Eu não queria escrever sobre este assunto, mas dada a polémica que se instalou sobre o “Monumento” que a Câmara de Ovar “encomendou” e sobre o local onde ele irá ser instalado, sou obrigado, como ex-combatente, a tecer algumas considerações:
- Mandaria o bom senso que fosse constituída uma comissão constituída por ex-combatentes, para que, em conjunto com a Autarquia, se analisassem maquetes apresentadas por artistas convidados para o efeito;
- Mandaria o bom senso que fossem consultados os familiares dos mortos na Guerra Colonial, a fim de darem a sua opinião sobre a homenagem “Monumento”;
- Mandaria o bom senso que o local para a implantação do referido “Monumento” fosse o Largo dos Combatentes, onde já existe um em homenagem aos combatentes da Primeira Grande Guerra;
- Mandaria o bom senso que a identificação dos nossos mortos na Guerra Colonial figurassem numa das paredes do átrio da nossa Câmara, tal como os dos mortos da Primeira Grande Guerra.
- Mandaria o bom senso que antes da inauguração do “Monumento” fosse realizada uma palestra sobre o que deu origem à Guerra Colonial e sobre a forma como ela evoluiu em Angola, Guiné e Moçambique.
Como ex-combatente, em Moçambique, causa-me um profundo desgosto ler os comentários insultuosos escritos no Facebook por uma determinada pessoa que me parece ter a cobertura da UAC para os fazer.
Todos somos livres de opinar e cada um terá a sua razão, mas quando isso passa a insulto pessoal, a sua razão deixa de existir.
Lamento que a pessoa ou pessoas que gerem a página da UAC no Facebook não tivessem tomado, de imediato, medidas contra o autor desses comentários insultuosos e tivessem deixado que as coisas se extremassem.
Aos dirigentes da UAC, o meu lamento.
Ovar, 2 de Agosto de 2016
Álvaro Teixeira (GE)