Translate

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Energia e alterações climáticas trazem Macron, Sánchez e Juncker a Lisboa esta sexta-feira

Almerinda Romeira

Ontem 14:38

A interconexão das redes permite o transporte de eletricidade e de gás, uma questão considerada fundamental por Portugal e Espanha. A Penísnula Ibérica tem sido considerada uma "ilha energética".

O futuro das interconexões energéticas da Península Ibérica com o resto da Europa estará em debate na próxima sexta-feira, 27 de julho, numa cimeira que, além do primeiro-ministro português, António Costa, junta o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Na cimeira, está igualmente prevista a participação do presidente do Banco Europeu de Investimentos (BEI), Werner Hoyer.

A reunião tem como objetivo avançar numa questão considerada fundamental por Portugal e Espanha.

O assunto foi abordado no primeiro encontro Costa e Sánchez, realizado a 2 de julho em Lisboa, pouco depois do espanhol ter assumido a presidência do governo. Aquando do seu anúncio, a agência Lusa noticiou, citando fonte governamental, que “o objetivo central da cimeira é avançar no cumprimento do objetivo europeu em matéria de energia e combate às alterações climáticas”.

Antes do início da cimeira, António Costa terá um almoço de trabalho com Emmanuel Macron.

A interconexão das redes permite o transporte de eletricidade e de gás.

Em 5 de janeiro de 2015, os operadores de Portugal, Espanha e França assinaram um acordo para o desenvolvimento de projetos com vista a aumentar as interconexões de eletricidade entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Este documento estratégico foi considerado fundamental para atingir o nível mínimo de interconexões de 10% aprovado no Conselho Europeu de outubro de 2014.

AccuWeather: “Número de mortos no Japão pode chegar aos milhares antes que a vaga de calor termine”

HÁ 8 MINUTOS

Uma vaga de calor no Japão já matou pelo menos 44 pessoas desde 9 de julho, mas poderão existir centenas de mortes não registadas.

Com as temperaturas a ultrapassarem frequentemente os 35º C, a população opta por se proteger do Sol com chapéus-de-chuva

Yuichi Yamazaki/Getty Images

Autor
Mais sobre

Depois das chuvas torrenciais, o Japão enfrenta agora uma vaga de calor que já terá matado mais de 44 pessoas desde dia 9 de julho — só este sábado terão morrido pelo menos 11 —, noticiou a CNN. Dez mil pessoas foram hospitalizadas devido à vaga de calor no mesmo período, noticiouThe Japan Times.

No domingo, às 7h30, Tóquio já tinha os termómetros nos 32 graus Celsius e a maior parte do país estava em alerta para as altas temperaturas, noticiou a Kyodo News. Na segunda-feira, Kumagaya, perto de Tóquio, bateu os máximos de temperatura alguma vez registados no país e chegou aos 41,1º C. Já na quarta-feira, a cidade de Tajimi tinha batido o recorde quando atingiu os 40,7º C, referiu o site AccuWeather. Por sua vez, a cidade de Kyoto teve, durante sete dias seguidos, temperaturas acima dos 38º C, algo que nunca tinha acontecido desde que há registo (no início do século XIX).

“A AccuWeather estima que o número de mortos no Japão devido à vaga de calor já esteja nas centenas apesar de os números oficiais só falarem de pouco mais de duas dezenas e prevemos que os números subam até aos milhares antes que a vaga de calor termine”, disse Joel N. Myers, presidente e fundador da AccuWeather, uma empresa que fornece serviços de previsão meteorológica para todo o mundo desde 1962. Para o Joel Myers, o número de mortos por causa da vaga de calor poderá nunca chegar a ser conhecido, por um lado, nem sempre as mortes associadas ao calor são reportadas como tal, por outro, o calor pode fazer acelerar o desenvolvimento de doenças graves que só provocam a morte semanas depois.

O Japão começou o mês de julho com mais de 200 mortos e centenas de feridos devido chuvas torrenciais, inundações e aluimentos de terra no oeste do país. O tempo mais seco que se seguiu poderia ajudar os milhares de agentes no terreno, mas as elevadas temperaturas põe em risco não só as equipas de salvamento, como as pessoas que continuam desalojadas devido ao resultado da tempestade — cerca de 4.500 a viver em abrigos. Sem falar que nos locais afetados pelas cheias ainda há escassez de água potável e corre-se o risco de disseminação de doenças.

António Costa ao NYTimes: “Não passámos do lado escuro para o lado luminoso da Lua”

HÁ 34 MINUTOS

A política da Geringonça mereceu a atenção do The New York Times: "Portugal ousou livrar-se da austeridade. Está a ter uma grande retoma". Costa diz que ainda não passou "para o lado luminoso da lua".

NUNO VEIGA/LUSA

Autor
Mais sobre

A melhoria da situação económica em Portugal despertou a atenção de Liz Alderman, antiga editora de economia do International Herald Tribune, agora correspondente-chefe do The New York Times para a Economia na Europa, a partir de Paris. A jornalista lembrou os passos dados para reverter os efeitos da crise desde que António Costa tomou posse em 2015 e referiu-se à eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo como uma “recompensa” de Bruxelas pelos resultados alcançados.

O que aconteceu em Portugal mostra que demasiada austeridade aumenta a recessão e cria um ciclo vicioso”, disse António Costa, citado pelo The New York Times. “Criámos um plano alternativo à austeridade, focando-nos num maior crescimento e em mais e melhores empregos.”

Ao contrário do que aconteceu na Grécia, com uma década de cortes nas despesas, a recuperação de Portugal teve um efeito benéfico no aumento de confiança das pessoas e das empresas.  “O gasto real com estímulo foi muito pequeno”, afirmou ao jornal João Borges de Assunção, professor da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, da Universidade Católica de Lisboa. “Mas a mentalidade do país tornou-se completamente diferente e, de uma perspetiva económica, isso tem mais impacto do que a mudança real na política.”

“Portugal beneficiou muito depois dos anos duros que sofremos. A disposição está muito melhor do que antes e isso e importante para a economia”, concorda outro dos entrevistados, Jorge de Melo, recentemente apontado para CEO da Sovena.

Mas o salário mínimo português, de 580 euros, continua a ser o mais baixo da zona Euro. Além disso, o crescimento económico abrandou, os salários recuperaram, mas não aumentaram em relação ao período pré-crise, os trabalhadores em part-time continuam a ser mal pagos e as vulnerabilidades sociais mantêm-se, sublinha-se no artigo.

“Não passámos do lado escuro para o lado luminoso da Lua. Ainda há muito por fazer”, admitiu António Costa. “Mas quando começámos este processo muitas pessoas disseram que o queríamos atingir era impossível. Mostrámos que há alternativa.”

Entre as brumas da memória

É o mínimo...


Posted: 22 Jul 2018 01:45 PM PDT

.

Era uma vez um pirata honrado

Posted: 22 Jul 2018 10:00 AM PDT

Francisco Louçã no Expresso Economia de 21.07.2018:

«Era uma vez um pirata honrado, uma bruxa formosa e um lobito bom, que era maltratado por todos os cordeiros, quando Paco Ibañez cantava este mundo ao contrário em versos de Goytisolo. Lembra-se dele? A recente cimeira de Helsínquia foi como este mundo fantasioso, em que dois piratas não tão honrados se encontram para prosseguir a sua corrida comum. Já tudo se sabe sobre o que trataram e sobre a vitória estrepitosa de Vladimir Putin ao levar Donald Trump a admitir que confiava nas garantias do Presidente russo sobre a não interferência nas eleições norte-americanas. Traidor, disse-se nos EUA, e mesmo entre os apoiantes do Presidente houve algum incómodo por causa desta cedência pacóvia. É o mundo ao contrário, mas porque é que dois piratas não haveriam de acreditar nas fábulas um do outro? Ora, levemo-los a sério e imaginemos então, só por um momento, como seria o mundo se fosse ao invés do que nos dizem e prometem.

Trump ganharia a sua reeleição, adorado pelos seus apoiantes de uma direita radicalizada no ódio imperial aos outros povos, iluminada por inspirações religiosas e prometendo mobilizar as energias militares e o controlo político para criar um mundo temente a Washington, submetendo aliados e apoiando as investidas dos empresários que se escudam no Presidente agente económico.

Trump e Putin dividiriam o mundo em zonas de influência, deixando ao primeiro as mãos livres para um confronto com a China, numa guerra comercial eternizada por sanções e contrassanções. No meio, as instituições da globalização liberal seriam enfraquecidas, a Organização Mundial do Comércio porque não pode ser, a ONU porque é um embaraço. Quanto à NATO, não se exagere, bastaria que continue a assumir o dever estatutário de cumprir as ordens do Pentágono.

Neste mundo ao contrário, a União Europeia poderia desfazer-se por dentro, como vai acontecendo agora à vista de toda a gente. Orban conseguiria aliar-se a Salvini e à CSU da Alemanha e constituir a Internacional Populista, o tradicional Partido Popular Europeu perderia grande parte da sua força na eleição europeia e, se se conservar ainda na posição de primeiro partido, será porque as outras famílias dominantes se esfarelaram em múltiplas seitas. Macron leva uma parte dos liberais e dos socialistas, o Partido Socialista Europeu soçobra, e a esquerda, que se reforça, não tem uma proposta unificada. O Leste está mais próximo de Putin do que de Bruxelas e, quando a crise financeira sacudir a Europa, o euro volta a clamar por troikas.

Acontece o impossível, voltam os fantasmas do passado e as caricaturas tomam o poder. Mas acha mesmo que este mundo em que Trump e Putin se aliam e em que tudo o que era sólido se dissolve está assim tão longe de nós?»

.

Viver em Gaza

Posted: 22 Jul 2018 06:01 AM PDT

.

Política e ética

Posted: 22 Jul 2018 03:39 AM PDT

«Nesta última semana tivemos, em Portugal e no plano internacional, comportamentos de alguns políticos que causam indignação e deixam, ao cidadão comum, acrescidas desconfianças para o futuro. Trump foi, uma vez mais, a expressão limite da amoralidade, da utilização descarada da mentira, da negação de valores e princípios éticos que se exigem no exercício da política. E não faltam por aí atores políticos com total desprezo pela verdade e dispostos a mobilizar os cidadãos contra a democracia e pela negação da política. Na Assembleia da República (AR) assistimos a um comportamento desses: Manuel Pinho achincalhou os deputados e gozou com os portugueses, talvez por acreditar que os buracos nas leis, o espaço para manobras processuais e o arrastamento dos processos judiciais, e a sobreposição do poder económico ao poder político lhe permitirão passar impune. A sua arrogância e sobranceria foram chocantes.

Entretanto, também esta semana, vimos partir um político exemplar - João Semedo - um Homem de enorme humanismo e compromisso com as gerações futuras, que dedicou a vida à causa pública buscando como contrapartida a construção de vida mais feliz para o conjunto dos seres humanos - sempre a partir da defesa dos que mais precisam - e por consequência para ele. Era esse o alimento da alegria que nos mostrava nas horas boas e más dos combates políticos, sociais ou culturais em que se envolveu, a partir de uma militância empenhada primeiro no PCP e depois no BE.

Este contraste desafia-nos a uma reflexão séria sobre o que se passa com o exercício de responsabilidades públicas, com a política e a ética, identificando e denunciando as suas subversões. Imaginemos, por exemplo, uma associação cuja missão é a ajuda a terceiros em situação de necessidade e que nela, oportunisticamente, alguém se oferece para ocupar um cargo de responsabilidade, não para cumprir a missão da associação, mas para retirar do cargo vantagens pessoais de algum tipo. Quando a tramoia é descoberta, o prestígio da associação sofre um duro golpe, da mesma forma que a honorabilidade de todos os que trabalham para essa associação, mesmo a dos mais honestos e dedicados. E basta a existência de um ou outro caso destes para a reputação de todas as associações serem postas em causa. A partir daí, o desconforto de ser confundido com práticas detestáveis não afastará malandros dispostos a obterem vantagens por qualquer forma, mas levará muitas pessoas generosas e honestas a pensar duas vezes antes de se disponibilizarem para assumir responsabilidades.

Nesta sociedade tão dominada pela economia e pela finança, lembremos o palavrão que os economistas usam - "seleção adversa" - para designar situações em que o mau produto expulsa do mercado o bom produto. É claro que falar de política é mais amplo e exigente do que tratar estas questões, mas na verdade a política é para aqui chamada.

O que designa a expressão "classe política" nestes dias? Um grupo sob suspeita a que se associam normalmente epítetos do tipo "o que tu queres sei eu" e "eles são todos iguais" - uma associação de malfeitores. Quem quer ser da "classe política"?

As coisas estão tão mal que há um certo espanto quando se descobre, geralmente demasiado tarde, que há mulheres e homens honrados que dedicam ou dedicaram uma vida inteira à política por convicção e por generosidade. Aí surge uma espécie de ritual coletivo de penitência pública feito de elogios adiados, alguns genuínos, outros hipócritas.

Se queremos evitar que os partidos e outras instituições sejam desacreditados, que as cadeiras do Governo ou da AR não passem a estar em pleno ocupadas por malandros - mesmo que malandros finos, de gravata e muito "bons modos" - são precisos mais do que elogios requentados. É preciso sermos severos contra a conversa do "é tudo farinha do mesmo saco" que polui as caixas de comentários da Internet. É necessário não transigir com o "ele rouba mas faz" que já produziu, mesmo entre nós, candidatos vencedores. É preciso combater os julgamentos na praça pública feitos pelo jornalismo de cordel. É indispensável construir projetos políticos alternativos de rigor e de compromisso efetivo com as pessoas.»

Manuel Carvalho da Silva

domingo, 22 de julho de 2018

General Dostum, senhor da guerra no Afeganistão, voltou a Cabul

22/7/2018, 15:53

O general Abdul Rashid Dostum, temido e poderoso senhor da guerra do norte do Afeganistão e primeiro vice-presidente, regressou a Cabul após um ano de exílio. Foi recebido como um herói.

JALIL REZAYEE/EPA

Autor
  • Agência Lusa
Mais sobre

O general Abdul Rashid Dostum, temido e poderoso senhor da guerra do norte do Afeganistão e primeiro vice-presidente, regressou este domingo a Cabul após um ano de exílio e foi recebido como um herói.

O avião fretado pelo governo afegão para o transportar de Ancara aterrou no aeroporto internacional de Cabul às 16:30 (13:00 em Portugal), onde o aguardavam uma fila de oficiais e apoiantes entusiastas.

Pouco depois da chegada de Dostum foi ouvida uma forte explosão perto do aeroporto, de onde acabara de sair o general, que, no entanto, não foi atingido, constatou a agência France Press no local.

Dostum, que deve retomar as funções de vice-presidente apesar das acusações de tortura e violação que o obrigaram a deixar o país em 2017, foi especialmente saudado por membros da comunidade usbeque com roupas tradicionais, antes de entrar para um jipe blindado e deixar o aeroporto sob escolta.

No aeroporto estiveram também o segundo vice-presidente Sarwar Danish e o ex-vice-presidente Ahmad Zia Massoud, irmão do já falecido comandante Ahmad Shah Massoud, várias vezes traído por Dostum. Presente também outra figura do norte, Atta Mohammad Noor, e o líder da comunidade xiita da minoria hazara, Mohammad Mohaqiq.

Atta, Massoud e Mohaqiq são as figuras de proa da oposição ao presidente Ashraf Ghani.

Dostum é o segundo senhor da guerra afegã a regressar à capital com honras depois de Gulbuddin Hekmatyar, conhecido como o “açougueiro da Cabul”, ter voltado em maio do ano passado, após 20 anos de exílio.

Dostum é um veterano de etnia uzbeque de décadas de agitação política no Afeganistão a quem a comunidade internacional acusa de, em 2016, ter capturado o rival político Ahmad Eshchi, a quem submeteu a espancamentos, tortura e violação sexual. Antes também já tinha sido acusado de sérios abusos de direitos humanos e é acusado de, em 2001, ter fechado milhares de talibãs em contentores onde os deixou morrer asfixiados.

No ano passado deixou o país em direção à Turquia, supostamente para tratamento médico, e voltou agora com grandes manifestações de apoio.