(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 10/09/2017)
Não é verdade que em política se deseje a desgraça dos outros. A nossa democracia representativa precisa de partidos estruturados, espelhos reais da diversidade social, ativos nas propostas para o país. Não é bom para ninguém que a estabilidade governativa não encontre a alternativa de uma oposição atenta, com substância.
A universidade de Verão do PSD serve para falar de política. É para isso que iniciativas destas foram criadas. A universidade de Verão é um espaço de formação de quadros políticos, jovens que felizmente estão interessados em fazer política.
A universidade de Verão retratou um PSD vazio, mesquinho, ressabiado, populista e isto é chocante. O maior Partido da oposição ainda não fez as pazes com a circunstância de não ser Poder, o PSD ainda perde tempo a agitar fantasmas, a sua verborreia confirma a inexistência de alternativa à solução governativa atual e isto é chocante.
De bandeira na lapela, uma espécie de afirmação de inconformismo perante o normal funcionamento da democracia, os “sociais-democratas” são o palco de Cavaco Silva, o ex-presidente mais impopular da nossa história, desesperado com a popularidade do atual Presidente, desesperado por a democracia ter feito dele o PR que empossou o atual Governo, desesperado perante o fracasso de anos da sua vida dedicados à tentativa de destruição da esquerda e de favorecimento do seu Partido. Foi este Cavaco Silva que falou aos jovens quadros políticos de uma alegada revolução socialista em curso, de “pios” e da realidade imaginária do orador, a tal que trava as nossas ideologias perigosas.
De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Paulo Rangel, o reacionário populista de serviço que não hesitou em afirmar que as políticas do atual governo já mataram De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Poiares Maduro, o ex-governante que compara a credibilidade de Costa ao cabelo de Trump, todo um momento de elevação política aplaudido pelos jovens que querem ser os atores políticos de amanhã.
Nada disto é normal, tudo isto é chocante, não temos memória de um PSD entregue ao populismo primário e à desistência do seu papel histórico na governação de Portugal.
Passos enfurece-se com as críticas, acena a bandeira da liberdade de expressão (como se alguém tivesse silenciado os seus convidados), confirma o seu apoio ao candidato a Loures e mostra o saco vazio das suas propostas.
A verdade é que não há ideologia sem realidade, a verdade é que a realidade se mostra com factos, a verdade é que esses factos são a prova de que existia alternativa a Passos. O PSD sabe dos resultados da alegada “revolução socialista”, sabe do défice mais baixo da história, sabe do crescimento sem paralelo do investimento, sabe do aumento das exportações, sabe do estancar da perda de jovens para a emigração, sabe da diminuição dos níveis de desemprego e sabe do aumento dos níveis de criação de emprego, sabe dos níveis recuperados de confiança, sabe.
O PSD sabe e prefere recusar qualquer consenso, o PSD sabe e prefere o maldizer à apresentação de alternativas, o PSD sabe e escolhe falar em eleitoralismo em vez de dar voz a um eleitorado que existe.
Hoje, ninguém sabe de uma única proposta do PSD para o país. A universidade de Verão do PSD foi um espelho assustador do que é atualmente a alternativa destruída ao governo socialista.
Isto não é só mau. É mesmo chocante.
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