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terça-feira, 31 de outubro de 2017

A traição de Jean-Claude Juncker

Aventar

por João Mendes

“Quero aqui homenagear o Governo de António [Costa] por ter endireitado e restaurado a situação das finanças públicas portuguesas”, disse Juncker em declarações aos jornalistas à chegada a Belém, onde teve a seu lado Marcelo Rebelo de Sousa.

Na terça-feira segue para Coimbra na companhia do primeiro-ministro. “Iremos falar do Orçamento [do Estado] português que não coloca grandes problemas”

[via Expresso]

Belzebus. Belzebus everywhere...



Maravilhas do admirável capitalismo novo

Aventar

por João Mendes

A NOS criou uma empresa no Luxemburgo através da qual facturou 58 milhões de euros a si própria. Só em 2016, o negócio rendeu 10 milhões de euros.

Ó HUGUINHO, CRESCE E APARECE!


Estátua de Sal

por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 31/10/2017)
Hugo Soares
Mas ele até que é altito, poderão dizer-me, mas há algo tão desconchavado naquela figura que eu sou levado a supor que o tamanho do seu cérebro é inversamente proporcional ao do seu corpo.
Do mesmo modo que o meu respeito pela direita, que ele tão bem representa, também é inversamente proporcional ao que tenho pelos meus amigos nessa área situados, mas com quem tenho o à vontade de, com modos benevolentes, lhes dizer que só pode ter sido defeito de fabrico, mas com garantia já caducada!
Eu não tenho nele qualquer confiança, como não tenho nos seus dirigentes e muito menos nos seus “pontas de lança”. Aqueles que eles enviam para o terreno de jogo sem outro intuito que não o de me tirarem do sério! O Huguinho, por exemplo, apresenta padrões de defesa central, mas decidiu ser atacante! Não acerta uma!
Mas no jogo sujo são especialistas. São lobos vestidos de cordeiro que não medem os meios para atingir um fim. E não hesitam sequer em ultrajar e ameaçar com a violência.
Reparem no que disse o Huguinho acerca do Costa, para além de ser um irresponsável, porque não assume a responsabilidade total dos incêndios e das mortes provocadas e de ter perdido a confiança do povo e do Presidente da República: Que era o supra-sumo da incompetência! O experiente e maduro Huguinho a mandar “bitaites”!
Mas, “azar da jibóia”, vem cá ao Conselho de Estado, a convite do padrinho, o padrinho dos padrinhos, o Juncker que, certamente mal informado ou mesmo não suficientemente avisado, desata a, diante de todos, confessar o seu amor a Portugal e a sua assolapada paixão pelo Costa e pelo Centeno! Era de ver as caras do padrinho em funções e do reformado!
Para ele o Costa é o melhor treinador à zona e da zona e Centeno, o Cristiano Ronaldo da Europa, até é candidato à bota de ouro: a presidência do eurogrupo! Como é Huguinho, não dizes nada?
Ficção, diz o Huguinho. Tudo ficção e má informação, com a TV pública a prestar um mau serviço, acrescenta ele. O Juncker só podia estar mal informado, uma evidência, e andou a “emprenhar” pelos ouvidos, foi o que foi. E mais: andou a ler o Finantial Times em vez de ler os relatórios do Commerzbank que, ao contrário desse FT que só tece elogios a portugal, colocando-o como um exemplo a seguir, um outsider contra a TINA etc, etc, diz que ainda há muitos perigos em Portugal, como a dívida, por exemplo. Era isto que ele devia ter dito e não disse, lamenta o Huguinho, lá do alto das suas sobrancelhas…
Mas, ó Huguinho, ainda acerca da falta de confiança e de competência do nosso primeiro, o Costa não o teu, ainda o teu, será que deste uma piscadela de olhos aos números apresentados pelo INE ou mesmo ao relatório da tua querida Teodora? Deste? E que viste então? Não queres dizer? Descansa que eu digo: a taxa de desemprego mais baixa dos últimos nove anos!
A confiança (a tal) dos consumidores mais alta dos para aí últimos quinze!Os juros da dívida mais baixos sei lá de quando!O défice? É melhor nem lembrar! E o crescimento? O maior dos últimos quarenta anos…
E a Segurança Social, Huguinho? Parece que renasceu! Já nem dinheiro vai buscar ao Orçamento, que coisa. E parece que já dá para trinta anos! Eu tenho 64, portanto Huguinho, já fizeste a conta de cabeça? É pá, agora lembrei-me dos 600 milhões que o teu chefe (ainda) nos queria cortar. Aí é que ela ficava nos “trinques”, dizes tu de imediato e não o terem feito foi uma enorme irresponsabilidade…Já me pareces o Assis, chiça…
Pois é Huguinho, meu menino: tu até que cresceste, mas foi só em tamanho. Com que então o Costa é um incompetente, não é? E não merece outra oportunidade, como sentenciou o teu (ainda) chefe.
Mas olha meu querido Huguinho: eu até nem te vou falar da tua pequenez, apesar de seres um daqueles que apresentam altura, mas altura sem dimensão, estás ver? Daqueles que apresentam centímetros verticalmente, mas não têm pêlos; dos que até têm pernas grandes mas rapam os pêlos, quando os têm; dos de de cabeça pequena e cabelo escovadinho, de olhos pequenos e cara lisinha, imberbe, leve, sem qualquer sulco…vou-te dar um conselho apenas:
Ó Huguinho, pá: Cresce e aparece!





Internas PSD: uma ode à não-renovação



Aventar

por João Mendes
Rio-Santana
Fotografia: Lucília Monteiro@Expresso
Se há coisa que não podemos imputar a Passos Coelho, apesar da valente treta que é afirmar que o passismo era à prova de barões, é que tenha ido a jogo com os dinossauros do costume. Não falo dos autárquicos, que esses são eternos e facilmente renováveis no concelho vizinho, mas das equipas governamentais. O passismo trouxe gente nova, mais à direita, nas tintas para a social-democracia e com uma queda para liberalismos extremistas. O resultado, esse, foi o que se viu.
Porém, com o passismo nos cuidados paliativos, o que se segue assemelha-se a um combate geriátrico entre velhas raposas. No canto esquerdo do ringue, com 61 anos, dois mandatos à frente da CM da Figueira da Foz, meio mandato na autarquia de Lisboa, 10 meses na presidência do Sporting, 8 como primeiro-ministro, várias tentativas falhadas de chegar à liderança do PSD e uma presença no Bilderberg, juntamente com o Sócrates a quem gentilmente cedeu o lugar, temos Pedro Santana Lopes, icone maior da secção política da imprensa cor-de-rosa portuguesa. Ler mais deste artigo



Poderemos ter recebido a primeira visita de sempre de um objecto interestelar

Por HS

31 Outubro, 2017

NASA/JPL-California Institute of Tecnology, lunexit / Flickr
Sem gases ou poeira escapando, o A/2017 U1 deve ser rochoso ou metálico
Um objecto recém-descoberto que está a sair do nosso sistema solar é muito provavelmente um asteróide vindo de outra estrela – e pode, portanto, ter sido o primeiro visitante interestelar do Sistema Solar.
Chamado A/2017 U1 e provavelmente com menos de 400 metros de diâmetro, o objecto foi descoberto apenas a semana passada, no dia 19 de outubro, em observações feitas pelo Telescópio Panorâmico de Pesquisa e Sistema de Resposta Rápida, Pan-STARRS.
Este telescópio varre os céus, procurando objectos em movimento. Ficou de imediato claro que este era um objecto incomum: estava a mover-se muito rápidamente.
Se um objecto no sistema solar estiver numa órbita estável em volta do Sol, a sua velocidade depende basicamente de duas coisas: a distância ao Sol e a forma dessa órbita.
À distância da Terra ao Sol, por exemplo, um objecto pode mover-se a até uma velocidade um pouco superior a 40 quilómetros por segundo. A Terra, por exemplo, tem uma orbita quase circular e move-se a pouco menos de 30 quilómetros por segundo.
Mas se um objecto que esteja à mesma distância que a Terra do Sol, se se estiver a mover  a uma velocidade superior a 42 km/s, já não está em órbita do Sol: está a mover-se a uma velocidade superior à velocidade de escape do Sistema Solar, do qual sairá para nunca mais voltar.
O A/2017 U1 passou junto ao Sol, por dentro da órbita de Mercúrio, no início de setembro, e a sua rota fez uma curva brusca devido à gravidade da nossa estrela. Está agora a sair do sistema solar, já mais distante do Sol do que a Terra, movendo-se a 44 km/s – ou seja, muito rapidamente. Está basicamente a caminho do espaço interestelar.
Às vezes, objectos como cometas podem obter um impulso extra quando passam por um grande planeta, como Júpiter. Mas a órbita do A/1207 U1 não o aproxima de planetas grandes. Na verdade, a órbita é inclinada 122° em relação o plano do sistema solar, quase perpendicular – o que significa que já trazia essa enorme velocidade.
E isso significa que deve ter vindo do espaço interestelar. De outra estrela! Na verdade, rastreando a sua órbit, parece ter vindo de algum sítio na constelação de Lira, e já viajava no espaço interestelar a uma velocidade de mais de 25 km/seg.
A essa velocidade, o invulgar objecto não pode ter origem no nosso sistema solar. É, verdadeiramente, um objecto alienígena.
Pensou-se inicialmente que o objecto poderia ser um cometa, mas imagens mais detalhadas não mostram nenhuma actividade, sem gases ou poeira a escapar, o que torna muito improvável que haja gelo na sua superfície, dióxido de carbono ou monóxido de carbono, que são geralmente encontrados nos cometas.
Gianluca Masi (Virtual Telescope Project), Michael Schwartz (Tenagra Observatory)
O asteróide interestelar A/2017 U1, a 60 milhões de km da Terra, numa imagem captada com um telescópio de 40cm
Em vez disso, o objecto deve ser rochoso ou metálico, como um asteróide. Não é ainda claro de que é feito, mas há já muitos telescópios apontados na sua direcção, à procura de todos os detalhes da sua composição. Brevemente, saberemos mais.

Descoberta sem precedentes e especulações

As outras estrelas da nossa galáxia estão muito longe de nós. A mais próxima fica a mais de 40 biliões de quilómetros – à velocidade a que o A/2017 U1 se move, uma viagem de 50 mil anos – mas o nosso visitante veio provavelmente de muito mais longe: pode ter viajado durante milhões ou milhares de milhões de anos antes de se aproximar do Sol.
Segundo Bill Gray, responsável pelo projecto de astronomia Pluto, que tem acompanhado o caminho orbital do asteróide, o objecto move-se na direcção da constelação de Pegasus. Não há nenhuma estrela no aparente local de destino, excepto a HD 223531, que se encontra a 400 anos-luz de distância.
O A/2017 U1 não vai conseguir chegar tão longe – nem sequer vai existir por mais um milhão de anos ou mais, de qualquer forma. Além disso, ao fim desse tempo, a própria estrela também se terá movido substancialmente.
Um objecto tão estranho no nosso sistema solar não poderia deixar de gerar especulações. Será que esta visita foi de alguma forma programada? Será que este não é um asteróide, mas uma nave a visitar o nosso quintal? Não, muito provavelmente não.
Mas não é possível negar que o sistema solar interno é um alvo ridiculamente pequeno. A órbita de Mercúrio tem apenas cerca de 115 milhões de km de extensão. Para algo que vem do espaço interestelar, aproximar-se do Sol é como encontrar uma agulha muito, muito pequena num palheiro muito muito grande.
No entanto, isso foi exactamente o que o A/2017 U1 fez. Passou pelo Sol a uma distância de cerca de 45 milhões de quilómetros, e isso é um pouco estranho.
Parte do fenómeno é explicado pelo chamado efeito de seleção: um objecto como este a passar pela órbita de Júpiter seria muito difícil de descobrir. Nós só vemos os que passam perto da Terra. Então, era provável que o primeiro destes visitantes que viéssemos a descobrir tivesse passado pelo sistema solar interno, como aconteceu.
Mas ainda assim, chegar tão perto do Sol parece incomum.
Se uma raça extraterrestre estivesse interessada em explorar outros sistemas, esse parece o caminho mais lógico para a viagem. A nave seria programada para passar no interior profundo do sistema solar alienígena, passaria pelos planetas habitáveis​​, e usaria a gravidade da estrela para ajustar a órbita e orientá-la para o próximo alvo.
Mas este é certamente um objecto natural e não uma nave espacial alienígena. Mesmo assim, não é de forma alguma uma coisa comum: é um asteróide ejectado de outra estrela, que vagueou pela nossa galáxia durante milénios, que passou a alguns milhões de quilómetros do Sol e da Terra – e que está agora está de volta ao vazio.
Resta-nos de qualquer forma desejar uma boa viagem ao primeiro visitante interestelar de que tivemos até agora conhecimento.