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terça-feira, 12 de setembro de 2017

E não podemos deslocalizar as maternidades?



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 11/09/2017)
maternidade
O grande argumento contra a greve na Autoeuropa foi o risco de a fábrica vir a ser deslocalizada, tudo porque os trabalhadores daquela empresa fizeram uma greve de um dia ao fim de muitos anos de entendimento laboral. Na ocasião falou-se muito da luta entre o BE e o PCP pelo controlo das estruturas representativas dos trabalhadores daquela empresa. O sindicato que liderou a greve foi criticado por tudo e por todos.
Agora os enfermeiros fazem uma greve de uma semana, promovida por uma dirigente nacional do PSD, onde não se percebe muito bem o que se reivindica, a não ser a esperança de fazer o Estado ceder e conseguir aumentos que dizem ser de mais de 100%. Parece também que, animados pelo movimento dos enfermeiros das maternidades, se pretende a criação de carreiras de especialistas, à semelhança do que sucede com os médicos.
Há uma evidente corrida ao pote liderada por uma bastonária que supostamente não tem funções sindicais, mas que usa uma linguagem e agressividade que faz corar os sindicalistas da Autoeuropa. Qual são as diferenças entre a greve da Autoeuropa e a dos enfermeiros?
Na Autoeuropa foi um escândalo a greve ser liderada por sindicatos, enquanto nos enfermeiros ninguém repara que há uma bastonária a criar mau ambiente e que é uma verdadeira líder sindical. Na Autoeuropa os sindicalistas referem-se aos gestores da empresa com respeito e cortesia, enquanto a bastonária cria um ambiente de faca na liga. Na Autoeuropa os trabalhadores não querem mais, quem apenas defender direitos que tinham. Na AutoEuropa acusa-se o sindicato de estar ao serviço do PCP, enquanto nos enfermeiros ignora-se que a bastonária é dirigente nacional do PSD. Na Autoeuropa os trabalhadores não se gabam dos prejuízos que a greve provocou, nos enfermeiros a bastonária orgulha-se de haverem mães a procurarem onde parir, sinal da sua grandeza sindical A Autoeuropa pode ser deslocalizada, as maternidades e os hospitais não.
Aquilo a que estamos a assistir é a uma bastonária e dirigente nacional do PSD tentando meter o SNS de pernas para o ar com uma greve de uma semana. A lógica é simples, em tempo de eleições vamos tentar destruir o SNS se não lhes derem o dobro do que têm. Se pudesse fazer o mesmo também faria, quem não faria uma greve de uma semana se fosse premiado com o dobro do ordenado.
Note-se que os enfermeiros não iniciaram a corrida ao pote em tempo de eleições, os juízes também querem ganhar mais. É óbvio que ninguém o diz de forma clara, a bastonária/sindicalista/dirigente do PSD está muito preocupada com a qualidade dos cuidados de saúde. Por sua vez, os juízes sindicalistas não conseguem dormir porque está em causa a democracia. Enfim, tudo boa gente muito preocupada com o país.
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