Translate

sábado, 4 de novembro de 2017

Depois das misses

Estátua de Sal



por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso, 04/11/2017)

Daniel Oliveira

Em momentos trágicos como os dos incêndios deste ano o debate político costuma ser substituído por discursos de tipo “miss mundo”. Eles escondem as contradições entre diferentes interesses que qualquer mudança estrutural tem de enfrentar, fazendo parecer fácil e consensual o que é difícil e fraturante ou dividindo o país entre um povo em sintonia e generoso e políticos incompetentes e mesquinhos. Só que no dia seguinte é a política que tem que fazer escolhas, desafiar interesses legítimos e ilegítimos e enfrentar resistências. Um desses interesses já deu a cara e promete resistir. De dedo em riste e em tom comicieiro, Jaime Marta Soares ameaçou, perante um primeiro-ministro mais frágil do que antes, levar os bombeiros para a rua se os seus poderes fossem tocados.

Não foram os bombeiros que gritaram “basta!”. Foi um cacique local, quatro décadas presidente de uma câmara onde deixou um buraco de 30 milhões de euros, duas décadas deputado, dirigente desportivo e tudo o mais que se possa lembrar. Como escreveu João Miguel Tavares, Jaime Marta Soares é “uma personagem emblemática da vida política portuguesa”. Há uma rede política formal e informal, com um enorme poder, que está espalhada pelo país e especialmente presente em todas as estruturas que trabalham mais diretamente com as populações: direções de bombeiros voluntários, provedores das misericórdias ou responsáveis por IPSS. A fraca organização e descentralização da nossa sociedade civil está subordinada às únicas estruturas associativas com implantação e poder reais: os partidos políticos e a igreja católica. Jaime Marta Soares representa aqueles que usam os bombeiros voluntários como instrumento de poder político. E usará esse poder para impedir uma das reformas mais difíceis e mais urgentes no combate e prevenção de fogos: a profissionalização dos bombeiros, reservando para o voluntariado um papel complementar.

Quatro fatores explicam a dimensão e efeito dos incêndios: as condições climatéricas únicas; a mão criminosa; anos de erros e de incúria no ordenamento do território, política florestal e prevenção e combate aos fogos; e falhas graves deste Governo, sobretudo nas nomeações dos comandos da Proteção Civil e na alocação de meios. Todos merecem discussão e até é natural que haja mais atenção às responsabilidades de quem está atualmente no poder. Mas, por conveniência política, Marcelo concentrou o debate apenas neste Governo e ajudou a cristalizar a ideia de que os acontecimentos deste verão se devem quase exclusivamente a fatores políticos circunstanciais, o que tornará muito mais difícil mobilizar o país para mudanças estruturais.

É verdade que o Presidente disse que mudar a política florestal e de combate aos fogos é a prioridade do seu mandato. Só que não é ele que o vai fazer. E ao enfraquecer o Governo nesta área, contribuindo para que ela fosse o centro da guerrilha partidária e institucional, Marcelo enfraqueceu o único poder que tem os instrumentos para impor esta reforma: o executivo.

As corporações sentem que estão, neste tema, perante um Governo fraco. O discurso incendiário do cacique dos bombeiros é sinal disso mesmo. E Marcelo teve um papel fundamental numa fragilização que não deixará de ser aproveitada por quem quer que tudo fique na mesma.




Veja as profissões que irão desaparecer nos próximos 10 anos. Acautele o seu futuro!

Neste vídeo veja as profissões que irão acabar no prazo máximo de 10 anos.
Mas não fique preocupado! Comece já a preparar o seu futuro, se a profissão é uma delas.
Torne-se Membro da Jeunesse, porque esta empresa será o seu futuro e o futuro da sua família.




                 

                           Torne-se Membro neste Link:   



sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Coreia do Norte tem primeira-dama: a misteriosa Ri Sol-ju

Por ZAP

1 Novembro, 2017
(dv) KNS / KCNA
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un (dir), acompanhado da esposa, Ri Sol-ju (esq)
Afinal, quem é e como é a primeira-dama da Coreia do Norte? No caso deste país asiático, considerado um dos mais isolados do mundo, se não o mais isolado, esta não é uma pergunta fácil de dar resposta.
Ri Sol-ju começou a aparecer ao lado de Kim Jong-un no verão de 2012. Perante as especulações, os meios de comunicação norte-coreanos confirmaram que a norte-coreana era a esposa do líder do regime. Ainda assim, pouco se sabe sobre esta misteriosa mulher.
Segundo a BBC, há quem diga que antes de se tornar primeira-dama, Ri Sol-ju terá sido cantora, enquanto que outros dizem que foi cheerleader de uma seleção norte-coreana, o que lhe permitiu viajar várias vezes para o estrangeiro.
De acordo com Sierra Madden, colaboradora da North Korea Leadership Watch, uma página na Internet especializada na cúpula de poder norte-coreana, a mulher de Kim terá sido as duas coisas.
“Eles casaram-se em 2009, 2010 e, antes disso, era cantora e cheerleader. Viajava pelo Japão e pela Coreia do Sul”, disse a especialista.
O passado de Ri Sol-ju não é totalmente confirmado e, por isso, tal como acontece com o próprio líder norte-coreano, não se sabe sequer a idade da primeira-dama. No entanto, acredita-se que não tenha completado ainda 30 anos. Já em relação a Kim Jong-un, estima-se que tenha nascido em 1983 ou 1984.

Comparada com Michelle Obama

Nas poucas imagens divulgadas pelo regime norte-coreano, Ri Sol-ju aparece sempre sorridente e elegante, o que chegou a gerar até comparações com a ex-primeira-dama norte-americana, Michelle Obama.
“Tem uma posição parecida com a da ex-primeira dama dos EUA porque promove temas importantes relacionados com as mulheres e crianças“, afirma Madden à BBC.
Ri Sol-ju já apareceu ao lado do líder norte-coreano em espetáculos, na celebração de um lançamento de um míssil e, mais recentemente, em outubro, numa visita a uma fábrica de cosméticos.
Nos últimos anos, diferentes países romperam as exportações de bens de luxo à Coreia do Norte como parte das sanções em resposta ao avanço do programa nuclear do país. Isso fez com que os norte-coreanos desenvolvessem a sua própria indústria de cosméticospara abastecer, sobretudo, a classe alta.
A simples aparição de Ri Sol-ju em eventos quebrou a tradição do antigo líder e pai do atual, Kim Jong-il, que nunca aparecia publicamente com as suas esposas. “É algo totalmente novo. Foi colocada como a ‘mãe da Coreia do Norte’“, destaca a especialista.
(cv) Rodong Sinmun
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acompanhado da esposa, Ri Sol-ju, numa cerimónia das forças armadas do país

Herdeiros?

A família de Kim Jong-un está cercada por um nível de sigilo tão elevado que não se sabe, por exemplo, quantos filhos o casal tem.
De acordo com os serviços de inteligência da Coreia do Sul, a primeira-dama deu à luz o terceiro filho em fevereiro deste ano. Mas os agentes do país vizinho não conseguiram identificar nem o sexo nem o nome do bebé.
Ri Sol-ju deixou de aparecer nos meios de comunicação oficiais durante sete meses, uma longa ausência que gerou rumores de que estaria novamente grávida ou a enfrentar uma crise matrimonial.
Acredita-se que os outros dois herdeiros tenham nascido entre 2010 e 2013, mas ainda permanece a dúvida se Kim Jong-un já tem um sucessor definido, uma vez que não se sabe se o primogénito é menino ou menina.
O sexo do segundo filho foi divulgado acidentalmente, através do jogador da NBA Dennis Rodman, que surpreendeu tudo e todos ao revelar a sua amizade com Kim.
Em entrevista ao The Guardian, em 2013, o ex-basquetebolista revelou que o norte-coreano tem uma filha, Ju-ae, que o próprio carregou nos braços quando visitou a família norte-coreana. O jogador acrescentou ainda que Kim Jong-un é “uma pessoa incrível”.

A outra Kim

Tal como fez com a esposa, o líder norte-coreano também decidiu dar mais visibilidade à sua irmã mais nova. Kim Yo-jong participa em eventos públicos e ocupa uma posição importante no governo. Recentemente, foi eleita foi eleita membro suplente do politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Para Ankit Panda, especialista sobre a Coreia do Norte, o gesto evidencia “que o regime de Kim quer que o mundo veja que está cada vez mais poderoso” e, ao mesmo tempo, que dá prioridade à família e aos laços de sangue.
A visita à fabrica de cosméticos, onde Yo-jong também marcou presença, é vista como uma mensagem direta às elites norte-coreanas para o líder reforçar a imagem de estabilidade mesmo com as sanções, neste caso, as que afetam o mercado de luxo.
Vários analistas veem a presença de Ri Sol-ju como um sinal de modernidade num regime que é muito fechado. Outro exemplo disso é a Moranbong, a banda pop preferida de Kim Jong-un, que combina mulheres de minissaia e canções patrióticas.
ZAP // BBC

A criação administrativa do estado artificial de Israel faz hoje 100 anos



Aventar

por João Mendes

Israel

A missiva tinha a assinatura do então secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, Arthur James Balfour, e o destinatário era o patriarca da família Rothschild, posição hoje ocupada por um tipo de ar sinistro, uma mistura entre Mr. Burns e Freddy Krueger, que corrompe meio mundo, financia ambos os lados de várias guerras e controla políticos e decisores de todo o mundo. Já naquele tempo, o poder desta família de terroristas era imenso, a ponto de terem este nível de influência junto da superpotência mundial da altura, o Reino Unido. Tivesse a Catalunha um gajo destes e já era independente há várias décadas. Ler mais deste artigo




REPRESSÃO NÃO RESOLVE PROBLEMA NACIONAL EM ESPANHA

Foto de Carlos Fino.

Carlos Fino

A seguir

Ontem às 17:11 ·

REPRESSÃO NÃO RESOLVE PROBLEMA NACIONAL EM ESPANHA
por Carlos Fino

Na foto - membros do governo catalão presos hoje em Barcelona

A situação na Catalunha acaba de conhecer hoje um desenvolvimento dramático com a decisão de um tribunal espanhol de manter em prisão preventiva oito membros do governo catalão destituído por Madrid. A Espanha também já emitiu mandado de captura contra o presidente Puigdemont, que se encontra em Bruxelas.

Contra toda a esperança de que ainda pudesse haver um raio de clarividência que permitisse alguma forma de entendimento, o governo de Rajoy mostra assim que optou decididamente pela repressão, contra o diálogo, na senda da pior tradição autoritária do Estado espanhol.

Escuda-se, para isso, no estrito cumprimento da lei e da Constituição, imaginando talvez que desta forma pode liquidar pelo exemplo quaisquer veleidades nacionalistas, tanto na Catalunha como noutras regiões.

Se é disso que se trata, engana-se rotundamente. Ao recusar dialogar e optar por medidas repressivas, Madrid só faz é reavivar a memória dos piores momentos - entre eles, o fuzilamento por Franco dos líderes catalães durante a guerra civil - aumentando assim o ressentimento anti-espanhol, tanto na Catalunha como noutras regiões.

A conduta dos líderes catalães, ao avançarem com medidas conducentes à independência sem terem para isso um claro mandato, é também altamente criticável. Em boa parte eles são também responsáveis pelo impasse a que se chegou, com dois irredentismos em choque que só fazem é reforçarem-se mutuamente - ao nacionalismo exacerbado de uns, contrapõe-se o unionismo a todo o custo de outros.

Mas a questão central permanece e não vai desaparecer com julgamentos, prisões e repressão - o problema é político e só pode ser resolvido sem traumas pelo entendimento e pelo diálogo.

Por mais que isso custe aos radicais do unionismo em Madrid, aos que acham que a Espanha é una e isso não se discute, o Estado espanhol terá um dia de reconhecer que existem várias nacionalidades no seu território e essa realidade exige uma reforma constitucional que a traduza em termos institucionais de forma mais plena do que as simples autonomias actuais.

Em troca, os nacionalismos teriam então de abdicar da separação, aceitando integrar um mesmo Estado federado. Insistir na independência a todo o custo, sem o apoio de uma maioria clara e livremente expressa, não só não se sustenta como pode ser até uma aventura perigosa, em última análise prejudicial à causa nacional.

Por outro lado, impedir que as pessoas votem nessa questão central – ser ou não ser independente – também não faz sentido. Afinal, o direito dos povos à autodeterminação está consagrado nos grandes textos do direito internacional, incluindo os Tratados da União Europeia.

Mais uma razão para a UE não lavar as mãos e contribuir de forma activa para uma solução negociada.

De qualquer maneira, uma coisa é certa- a questão nacional em Espanha, e em particular na Catalunha - não irá desaparecer. Como, na senda de Benedict Anderson, ensinam os estudiosos destas questões, a globalização não elimina essas “comunidades imaginadas”, pelo contrário, como temos visto um pouco por todo o lado, a globalização pode até fortalecer as identidades locais que cada vez mais reivindicam o direito de se expressar livremente.

Por isso, a melhor solução será a de abrir espaço para o diálogo, admitindo uma revisão constitucional para acomodar a livre manifestação das nações que integram a Espanha e não excluindo sequer um redesenho do Estado espanhol em termos federais. O reconhecimento das identidades nacionais seria o preço a pagar pela manutenção da unidade em liberdade.

Na Catalunha, como noutras regiões, sem diálogo não há saída. A repressão não resolve o problema nacional em Espanha.