Fernando Camelo de Almeida, candidato à Assembleia Municipal de Ovar pelo projeto «Ovar Quer Mais», desafiou o atual presidente da autarquia a justificar publicamente o abate de dezenas de árvores do jardim Almeida Garrett, em Ovar. A intervenção ocorreu no passado sábado e provocou uma onda de indignação.
A campanha às autárquicas no concelho de Ovar vive dias agitados desde que, na manhã de sábado, 15 de julho, várias árvores foram cortadas num dos jardins mais emblemáticos da cidade vareira: o jardim Almeida Garrett. Segundo Filipe Gonçalves “a autarquia deve ser mais transparente nestes domínios” e um elemento da sua equipa vai mais longe: o candidato à presidência da Assembleia Municipal, Fernando Camelo de Almeida, pede mesmo a Salvador Malheiro uma justificação detalhada para aquilo que considera “um abate indiscriminado de árvores”.
O assunto já não é novidade, uma vez que a mesma candidatura («Ovar Quer Mais/CDS-PP») já reportou algumas anomalias semelhantes na zona Norte do concelho, pelo que consideram que “existe uma clara falta de visão na reabilitação de determinadas zonas geográficas”, o que os leva a levantar agora a questão através da rede social Facebook, lançando publicamente o repto ao edil Salvador Malheiro que, até à data, não fez qualquer esclarecimento público sobre o assunto nem reagiu ao pedido. No texto pode ler-se: “Meu caro Salvador Malheiro, as pessoas de Ovar merecem uma explicação válida acerca do que se está a passar com o derrube de árvores no jardim Garrett. Não é aceitável esta ausência de informação. Ao que tudo indica, terá sido uma opção que terá a ver com o projeto de requalificação, mas há que explicar e assumir essa opção. É ao presidente da Câmara que compete dar as explicações que tardam em chegar. Aguardo a clarificação dos factos, sabendo que, infelizmente, este tem sido o meio de comunicação mais eficaz entre nós. Um abraço, Fernando Camelo de Almeida”, refere o seu autor, Fernando Camelo de Almeida.
Para a candidatura «Ovar Quer Mais», “este abate vem na sequência de uma obra de requalificação que consideramos eleitoralista e desnecessária, mais ainda quando há tanto por fazer em zonas tão mais prioritárias. Para além de ser um atentado ambiental inqualificável e de uma responsabilidade atroz, é uma obra sem qualquer sentido de prioridade para Ovar. Estas árvores foram cortadas, não foram sequer desenterradas com possibilidade de serem replantadas noutro local, o que é ainda mais preocupante e denota uma tremenda falta de responsabilidade ambiental.”
Recorde-se que a equipa «Ovar Quer Mais/CDS-PP» apresentou oficialmente o seu projeto na passada sexta-feira, 14 de julho, precisamente na noite que antecedeu este episódio. A cerimónia decorreu no auditório do Orfeão de Ovar, local que se revelou insuficiente para acolher todos os que ali se deslocaram com o objetivo de apoiar a equipa liderada por Filipe Gonçalves, um jovem advogado que diz querer “mais” para o concelho onde nasceu e onde reside.