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quinta-feira, 23 de março de 2017

Dijsselbloem é um europeu médio do norte (estatuadesal)

 

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 22/03/2017)
Autor
Daniel Oliveira
As declarações de Jeroen Dijsselbloem não me ofendem. Porque elas só são novidade no estilo carroceiro. A redução desta crise a um discurso supostamente moralista, com contornos xenófobos, é a marca de todo o discurso dominante em Bruxelas. Estas declarações não nos esclarecem muito sobre a forma como os principais responsáveis europeus viram a crise. Eles conhecem melhor do que ninguém todas as fragilidades da absurda arquitetura do euro. Eles sabem como a crise financeira global apanhou a Europa sem mecanismos de defesa. Eles sabem como as primeiras vítimas foram as economias periféricas, os elementos mais expostos da zona euro. O que esta frase revela é o estado do discurso político no norte da Europa. E ajuda a explicar tudo o resto. Incluindo a total ausência de condições políticas para mudar a União para melhor.
O centro-direita e o centro-esquerda dos países europeus mais ricos construíram um discurso político sobre os países do sul. Um discurso que explicava, de forma simples e facilmente assimilável, as razões para o falhanço da zona euro ao primeiro embate financeiro, ainda nem uma década tinha passado do nascimento da moeda única. E o discurso batia certo com o preconceito popular: os povos do sul são desorganizados, gastam mais do que têm, são parasitas, irresponsáveis, corruptos. O discurso xenófobo é de tal forma eficaz que até houve, nos países visados pela ofensa, quem os assumisse como verdadeiros. Até houve políticos que usaram o preconceito para impor o seu programa ideológico, alimentando a falta de amor próprio dos povos que deviam liderar. Nesta matéria, Portugal foi o exemplo mais radical. De tal forma que a condescendência levou um responsável da troika a dizer que éramos um povo que não dava problemas, “um povo bom”.
Foram os líderes europeus, e não a extrema-direita, que construíram o argumentário demagógico contra a razão de ser da União. Assim como deram, com o insulto e humilhação permanente, a que juntaram doses cavalares de sacrifícios, força à esquerda antieuropeísta nos países do sul
O discurso que ontem nos chocou foi feito no principal jornal alemão e dirigia-se ao poder alemão. Foi feito por um político acabado de sair de uma humilhante derrota eleitoral no seu país. Foi feito por um “social-democrata” que participou num governo que decretou o fim do Estado Social. Foi feito por um político desempregado, sem apoio popular, que procura na proteção de Schäuble a possibilidade de sobreviver num cargo que não dependa do apoio do povo e da democracia, mas de um currículo de serviços prestados à potência que hoje comanda aquilo que já pretendeu ser uma união de estados. E o discurso que Dijsselbloem fez resulta na Alemanha. E na Holanda, na Bélgica, na Finlândia, em França. Foi através dele que se esmagou a Grécia.
Quando vejo tantas almas abismadas com o crescimento do antieuropeísmo de extrema-direita no norte da Europa, pergunto-me como se podem espantar. Foram os responsáveis europeus que lhes deram todos os argumentos: quem quer participar num projeto em que os povos trabalhadores de uns países têm de financiar os parasitas desorganizados de outros países? Foram os líderes europeus, e não a extrema-direita, que construíram o argumentário demagógico contra a razão de ser da União. Assim como deram, com o insulto e humilhação permanente, a que juntaram doses cavalares de sacrifícios, força à esquerda antieuropeísta nos países do sul. O antieuropeísmo foi inventado, justificado e alimentado pelos principais responsáveis europeus.
Como podem existir condições políticas para qualquer tipo de solidariedade europeia, de que a União dependeria para sobreviver, se os principais dirigentes europeus convencem os seus povos que as transferências de recursos para garantir a convergência correspondem a dar dinheiro a quem o vai torrar sem qualquer critério? Claro que Dijsselbloem tem de ser corrido por ter insultado vários povos ao mesmo tempo e, já agora, por ter sido escorraçado do poder pelos seus concidadãos. O que não serve para os holandeses não serve para os europeus. Mas não se julgue que isso muda alguma coisa.
O que Dijsselbloem disse é o que o europeu médio do norte pensa. Não apenas por preconceito xenófobo, mas porque foi isso que gente considerada moderada e europeísta lhes andou a vender nos últimos seis anos. Foram eles e não quaisquer radicais que mataram a União.
 
Ovar, 23 de março de 2017
Álvaro Teixeira

Carta Aberta ao Dijóôkaralhodjinome (estatuadesal)

 

 

(Rogério Costa Pereira, in Blog EuCanhoto, 22/03/2017)

dij1

 

Tive de interromper uma orgia (e logo a das terças, porra) para te dirigir estas palavras, pá. Mas trouxe o garrafão de carrascão para me ajudar durantes estes minutos de semi-abstinência. A coisa tem, portanto, de ser rápida.

Vamos lá conversar sobre esta cena que disseste: «europeus do Sul gastaram dinheiro em “copos e mulheres”»

Agora a sério, Adolf (trato-te assim por preguiça, e tu bem sabes como a malta do sul é preguiçosa – mas o nome até é o teu focinho). Noto que a tua frase assenta num saber de experiências feito. E toda a Europa passou a saber o que cá fazes cada vez que cá vens. Ao “sul”.

Na impossibilidade de o teres doutra forma, pagas por ele. E não há nada de errado nisso, homenzinho. A Holanda está, aliás, muito à frente nesse ponto (tu não és a Holanda, Adolf). Espero é que seja sexo consentido, pese embora esse teu ar de orgasmo em forma de soluço. Mas não nos meças pela tua pilinha, rapazote.

Ia dizer “pensa bem”, mas depois percebi que isso é conselho inútil. Transformar as tuas experiências por aqui (vulgo: turismo sexual – só pode, pá!) no que NÓS SOMOS é extremamente hilariante. Melhor, seria. Porque a frase diz tudo de ti. E nada de nós. A merda é que resulta ofensivo. Daí o “seria”. E aí toda a piada se vai. Manifesta a teu bel-prazer a tua forma de estar no mundo. Mas não entres por aí.

Passaste demasiado tempo com o anterior primeiro ministro, aquele, o das vénias. E com o gaspar, aquele, o das vénias. E a maria luis, aquela, a das vénias. Estás a ressacar, só pode. Portugal deixou de ser a tua puta; os teus donos pedem-te contas; o teu “pfffésdê trabalhista” (psd com coelho nos anos áureos da troika) perdeu 29 dos 38 deputados que tinha. Com jeitinho cabem todos num táxi.

Estás ressabiado, homem. E, mais uma vez, tal como faz o teu guru xóible, vai de marrar com o sol do sul. Ele nisso, justiça seja feita, dedica-nos mais tempo; é mais preciso. Não há cá desse conceito vago e indeterminado – povos do sul. O deutsche bank está com problemas? Portugal! Hoje torceu-se-me uma rodinha? Foi o Costa. Com o coelho nada disto acontecia (sempre de almotolia no bolso). Um nórdico torcia o pé e, lá vinha asinha: “Portugal?! Vai já para o quarto”.

Quanto à coisificação da mulher? Epá, acho francamente que deves passar a andar de coquilha (também deve haver para o teu tamanho), mas não pode ser um resguardo qualquer. Aconselho uma espécie de ferragem, que as mulheres do teu país saberão responder-te al dente, morenaço. Ao teu esparguete, pá! Acaso cá voltes, aqui aos países do sul, aconselho-te vivamente uma armadura. Imagina-nos todos bêbados e encharcados de mulheres – cena marada esse teu sonho húmido (sério que estou em pulgas para saber como as tuas palavras serão recebidas na Holanda).

Agora, deixando de lado os teus complexos, tu és a antinomia do ideal europeu. E dizes-te progressista? E holandês? És um farrapo de homem, cabrão. Bem sei que o anterior governo tuga fez de todos nós umas putas, soldados dos mercados. Estás a estranhar. Entranha, pá.

Aqui há mulheres e homens, espécie de holandês. Digo espécie porque não posso (seria falso) definir o teu país em função da tua triste existência.

Chega cá mais perto, Adolf. Não tanto, pá, mais para trás. Mais um pouco, agora encosta-te à direita. Mais, mais. Mesmo na extrema. Aí. Lado a lado com o geert wilders. Aí é que estás bem. Avante! (ups)

Olha, não somos a tua puta. Tu és a puta e o teu chulo é quem te paga luvas ao fim de cada mês. Vamos chamar-lhe “mercados”. A quem te ordena o discurso. Mas hoje tenho a indelével sensação que marraste de frente contra a parede. Foste tu, sem máscara. E o teu patrão é gajo para não ter gostado. Porque foste demasiado tu, sem peias. Foste aquele teu apelido. djisselcoiso. Os teus patrões terão torcido o nariz, sim, mas descansa; eles não prescindem de trastes.

Pá, andámos quatro anos a marchar a tua marcha e a dos teus donos. Portugal deve fazer-te imensa comichão, agora que não o comandas tanto (o governo tuga acabou de pedir a tua demissão). Liga ao coelho. Ambos padecem de 2,1% de défice.

Espanha será Espanha (verás), Itália (mais sul-sul não há), Grécia (tu e os teus patrões destruíram a Grécia; e haverá consequências, cá estaremos, putanheiro, para as ver – tu no goldman sachs, vai uma apostinha?)

E termino isto que tenho de retomar o bacanal.

Só mais uma coisa, não penses que nos tomas por parvos. Disseste o que disseste para obter este tipo de reacção. Estás a prazo no Eurogrupo e sabes isso (já só és ministro das finanças a prazo). Eu sei isso. A Europa sabe isso. Aposto no goldman sachs, que tanto conhece deste sul, ou não tivesse martelado as contas gregas. Sobram lá lugares para trastes como tu. Nós também lá temos um; fico curioso para saber das hierarquias. Mas, temo que, por mais traste que sejas, nunca serás tão reles quanto ele. Prezamos muito a qualidade, Adolf, e esse nosso traste é artigo trabalhado e sabido. Uma puta como tu, sim. Mas pior/melhor do que tu. E termino com este elogio ao teu trabalho. Ao pé do durão és um menino.

Quando voltares a Portugal apita. Vou-te esperar ao aeroporto e a seguir vamos juntos passear. Há imensa gente com ganas de te conhecer (estou a gozar, pá, achas mesmo que largava estes meus afazeres báquicos para te servir de guia?).

 

Ovar, 23 de março de 2017

Álvaro Teixeira

quarta-feira, 22 de março de 2017

Schäuble apoia Dijsselbloem após declarações polémicas

O Governo alemão apoiou esta quarta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, após as declarações deste acusando os países do sul da Europa de gastarem dinheiro em “copos e mulheres”.

A porta-voz do Ministério das Finanças, Friederike von Tiesenhausen, afirmou num encontro com os jornalistas, citado pela agência Efe, que o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, “aprecia muito” o trabalho do seu homólogo holandês à frente do Eurogrupo.
Friederike von Tiesenhausen disse ainda que deve ser lida na totalidade a parte da entrevista em que faz essas declarações, dando a entender que a polémica citação está fora do contexto.
“Durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, declarou Dijsselbloem, numa entrevista publicada na segunda-feira no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
A porta-voz não se pronunciou sobre a continuação de Dijsselbloem à frente do Eurogrupo, numa altura em que a sua posição está particularmente fragilizada, na sequência dos resultados eleitorais na Holanda, que ditaram uma derrota histórica do seu partido, PvdA (Partido Trabalhista, social-democrata), que era parceiro de coligação do VVD (centro-direita) do primeiro-ministro Mark Rutte.
A porta-voz também não fez considerações sobre a posição do Governo português, que já disse que o holandês não pode continuar no cargo.
Friederike von Tiesenhausen deu a entender que Dijsselbloem vai presidir à próxima reunião do Eurogrupo, que deverá ter lugar dentro de duas semanas, se ainda não houver um novo Governo na Holanda, o que é pouco provável devido à complexidade das negociações para formar uma coligação.
As declarações do presidente do Eurogrupo mereceram também críticas em Espanha e na Grécia e o ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi defendeu que o holandês deve demitir-se o mais cedo possível.

© Fornecido por Dinheiro Vivo

Ovar, 22 de março de 2017
Álvaro Teixeira






E o único sacana é o só o Jeroen Dijsselbloem? (estatuadesal)

 

(In Blog O Jumento, 22/03/2017)
 
Dijsselbloem
 
Que o gajo holandês não é grande espingarda já todos sabemos, aliás há muitos holandeses como aquele, herdeiros da pirataria, que aprenderam a comer à mesa e a tomar banho com os povos do sul e que agora se comportam como novos ricos. O senhor que recorre a esquemas para desviar uma parte do comércio para o porto de Roterdão e que andam a a atrair muitas empresas do sul a troco de esquemas fiscais, decidiu lamber o rabo ao ministro das finanças da Alemanha à nossa custa.
Só que não percebo o porquê de tanta irritação e indignação por aquele gajo que tem um penteado a lembrar os chulos do Intendente nos anos 70, ele disse com menos palavras e de uma forma que todos entende aquilo que durante anos foi a tese de Passos Coelho. Senão vejamos o que dizia Passos Coelho no dia 6 de Abril de 2014:
«Tive ocasião esta semana no parlamento de demonstrar que esta visão é, pelo menos, uma visão ingénua. Não há nenhuma parte do mundo em que uns poupem para os outros gastarem. Não há em nenhuma parte do mundo gente que faça sacrifícios para pôr as suas contas em ordem para que outros possam ter défices e dívidas. Isso não existe. E isso não se chama solidariedade. Isso não é solidariedade. Solidariedade é valer a quem não pode. Solidariedade não é caridade.»
Aliás, o famoso turista finlandês que disse a Passos Coelho que se calhar iria ter pagar o seu jantar na Madeira quando regressasse à Finlândia foi o grande ideólogo da austeridade em Portugal. Não admira que dois defensores da austeridade, o ministro das finanças holandês e o líder do PSD, usassem o mesmo tipo de argumentos.
Desde João Duque a Vítor Bento, não faltaram por cá os que aconselhavam o povo a comer e calar, porque a austeridade era o castigo merecido por termos andado a comer acima das nossas possibilidades. Da mesma forma que os holandeses são tão tementes a Deus que na gaveta das mesas de cabeceiras dos hotéis há sempre uma bíblia, também por cá a abordagem ideológica da austeridade tem muito de puritanismo. Foi sempre apresentada como um castigo quase divino por termos cometido o pecado da gula. O ministro holandês apenas foi mais preciso e brejeiro, disse-nos que o problema foi termos andado nos copos e nas putas.
Se o ministro holandês nos meteu todos a passear no conhecido bairro das prostitutas de Amesterdão, já Passos Coelho foi mais sacana e para justificar as suas políticas diferenciava os portugueses. Por cá os empresários eram exemplares e quem andava nos copos e nas gajas eram mais os funcionários públicos e, numa segunda fase, os pensionistas. Uns ganhavam mais e trabalhavam menos, os outros viviam à custa dos mais jovens.
Em 2011 uma mulher escreveu a Passos Coelho dando-lhe conta do seu desespero por causa das medidas de austeridade. Passos aproveitou o desespero e reproduziu a mensagem na sua página no Facebook:
« Tomo banho só uma vez por semana, só acendo uma lâmpada, dispensei a mulher a dias, só saio no carro em casos extremos. Não sei mais onde cortar e o dinheiro não chega. Por favor diga-me o que hei-de fazer para poder continuar a pagar as obrigações ao Estado. Estou desesperada. Agradeço que me ajude e dê sugestões de como equilibrar as minhas finanças. »
O comentário de Passos diz tudo:
«Como a Ana Isabel, muitos de vocês estão assustados com o desafio que temos de enfrentar. Mas acredito também que, por mais que estes sacrifícios nos custem, sabemos hoje que não podemos mais fechar os olhos aos erros do passado.»
Por outras palavras, a senhora que lhe escreveu também tinha andado nos copos e nas putas. E o sacana é o só o Jeroen Dijsselbloem?
 
Ovar, 22 de março de 2017
Álvaro Teixeira

Como se chama um conjunto de Coelhos? (estatuadesal)

 

(Pedro Santos Guerreiro, in Expresso, 18/03/2017)


coelhos
 
A escolha de Teresa Leal Coelho para Lisboa é uma excelente notícia. Para o PS e para o CDS. Passos Coelho pode começar a escrever dois discursos: um de derrota, outro de saída
Pedro Passos Coelho está de parabéns, escolheu a melhor das suas alternativas: ele não tinha mais alternativas. Foi à praça dos fiéis disponíveis e só lá estava Teresa Leal Coelho. A abnegação pelo seu amigo é bonita mas o sacrifício dela será o dele. É um nome tão fraco para a Câmara de Lisboa que não concorre contra Medina, concorre contra Cristas. Passos já corre não por gosto, corre por desgosto. Pode correr tão mal que as eleições podem matar dois Coelhos de uma cajadada. Então, Passos perde primeiro o partido, depois o partido perde-o a ele. Vai dar dó. Já dá.
Teresa é leal a Coelho mas, como vereadora da Câmara, não se lhe conhece uma ideia sobre a cidade, não se lhe reconhece um ato de oposição, não se lhe conta a presença em mais do que um quinto das reuniões. Na relação com o partido, é uma formiga política, no formigueiro descontrolado em que se transformou o PSD. Vai receber um programa para a cidade escrito por um velho crítico, José Eduardo Martins, que deve acreditar tanto nela como numa pedra que flutue; vai ter uma concelhia liderada por novo adversário, Mauro Xavier, que só não lhe atira a pedra porque... bom, talvez atire.
Com esta (quinta ou sexta ou décima sétima, nem se sabe bem) escolha, o PSD dá a bandeja a Assunção Cristas e a Fernando Medina. Assunção até foi inteligente, criticando Passos a propósito da banca porque já está em pré-campanha; Medina nem precisou de ser inteligente, bastou-lhe a burrice alheia. Os dois, que nunca antes foram a eleições, têm estrada livre para ganhar: ele, a Câmara; ela, a emancipação no partido. Bastará ter mais do que os 7,5% que Portas teve no passado em Lisboa. Se acontece o delírio de ultrapassar Leal Coelho, será a vergonha acabada.
É por isso que na capital não se joga apenas a probabilidade de derrota de Teresa, mas também a possibilidade de derrota de Pedro. O PSD já recuou nos objetivos, já não quer ter mais câmaras do que o PS, apenas mais votos do que nas autárquicas anteriores. Agora condói-se neste não ir a jogo nas grandes cidades, essenciais para as legislativas seguintes.
As autárquicas são em outubro, o congresso do PSD em janeiro. Da janela da sede, Passos já vê os amoladores de facas entrarem. Enquanto isto, António Costa ri-se às gargalhadas debaixo de uma almofada, para não estragar o desarranjinho.
Teresa e Paulo resistirão até ao fim, mas já não têm muitas cartas na mão. Jogam ao solitário, enquanto nas salas ao lado se joga à lerpa. Como se chama um conjunto de Coelhos? Pouca gente sabe que a resposta rima com banhada mas toda a gente sabe agora que a resposta não é PSD.
 
Ovar, 22 de março de 2017
Álvaro Teixeira