Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta ultimato. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ultimato. Mostrar todas as mensagens

sábado, 29 de julho de 2017

Segura-me depressa se não eu bato-lhe



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 27/07/2017)
HUGO

Se o leitor ou a leitora tem estado com atenção, estes dias recentes têm demonstrado uma das características mais divertidas do discurso político em Portugal: essa curiosa mistura de presunção e pesporrência, que tem erguido brilhantes carreiras pelo menos desde o Conde de Abranhos. Se para mais tivermos alguém que precise de se afirmar neste campeonato do peito feito, então a receita é certa, vai haver superlativos.
Hugo Soares, novel líder parlamentar do PSD, logo que Montenegro decidiu antecipar a sua preparação para a disputa pela liderança do partido, sagrou-se campeão neste tormentoso caminho, ao anunciar um ultimato mal tomou posse: aqui estou e de voz grossa, ou o governo cede em 24 horas, nem mais uma, ou então cai o Carmo e a Trindade, nem imaginem o que vai acontecer. O atrevimento merece consideração, pois representa toda uma educação, um savoir faire, um treino que vem de longe e uma ambição que aponta para voos altos. Na frase pesada, na pose solene, no queixo aprumado, está toda uma política. Ou se chegam em 24 horas, ou nem sabem o que vai acontecer.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

O tenente-coronel da mocidade laranja e o ultimato mais estúpido da história de Portugal

Foto: Lusa@RTP
Por: João Mendes
Hugo Soares, tenente-coronel da mocidade laranja, lançou um ultimato ao governo. Autoritário, como se tivesse alguma autoridade para lá da porta da sede distrital do PSD Braga, deu ao executivo de António Costa 24 horas para tornar pública a lista de pessoas que perderam a vida na tragédia de Pedrógão.
Terminado o prazo dado pelo deputado, nada aconteceu, com a excepção do embaraço e do enxovalho a que o PSD foi submetido. Para a história ficam as tristes figuras protagonizadas por Hugo Soares, que decidiu, uma vez mais, expor-se ao absoluto ridículo. E eu aqui em pulgas, à espera de um ataque com Agente Laranja ao Largo do Rato.
Ficaram os sound bites e tiros de pólvora seca, vindos de um partido sem norte que insiste na canalhice do aproveitamento político da tragédia humana. Um partido que, apesar de afirmar o contrário, insiste em não levar Portugal a sério. Prova disso é a eleição de Hugo Soares para líder da bancada parlamentar do PSD, o mesmo Hugo Soares que clamou em tempos pelo fim da Saúde e da Educação gratuitas e que afirma, sem rodeios, que “todos os direitos das pessoas podem ser referendados“. Não admira, portanto, o resultado da mais recente sondagem da Aximage, realizada já depois do fogo no concelho de Pedrógão Grande e do assalto ao paiol de Tancos, que atira o PSD para os resultados mais baixos das últimas décadas. A falta de ideias e de propostas concretas, aliada aos tiques fascistas e à ausência de vergonha na cara, dá nisto. E ainda bem. Pode ser que nos livremos destes tipos como os gregos se livraram do PS lá do sítio.
Mas já que estamos numa de falta de seriedade, parvoíce levada ao extremo e ultimatos estúpidos, lanço daqui o meu ao novo líder da bancada parlamentar do PSD: senhor deputado, tem a partir de agora 24 horas para explicar ao país quais foram os “motivos de força maior” que o levaram a faltar ao seu trabalho parlamentar quando o dono da Olivedesportos o levou, a si e aos seus colegas, ao Euro2016. É que é uma coisa são “motivos de força maior“. Outra, bem diferente, são desculpas esfarrapadas para se baldar às responsabilidades para as quais foi eleito e ir para França passear e ver a bola. Começa a contar agora. 23:59:59, 23:59:58, 23:59:57…
P.S: Não se preocupe, Hugo, que isto acaba tal e qual o seu ultimato: não acontece nada.

Fonte: Aventar