(Joaquim Vassalo Abreu, 18/09/2017)
“Habilidadezinha”, disse ele! Tal como eu que, quando não sei o que hei-de dizer, recorro a uma habilidade, mas apenas linguística. Como agora! Mas eu sou eu e ele é ele! E ele, franca e nitidamente, não as sabe usar! É que não se faz perceber, estão a ver?
Daí que Centeno lhe tenha respondido como respondeu, e ele tenha ficado quedo e mudo pois, habilidade por habilidade, vale incomensuravelmente mais a que tem eficácia.
Por exemplo: quando ele afirma que a votação em Lisboa da sua Leal “Treza” vai ser uma “grande surpresa”, o que é isso se não uma enorme “habilidadezinha”?
Mas porquê, perguntarão e com toda a legitimidade? Porquê este pensamento dúplice? Isto é: quererá ele dizer que a sua Leal “Treza” vai ter uma estrondosa votação que ninguém augura e vai bater a Cristas por um fulminante KO ou nem que seja na linha de chegada e por um mais saliente peito que atinge mais rapidamente a fita? Ou desejará ele, usando essa mesma dúplice habilidadezinha, admitir que, enfim, vai ficar abaixo das suas expectativas e inapelavelmente atrás da Cristas? Pois é…
É que isto tem muito que se lhe diga! Recordem, então, quem avançou com uma candidatura, embora sem candidato, a Lisboa. Quem foi? Foi ele? Não, foi a Distrital ou Concelhia, já nem sei, sob o inequívoco patrocínio do seu visível opositor José Eduardo Martins. Lembram-se? O nome do candidato(a) nunca mais saía, mas o seu opositor, José Eduardo Martins, lá ia fazendo o programa! É que para ele qualquer candidato(a) servia!
Mas o nosso “habilidoso” não estava nem aí: já tinha programa e só lhe faltava o candidato(a), coisa que aos espertalhões desses opositores não cabia escolher, daí que, fosse qual ele fosse e fosse qual fosse o resultado final, nunca tal seria de sua única responsabilidade. Daí que a “Grande Surpresa”, fosse ela boa ou má, teria sempre culpados a correr mal e vencedores a correr bem, sendo que a culpa nunca seria dele, em caso de desastre, mas sim do programa…dos tais opositores! Estão a ver, uma vez mais? E uma mesmo que pírrica vitória (leia-se ficar à frente de Cristas), da por si nomeada candidata seria uma grande vitória e uma “grande surpresa”!
Mas qual vai ser, então, essa “Grande Surpresa”? A “Grande Surpresa”, que ele afirma com toda a sua “habilidade”, e tal como as sondagens indiciam, é a sua Leal “Treza” ficar mais ou menos empatada com a CDU e BE! Quem perde então? O José Eduardo Martins e a estratégia da sua oposição! E se ficar à frente da Cristas quem ganha? Ele, claro, pois conseguiu desvalorizar a sua oposição e enganar as sondagens!
Mas a Leal “Treza” poderá ganhar Lisboa e torná-la efectivamente “Mulher”? Bem, isso é como eu ganhar o Euromilhões, para não dizer o Milhão, mas que Lisboa se pronuncia no feminino e o Porto, por exemplo, no masculino, isso é uma evidência. E que Lisboa, a tal “Mulher”, tem duas mulheres concorrendo contra um homem, também o é. Mas que o homem vai ter o dobro da votação das duas juntas, que mesmo juntas não fazem uma “mulher”, e muito menos uma Lisboa, isso também é seguro. E que a sua Leal “Treza” vai sair dali esbracejando e culpando os dois, também o é.
De modo que o “habilidoso” por muito que não o queira, vai perder sempre: Nem a sua Leal “mulher” vai representar a Lisboa Mulher e, pior ainda, vai ser governada por um homem e a ela restar-lhe-á, mais uma vez, o refúgio do parlamento.
O José Eduardo Martins, esse vai ficar sempre a rir-se e a pensar: não é um habilidoso qualquer que me trama…
E “toma”, pensará ele também…
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