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sábado, 30 de junho de 2018

E se Santana tiver razão?…

  por estatuadesal

(Pedro Adão e Silva, in Expresso, 30/06/2018)

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Santana Lopes deu a entender que pode abandonar o PSD para formar um novo partido. O anúncio é recorrente e, porventura, não deve ser levado muito a sério, até porque pode corresponder, em parte, à visão lúdica que o ex-primeiro-ministro tem da política. E se Santana Lopes tiver razão? Isto é, e se o espaço partidário português estiver exaurido e a necessitar de diversificação de oferta?

Se olharmos para os restantes países da Europa do sul, a marca da última década é o colapso dos sistemas partidários e a sua substituição por novas formações. Foi o que aconteceu de forma radical em Itália, França, Grécia e, em importante medida, na Espanha. Portugal permanece uma notável exceção: PS e PSD, apesar de tudo (a corrupção e a austeridade), resistem e PCP, BE e CDS continuam a servir de tampões à emergência de novas formações. Há explicações para esta resistência: algumas bem antigas (a capacidade que o PCP tem tido, desde 1975, para institucionalizar o protesto) e outras mais recentes (a capacidade de adaptação do PSD, que virou à direita, respondendo a anseios eleitorais; a forma como o PS não se comprometeu com a austeridade; e um BE que abandonou as suas raízes na velha esquerda para evoluir para um partido populista de esquerda).

Contudo, talvez possa ser um equívoco dar a estabilidade do sistema como garantida. Não apenas porque as condições para surgirem novas formações partidárias existem, mas também porque, na verdade, com as oportunidades certas, elas já tiveram sucesso.

Em Portugal, como no resto da Europa do sul, o espaço partidário já não corresponde de forma tão linear ao eleitorado sociológico. Seja porque os partidos cristalizaram nos seus núcleos duros de votantes, deixando de ser catch-all parties, seja, essencialmente, porque tem emergido um eleitorado de classe média, para quem o estatuto e as expectativas sociais já não correspondem à situação material, mais exposto às redes sociais do que aos media tradicionais, e cujos interesses são contraditórios com os das classes médias baixas. É por isso que as grandes sínteses acabaram e com elas as maiorias absolutas monocromáticas.

Se bem que com uma intensidade diferente do resto da Europa do sul (até porque não há nem uma questão autonómica nem imigração), os fatores que têm levado à derrocada do sistema partidário também se encontram presentes em Portugal. Aliás, não têm faltado sinais de que existe um eleitorado desafeto, disponível para escolher algo de novo e estranho aos partidos. Foi assim nas presidenciais com figuras desligadas dos aparelhos partidários (Nobre, Alegre, Sampaio da Nóvoa e Marcelo), nas europeias com Marinho e Pinto e em muitas eleições autárquicas. Santana Lopes anda por aí há demasiado tempo para poder ser credível neste papel, mas talvez seja extemporâneo dar por garantida a resistência do sistema português.

Pseudo-Ernesto e os Professores

  por estatuadesal

(António Guerreiro, in Público, 29/06/2018)

Guerreiro

António Guerreiro

Quase ao mesmo tempo em que o jornalista João Miguel Tavares se aplicava a responder a uma pergunta tormentosa formulada no título de um dos seus textos recentes, “Porque é que os professores irritam tanta gente?”, uma revista francesa feita maioritariamente por gente irritante – professores e “cientistas sociais”, que uma convenção da escrita jornalística costuma colocar entre aspas – acolhia um jornalista do Le Monde para responder a uma pergunta de flagelo: “Porque é que os jornalistas são tão detestados?”.

O demónio da simetria deve ter alguma responsabilidade neste confronto telepático. No seu exercício reflexivo, o jornalista francês apontava quatro factores para explicar a irritação clamorosa que os jornalistas provocam: 1º) a imagem dos jornalistas está completamente identificada com a imagem dos políticos, o que é um fenómeno novo na história do jornalismo, e ambas as classes são vistas como fazendo parte do mesmo mundo, dito justamente “político-mediático”; 2º) os jornalistas são assimilados às elites; é uma “assimilação paradoxal”, um erro que se foi propagando pelo discurso livre da opinião, diz o jornalista do Le Monde, porque mais de 90% deles  “estão muito distantes das elites”, em todos os planos: “no estatuto social, nos recursos financeiros, na formação cultural”; a pequeníssima percentagem de stars que serve o regime do espectáculo mediático tem um poder de amplificação e irradiação tão grande que não há mais brilho que se veja; 3º) a representação negativa dos jornalistas enquanto mensageiros das más notícias e anunciadores de um mundo cheio de tragédia, crise e infelicidade, sendo muito embora inerente à profissão, acentuou-se e ganhou no nosso tempo uma dimensão quase demagógica; 4º) graças à evolução das novas tecnologias, os jornalistas tornaram-se cúmplices desse novo edifício político que é a “democracia da opinião”, o discurso moral e prescritivo, o triunfo do imediato, a submissão às tonalidades emotivas. Acumulando estes quatro factores, escreve o jornalista do Le Monde, “chega-se a uma imagem da profissão jornalística que se parece com o carregar uma cruz”.

Recuemos, incitados pela maldita simetria: nos anos 70 do século passado, Ivan Illich concebeu o projecto utópico de “descolarizar” a sociedade (o objecto da sua irritação não eram os professores); mais de 70 anos antes, um outro austríaco, Karl Kraus, tinha encetado uma luta mortal pela “desjornalização” da sociedade (o objecto da sua irritação eram mesmo os jornalistas).  Avancemos agora para o epílogo: alguns dias depois de João Miguel Tavares ter colocado a magna questão, um outro jornalista desta casa escreveu uma crónica sobre a escola partindo da personagem de um livro e de um filme de Marguerite Duras, Ernesto, que ao chegar a casa depois do primeiro dia de escola declara à sua mãe: “Não voltarei à escola porque na escola ensinam-me coisas que eu não sei”. Na versão do autor da crónica, Ernesto teria dito que não voltaria à escola porque os professores só lhe ensinavam o que ele já sabia. O equívoco é inocente, provavelmente o filme tinha sido visto há muito tempo e a memória atraiçoa. Mas em abono de uma simetria recorrente, apraz-me pensar que à pergunta do jornalista João Miguel Tavares deu Vítor Belanciano uma resposta competente, embora involuntária, ao retirar à recusa de Ernesto todo o seu sentido filosófico.

Os professores irritam, acima de tudo porque têm uma missão impossível (Freud desenvolveu a questão da “impossibilidade” que caracteriza todo o ensino). Que pena João Miguel Tavares não se chamar Ernesto!

Entre as brumas da memória


O que seríamos sem ele...

Posted: 29 Jun 2018 01:00 PM PDT

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Migrações: o «acordo possível»?

Posted: 29 Jun 2018 09:18 AM PDT

Foi o «acordo possível», leio e oiço muito por aí, aparentemente com alívio. «Sensato», afirma o PR.

Eu digo «tristeza». E acrescento «vergonha».

José Manuel Pureza no Facebook, em comentário ao vídeo:

«O que tinha sido anunciado como cimeira Merkel/Macron para salvamento do Euro, foi, na realidade, a cimeira Salvini/Orban, para aprovação da política da extrema-direita para os migrantes.

O Conselho Europeu decidiu:

1)aprofundamento do acordo com a Turquia;

2)criação de campos de detenção no norte de África;

3)criação de campos de detenção nos Estados-membros que se ofereçam para o efeito.

Fica assim provado que sob o pretexto de travar a extrema-direita, os governos europeus aplicam a política da extrema-direita.»

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Salvar a Pastelaria Suíça? Mas está tudo doido?

Posted: 29 Jun 2018 08:17 AM PDT

Pastelaria Suíça. Cidadãos escrevem carta a Nadal e apelam ao respeito do património.

A Suíça concorreu para ser loja histórica e desistiu. Ouvi ontem o dono dizer que o negócio não ia bem, que está cansado e que não quer continuar. Não vou lá há alguns anos, mas tenho lido por aí que a qualidade daquilo que serve deixa muito a desejar e já há bastante tempo.

Mas sobretudo: por que motivo se devia preservar a memória histórica da dita pastelaria? Só porque tem quase 100 anos? Está ligada a algum acontecimento relevante, tem algumas características arquitectónicos ou de «design» de interiores, que a isso obrigue? Tem algo que permita compará-la com o Martinho da Arcada, a Brasileira ou o velho Chave d’Ouro? Ou está apenas ligada a saudades de torradas, bolos e meias de leite? Sinceramente: se há pessoas com a mania de memórias históricas, eu sou certamente uma delas. Mas salvar a Suíça?

No dia em que o Califa fechar, aqui em S. Domingos de Benfica, várias gerações sentir-se-ão órfãs. Mas espero que não peçam que ninguém, muito menos qualquer governo, pague para lhes preservar as memórias! Há várias gerações que Lisboa deixou de ser «a Baixa». Por favor…

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Os 28 e as Migrações

Posted: 29 Jun 2018 06:04 AM PDT

Quem quiser ter uns pesadelos de 6ªf. à tarde pode ler aqui as conclusões a que chegaram esta madrugada.

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Mister Marcelo goes to Washington

Posted: 29 Jun 2018 03:41 AM PDT

«Marcelo Rebelo de Sousa visitou Trump na Casa Branca e a visita está a dar que falar. Ainda a recuperar de um desmaio, o nosso PR, mal saiu do carro, deu um aperto de mão (à Cais do Sodré) a Trump com tanta energia que "o cor de delícia do mar" ia caindo. Trump deu um passo em frente e Marcelo quase que lhe arrancava um braço. Ficou ali entre o aperto de mão e o golpe de Krav Maga. Mais um bocadinho e os seguranças teriam agido. Trump ainda a tentar colocar o ombro no sítio, ficou a pensar: "Irra, que estes espanhóis são brutos. Trump tem dói-dói."

Seguiu-se a habitual conversa na sala onde estão uns bustos e, aí, Marcelo continuou a fazer "bullying" a Trump. Depois de Trump ter dito que o filho gosta de futebol e que Portugal tem estado bem no Mundial da Rússia, Marcelo informou o PR dos EUA que existe uma pessoa chamada Cristiano Ronaldo, o melhor jogador de futebol do mundo, e é português. É assustador pensar que Trump nunca tinha ouvido falar em Ronaldo. Uma coisa é não acreditar no aquecimento global, achar que, se calhar, a terra é plana, etc., outra é não conhecer Ronaldo. É uma assustadora falta de conhecimento do mundo em que vivemos. Aposto que se ele quiser saber quem é o Cristiano, basta ir ao histórico do computador da Melania.

Após Marcelo ter esclarecido que Portugal tinha o equivalente a Putin em termos de jogador de futebol, Trump quis ser engraçado e lançou a pergunta - "e se esse Ronaldo concorresse à presidência contra si, ganhava?" O nosso PR nem hesitou e, com um pequeno toque no braço do PR americano, para não lhe deslocar o braço que ainda estava bom, respondeu: "Vou explicar-lhe uma coisa, Portugal não é como nos Estados Unidos." Como quem diz: "Toma lá, cabelo de dente-de-leão. Nós não andamos a eleger Presidentes popularuchos só porque tiveram programas na televisão, etc."

De seguida, o nosso PR deu uma lição de história a Trump, relembrou que Portugal foi o primeiro país a reconhecer a independência dos EUA e que foi ele que ajudou a fazer a Constituição de Portugal. Trump estava à beira de um esgotamento com tanta informação. Parecendo que não, o Presidente dos Estados Unidos já tem uma certa idade e não tem o arcaboiço da rainha de Inglaterra.

Depois, Trump discursou sobre a sua política e Marcelo foi abanando a cabeça a fazer que não discretamente. Foi mortal. Até António Costa ficou arrepiado: "Se ele se lembra de fazer isto comigo...!"

Marcelo deu um baile a Trump na Casa Branca, só não sei se foi boa ideia Marcelo ter dito a Trump que existem cerca de um milhão e meio de luso-americanos a viver nos EUA. Se ele topou que levou baile, já sabemos em quem se vai vingar. É fazerem as malas.»

João Quadros

Qualidade Governativa

Estátua de Sal

por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 29/06/2018)

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Olhando bem para os governos dos 28 países da União Europeia estou convencido que o Governo Português deve ser o melhor de todos ou estará entre os primeiros.

O Senhor Macron é uma porcaria gémea da Frau Merkel. A Alemanha ainda não tem um Serviço Nacional de Saúde, tem apenas Caixas Locais de Doença e uma confusão entre hospitais. Na Hungria, Polónia, Eslováquia e outros temos governos fascizantes que limitam as liberdades e até acabaram com a comunicação social livre.

Os belgas não conseguem entender-se entre flamengos e francófonos. A Áustria já meteu um nazi na chefia, a Itália tem vergonha do líder Matteo Salvini, um fascista total, pelo que arranjou um descolorido Primeiro Ministro que não manda nada, mas faz de conta. A senhora do Reino Unido anda a querer gerir um Brexit arrependido e a ver se consegue sair apenas nominalmente e tem as suas estruturas sociais em degradação profunda.

A Suécia perde as suas melhores empresas e está com a Finlândia num processo de acelerada desindustrialização que vai levar a uma queda do nível de vida. A Roménia, dizem todos os romenos com que falei, tem uma desgraça corrupta de governo.A Bulgária parece que é ainda pior. A Holanda com o Luxemburgo têm como política económica essencial roubar os impostos que deviam ser cobrados por Portugal, Grécia e outros países, cujas empresas instalaram falsas sedes nesses países.

Enfim quem é melhor que o António Costa, o Mário Centeno e até Marcelo Rebelo de Sousa no âmbito das suas atribuições de monarca eleito. Qual o país pequeno que tem tantas figuras em destaque mundial por 10 milhões de habitantes?

As diferenças entre os países da Europa resultam muito mais do passado do que dos governos agora em exercício.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Dinheiro desviado em Ovar. Tema aquece reunião na câmara de Salvador Malheiro, vice de Rio

29/6/2018, 18:44122

O vice-presidente da autarquia não gostou da intervenção de um deputado municipal. "Devia mandá-lo à merda", disse ao presidente de Ovar e vice de Rio. Auditoria confirma desvio de 75 mil euros.

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O presidente da Câmara Municipal de Ovar foi questionado sobre um caso de desvio de fundos da autarquia, que está a ser investigado pelo Ministério Público — e que, sabe o Observador, uma auditoria interna da câmara está prestes a confirmar ter acontecido entre 2014 e 2017. Na última reunião da Assembleia Municipal, esta quarta-feira, o deputado municipal Fernando Camelo de Almeida (CDS) quis saber se Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD, eleito com Rui Rio, mantinha confiança no seu vereador com o pelouro das Finanças, mesmo não tendo detetado a fuga de verbas dos cofres da câmara. Incomodado com a questão, Domingos Silva desabafou para o presidente: “Devia mandá-lo à merda.”

O auditório da Junta de Freguesia de Válega estava cheio de munícipes. Na mesa, Salvador Malheiro acompanhava, como é habito, as intervenções. Até que a interpelação do deputado municipal centrista fez aquecer os ânimos. “É inadmissível a forma como o executivo tem conduzido todo este processo, alheando-se por completo das suas responsabilidades”, disse Fernando Camelo de Almeida, apontando críticas à incapacidade do vereador Domingos Silva para detetar a situação, que só seria descoberta por uma auditoria da Inspeção Geral das Finanças, no ano passado.

As suspeitas recaem sobre uma funcionária da autarquia, um caso que o Observador divulgou no início de março. Com mais de 20 anos de ligação à Câmara de Ovar, a mulher alegadamente registava notas de crédito a empreiteiros com negócios no município, mas esses valores nunca chegavam a ser pagos e a entrar nos cofres da câmara.

Essa prática, que se deverá ter prolongado, pelo menos, durante quatro anos, resultou num rombo de 75 mil euros no orçamento municipal. O valor, sabe o Observador, será confirmado em breve no âmbito de uma auditoria que o presidente da Câmara Municipal mandou instaurar e que estará a ser concluída, depois ter sido pedida uma prorrogação do prazo inicial. “Tudo indica que haverá matéria de facto”, diz fonte da autarquia.

Ao mesmo tempo que foi ordenada a auditoria, também foi instaurado um inquérito interno para apurar eventuais responsabilidades da funcionária, que foi transferida para outro serviço depois de um breve período de afastamento de funções por alegadas razões pessoais. Esse inquérito levou à instauração de um processo disciplinar que ainda não teve consequências, apesar de a auditoria estar praticamente concluída.

Ofensas em “mais de 80%” das reuniões

O desvio de verbas da autarquia era o ponto da intervenção que o deputado municipal dirigia a Salvador Malheiro, na reunião de quarta-feira à noite, quando os ânimos se exaltaram. “Se há um desvio de dezenas de milhares de euros, durante algum tempo, e só é detetado por uma entidade externa ou porque houve uma denúncia anónima, algo vai mal” nos mecanismos de controlo das finanças da Câmara de Ovar, disse Fernando Camelo de Almeida.

Nada nos garante que não possam surgir mais casos semelhantes”, defendeu o centrista. Depois, instigou Salvador Malheiro a esclarecer se mantinha a “confiança política” no seu número dois no executivo.

Salvador Malheiro ainda não tinha começado a responder ao deputado municipal quando Domingos Silva lançou para o autarca, que estava à sua esquerda, um “devia mandá-lo à merda”. Incomodado com a intervenção de Fernando Camelo de Almeida, o vice-presidente ainda defendeu que não recebia lições de moral do centrista. O deputado municipal ainda pediu a “defesa da honra”, mas o caso ficaria sanado com um pedido de desculpas do autarca ao deputado municipal, ao presidente da Assembleia Municipal e ao “povo” que assistia à reunião.

Domingos Silva reconhece ter usado “linguagem menos própria” num “momento infeliz” daquela noite e justifica-se com o “calor das discussões” que, por vezes, dão lugar a àpartes. “Mas nunca no sentido de ofensa, até na Assembleia da República isto acontece”, recorda o vice-presidente da autarquia, que não vê razões para colocar o lugar à disposição de Salvador Malheiro.

Não há qualquer perda de confiança, isto não tem a dimensão que as redes sociais começaram a querer fazer”, considera Domingos Silva.

“Não devia ter acontecido, mas de imediato, quando foi dado palavra à câmara, pedi ao presidente para justificar e pedi desculpa”, assinala o vice-presidente da autarquia. Ainda assim, este não foi um caso isolado. Diferentes fontes da autarquia referem que, em reuniões anteriores, houve momentos mais quentes entre PSD e PS. “Em 80% das reuniões há situações destas”, assume um elemento do executivo de Ovar.

Domingos Silva recorda, por outro lado, que casos que aconteceram no passado não abalaram outros executivos: “No mandato 2009/2013, na presidência do PS, houve um membro da Assembleia Municipal que proferiu palavras que levaram a que todo o grupo do PSD saísse da sala e, na altura, o PS justificou-se dizendo que não tinha ofendido ninguém”.

Para o deputado municipal visado no aparte, o assunto também está resolvido. “Tendo em conta que o vice-presidente tomou a iniciativa de reconhecer erro, de pedir desculpas, o caso está arrumado”, diz Fernando Camelo de Almeida ao Observador. Para Salvador Malheiro, o momento mais quente do encontro “é um não caso e ficou completamente esclarecido na Assembleia Municipal”.