No meu post anterior, o título foi “Turquia – Um
golpe de Estado ou Estado num Golpe”. Depois das notícias que têm sido
difundidas, chego a uma conclusão aterradora. Toda esta situação foi perpetrada
pelo regime, a fim de eliminar todos os que o regime do Erdogan poderiam
constituir um obstáculo ao seu poder absoluto. As prisões têm sido aos milhares
e não escapam juízes, militares, funcionários públicos, governadores distritais
e muitos outros.
Este Erdogan já admite a pena de morte para aquilo
que ele considera crimes contra o povo turco.
Mas será que a pena de morte terá acabado, alguma
vez, a Turquia? O que poderão dizer os sobreviventes curdos aos massacres a que
têm estado sujeitos?
A violência gera violência e a luta contínua do PKK
(Partido dos Trabalhadores do Curdistão) começa a ter razão para a sua
existência.
Curdistão
O regime turco é tão cruel, que o antigo líder do
PKK, Oçalan, está preso, em isolamento total, numa cadeia situada ao largo
do mar de Mármara, há 17 anos.
E é gente desta que quer fazer parte da União
Europeia?
E é gente desta que pertence à NATO, para, com a
cobertura desta organização, comete crimes horríveis contra o seu próprio
povo?
Abdullah Oçalan, Líder do PKK, condenado a prisão perpétua em 1999
Enquanto os milhares de milhões de Euros da União
Europeia continuarem a entrar na Turquia, sob o pretexto de suster a vaga de
migrantes do Médio Oriente, enquanto a Turquia continuar a subsidiar o DAESH com
a compra de petróleo que esta organização terrorista rouba no Iraque e na Síria
e enquanto os USA continuar a alimentar o Orçamento Turco com muitos milhões de
dólares, a fim de manter uma importante posição geoestratégica, o Erdogan e os
seus apoiantes podem viver descansados.
O Papa Francisco condenou o genocídio do Povo Arménio
pelo Império Otomano, agora cabe a cada um de nós condenar as mortes dos turcos
e dos curdos que se opõem ao regime do Erdogan.
Ovar, 19 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira