilo a que tens direito.»

José Manuel Pureza
.

Sondagem Aximage

Posted: 16 Apr 2018 05:51 AM PDT

(Fonte)

.

A missão cumprida está cada vez mais comprida

Posted: 16 Apr 2018 02:46 AM PDT

«Há 15 anos, completados em março, começou a invasão do Iraque. Esta acabou a 1 de maio - pouco mais de 40 de dias. Se isso não é uma guerra-relâmpago não sei o que é uma guerra-relâmpago... O presidente George W. Bush anunciou, então, com palavras quase tão curtas como a campanha: "Missão cumprida." Terá sido? Poderia parecer que sim, porque fizeram escola: "Missão cumprida", disse agora o presidente Donald Trump sobre o bombardeamento da Síria. Mas às vezes uma frase é uma frase, e só isso. A guerra do Iraque, como sabemos, ainda não acabou. Não acabou quando foi anunciado o seu fim, em 2003, nem acabou ainda hoje. E transformou-se numa pandemia, como prova a necessidade de se bombardear a Síria. Nas guerras daquela região, as missões cumpridas são piores do que os anúncios prematuros das mortes - não só são sempre mais do que levemente exageradas como costumam produzir intermináveis filhotes com infindáveis e falsas ilusões de que um dia acabaram. Sendo assim, sendo guerras declaradas para acabar um mal e esse mal acabar por expandir-se, fica a pergunta: porquê estas guerras? E não serve como justificação o bombardeamento da Síria ter estreado um novo míssil, o JASSM-ER. Não traduzo a sigla, porque não vale a pena memorizar o nome: ele segue-se a um outro míssil menos eficaz e precede um mais eficaz. Admito, o bombardeamento serviu para testar o JASSM-ER. Mas para que serviu o teste do JASSM-ER, já que não serviu para acabar com o mal? Sim, sim, já ouvi que é mais um passo para o míssil seguinte, um míssil mais eficaz. Mas como mais eficaz, se eles até agora só fizeram missões com anúncios falsos de cumprimento? Gostava de obter uma resposta porque também sei que há guerras necessárias.»

Ferreira Fernandes
.

Alguma dúvida?

Posted: 15 Apr 2018 02:28 PM PDT

,