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quarta-feira, 21 de junho de 2017

As palavras do amigo Jyrki

Tiago Freire
Tiago Freire | tiagofreire@negocios.pt 21 de junho de 2017 às 00:01

Jyrki Katainen é um estrangeiro que gosta de Portugal, mais um. Este finlandês não é um turista qualquer, a apanhar escaldões na torreira do Junho português, é um dos vice-presidentes da Comissão Europeia, e o responsável por partes fundamentais como o emprego, o crescimento e o investimento.
O comissário, que ontem participou na conferência anual do Jornal de Negócios, chegou a Lisboa na noite de segunda-feira, e não tem dúvidas sobre o que viu, talvez no curto caminho do aeroporto até ao hotel. Descreveu uma mudança sensível por comparação à sua visita anterior, em 2016: vê agora as pessoas mais abertas, mais sorridentes, de aparência mais optimista. E, remata com um rigor académico, é sabido que os países com cidadãos mais optimistas tendem a ter uma melhor evolução, também económica.
Na sua passagem por Lisboa, Katainen reforçou a mensagem que já vinha mandando de Bruxelas, e que se pôde ler na edição desta segunda-feira do Negócios. O país fez notáveis progressos - com parte do mérito a vir das reformas de anos anteriores -, mas não há lugar para complacências. Tudo verdade, e tudo compreensível. Naquilo que falta fazer, a tecla do malparado é das mais marteladas. É preciso arranjar "uma forma de o reduzir". Como? Katainen não diz, chutando a questão para o Governo. Com um acrescento que faz toda a diferença: a solução tem de ser nacional "em respeito das regras europeias de concorrência e de ajudas públicas". Ora é esse exactamente o problema, e o comissário sabe bem disso. Se há dinheiro do Estado, lá virão os "remédios"; se os activos saírem do balanço dos bancos ao valor nominal, quem os compra, se têm problemas? E se saem abaixo do valor nominal, que tapa o buraco no balanço dos bancos, num momento em que as regras estabilizadas dos "bail in" tornam o investimento na banca tudo menos seguro?
Outra das mensagens importantes, e que marcou até o formato do evento - com a possibilidade dada aos cidadãos, na conferência ou pela internet, de colocar questões directamente ao comissário -, foi o desejo de que as pessoas e os Estados sejam mais vocais naquilo que pretendem que a União Europeia venha a ser. "O que queremos para a Europa?", repetiu Katainen. "A Comissão Europeia é uma parte importante, mas é apenas uma pequena parte da União Europeia", afirmou, instando a uma reflexão da sociedade civil que, através dos seus governos, faça ouvir a sua voz na Europa, e não apenas para reagir contra decisões concretas
A União Europeia vive, em boa parte, fechada no seu próprio mundo burocrático de ar condicionado, é verdade. Mas a distância não tem um só sentido. O amigo Jyrki, pelo menos, quer ouvir o que temos a dizer. Estaremos nós, europeus, dispostos a isso, ou apenas à espera da próxima decisão para podermos ser contra e atirar as culpas para Bruxelas?

COMUNICADO DA JUNTA DE FREGUESIA DE VÁLEGA


ELABORAÇÃO DOS PROJETOS DE ESPECIALIDADES PARA CONSTRUÇÃO DAS CASAS DE BANHO DA IGREJA MATRIZ E CEMITÉRIO DE VÁLEGA
Caros Conterrâneos,
Em virtude de algumas questões que nos têm sido colocadas, relativas ao processo da futura construção de novas casas de banho para a Igreja Matriz e Cemitério de Válega, importa esclarecer o seguinte:
Foi o atual Executivo da Junta de Freguesia de Válega, liderado por Jaime Duarte de Almeida, que numa atitude proativa e de visão de futuro, tomou a decisão de iniciar a elaboração de um estudo prévio/“projeto” para construção de raiz de modernas casas de banho para a Igreja Matriz e Cemitério de Válega, contando com a colaboração gratuita do valeguense Álvaro Brandão. Não se trata de um simples restauro, mas de uma obra nova que deve cumprir todos os requisitos burocráticos/urbanísticos exigíveis por lei. Note-se que a Junta de Freguesia de Válega tem consciência do estado, no mínimo deprimente, das atuais instalações sanitárias até porque é a Junta de Freguesia de Válega que tem a responsabilidade da sua limpeza.

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Posto isto, posteriormente, à conclusão do referido estudo prévio/“projeto”, foi produzido um caderno de encargos e uma estimativa de custos para a edificação da obra.
Uma vez que a Junta de Freguesia de Válega não teria o arcaboiço financeiro para executar a obra, este estudo foi apresentado à Câmara Municipal de Ovar que aprovou uma comparticipação extraordinária até 50 000 euros para realização das obras, mediante a entrega de documentos comprovativos (faturas).
No entanto, o estudo prévio/”projeto” elaborado, como é óbvio, carecia da assinatura de um arquiteto, uma vez que o Sr. Álvaro Brandão é apenas técnico projetista. Assim sendo, pedimos à Divisão de Obras da Câmara Municipal de Ovar que “assinasse”/colaborasse na concretização técnica/burocrática do projeto de arquitetura das casas de banho da Igreja Matriz e Cemitério de Válega, que foi trabalhado pelos técnicos camarários a partir das peças arquitetónicas elaboradas pelo Sr. Álvaro Brandão em articulação com a Junta de Freguesia de Válega, que acompanhou todo o processo.
A Divisão de Obras da Câmara Municipal de Ovar mostrou-se recetiva, tendo o projeto de arquitetura sido “terminado”, após o nosso aval, em finais de março do presente ano (2017), ficando a cargo da Junta Freguesia de Válega a elaboração dos projetos de especialidades, uma vez que a Câmara Municipal de Ovar tem tido a necessidade de contratar, por falta de recursos humanos, alguns serviços de arquitetura a gabinetes externos.
Por conseguinte, a Junta de Freguesia de Válega aprovou um orçamento de 950 euros + IVA para adjudicação da prestação de serviços de elaboração dos projetos de especialidades por um gabinete de arquitetura. Tendo em conta a tipologia do edifício a construir, para efeitos de licenciamento pela Câmara Municipal de Ovar, neste momento, o gabinete de arquitetura encontra-se a elaborar os seguintes projetos de especialidades: projeto de estabilidade e contenção periférica; projeto da rede de abastecimento de água; projeto da rede de drenagem de águas residuais; projeto da rede de drenagem de águas pluviais e projeto da rede de rede elétrica. Prevê-se, a breve trecho, a conclusão dos mesmos e a sua entrega na Câmara Municipal de Ovar. Aprovado o projeto na íntegra, avançar-se-á para a recolha de propostas orçamentais a empreiteiros e, logo que possível, a adjudicação da obra. Por Válega merecer mais, é que colocámos os pés a caminho e estamos empenhados em iniciar estas obras que serão, indubitavelmente, uma realidade num futuro próximo e que só serão possíveis, graças à estreita colaboração que tem havido entre a Junta de Freguesia de Válega e a Câmara Municipal de Ovar.

Com os melhores cumprimentos,
O Executivo da Junta de Freguesia de Válega,
Válega, 14 de junho de 2017
(publicação solicitada pela Junta de Freguesia Válega)

terça-feira, 20 de junho de 2017

MUSEU ESCOLAR OLIVEIRA LOPES É DIVULGADO NA REVISTA AMERICANA “JOURNAL OF HISTORY RESEARCH” E EM AÇÕES DE FORMAÇÃO DA PORTO EDITORA REALIZADAS EM TODO O PAÍS E TIMOR


Um afincado e apurado trabalho de pesquisa histórica, produzido pelos professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Luís Marques Alves e Cláudia Pinto Ribeiro em articulação com Augusto Pinho, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes e diretor do Museu Escolar Oliveira Lopes, deu origem a um artigo de investigação científica que foi agora publicado na revista americana “JOURNAL OF HISTORY RESEARCH”. Este artigo surgiu, no âmbito da preparação de uma comunicação apresentada no “I NTERNATIONAL SYMPOSIUM – SCHOOL MEMORIES - New Trends in Historical Research into Education: Heuristic Perspectives and Methodological Issues”, que decorreu em Sevilha, em 2015. A comunicação foi convertida em artigo (com onze páginas) publicada na revista anteriormente referenciada que, dado o interesse pela temática, endereçou um convite direto nesse sentido às entidades envolvidas. Augusto Pinho diz que “esta internacionalização surgiu no seguimento das parcerias estabelecidas com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e com a Unidade de Investigação – CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar – Cultura, Espaço & Memória, que têm dado resultados excelentes”.
O apoio dado pelas duas instituições supra referidas traduz-se ao nível de consultadoria, apoio em publicações feitas em papel ou em formato digital, realização de colóquios e congressos, entre outras atividades que a atual Direção da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes (AAAEOL)/Museu Escolar Oliveira Lopes (MEOL) pretende levar a cabo no futuro.

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Ao mesmo tempo, em virtude de um contacto estabelecido com a Porto Editora, representada pela Dr.ª Cláudia Pinto Ribeiro (professora auxiliar e membro do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), autora de manuais escolares de História (7.º, 8.º e 9.º anos) e História e Geografia de Portugal (5.º e 6.º anos), o Museu Escolar Oliveira Lopes foi apresentado como proposta de visita de estudo a realizar no âmbito das disciplinas acima referidas nas ações de formação para professores, que decorreram entre janeiro e abril de 2017, ministradas pela mesma. A Dr.ª Cláudia Pinto Ribeiro percorreu o país, de lés a lés (incluindo Açores e Madeira), e ainda Timor para dar formação a várias centenas de docentes de História das diversas escolas inscritas, tendo salientado  que o Museu Escolar Oliveira Lopes é, sem sombra de dúvidas, um dos “ex-libris” da História da Educação em Portugal no século XX, dada a unicidade do seu espólio.
Ao mesmo tempo, nessas ações de formação subordinadas ao tema: “O Mundo é do Tamanho que Eu Quiser – As Migrações” foi realçado o papel dos Irmãos Oliveira Lopes, dois “brasileiros de torna-viagem”, que deram um exemplo cabal do seu espírito altruísta e filantrópico, ao mandar construir, a expensas suas, na freguesia de Válega, um magnífico e majestoso edifício escolar, que na época rivalizava com as melhores escolas do Porto e de Lisboa, uma verdadeira “catedral do ensino”, imbuída do “espírito republicano” na viragem do século XIX para o século XX.
Estas parcerias procuram concretizar uma das linhas orientadoras da Direção, liderada por Augusto Pinho, “dar a conhecer o MEOL e o legado dos Irmãos Oliveira Lopes fora de portas”.
Augusto Pinho assevera que “duas das prioridades no ano de 2017 têm sido a promoção de exposições itinerantes  e a realização de workshops educativos em diversos espaços de Ovar e dos concelhos limítrofes e a consolidação da divulgação e da promoção de investigação científica sobre a história e o espólio do Museu Escolar Oliveira Lopes no meio universitário e da docência em Portugal”.

Escola museu Válega (2)

Augusto Pinho destaca ainda as atividades educativas que estão a ser levadas a cabo pela Diretora Técnica, Bárbara Andrez, no âmbito do projeto  “MEOL Fora de Portas”, realizadas dentro do universo das artes plásticas, que englobam experimentação e divulgação da história escolar, dinamizadas em diferentes faixas etárias, gratuitamente, em escolas, cooperativas de educação e reabilitação do cidadão inadaptado (cercis), lares de idosos e outros espaços do concelho de Ovar e  de concelhos limítrofes. As atividades em curso são: “Caligrafia em Espaços”, “Às Voltas com Espirógrafos” e “Geometria e Carimbos”.
Augusto Pinho termina, afirmando que “as obras de requalificação que estão a ser realizadas na Escola Oliveira Lopes vão possibilitar uma melhor acomodação, salvaguarda e conservação de um acervo que é único em Portugal e a melhoria das condições oferecidas aos visitantes a nível das visitas guiadas e das atividades promovidas pelo atual serviço educativo do MEOL, sendo que, a Direção do AAAEOL/MEOL continuará, afincadamente, a trabalhar em colaboração estrita com a Câmara Municipal de Ovar, no âmbito de uma parceria que já dura há duas décadas, e que tem dado excelentes frutos. Os resultados falam por si…”
Uma coisa é certa, o Museu Escolar Oliveira Lopes mantém-se bastante ativo, não obstante, estar encerrado fisicamente, em virtude das atuais obras de requalificação da Escola Oliveira Lopes.

Ovar, 20 de junho de 2017
A Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes (pedido de publicação)

Ovar – Afinal o que se passa?

Há uns tempos, ao passar no Largo dos Campos, em Ovar, deparei-me com dois cartazes colados na porta da sede concelhia do Partido Socialista, cujas imagens aqui reproduzo.



Após a leitura dos mesmos, concluí que há neles insinuações muito graves e interroguei-me:
- Afinal o que se passa com o PSD-Ovar?
- Afinal o que passa na Câmara Municipal de Ovar e com o seu presidente, dado que há num deles a referência a “Nova Energia” que foi o lema da campanha da candidatura de Salvador Malheiro à Câmara Municipal de Ovar em 2013?
- Há referência a verbas avultadas de que beneficiaram alguns amigos e quem são eles?
- Quais e quantos foram os ajustes diretos e a que se destinaram?
- Foram tomadas medidas concretas relativamente a estes ajustes, nomeadamente participação às autoridades competentes?
- A serem verdadeiras as mensagens que os cartazes procuram transmitir, qual foi a posição dos vereadores da oposição e dos deputados à Assembleia Municipal?
- O assunto é extremamente grave e se as insinuações não passarem disso, deverá haver consequências.
Assim, eu como munícipe e com os meus impostos em dia, exijo um esclarecimento cabal do caso e penso que todos os munícipes o exigirão também.
Onde está um comunicado do PS-Ovar e da JS-Ovar que preste os devidos esclarecimentos?
- Será que os vereadores da oposição não convocam uma conferência de imprensa, a fim de esclarecerem o que levou a JS-Ovar a mandar elaborar os referidos  cartazes?
Precisamos de um cabal esclarecimento de toda a verdade, porque se aproximam as eleições autárquicas e nenhum candidato deve concorrer, estando sob suspeição.
- Será que Salvador Malheiro, Presidente da Distrital de Aveiro, ao ver o seu mandatário e o seu secretário do referido órgão partidário detidos, não quer dar qualquer esclarecimento público?
Do meu ponto de vista, penso que o Presidente da Câmara, deverá pedir o devido esclarecimento dos factos.

Ovar, 20 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

O diabo chegou a Pedrógão Grande


por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 20/06/2017)
merda

Ainda o incêndio fazia vítimas e já alguns jornalistas, certamente seguindo ordens dos seus diretores de informação procuravam pistas para culpas que alimentassem as labaredas do debate político. Que tudo tinha falhado por causa de uma falhas nas telecomunicações. A TVI até mandou a Judite Sousa explorar o drama e a sua subdiretora de informação não desiludiu, foi em busca de cadáveres e de familiares das vítimas e foi o que se viu, fez o que pediu que não fosse feito com a morte do seu filho, mas gente do povo não merece tais pruridos.
Passos Coelho esperou e quando achou oportuno fez uma visita de circunstância aos serviços da Proteção Civil em Lisboa, não foi falar com nenhum bombeiro a cheirar a fumo, visitar algum ferido na unidade de queimados ou a ver alguma aldeia devastada pelo fogo. Convocou as televisões para a sua comunicação e no conforto citadino foi marcar a agenda política dizendo que ainda não era o tempo para o fazer. Este é o mesmo Passos que disse não se aproveitar de casos judiciais e que depois o fez sem qualquer pudor.
Se quisermos saber o que Passos quer que nós pensemos, que é o que ele pensa, devemos esperar pelo fim do dia, mais ou menos à hora dos jantares de leitão assado, que ele aparece. Mas se quisermos saber o que realmente ele pensa ou, muito mais certo, o que ele vai pensar, devemos ler os seus ideólogos de jornais como Rui Ramos, Helena Matos e José Manuel Fernandes, que escrevem no Observador, ou João Miguel Tavares que mantém uma coluna de espuma no Público. Se os lermos ficamos a saber qual a mensagem que Passos está a propagar ou que vai fazer sua: que o país vive de propaganda e que os incêndios são a realidade resultante da incompetência.
Depois de todas as estratégias terem falhado, o défice foi controlado, o BE e o PCP não se deixaram seduzir por uma estratégia de coligação espontânea no parlamento, a direita europeia não veio em auxílio de Passos, a extrema-direita foi derrotada no Reino Unido e em França, as taxas de juro da dívida estão em queda, a notação vai deixar de ser lixo.
Depois da aposta na vinda do diabo em Setembro de 2016 eis que parece que a vinda do diabo, tão desejada por Passos Coelho, ocorreu em Junho de 2016 em Pedrógão Grande.
Passos e os seus ideólogos da extrema-direita chique não perderão a oportunidade de se aproveitarem da desgraça alheia; com notícias relativas a corrupção autárquica de altos dirigentes do PSD para abafar, há que centrar o debate das autárquicas nos incêndios.