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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O refluxo da esquerda

Generosamente, vou usar o termo “esquerda” na sua acepção mais geral do conjunto de pessoas e organizações que se consideram e são tidas como expressão dos variados pensamentos e ações que, nos meados do século XIX iniciaram a luta dos explorados por uma sociedade socialista, sem exploração do homem pelo homem.

  • 26 Fevereiro, 2018
  • João Vasconcelos Costa

Consideremos todas as famílias políticas que daí derivaram, incluindo por essa razão histórica a atual social-democracia, associando-lhes ainda a luta anticolonial ou anti-imperialista e os movimentos antissegregacionistas. Até podemos incluir os movimentos cristãos inspirados na teologia da libertação.

Esta esquerda, hoje, está em refluxo, estreitou-se e perdeu perspetivas e impacto. Não se vivem hoje momentos revolucionários, muito menos uma dinâmica global e sustentada de esquerda. É negativo, quanto a isto, a esquerda meter a cabeça na areia.

Desabou o sistema do socialismo de tipo soviético e alguns países da Europa centro-leste seguem políticas quase fascistas. Restaram meia dúzia de países socialistas, sendo que a China é caso de um socialismo bem duvidoso. Na Europa, a grande maioria dos países é governada pela direita e poucos partidos de esquerda têm dimensão razoável, enquanto que muitos trabalhadores atingidos pela pós-industrialização são atraídos pela extrema-direita. Na América latina, a oligarquia colonial-esclavagista, com o seu neoliberalismo extremo, deu golpes sérios na Argentina e no Brasil, ameaça na Venezuelana e até no Equador já podem jogar com um presidente que abandonou a sua linha progressista. Em todo o mundo ex-colonizado desapareceram os regimes nacionalistas e anti-imperialistas.

Também no domínio ideológico houve grandes mudanças. Por um lado, a esquerda radical tem-se cristalizado numa ortodoxia que vai contra a flexibilidade metodológica e de mundivisão que é por natureza a da filosofia, marxista, que geralmente invocam. A riqueza de muita reflexão marxista moderna não passa para a “intelectualidade orgânica” e não tem eco na adequação da ação e da mensagem às mudanças aceleradas na economia, na sociedade, na cultura e no senso comum.

Outra esquerda radical, mais recente, “cool” e intelectualizada, tende a privilegiar causas de identidade mais do que de redistribuição ou propriedade, alinhando também por reformismo de raiz burguesa.

Por outro lado, a social-democracia assimilou o pensamento e práticas do neoliberalismo, num cosmeticamente mais suave social-liberalismo. Na Europa, faz parte do grande reino do pensamento único da UE e joga bem no mundo dos negócios, dos capitais livres, da globalização, do atlantismo militar.

Todavia, não decorre de tudo isto razão para pessimismo, apenas realismo e adequação da luta à situação presente. Também não de ilusões. Não se avançará – pelo contrário, quebrar-se-ão forças – se se puser esperanças numa crise global do capitalismo, sobrevalorizando as suas atuais contradições evidenciadas pela crise de 2007. São contradições que o sistema provavelmente superará, como fez com o conflito entre imperialismos, com a descolonização, com a enorme mudança da tecnologia e da organização do trabalho, com a relação entre capital financeiro e capital industrial, com a resolução de conflitos de protecionismos por via da globalização e da desregulação, etc. Não me parece que já se esteja numa situação de interregno gramsciano, em que o velho já está a morrer.

Recusando uma perspetiva redutoramente determinista do processo histórico, com base apenas nas contradições económicas e na luta de classes, e voltando a Gramsci, tenha-se sempre presente a análise em termos de hegemonia, isto é, a dominação também ideológica da classe dominante, em que ela consegue que a massa relativamente informe e alienada de grande parte das classes exploradas adote como interesses “nacionais” os da classe dominante. E aceitando um “sentido comum” de valores, esquemas mentais, quadros de pensamento que a enfileira na ordem estabelecida, e por via do aparelho ideológico da classe dominante (comunicação social, propaganda política, escola e principalmente universidade, igrejas, indústria do lazer e do desporto, etc.). O grau atual de hegemonia do capitalismo é inédito.

Dito tudo isto, não parecem merecer muita dúvida algumas teses, aqui necessariamente formuladas em termos muito gerais.

  1. No refluxo da esquerda, a atitude desta deve ser a de um recuo defensivo em que tem um papel crucial a unidade ou pelo menos a convergência. Sem esbater objetivos finais diferentes, considere-se que na presente situação são postas em causa conquistas que qualquer pessoa de bem consideraria já uma aquisição civilizacional. Concretamente, é necessário um programa e uma plataforma unitária para a reconstrução do Estado social.
  2. À defesa, correm-se maiores riscos de falta de perspetiva do longo prazo, em suma, de oportunismo. É fase em que é necessário afirmar os grandes objetivos ideológicos e estratégicos, iluminando as necessárias cedências táticas.
  3. No entanto, há que pesar sempre os riscos de uma política, mesmo que progressista, de gestão social(ista) do capitalismo, mormente no caso europeu, com o grande condicionalismo internacional, isto é, da UE, sobre a determinação política e económica nacional. O caso português atual é exemplar no que respeita à incapacidade do atual governo de ir para além da reposição de danos troikianos, preso pela obediência europeia que impede a resolução do problema da dívida e o uso de um défice acima das normas para favorecer o investimento. Esta contradição é a maior ameaça à manutenção da convergência de esquerda.
  4. É urgente e decisivo o combate ideológico, o esclarecimento, a luta contra a desinformação (que já chega às campanhas eleitorais, com as “fake news”), a manipulação e a alienação, para o que se deve explorar todas as potencialidades dos novos meios sociais de comunicação pela “net”. A esquerda deve adotar um novo discurso, moderno, apelativo, correspondendo aos anseios das pessoas, do indivíduo concreto e não só da sociedade abstrata, anseios não só materiais mas também de forma de viver e de estar na família, no trabalho, na comunidade.
  5. É necessário conjugar as especificadas com lições gerais interessantes de cada país ou região. Tem havido experiências pontuais que podem fugir aos arquétipos das forças políticas tradicionais e esquemáticas, experiências que podem ter limitações ou terem sido mal conduzidas, mas que podem abrir caminhos de mudança. Pense-se em Bernie Sanders, no trabalhismo anti-imperialista e desenvolvimentista na América latina, na génese de novos partidos baseados em movimentações inorgânicas, na evolução de ações mutualistas para ação política coerente, na emergência de formas de democracia participativa, etc.
  6. É urgente recuperar para a esquerda o seu eleitorado tradicional perdido para a extrema direita populista. Tem de se analisar as razões de tal fenómeno e ir ao seu encontro, embora muitas vezes essas razões tenham a ver com a manutenção de posições políticas e sindicais já inviáveis no mundo atual. É preciso uma oferta alternativa, que a esquerda nem sempre tem apresentado de forma plausível.
  7. Uma frente de ação popular não se deve limitar ao plano partidário, como em Portugal. Tem de integrar um conjunto forte e variado de movimentações sociais. Há desconfiança em relação à política tradicional e ao funcionamento da democracia representativa. Mais, camadas importantes desfavorecidas não têm representação eficaz no sistema político tradicional da esquerda, nomeadamente reformados, desempregados e em particular os mais qualificados, imigrantes, minorias. Para preencher esse vácuo, é fundamental a ação pedagógica de esquerda para o espírito cívico, participativo.
  8. É necessário o exemplo instrutivo de um novo partido da esquerda moderna. Falar dele será objeto de outro artigo.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

Ladrões de Bicicletas

"A cultura de compromisso"

Posted: 26 Feb 2018 02:09 PM PST

Público, 24/2/2018

A crónica de São José Almeida (SJA) é sintomática do que aí vem. A SJA que, em Maio  e Julho de 2011, criticou a agenda neoliberal do Memorando de Entendimento com a Troica e acusou o Governo PSD/CDS de ir mais além, aceita agora como benéfico para o país um negócio entre o PS e o PSD.
Nada se sabe o que pensa este "novo PSD". Aliás, já não se sabia o que pensava o "velho PSD". Sabia-se que ele defendia aquela política do Memorando que criou 1,5 milhões de desempregados, mas desde 2014, lá se foi ouvindo PSD e CDS dizer que, afinal, tinham sido obrigados a aplicar o Memorando negociado, sim, pelo PS. Por isso, quando se questiona um social-democrata sobre que reformas defende, apenas saem frases feitas. E Rui Rio não foi excepção. Ainda ontem à saída do Palácio de Belém, Rui Rio disse que "ninguém traz as reformas estruturais numa pasta".
Apesar disso, parece achar-se que "a cultura de compromisso" é positiva em si mesmo, independentemente do que se discuta. Como se houvesse vantagem na existência de uma união nacional em torno de qualquer coisa, desde que seja qualquer coisa. E arrisca-se - pelos actores em presença - a ser um "compromisso" em torno de uma aceitação ligeira e preguiçosa da pequena margem que as políticas comunitárias deixam à decisão nacional. Sem rasgo, sem imaginação, sem eficácia de fundo. Apenas uma fotografia para os telejornais.
A comunicação social alinha, aliás, muito rapidamente nesse apelo a um "compromisso", mas apenas a um certo "compromisso" vazio: durante a intervenção da Troica, repetiu-se - e repetiu-se! - a necessidade de um acordo entre os partidos do "arco-da-governação" (PS, PSD e CDS). Agora, os tempos são outros. Aqueles partidos foram despromovidos e passaram a "estes partidos do meio do sistema para não dizer outra coisa", como disse esta noite na RTP3 a Flor Pedroso. Mas a ideia é a mesma: fazer com que o PS fique preso à direita e rompa à esquerda.
Tudo deve ser feito para que o PS não tenha veleidades: nunca será permitido ao PS pensar de outra maneira que não seja este pensamento que outros definem para ele.

Homenagem a António Gama

Posted: 26 Feb 2018 07:17 AM PST

«António Gama Mendes, geógrafo, brilhante professor e investigador, faleceu prematuramente em Dezembro de 2014. A sua competência científica, a sua aptidão pedagógica, a sua vastíssima bagagem cultural e, acima de tudo, uma estatura académica muito assente na sua qualidade intelectual e numa imensa generosidade do ponto de vista humano, fizeram com que a Universidade Portuguesa e, particularmente, a Geografia tenham sofrido um forte abalo com a sua partida. Para além de deixar uma obra significativa em diferentes domínios da Geografia Social, da Geografia Política e da Geografia Cultural, deixou muitos amigos em Portugal e no estrangeiro, em diferentes áreas disciplinares que vão da Geografia à Economia e da Sociologia à Filosofia e à Literatura. Por isso, este livro, com que alguns dos seus amigos de diferentes áreas científicas pretendem homenageá-lo, revisitando alguns dos temas de investigação que lhe eram mais queridos, de modo a perpetuar a memória de um nome, de uma obra e de uma personalidade absolutamente ímpares na Universidade e na ciência portuguesas».
Da contracapa do Livro de Homenagem a António Gama Mendes, que vai ser lançado na próxima quarta-feira, 28 de Fevereiro, a partir das 18h00, na Faculdade de Letras (Anfiteatro III), em Coimbra. Apresentam a obra Fernanda Delgado Cravidão (Departamento de Geografia e Turismo, da FLUC), Nuno Serra (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) e Julio Villar Castro (Faculdade de Geografia e História da Universidade de Salamanca). Estão todos convidados, apareçam.

Uma reforma estrutural para voltarmos ao século XIX

Posted: 26 Feb 2018 03:43 AM PST

O patronato, a Comissão Europeia, a OCDE, o FMI, os analistas da TV, os economistas do 'centrão', todos reclamam por mais flexibilidade no mercado de trabalho. Uma "reforma estrutural" (léxico do neoliberalismo) que, pelos vistos, seria urgente fazer para que o país se desenvolva. Na conversa de hoje, mostramos com bons argumentos que esse discurso não só não tem fundamento em investigação séria como, na realidade, não passa de retórica ao serviço dos interesses mais retrógrados do capitalismo contemporâneo.

Cinco horas para fugir à morte

João Vieira Pereira

JOÃO VIEIRA PEREIRA

DIRETOR-ADJUNTO

27 de Fevereiro de 2018

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Na guerra não há apenas uma versão. Na Síria há muitas, contraditórias, confusas e nada fáceis de entender. Morte há só uma, às centenas, e cega cai sobre civis, crianças e inocentes.
E às vezes o maior suspeito pode ser visto como um herói, dependendo de quem vê. O ataque ao último reduto rebelde no país, em Goutha Oriental, é uma inegável montra do poder russo e do domínio que mantém na região. A resolução aprovada no sábado pelo Conselho de Segurança da ONU, que exigia um cessar-fogo imediato por 30 dias consecutivos, não saiu do papel. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros destrui-o ao afirmar que o cessar-fogo “começava quando todas as partes acordassem como o introduzir”.
É por isso que o anúncio de Putin da criação de uma pausa diária de cinco horas, já a partir de hoje, é a melhor notícia que a população de Goutha recebeu em muito tempo. E vem de quem menos se espera. Esta janela temporal, que começa todos os dias às 7 da manhã (hora portuguesa), servirá para estabelecer um corredor humanitário para quem quiser abandonar a cidade.
Faltam ainda muitos pormenores para saber como vai funcionar esta trégua diária e há dúvidas que seja suficiente. E fica a desconfiança de que esta aparente cedência russa serve apenas para impedir que o cessar-fogo seja de facto cumprido.
Em oito dias de bombardeamentos já morreram 560 pessoas, 36 das quais desde que foi anunciado o cessar-fogo.

Líder do PSD/Madeira ameaça “por no olho da rua” os que querem minar o partido

MADEIRA

27/2/2018, 1:01

O líder do PSD/Madeira disse que não terá problemas em colocar "no olho da rua" aqueles que estejam a "criar ondas" internas no PSD regional e a "minar" o partido.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Autor
  • Agência Lusa

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, avisou esta noite aqueles que estão a tentar “minar” internamente o partido que serão “postos na rua”, insistindo que o Governo da República “está obcecado” em tomar o poder neste arquipélago.

O líder madeirense falava na tomada de posse de núcleos dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD) da região, tendo sublinhado que o objetivo desta força partidária que governa a Madeira há cerca de quarenta anos é “levar o partido para a frente” e vencer as eleições de 2019.

“Quem quiser falar que vá falando sozinho, mas há uma coisa que não vamos admitir: pessoas que estejam metidas aqui dentro para tentar minar a credibilidade e unidade do nosso partido”, declarou Miguel Albuquerque. O também presidente do Governo Regional da Madeira censurou aqueles que estão a “criar ondas” internas no PSD regional.

O responsável insular assegurou: “Já estão avisados dois ou três tipos que andam aqui dentro que a próxima que fizerem são postos no olho da rua”, complementando que os críticos devem “gerir os seus egos em casa”.

Segundo Miguel Albuquerque, “não há que ter medo de adversários que valem muito pouco”, destacando que a oposição interna no partido pode “entrar por um caminho sem regresso”. O líder social-democrata madeirense salientou que a região vive situações adversas, comparando-a a “uma espécie de aldeia do Asterix”, por ser a única governada pelo PSD

“Temos neste momento um poder central que está obcecado com a tomada do poder na Madeira”, opinou Miguel Albuquerque, criticando o primeiro-ministro António Costa por não se “coibir de ir à assembleia mentir”, pelo que esta região autónoma tem de “resistir”.

O responsável do PSD/Madeira considerou que o partido maioritário neste arquipélago está a “trabalhar num contexto de cerco das esquerdas” e “tudo o que poder ser utilizado por parte do Estado, por parte do poder político contra a região vai ser utilizado”.

“Esta gente que está no poder não tem qualquer escrúpulo para usar os poderes do Estado para fins partidários”, sustentou. O dirigente social-democrata realçou que este tipo de “manobras” representam um perigo para “o desenvolvimento da Madeira, que pode “voltar para trás”, deixando de ser “um território livre e autónomo”.

“O Governo de Lisboa vive da propaganda do vazio e do ruído mediático”, afirmou.

Washington apela a Moscovo para travar ofensiva contra Ghouta Oriental

SÍRIA

HÁ 6 MINUTOS

Washington apelou esta segunda-feira a Moscovo que faça parar a ofensiva contra Ghouta Oriental, respeitando o cessar-fogo decidido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

MOHAMMED BADRA/EPA

Autor
  • Agência Lusa

Washington apelou esta segunda-feira a Moscovo, aliada do regime sírio, que faça parar a ofensiva contra Ghouta Oriental, respeitando o cessar-fogo decidido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovado por unanimidade.

“O regime sírio, e os seus apoiantes russos e iranianos, continuam a atacar Ghouta Oriental, um subúrbio muito populoso de Damasco, apesar do cessar-fogo exigido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”, alertou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, numa série de mensagens publicada na rede Twitter.

A representante acrescentou que “a Rússia tem a influência necessária para parar estas operações se decidir respeitar as suas obrigações sobre o cessar-fogo da ONU”. Os Estados Unidos, prosseguiu, “apelam ao fim imediato das operações ofensivas e à abertura urgente do acesso aos trabalhadores humanitários para que possam tratar dos feridos e fornecer uma ajuda humanitária absolutamente necessária”.

Para Washington, o regime de Bashar al-Assad afirma que está a “lutar contra os terroristas”, mas, “em vez disso, está a aterrorizar centenas de milhares de civis com ataques aéreos, artilharia, foguetes, e ataques terrestres”. “O uso de gás de cloro como arma apenas intensifica o tormento de população civil”, disse ainda Heather Nauert.

Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU – entre os quais a Rússia, com poder de veto – aprovaram no sábado por unanimidade uma resolução que prevê um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a instauração a partir de terça-feira de uma “trégua humanitária” diária em Ghouta Oriental, enclave onde morreram mais de 500 pessoas na semana passada em resultado dos ataques das forças sírias.

O governante russo afirmou que serão criados “corredores humanitários” para permitir a retirada de civis de Ghouta Oriental, onde os ataques de artilharia do regime sírio continuam a registar-se hoje, provocando a morte a 17 civis, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).