7 Novembro, 2017
O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos
O Fundo Soberano de Angola, que é gerido pelo filho mais velho do ex-presidente angolano, foi apanhado nos milhões de ficheiros dos chamados Paradise Papers, a mais recente fuga de informação que revela ligações de figuras como a Rainha Isabel II, Bono e Madonna, entre políticos e milionários, a offshores.
De acordo com o jornal suíço
Le Matin Dimanche, que integra o consórcio de jornalistas que analisa os
Paradise Papers, o
Fundo Soberano de Angola (FSDEA) é uma das entidades “apanhadas” nos 13,4 milhões de ficheiros que revelam ligações de várias personalidades mundiais a paraísos fiscais.
Em causa estão documentos da gestora suíça Quantum Global, empresa especializada na gestão de activos e que geriu investimentos do FSDEA nas Maurícias.
O Fundo Soberano de Angola, que é gerido por
Filomeno “Zenú” dos Santos, filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos, é uma entidade pública que visa promover “o crescimento, a prosperidade e o desenvolvimento sócio-económico de Angola”, como se diz no seu
site oficial.
De acordo com os documentos agora divulgados nos Paradise Papers, dos cerca de 5 mil milhões de euros atribuídos ao Fundo, quase 3 mil milhões foram desviados para sete fundos de investimento nas Maurícias.
FSDEA
Filomeno “Zenú” dos Santos, filho do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Esse processo foi gerido pela Quantum Global, empresa gerida por Jean-Claude Bastos de Morais, empresário suíço de origem angolana com quem Zenú tem mantido ligações próximas, nomeadamente no âmbito dos negócios.
Zenú e Bastos de Morais fundaram o primeiro banco de investimento angolano, o Bank Kwanza Invest, conforme lembra o Le Matin Dimanche.
O jornal nota, ainda, que o FSDEA destinou 157 milhões de euros à construção de um edifício, em Luanda, que nunca arrancou. A obra estava destinada para um terreno detido por uma empresa de Bastos de Morais e a direcção do projecto de construção também tinha sido entregue a outra empresa do suíço-angolano.
O jornal suíço lembra que a Quantum Global lucra, anualmente, entre 60 e 70 milhões de euros com a gestão do Fundo Soberano de Angola.
ZAP //