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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Passos Coelho apanhado no caso Vistos Gold*

Aventar

por João Mendes

Este texto - e em particular o seu título - foi inspirado numa peça da CMTV, na qual o órgão de comunicação social mais desonesto e ridículo do panorama jornalístico nacional afirma que “Costa promove jantar no Panteão”. Uma primeira leitura poderá induzir o leitor no erro de achar, dada a utilização do presente do verbo “promover”, que o primeiro-ministro se encontra actualmente em diligências para a organização de um evento no Panteão Nacional, apesar da polémica gerada pelo jantar de encerramento da Web Summit, que as suas declarações vieram incendiar ainda mais. Ler mais deste artigo

domingo, 21 de maio de 2017

Direito de resistência por estatuadesal

 

(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 20/05/2017)
ISA_MOR
Na última quarta-feira, o Correio da Manhã (CM) cometeu um crime ignóbil sobre outro crime. Publicou um vídeo demonstrando uma agressão sexual sobre uma mulher reconhecível perante terceiros e perante a própria. Após muita indignação veio aquele pasquim tentar justificar-se com desculpas que não cabem no léxico do jornalismo.
Ao contrário do que alega o CM, é mesmo preciso matar o mensageiro. Como foi comentado num post no meu Facebook, foi cometido um crime e é há que apreender a arma do crime.
Para além das duas queixas-crime já anunciadas pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, e de outras iniciativas institucionais que possam ter lugar, talvez seja hora de definitivamente apelar-se à consciência cívica de todas e de todos.
Já escrevi aqui e noutras sedes que a proteção dos nossos direitos de personalidade estão num processo de decadência em curso, para o qual em muito contribui o CM e a CMTV, o poder imenso do grupo Cofina, o corredor de encontros entre Cofina e Ministério Público e a fraca reação por parte de quem deve garantir o Estado de direito.
Já vimos quase tudo e o CM continua a vender, já vimos quase tudo e o medo continua a existir, toda uma gente disposta a escrever no pasquim, a comentar no canal televiso, a responder a perguntas daqueles “órgãos de comunicação social” como se fossem, efetivamente, coisa dessa natureza.
Já assistimos à transmissão de imagens do funeral de uma criança, já assistimos à filmagem de cadáveres nos atentados de Nice, já assistimos à violação dos direitos de personalidade de várias pessoas, já assistimos a perseguições pessoais com a ajuda abjeta e enviesada de meios processuais penais e, na quarta-feira, assistimos ao CM publicando um vídeo com uma agressão sexual.
Como já referi noutro texto, os escribas e comentadores atrás referidos são todas e todos cúmplices até deixarem de ser. Fica a esperança que essas pessoas percebam que estão a ajudar uma máquina criminosa a vender e a ter audiências à custa do desprezo pelo Estado de direito.
Como cidadã, continuarei a não comprar, a não ler e a não responder a perguntas daquela casa.
Que sejamos muitas e muitos a fazer o que mais há de elementar numa democracia: chama-se direito de resistência.
 
Ovar, 21 de maio de 2017
Álvaro Teixeira