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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Graças a Deus, são caucasianos

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

US-CRIME-CHILDREN-COURT-TURPIN

Louise e David Turpin formam um sádico casal de monstruosas aberrações, que submeteu os seus 13 filhos a uma existência de terror e tortura. Privados de liberdade e sujeitos a uma alimentação miserável, tendo apenas direito a uma refeição por dia, só podiam tomar banho uma vez por ano e eram constantemente punidos com castigos de semanas ou meses que incluíam serem acorrentados ou amarrados à cama sem poder usar uma casa de banho. Em tribunal, Louise sorriu. Ler mais deste artigo

Deixem a Legionella privada em paz!

por João Mendes

CUF

Imagem via Diário de Notícias

Treze pacientes da CUF infectados pela Legionella depois, os partidos de direita ainda não pediram a cabeça de nenhum dos membros da poderosa família Mello, nem atribuíram a culpa ao governo, aos comunistas, aos bloquistas ou à CIG. Algo de muito estranho se passa para os lados do Caldas, da São Caetano e dos bunkers dos seus spin masters.

Entretanto, e enquanto na CUF se tentam controlar os danos e apurar responsabilidades, perante o silêncio ensurdecedor dos governantes no exílio, somos confrontados com mais um falhanço do anterior governo, que segundo António Leitão Amaro havia proibido (LOL) a Legionella. Não só não proibiu (LOL) como a sua entourage não parece muito preocupada com a versão privada do problema. Pudera! Entre a santíssima iniciativa privada e a sua liberdade de fazer o que lhe apetecer, doa a quem doer, não se mete a colher.

E agora, algo de completo mau-gosto, porque sim

por vitorcunha

Squalus_acanthias_stellwagen
No cânone da loucura dos “excessos de um artista”, expressão devidamente ilustrada na canção “Baile da Paróquia” de Rui Veloso e Carlos Tê, figura no topo da página um certo incidente ocorrido durante o Seattle Pop Festival em 1969. Ao que consta, uma bonita groupie1 ruiva foi atada nua a uma cama onde membros não nomeados da banda Led Zeppelin a penetraram com um peixe. Membros da banda Vanilla Fudge também se identificaram como autores da instalação artística, mas, à parte de um mítico filme — cuja existência é mais do que plausível —, tais declarações podem ser um mero aproveitamento de obra alheia. Há, contudo, algumas divergências acerca da espécie de peixe utilizada no happening, sendo que o galhudo-malhado da história original parece ser uma aproximação romantizada (os tais excessos de um artista) de um comum arenque.

O que é sabido é que, algures, uma sexagenária anda a conter-se de se associar ao movimento #MeToo. O seu silêncio ensombra a aura de delação vanguardista que faz substituir tribunais por bonitos vestidos em desfiles de galardões cinematográficos e, lamentavelmente, impede a correcta catalogação ictiológica do evento.

Como diz a canção, “já ninguém mais tem respeito pelos excessos de um artista”.


1 Groupie é um termo que designa um tipo de rapariga que, não tendo sido levada pelos pais para o programa Supernanny porque tal violaria os seus direitos, tendia a aparecer por geração espontânea em quartos de hotel onde estrelas hospedadas lhes oferecem um cházinho enquanto ouvem uma ou outra história com lobos maus.

O quanto está a custar o livrarmo-nos de tão ignominioso veneno!

por estatuadesal

(Jorge Rocha, 30/01/2018)

veneno

Que o governo tem de pôr cobro à situação presente em que se vê continuamente objeto dos ataques de juízes e de magistrados, como se a alegada independência entre o executivo e o judicial apenas sirva para que este último ponha continuamente em xeque a ação do primeiro, é urgência que tarda em concretizar-se. Sob pena de nos vermos na situação brasileira em que um ex-presidente é condenado sem nenhuma prova do que é acusado de ter feito e uma maioria do eleitorado lhe exige o regresso ao Palácio do Planalto.

Em poucos dias vão-se sucedendo os episódios, que culminaram na ignomínia de se ter posto em causa a probidade de Mário Centeno, prejudicando a sua ação não só no país, mas também no contexto europeu em que acaba de tomar posse como presidente do Eurogrupo. O ministro que provou a falácia dos argumentos das direitas - acobertadas pelos juízes e magistrados e aliadas a direções de jornais e televisões -, é tão odiado por elas, que não há argumentos de defesa do interesse nacional, que lhes justifique a mínima contenção. Entrou-se no reino do vale tudo, mesmo que isso signifique o recurso à estratégia da terra queimada.

Outros casos, porém, continuam a dar sustentação a esta realidade inquietante: hoje ficou-se a saber que dois secretários de Estado de José Sócrates vão a julgamento acusados de peculato com base numa denúncia da Associação Sindical dos Juízes. O seu crime terá sido o de comprarem livros no valor de 14 mil euros num dos casos, e revistas no valor de 400 euros no do outro, com o cartão de crédito de governantes. Não interessando se eram ou não materiais necessários para a sua atividade de governantes. Será que para terem conhecimento do que lhes importaria saber para melhor desempenharem os seus cargos, deveriam tê-los adquirido com os seus próprios recursos? Já agora as canetas com que assinavam os  despachos também deveriam ser previamente comprados na papelaria da esquina das respetivas ruas em vez de serem fornecidas pelo economato dos ministérios?

Cabe, porém questionar quanto, em comparação com esses supostos 14400 euros terão sido gastos na investigação, que dura desde 2012 para os levar agora a julgamento? É caso para pôr a questão que mais se justifica nestas circunstâncias: quem é que julga os juízes e os magistrados pelos crimes de lesa Pátria, de que dão contínuas provas?

Mas a urgência no virar de tudo isto também se deve levar a outras áreas. Por exemplo à televisão do Estado, a RTP, para a qual o Conselho «Independente», nomeado pelo anterior governo, decidiu agora renovar o mandato do Presidente, um assumido militante do PSD, e rescindir o de Nuno Artur Silva, administrador conhecido pela proximidade às esquerdas. Ainda que, nesta matéria se lamente a militância de conhecidos militantes bloquistas em colaborarem na campanha suja, que presidiu à decisão de tal órgão decisório (quando será que o Bloco nos inibe de lembrar um célebre tratado sobre a doença infantil do comunismo?).

Pode-se compreender o que essa renovação de mandato e esse afastamento compulsivo de Nuno Artur Silva pretende: que a televisão do Estado continue a ter o tipo de (des)informação em que tem primado com recurso abundante aos comentadores do «tea party» nacional oriundos do Observador e seus sucedâneos. Dias há em que os convidados de José Rodrigues dos Santos ou de Ana Lourenço mais se assemelham a uma sinistra galeria de horrores.

A exemplo do que se passa nos EUA onde Trump procura evitar a derrota do seu Partido nas eleições do último trimestre deste ano, despedindo altos funcionários do FBI e perseguindo jornalistas, do referido Brasil ou da Espanha aqui ao lado onde todos os atropelos são cometidos aos princípios democráticos para impedirem os catalães de usufruírem a vontade emancipadora reiteradamente manifestada em eleições, as direitas globais perderam qualquer ponta de vergonha e, conspirando ativamente com todos os meios ao seu alcance, procuram evitar as mudanças civilizacionais, que tanto temem.

Bem desejamos que António Costa encontre um antídoto eficiente para combater este veneno diariamente inoculado nas mentes dos portugueses por todos os meios de desinformação, que lhes agridem a inteligência. Metaforicamente o manto de espuma a cobrir o Tejo em Abrantes é uma boa imagem do tipo de poluição, que está em curso nessa aliança corrupta entre alguma (in)justiça e a generalidade da comunicação social. Os malefícios, que tanta indignação causam em quem os testemunha e não os vê merecidamente sancionados, são uma ameaça demasiado séria para ser objeto de qualquer procrastinação no combate sério que exigem.

João Lourenço dá 1 milhão/mês a cada ministro para saldo da Unitel

Pérola das Acácias

POLÍTICA NACIONAL

Há uma realidade oculta na política social do executivo de João Lourenço. Longe da contenção de gastos que têm sido anunciados, o deputado pela bancada parlamentar da UNITA Victorino Nhany, revela que na prática ainda mantêm-se as mordias para os gestores públicos. O parlamentar cita o caso dos ministros e secretários de Estado que continuam a beneficiar de subsídios milionários. Só para comunicação, denuncia Nhany, cada um dos Ministros e Secretários de Estado, mensalmente, beneficia de um milhão de kwanzas.

“Ao mesmo tempo que diz que combater a corrupção e promover a justiça social, cada ministro, cada secretario de Estado recebe mensalmente cerca de 100 mil UTT´S de saldo da UNITEL”, denuncia Nhany que sublinha que estas unidades traduzidas em valores monetários representam um custo mensal de 1 milhão de kwanzas ao erário público.

“Cada 125 utt´s corresponde a Mil e Duzentos kwanzas. Somando significa que cada auxiliar do poder do titular do poder executivo estará a receber por mês um milhão de kwanzas”, apontou

O político que falava neste fim-de-semana, na localidade da Praia Bebe, no município da Catumbela, num acto político de massas para abertura do presente ano político, falou igualmente do Orçamento Geral do Estado que está em discussão por especialidade na Assembleia Nacional. Para Victorino Nhany o documento está eivado de vícios do passado e não corresponde as necessidades de um país mergulhado em crise económica e financeira.

“Estão a prometer reduzir a importação e aumentar a exportação. Mas um país não pode exportar o que não produz. A prova está nas verbas destinadas para os sectores produtivos. Só agricultura não tem mais 1 porcento”, exemplificou

Olhando para os 52 por cento da proposta do orçamento destinados para o pagamento da divida pública, o deputado da bancada parlamentara do “Galo Negro” volta a falar da necessidade de se auditar os empréstimos para se auferir à sua veracidade.

“Esta divida quando foi contraída pelo presidente cessante não consultou o parlamento. Não pode pagar uma divida em não sabemos o destino dado aos dinheiros recebidos”, vincou o também secretario para assuntos eleitorais junto da presidência da UNITA.