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sábado, 20 de janeiro de 2018

Três mitos

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso, 20/01/2018)

Daniel

Daniel Oliveira

Primeiro mito: o povo moderado quer salvar o PS das garras da extrema-esquerda. Segundo todas as sondagens, os partidos da “geringonça” valem mais do que nas últimas eleições e o PS cresceu, com esta aliança, para o centro. Costa percebeu que, com dois partidos médios à sua esquerda, as maiorias absolutas iam ser cada vez mais excecionais e ficaria eternamente dependente da direita para governar. Só se fosse louco é que preferia depender do PSD e deixar livre o espaço de crescimento à sua esquerda.

Segundo mito: a direita ficou em minoria porque perdeu funcionários públicos e pensionistas e é por isso que a esquerda trabalha para esta clientela. Segundo dados do estudo eleitoral português de 2015 (ICS), coordenado por Pedro Magalhães e Marina Costa Lobo, PSD e CDS tiveram as maiores perdas entre eleitores mais pobres, desempregados ou familiares de desempregados e, de facto, pensionistas. Em 2011, 49% dos que dizem ter um baixo ou muito baixo nível de vida votaram PSD e CDS. Em 2015 foram apenas 19%. Uma perda de 30 pontos percentuais que contrasta com os oito perdidos entre os funcionários públicos. Os pobres e a classe média baixa sofreram mais os efeitos da austeridade e estão a sentir, com a retoma do emprego e o aumento das prestações sociais e do salário mínimo, a recuperação. São grande parte dos eleitores e nenhum dado aponta para que mudem de voto. Dizem as sondagens que nem os incêndios o conseguiram.

Terceiro mito: os eleitores de direita querem menos Estado e menos impostos. O mesmo estudo dá-nos respostas interessantes. Mais de 85% gastaria mais ou muito mais na saúde, mesmo que isso implicasse um aumento de impostos. Na educação a coisa não é tão esmagadora mas quase. E mesmo nos benefícios sociais e no apoio aos desempregados, apesar de cerca de 30% quererem gastar o mesmo, cerca de 60% gastariam mais ou muito mais. Se é verdade que os eleitores de direita se inclinavam um pouco menos do que os restantes para o aumento destas despesas, a diferença é marginal. Isto é, Portugal não é o norte da Europa.

Como fora de círculos muito específicos, a generalidade dos eleitores não está incomodada com a existência da “geringonça”, o discurso que Rui Rio ensaiou nas diretas do PSD, propondo-se afastar a “extrema-esquerda” da esfera do poder, é pouco eficaz. Como o voto perdido pela direita resulta de uma estrutura cada vez menos interclassista do seu eleitorado, o PSD não ganha nada em alimentar a guerra entre jovens e velhos, privado e público, contribuinte e beneficiário de apoios sociais. Isso só serve partidos de nicho como o CDS. E não é com um discurso ideológico que recupera um eleitorado de direita que defende o Estado social e não tem a carga fiscal como a sua primeira preocupação.

O que sobra a Rui Rio? A mudança de ciclo que ele marca e a imagem de político honesto, moderado e que não alimenta a crispação. Não tem outro remédio se não regressar ao centro, tentando fazer esquecer os tempos de Passos. Mais e melhor SNS, mais e melhor escola pública, mais pensões. Só não sei como casa este programa com as restrições de Bruxelas. Se a economia e o emprego continuarem a correr bem, nada disto chega para vencer em 2019. Se tem pressa resta-lhe ir para a sala de espera do diabo onde já esteve o seu antecessor. Mas pode chegar para reconstruir uma direita menos acantonada e preparar o regresso ao poder quando este Governo, como todos, se esgotar.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Entre as brumas da memória


#TriumphToo ?

Posted: 19 Jan 2018 01:44 PM PST

Trabalhadoras da Triumph deram cinto de ligas vermelho ao ministro da Economia.

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Dica (699)

Posted: 19 Jan 2018 12:00 PM PST

How To Rewrite The Rules Of Globalization (Joseph Stiglitz)

«Stiglitz says that a corporate-driven policy agenda and the distorted economic views bolstering them have deepened inequality and undermined social stability in regions across the world. Economic theory is actually much more qualified in its endorsement of free trade and efficient markets than policymakers .made it out to be, he says. Looking ahead, anti-globalization movements and technological disruption represent a challenge to African countries in particular. Addressing it will require a multi-pronged approach that involves governments and the manufacturing, services, and agriculture sectors.» (Vídeo)

Namíbia first

Posted: 19 Jan 2018 07:09 AM PST

“Gostaríamos de convidá-los à Namíbia, um país de merda”

«Para tirar proveito do desprezo de Trump, uma empresa de turismo publica um orgulhoso vídeo promocional que já foi visto por mais de 1 milhão de pessoas.


E a Namíbia é mesmo uma maravilha!

Sondagem: PS soma e segue, PSD não consegue recuperar

por estatuadesal

(Mariana Lima Cunha, In Expresso Diário, 19/01/2018)

SONDA1

Todos os indicadores são positivos para Costa e o seu Governo. A distância em relação ao PSD aumenta.


SONDA2

Se as eleições legislativas acontecessem hoje, os portugueses reforçariam a confiança no PS e seriam cada vez menos os que votariam no PSD. As conclusões são do barómetro da Eurosondagem de janeiro para o Expresso e a SIC e voltam a colocar o PS, com 41,3% das intenções de voto, acima dos 40% – uma fasquia que os socialistas conseguem segurar desde junho – e o PSD, com 26,9% das intenções de voto, de novo abaixo dos 30% – uma barreira que os sociais-democratas não ultrapassam desde janeiro. Isto significa que neste momento o PS já leva 14,4 pontos percentuais de vantagem sobre o PSD, e a tendência é de continuar a aumentar a distância.

O inquérito foi feito entre os dias 14 e 17 de janeiro, ou seja, arrancou no domingo, o dia imediatamente a seguir à vitória de Rui Rio como novo presidente do PSD, podendo por isso ainda não refletir a mudança que, do ponto de vista formal, já ocorreu neste partido. Rio só iniciará em pleno funções após o congresso, marcado para 16 a 18 de fevereiro.

SONDA3

A sondagem coloca os socialistas em boa posição em todas as frentes: não só o PS soma pontos nas intenções de voto, como a popularidade do Governo sobe (com mais oito décimas em relação ao barómetro de dezembro) e a de António Costa também (mais nove décimas). Do outro lado da barricada, o PSD desce mas parece que Passos ganha pontos com a discrição que tem mantido desde que anunciou que não se recandidataria à liderança do partido: desta vez, tal como já tinha acontecido no mês anterior, volta a ser o líder partidário com uma subida de popularidade mais significativa (1,9 pontos).

SONDA4

Parceiros de geringonça não colhem frutos

Se as notícias são boas para Costa, o mesmo não se pode dizer dos parceiros de geringonça, que não parecem estar a recolher da mesma forma os bons frutos desta legislatura: tanto BE como PCP descem nas intenções de voto de forma residual, mas também a popularidade dos seus líderes fica mais baixa (Catarina Martins regista a maior queda, com uma variação negativa de 1,3 pontos, e Jerónimo de Sousa segue-se, com menos 0,8). Já o CDS e Assunção Cristas – os únicos que, a par do PAN, ficaram este mês à margem da polémica do financiamento dos partidos – conseguem subir nas intenções de voto e na popularidade.

Foi também a propósito do financiamento dos partidos que Marcelo se pronunciou no início deste mês, logo após a mensagem de Ano Novo – e acabou mesmo por vetar a polémica lei que previa a isenção de IVA para os partidos. E, sem surpresas, de novo Marcelo continua invencível no que toca à popularidade, sendo que não só sobe como se mantém como a figura que merece maior aprovação da parte dos portugueses.


FICHA TÉCNICA DA SONDAGEM

Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 14 a 17 de Janeiro de 2018. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,4%) — A.M. do Porto (13,7%); Centro (29,2% — A.M. de Lisboa (27,3%) e Sul (9,4%), num total de 1018 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1158 tentativas de entrevistas e 169 (14,2%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo: feminino — 50,9%; masculino — 49,1% e, no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 18,5%; dos 31 aos 59 — 50,3%; com 60 anos ou mais — 31,2%. O erro máximo da amostra é de 3,07%, para um grau de probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Os 12 melhores locais para visitar em Sevilha

por admin

Aqui mesmo ao lado, na vizinha Espanha, fica uma das mais interessantes cidades da Península Ibérica: Sevilha. Repleta de história, Sevilha ganhou importância regional ainda antes da formação de Espanha, quando esteve sob domínio muçulmano e se converteu num dos principais centros comerciais e culturais da Ibéria. Mais tarde, já sob domínio espanhol, passou a ter um papel crucial na conquista das Américas pois daqui partiam as embarcações rumo à América dominada pelos espanhóis e para aqui voltavam carregadas de ouro e outras riquezas. Com tudo isto, Sevilha cresceu e floresceu e é hoje uma imponente cidade, repleta de monumentos de várias épocas, desde os muçulmanos até modernas construções do século XXI.

SevilhaSevilha

Felizmente Sevilha é uma cidade relativamente compacta, o que lhe permitirá visitar os marcos mais importantes em apenas dois dias, mas serão dias muito preenchidos! Muitos visitantes começam no centro, na margem leste do rio Guadalquivir (o maior rio de Sevilha), onde se situam dois dos monumentos mais famosos da cidade: o Alcázar e a Catedral de Sevilha, com a sua Torre Giralda. Há tantos locais para visitar em Sevilha que terá de regressar mais vezes à cidade para os ver a todos.

O Alcázar fica a um passo da catedral. Os governantes mouros começaram a construção deste deslumbrante palácio e depois os reis católicos de Sevilha terminaram as obras quando expulsaram os Mouros. Os edifícios foram concluídos segundo uma estética mourisca e os reis contrataram até operários muçulmanos para terminar a construção. A propriedade é complexa e não é fácil orientar-se lá dentro (o que torna a experiência ainda mais emocionante), mas o Alcázar vale bem o tempo que investir nele.

SevilhaSevilha

A catedral é uma visão majestosa e impressionante. O túmulo de Cristóvão Colombo encontra-se no seu interior, mas onde estão na realidade os seus restos mortais é ainda matéria para debate. Quando ressoam os sinos da Giralda, lembrando aos mais esquecidos onde fica a catedral, é importante recordar que esta torre de tijolos brancos começou por ser um minarete. Trata-se de um maravilhoso exemplo de arquitectura Almohad, com um acrescento tardio de arquitectura renascentista ao ápice – como uma cereja no cimo de um bolo.

Se gosta de arte e cultura, então deverá visitar o Museo de Bellas Artes na Plaza del Museo, que exibe obras de Goya, Murillo e Ribera, entre outros. Aventure-se pelo Barrio Santa Cruz para saborear o contraste de culturas, onde o antigo bairro judeu (judiaria) tem imensas praças repletas das famosas laranjeiras de Sevilha. Este antigo bairro assistiu a muita miséria no passado, mas é hoje um excelente sítio para repousar ou passear. Se gosta de touradas, então não perca a Plaza de Toros de la Real Maestranza. Mergulhe na longa história desta praça, ou assista a uma verdadeira tourada na Primavera. Convém dizer, contudo, que é um espectáculo que poderá impressionar os mais sensíveis.

SevilhaSevilha

Mesmo a leste de Alcázar fica a majestosa Plaza de España, cuja forma em meia-lua é percorrida por bonitas charretes. A maior parte dos edifícios foi construída para a Exposição Ibero-Americana de 1929. A sul da Plaza de España fica o verdejante Parque de María Luisa, um vasto espaço verde cheio de caminhos que se cruzam, aves a nadar nos lagos e palácios ocultos por detrás da folhagem das árvores.

Naturalmente, qualquer visita a Sevilha ficaria incompleta sem um passeio ao longo da margem do rio Guadalquivir, no bairro de El Arenal, ou sem uma passagem pela torre de vigia do rio – a Torre del Oro (Torre do Ouro), construída pelos Mouros e usada mais tarde como prisão e armazém para os tesouros trazidos das Américas.

Depois do pôr-do-sol poderá ir em direcção ao bairro de Triana para um bom jantar e para dançar, ou então opte por um espectáculo de flamenco em El Arenal, correndo os bares de tapas locais. As tapas são uma tradição culinária muito antiga da Andaluzia e de Sevilha, e são uma delícia. Estas são apenas algumas das sugestões que esperamos que tenham aberto o seu apetite para tudo o que pode ver em Sevilha. Quer tenha muito ou pouco dinheiro para gastar, a capital da Andaluzia oferecer-lhe-á todo o tipo de entretenimento e diversão.

1. Praça de Espanha

A Praça de Espanha é o melhor lugar para se ir em Sevilha quando tudo que queremos é relaxar, conversar e encher os nossos olhos com belas visões, sem precisar enfrentar filas. Situada dentro do parque Maria Luísa, esta praça transmite um clima de tranquilidade, seja pelos barcos que deslizam nos canais que a contornam, pela música ao vivo, ou pelos jovens namorando nos seus bancos azulejados extremamente coloridos. Esta praça foi construída por Anibal Gonzales para sediar a exposição Ibero-Americana de 1929. Construída em tijolo e cerâmica, em forma semicircular, rematada por uma torre em cada ponta, parece estar de braços abertos, como que acolhendo todos os que por lá passam, para que de perto observem os seus bancos.

Praça de EspanhaPraça de Espanha

Estes aliás, são o grande chamariz da praça. No total são cinquenta e oito bancos decorados com magníficos painéis de azulejo, que representam episódios históricos, de cada província da Espanha. No chão de cada banco encontra-se uma mapa de cada região. Acompanhando o desenho da praça, existe um canal semicircular cercado por uma grade que dá ao lugar uma ambiência muito especial e romântica. Cruzando os canais, existem quatros pontes pintadas em estilo mourisco com padrões florais, que representam os quatros reinos medievais da Península Ibérica. No começo de cada canal é possível alugar barcos para uma diversão sem compromissos e ter uma nova perspectiva da praça.

2. Catedral de Sevilha

Uma das maiores igrejas católicas do mundo, atrás apenas da St. Paul de Londres e de São Pedro, no Vaticano, a Catedral de Sevilha, assim como tantos outros importantes monumentos da Andaluzia, tem raízes muçulmanas. Foi erguida entre 1402 e 1506, sobre as bases de uma antiga mesquita moura – herança da ocupação árabe na cidade – que acabou em ruínas depois de um forte terremoto, em 1356. Na época, Sevilha florescia económica e culturalmente e isso precisava ser demonstrado na construção do novo templo. E tudo ali é feito com esse objectivo. São 80 capelas, a nave central mais comprida da Espanha, quatro naves laterais igualmente impressionantes e uma área de 23.500 metros quadrados. Quando foi finalmente inaugurada, a igreja tomava o lugar da Hagia Sophia, em Istambul, como maior catedral do mundo.

Catedral de SevilhaCatedral de Sevilha

Embora grande parte dos símbolos do Islão tenham desaparecido ou sido cristianizados ao longo dos anos, a influência moura ainda é bastante evidente na Catedral de Sevilha. Em especial no Pátio de los Naranjos, um jardim de laranjeiras que, antigamente, servia de local para ritos e festas islâmicas. E se você acha que a Catedral de Sevilha não poderia ficar mais interessante, é ali dentro que, dizem, jazem os restos mortais de Cristóvão Colombo, aquele mesmo, o das Américas. O seu túmulo é sustentado por estátuas que representam os reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão, que mais tarde vieram a formar parte daquilo que a gente hoje conhece como Espanha. Não faltam motivos para que a igreja conste na lista de Patrimónios Culturais e Históricos da Humanidade da UNESCO, onde figura desde 1987, e a visita é sem dúvidas um dos grandes momentos de qualquer viagem à Andaluzia.

3. Alcázar de Sevilha

O Alcázar de Sevilha é um dos conjuntos monumentais mais representativos da cidade, do país e da cultura do Mediterrâneo. Entre seus muros e jardins conserva a evolução da história da cidade durante o último milénio, reunindo influências que, começando na época árabe, passam pela mudéjar da Baixa Idade Média chegando até o Renascimento, o Barroco ou o século XIX. A declaração como Património Mundial pela UNESCO, em 1987, significou o reconhecimento da sobrevivência de um conglomerado harmónico de culturas e civilizações, no qual estão presentes todos os seus elementos.

Alcazar de Sevilha

O visitante poderá conhecer um ambiente único através do legendário al-Mutamid, o monarca e poeta sevilhano do século XI, ou alguns dos personagens que iluminaram a Espanha moderna por volta de 1812. Você está prestes a entrar em um dos conjuntos mais visitados do mundo, num espaço onde se sentirá como parte da Humanidade, e onde o Patronato do Real Alcázar, junto com a Prefeitura de Sevilha, organiza uma série de actividades culturais e educativas, às quais também poderá assistir: ciclos de conferências, concertos, o Teatro de Primavera ou as Noites nos Jardins do Alcázar. Bem-vindo: sinta-se em casa, você está em um dos Palácios Reais mais Anuario antigos da Europa ainda em uso.

4. Praça do Cabildo

Concentrando grande quantidade de monumentos históricos, os bairros de Arenal e Santa Cruz, no centro histórico ou Casco Antiguo, recebem muitos visitantes para conhecer atracções como a Torre del Oro, o Teatro de la Maestranza, os Reales Alcazares, o Archivo de Indias, a Plaza del Triunfo, a Torre da Giralda e a Catedral. Com tanta gente a explorar a área, é curioso descobrir que junto a tanta agitação exista uma graciosa praça que de tão sossegada, parecer não existir nos mapas: a Praça do Cabildo. Em formato semicircular, a praça que se assemelha a um pátio interno, acompanha a fachada decorada com frescos de um prédio de três andares com balcões floridos. No térreo, as arcadas sustentadas por colunas de mármore formam uma passagem coberta abrigando um pequeno “shopping” com lojas de antiguidades e objectos coleccionáveis como selos, moedas e revistas,  além de artigos de decoração.

Praça do CabildoPraça do Cabildo

Do lado oposto, há uma fonte circular e uma curiosidade: a parede é um dos poucos traços remanescentes da antiga muralha moura. A praça recebeu este nome por ficar no terreno anteriormente ocupado pelo Colégio de San Miguel administrado pelo Cabildo da Catedral ao lado. O portal, o acesso pela Avenida de la Constituición e algumas das colunas no pátio são os vestígios que restaram. A quase sempre serena Praça do Cabildo se transforma aos Domingos quando recebe uma feira de filatelia, numismática e antiguidades. Além das barraquinhas procuradas por coleccionadores que vão trocar ou comprar selos e moedas, há outras vendendo artigos curiosos como cartões postais, pedras semipreciosas, insectos e outras bugigangas de antiguidade duvidosa.

Entrevista com o diabo

por estatuadesal

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 19/01/2018)

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Negócios: Olá, Diabo. Este é o segundo ano em que aceita ser entrevistado. Desde já, o nosso agradecimento.

Diabo: Eu é que agradeço o convite. É a minha oportunidade para esclarecer algumas coisas que têm sido ditas. Não sou de confissões, mas tenho de confessar que me tem incomodado ser constantemente associado ao PSD. Não sei se é por ter esta cauda com formato de seta na ponta, mas eu quero deixar bem claro que sou apartidário.

Negócios: Mas sabe que o líder do PSD, que tantas vezes chamou o seu nome em vão, já foi afastado e que o partido tem um novo líder?

Diabo: Eu sei, a minha filha disse-me.

Negócios: O diabo tem uma filha?

Diabo: Tenho, sim senhora. Se Deus teve um filho, e o sexo para aqueles lados é pouco popular, por que raio não havia de eu ter uma filha?

Negócios: E também nasceu em Belém?

Diabo: Não, nasceu em Estremoz, distrito de Évora. Tinha de ser no Alentejo porque, a nível de temperatura, era o mais parecido com a casa do pai.

Negócios: Mas, afinal, a sua filha é quem?

Diabo: A Teodora Cardoso. Se o filho de Deus veio ao mundo para salvar a humanidade, a minha filha veio ao mundo para assustar os portugueses. Mas ando um bocado chateado com ela porque, como dizia Fernando Pessoa, o que era suposto era Jesus Cristo não saber nada de finanças, agora, a minha filha tem obrigação de dominar o tema.

Negócios: Acha que ela tem sido demasiado pessimista? Pode ter sido com boa intenção.

Diabo: De boas intenções está o inferno cheio, e eu vivo lá e preciso de espaço. Ela sabe isso! Já não há onde pôr boas intenções. Tive de arrendar um armazém em Odivelas  para pôr lá umas quantas.

Negócios: É uma grande revelação que nos faz.

Diabo: Outra coisa que queria deixar bem claro é que eu não tenho nenhum negócio com a Doutora Manuela Ferreira Leite. Absolutamente nada, apesar de algumas pessoas pensarem que fui eu que lhe vendi o guarda-roupa.

Negócios: Isso vem a propósito das recentes declarações da Doutora Manuela, que admitiu "vender a alma ao diabo" para afastar o PS e a esquerda do poder?

Diabo: Exacto! Não estou minimamente interessado nesse tipo de negócios. Eu deixei de comprar almas uns anos antes da crise do "subprime". Por isso é que se deu a crise.

Negócios: Portanto, não há a menor hipótese de o PSD voltar ao poder através da venda da alma ao diabo?

Diabo: Esqueçam. Tentem vender aos chineses. O investimento em almas não compensa. As almas desgastam-se, são demasiado tangíveis. Mesmo que quisesse, não podia, agora tenho tudo investido em bitcoins.


TOP-5

Vender a alma

1. Governo vai avançar este ano com projetos-piloto de "cabras sapadoras", com rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal - Ao menos para as "cabras sapadoras", finalmente faz sentido arranjar um bode expiatório.

2. "Querem saber se o Metro de Lisboa está com problemas? Já tem uma app para isso" - Está. Não preciso de uma app para isso, basta.

3. Trabalhadoras da Triumph deram cinto de ligas vermelho ao ministro da Economia - Depois o Ministro vai dizer que elas estavam mesmo a pedi-las.

4. Produtora de "SuperNanny" confirma "compensação de mil euros" às famílias - Compensação presume que causaram um estrago.

5. Governo tenciona largar 150 mil cabras em Portugal que irão limpar o mato e floresta - Queremos cabras que limpam florestas, mas também queremos ursos-pardos que atacam e desmembram incendiários.