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domingo, 1 de abril de 2018

Última hora: descobertas 5 mil toneladas de ouro debaixo da Torre de Belém

admin

A agência LUSA acaba de anunciar a descoberta de 5 mil toneladas de ouro debaixo da Torre de Belém. Segundo testemunhas oculares, esta estranha e fantástica descoberta terá sido feita por um turistas inglês, por acidente, enquanto procurava o WC e se enganou no caminho, tendo descoberto uma sala secreta, desconhecida pelas autoridades e pelos arqueólogos. A polícia foi imediatamente chamada ao local e confirmaram-se as suspeitas.

Não se sabe ainda a origem deste ouro e quem o terá colocado ali. Carlos Tavares, arqueólogo responsável pela vigilância e manutenção dos edifícios históricos da Câmara Municipal de Lisboa já veio dizer que, provavelmente, o ouro terá sido utilizado para reforçar os alicerces do monumento. Quanto à sua origem, são ainda muitas as especulações, mas Carlos Tavares indica que poderá tratar-se de ouro vindo do Brasil durante o século XVIII.

O Presidente da República encontra-se já a caminho e já declarou que, o seu principal objectivo, é distribuir afectos pelo cidadão que encontrou o ouro e tirar uma selfie junto às 5 mil toneladas do metal precioso.

Estes dados levantam 2 sérios problemas diplomáticos: por um lado, o cidadão inglês alega que o ouro lhe pertence já que foi ele que o descobriu, havendo o risco de este o levar para Londres e tudo desaparecer depois da saída do Reino Unido da União Europeia. Por outro lado, o governo brasileiro poderá estar a preparar-se para reclamar o ouro como sua propriedade, de forma a compensar a exploração portuguesa durante séculos. Ao que parece, o presidente brasileiro já terá planos para o ouro: investir 5% na Petrobras e dividir os restantes 95% pelos amigos.

A retirada do ouro dos alicerces da Torre de Belém coloca, no entanto, alguns problemas técnicos. Os arqueólogos afirmam que a Torre terá que ser desmontada, peça por peça, e transladada para outro local. Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, declarou que a Torre deveria ser mudada para a Buraca com o argumento de que um monumento histórico tão importante deve ser colocado num local onde possa inspirar a mudança num local tão problemático e com tanta falta de monumentos como a Buraca. O único inconveniente da sugestão de Catarina Martins parece ser a mudança de nome de "Torre de Belém" para "Torre da Buraca".

O Primeiro Ministro, António Costa, emitiu já um comunicado saudando a descoberta e dizendo que o ouro será cuidadosamente guardado nos cofres da Caixa Geral de Depósitos, mencionando ainda que uma descoberta destas só podia acontecer durante um governo socialista, porque é durante os governos socialistas que acontecem coisas boas e que, provavelmente, o governo de escondeu o ouro na Torre de Belém, durante o século XVIII, era um governo PSD, porque segundo António Costa, só um governo de direita se lembraria de tal coisa.

Rui Rio, do PSD, já veio dizer que não tem nada para dizer mas fontes próximas do líder social democrata garantem que a primeira coisa que se deveria fazer com o ouro era dar-lhe um banho de ética, embora não saibam exactamente em que isso consiste. Pedro Passos Coelho, o antigo líder do PSD, insinuou esta manhã que o ouro possa ter sido ali colocado pelo seu governo, de forma a garantir uma almofada financeira quando chegasse o diabo, ou seja, a crise.

Assunção Cristas também se pronunciou. Disse que rezou durante muitos anos por uma descoberta como esta e congratulou-se com a notícia. Acrescentou ainda que este é um sinal de que o CDS será governo num futuro muito próximo. Quem também já se pronunciou foi Jerónimo de Sousa, líder do PCP, que disse que o ouro pertence ao povo e aos trabalhadores, especialmente ao povo e aos trabalhadores filiados na CGTP e que trabalham no Metro, na Carris e na AutoEuropa.

O ex-primeiro ministro José Sócrates também já reagiu. Segundo o próprio, o ouro pertence a um amigo dele, obtido de forma totalmente legítima num negócio de venda de computadores à Venezuela. A Polícia Judiciária suspeita, no entanto, que José Sócrates tenha pedido à sua empregada para esconder o ouro debaixo da Torre de Belém quando soube que estava sob escuta das autoridades.

Se leu a notícia até aqui... feliz dia das mentiras!

pároco de Caminha inicia caminhada pela fé

Novo artigo em BLASFÉMIAS


  por rui a.

007

«Vinde a mim as ovelhas desgarradas»

Ricardo Esteves, o já famoso pároco da bela cidade minhota de Caminha, irá realizar uma tourné religiosa, que se iniciará hoje, pelas 15,00 horas, na escadaria da Igreja Matriz, e se prolongará até ao final do mês de Setembro, para poder acolher os muitos milhares de emigrantes que até ao fim desse mês nos visitam.

Ricardo não foi insensível ao incontável número de apelos que lhe fizeram, depois da publicação desta notícia, para que levasse a Boa Nova aos quatro cantos do nosso país. «Tem sido uma completa loucura», afirmou. «De todo este lindo Portugal têm chovido telefonemas, emails e cartas de paroquianas e de alguns - em número menor - paroquianos, que me pedem para lhes levar a Palavra Divina. O meu objectivo é aumentar o número de fiéis, encher as igrejas portuguesas e salvar as almas pecadoras», avançou.

A tourné terá o nome global de «Vendaval da Fé» e consistirá numa missa celebrada pelo padre Ricardo, que envergará, para o efeito, uma sotaina colada ao corpo, sendo que os cânticos religiosos ficarão a seu cargo e serão adaptados a músicas de Tony Carreira. O climax - espera-se - será atingido ao som de «Ai destino, ai destino», considerada a 5ª Sinfonia de Tony, com a qual o prelado encerrará o serviço religioso.

Do Vaticano vieram palavras de incentivo do Papa Francisco, que vê com bons olhos a iniciativa de Ricardo. «O Papa Francisco é um homem moderno e de progresso. Não é um bota-de-elástico conservador, como o seu antecessor», disse Esteves. «Se ele me pedir, e porque não?, levarei a Palavra do Senhor ao Vaticano. A Basílica de São Pedro é um destino irresistível e será, se Deus quiser, o termo glorioso desta caminhada pela Fé»

Ladrões de Bicicletas


Descrucificar

Posted: 31 Mar 2018 07:26 PM PDT

«Numa entrevista de 1978, Eduardo Lourenço mostrou a verdade da nossa condição, na própria referência cristã: "Cristo é o momento (sem limite de tempo) em que a humanidade tomou forma humana. (...) Foi crucificado, não por querer ser deus, mas por ensinar o que era ser homem. Dois mil anos passaram sem que esquecêssemos nem aprendêssemos a lição".
(...) A cruz, a sentença de morte mais bárbara e cruel, fazia parte do mundo que Jesus queria mudar. (...) Ao contrário do que se repete há séculos, Jesus Cristo não desejou nem santificou a cruz. Alterou-lhe, porém, a significação de forma radical. Foi-lhe imposta, num julgamento iníquo, por ele recusar trair o seu projecto. Tornou-se, deste modo, o símbolo da fidelidade inquebrantável, o signo da extrema generosidade. A presença de sinais da cruz, desde o baptismo até à morte, diz que é preciso dizer não à crucifixão da vida e dizer sim à generosidade libertadora, no dia-a-dia.
Tudo isto vem confirmado no trecho do Evangelho (...): estava Jesus sentado junto ao mar da Galileia e uma grande multidão veio ter com ele e lançou-lhe, aos pés, coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros. Se o mestre fosse um pregador de sacrifícios dizia-lhes: estais mal? Ainda bem. Assim podeis santificar-vos e, um dia, sereis muito felizes no céu. (...) Jesus não acreditava nessa mística. Curou-os e organizou, com pouca coisa, um grande banquete popular. (...) Poder-se-á dizer: porque não deixou a fórmula? Seria uma alternativa muito barata dos serviços de saúde, públicos e privados. Mas ele não veio para nos substituir. (...) A sua prática é um desafio à imaginação de todos os homens e mulheres, de todos os tempos, a usarem os seus talentos, as suas capacidades, não para cavar distância entre ricos e pobres, mas para as eliminar, pois não suporta ver uns à porta e outros à mesa, uns em banquetes requintados e outros na miséria.»
Frei Bento Domingues, Jesus nasceu para descrucificar
A propósito deste excelente texto de Frei Bento Domingues, publicado em dezembro do ano passado e que surge em vivo contraste com a liturgia dominante da culpa e do sacrifício, lembrei-me de uma intervenção de Miguel Baptista Pereira numa edição dos Encontros de Filosofia, em Coimbra, nos anos noventa. Questionado sobre que noção de «Homem» atravessava o pensamento marxista, o então professor na Faculdade de Letras referiu-se ao «Homem das dores», às vítimas da injustiça, do sofrimento, da desigualdade e da opressão, perante as quais o marxismo se assumia como projeto emancipatório (ou, regressando ao cristianismo e a Frei Bento Domingues, de descrucificação).

Organograma

Posted: 31 Mar 2018 12:47 PM PDT

Sanitários públicos em Alcochete

Centros do mundo

Entre as brumas da memória


Posted: 31 Mar 2018 01:31 AM PDT

Quando cheguei a Paris pela primeira vez, no fim da década de 50, não duvidei de que estava no centro do mundo. Ida de uma Lisboa aferrolhada, a beleza e a força da cidade, o encontro com a pátria cultural que já então era a sede dos meus sonhos de liberdade, tudo convergiu para me maravilhar.

Mais tarde, bem mais tarde, os tempos tinham mudado e, com alguma pena minha, Nova Iorque impôs-se e destronou Paris.

E assim cheguei ao século XXI, em que tenho viajado muito por todos os continentes. Que seria, que está a ser, um século asiático, tornou-se uma convicção mais do que trivial. Que reencontraria a China como a entrevi agora, sobretudo em Pequim (ainda não voltei a Xangai), foi um verdadeiro murro no estômago: nunca vi nada que, de longe ou de perto, se parecesse com uma tal demonstração urgente de poder, de força, de organização. Feliz e optimista com esta realidade? Claro que não, sabendo nós o que está subjacente e que não se vê, sem ponta de democracia no horizonte. Tudo isto pode implodir? Sim, mas nada leva a crer que aconteça, pelo menos tão cedo, estando o resto do planeta como está. O centro é agora aqui e já estende os seus tentáculos pelo mundo inteiro.

Por tudo isto, regresso a casa com uma ideia que não me sai da cabeça: preparemos os nossos filhos e os nossos netos para aprenderem a viver em sociedades pós-democráticas, porque é bem provável que elas sejam uma realidade por aí, talvez mais depressa do que possamos imaginar. Pessimismo? Olhem que não…

ABLUÇÕES PASCAIS

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 31/03/2018)

ceia

É uma pena que o nosso cardeal não tenha imitado o Papa Francisco lavando os pés de criminosos na missa da Quinta-feira Santa. Não faltam por aí bandidos muito dados a missas e abluções pascais e nem era preciso ir á penitenciária. Nem faltam bandidos que no passado eram apóstolos do nosso sistema financeiro.

O cardeal poderia ter mesmo convidado o franciscano Melícias para o ajudar na qualidade de sacristão, já que o famoso franciscano, que é uma espécie de padrinho espiritual do regime, conhece os banqueiros como a palma da mão. Para o papel de apóstolos não faltam candidatos.

Já imagino o Ricardo Salgado, o Carlos Costa, o Passos Coelho, a Maria Luís, o Vítor Gaspar, o Vítor Bento, o Oliveira e Costa, o Dias Loureiro, o Cavaco Silva, o Durão Barroso, o Jaime Gama e o Luís Amado unidos na tarefa de discípulos a que Jesus decidiu lavar os pés na última ceia, para lhes garantir que iriam para o céu com a alma bem lavadinha.

Estes amigos e serventuários da banca que a esta hora se estarão a rir dos portugueses que pagaram com língua de palmo os desvarios dos bancos de que eram donos ou que serviram com devoção. Depois da ablução dos prejuízos à custa de um aumento substancial da dívida dos portugueses deverão estar a gozar com os contribuintes, os idiotas que pagaram com austeridade as experiências do Passos Coelho e, a coberto destas, lavaram os prejuízos do sistema financeiro.